Vista aérea de uma cidade pela manhã. A câmera passeia mostrando uma avenida pouco movimentada. Corta para a frente de um condomínio.

 

Música Instrumental.

 

Voz Masculina (em off): Há momentos na vida da gente, que nos marca de tal forma, que nem mesmo o passar dos anos, é capaz de mudar o que sentimos.

 

Corta para dois garotinhos, aparentemente com dez anos de idade. Eles brincam num parque de areia.

 

Voz Masculina (em off): É algo tão forte, que independe da idade...  

 

Atrás deles é possível ver um caminhão de mudanças subindo a rua, seguido de um carro passeio. Corta para os dois garotos, que percebem a movimentação dos veículos.

 

Garoto 1: Tá chegando gente nova!

 

Garoto 2 (saindo do parque): Vamos lá ver quem é!

 

Os dois sobem nas bicicletas e começam a pedalar em direção ao final da rua.

 

Voz Masculina (em off): É algo tão inebriante e enigmático que, mesmo quando passa despercebido ou é completamente ignorado, a sensação continua sendo como na primeira vez.

 

O caminhão para em frente a uma casa. Segundos depois, o carro de passeio também. Um homem e uma mulher saem do carro. A mulher se dirige à porta de trás e a abre. Nesse instante, uma garotinha sai segurando uma boneca.

 

Corta para os dois garotos, que observam poucos metros dali. Fixa a imagem do rosto de um dos garotos. Ele parece maravilhado.

 

Voz Masculina (em off): É verdade que amor à primeira vista é um mito. Um verdadeiro clichê batido, estrategicamente usado para vender livros, ganhar audiência na televisão, ou cinema... É um golpe baixo, que faz muita gente torcer o nariz... Eu torço.

 

Ele continua olhando de forma intensa.

 

Voz Masculina (em off): Mas como posso explicar com precisão o que eu estava sentindo naquele momento? (pausa) Na verdade, não há uma explicação exata. A vida em si não é uma sucessão de eventos repetitivos? E não dizem que a arte imita a vida? Bem, é assim... 

 

O garoto que está ao lado o cutuca, já se movimentando para trás.

 

Garoto: Vamos, Cláudio, é só mais uma menina chata.

 

Corta para a garotinha entrando na casa. Cláudio continua parado, observando-a.

 

Voz Masculina (em off): Aquele momento era como uma obra de arte única e irrepetível, um turbilhão de emoções e sensações que não podem ser totalmente descritas com palavras. E mesmo sendo muito novo pra compreender todo aquele sentimento, tive certeza de uma coisa (pausa) que a partir dali, tudo seria diferente.

 

Num plano aéreo o vemos se movimentando e começando a pedalar. A imagem vai se afastando lentamente, até a tela escurecer por completo.

 

 

 

 

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Abre dentro de um quarto. Um rapaz [Beau Mirchoff] está colocando alguns livros dentro de uma mochila em cima da cama. Atrás vemos outro rapaz [Calvin Goldspink] se aproximando da porta que está aberta.

 

Rapaz: Hei Cláudio. Vamos que o velho já está buzinando lá fora.

 

Cláudio (fechando a mochila, animado): Espero chegar antes do sinal bater.

 

Rapaz (fazendo expressão pensativa): Isso é porque você é um baita de um cdf, ou porque pretende perseguir com os olhos uma certa metida a loira, olhos claros, vencedora máster do troféu cocô?

 

Cláudio (rindo): Não fala assim, Roger. A Larissa é legal.

 

Roger: Claro que é! É nossa vizinha, estuda no mesmo colégio que a gente e nunca sequer nos disse um “oi”. Adoro o jeito legal da Larissa (sorri).

 

Ouve-se uma buzina, Roger aponta para fora. Cláudio se movimenta para sair, mas Roger o segura, colocando a mão em seu ombro e fazendo expressão de pena.

 

Roger (respirando fundo): Um dia você se liberta, meu amigo! Nem que eu tenha que te levar para uma sessão do descarrego!

 

Roger começar a rir. Cláudio balança negativamente a cabeça e em seguida ri também.

 

Cláudio (empurrando-o para fora): Vamos sair logo daqui.

 

 

Cozinha de outra casa. Uma mulher [Faith Ford] está sentada numa cadeira, mexendo num notebook que está em cima de uma mesa. Uma garota [Emma Roberts] passa à sua frente e abre a geladeira. A mulher a olha.

 

Mulher: Lari, não está atrasada? Quer que eu te leve?

 

A garota não responde e fica olhando para a geladeira aberta, procurando algo.

 

Mulher: Larissa?

 

Larissa (bufando): Não, Rosangela! Já tenho uma carona.

 

Rosangela (sorrindo): É aquele garoto que veio te trazer sábado à noite? Poderia convidá-lo para jantar com a gente qualquer dia.

 

Larissa (fechando a geladeira e olhando-a): Pra quê?

 

Rosangela: Como pra quê? Seria interessante seu namorado conhecer sua família.

 

Larissa (sorrindo): Ele não é meu namorado... E mesmo se fosse, jamais o traria aqui, sabe por quê? (fecha o sorriso) Eu não tenho família.

 

Ela sai da cozinha. Rosangela respira fundo e balança negativamente a cabeça. Um homem [Ted McGinley] se aproxima.

 

Homem: Outra discussão?

 

Rosangela: Antes fosse, assim pelo menos ela trocaria mais de dez palavras comigo. Como pude perdê-la desse jeito? Ela era tão carinhosa antes do...

 

Homem (sentando perto): Do pai dela morrer. (pausa) Você sabe que o único culpado dessa revolta toda está sentado à sua frente.

 

Rosangela: Mas já se passou tanto tempo, Jonatas, já era para ela ter te aceitado. Você sempre foi carinhoso, sempre a tratou como se fosse sua filha de verdade...

 

Jonatas: E ela é minha filha de verdade. Ouça, há certas feridas que levam muito mais tempo pra começar a cicatrizar. Ela ainda é adolescente, muitas coisas passam por sua cabeça. Logo ela amadurece e muda esse comportamento.

 

Rosangela sorri e o olha com admiração. Ela coloca a mão no rosto dele, acariciando-o.

 

Rosangela: Mas de uma coisa eu tenho certeza... Ela aceitando ou não, eu agradeço a Deus por você ter entrado em nossas vidas.

 

Jonatas (beijando a mão dela): Eu é que agradeço.

 

Eles aproximam seus rostos e se beijam carinhosamente. A imagem se afasta lentamente até parar em determinado ponto.

 

 

Frente de um Colégio. Close num outdoor que diz: “Colégio Esplendor – O Futuro de seu filho começa aqui”.

 

Música: Relient K – Be My Escape

 

Vemos vários jovens no local. Alguns conversando, outros em grupos de roda, rindo. A imagem frisa um grupo em destaque, que está próximo a um carro. Poucos metros atrás estão Cláudio e Roger, olhando para eles.

 

Roger: Turma da Elite. Eu daria um braço pra fazer parte desse grupo. (sorri).

 

Cláudio (dando os ombros): Não faço a menor questão. Bando de mauricinhos e patricinhas metidos a reis do colégio.

 

Roger: E que sua futura esposa é líder (olha para o lado e aponta com a cabeça) Falando da miss.  

 

A câmera se desloca rapidamente, mostrando um carro se aproximando e estacionando ao lado do veículo em que a Elite se reúne. Do mesmo automóvel saem Larissa e um rapaz[David Gallagher]. Eles se aproximam dos demais, que se demonstram empolgados ao vê-los. Volta para Cláudio e Roger. 

 

Roger: Este é o mal de morar em cidade pequena. Todo mundo conhece todo mundo e todo mundo estuda no mesmo colégio.

 

Cláudio observa atentamente Larissa e o Rapaz com o grupo. Eles riem e se tocam. Cláudio esboça uma expressão pensativa.

 

Cláudio: Eles não são nada, não é?

 

Roger: Eles andam pra cima a pra baixo juntos. Impossível acreditar que até agora não rolou alguma coisa. Se ainda não são um casal oficial, pode crer que em breve serão.

 

Cláudio (olhando com olhar de censura para Roger): Não era esse o momento em que você deveria estar me apoiando e dizendo coisas do tipo... Que nada, eles são apenas amigos e coisa e tal?

 

Roger: Yehp! Mas não te iludir e tentar trazer a sanidade também é meu dever, meu amigo!

 

Cláudio continua olhando para eles por alguns instantes. Balança de leve a cabeça em sinal de negativo e se vira para Roger.

 

Cláudio: Este ano as coisas serão diferentes.

 

Roger (sorrindo): Eu espero desde o primário que as coisas mudem.

 

O sinal toca e o som aumenta, tomando conta da cena. Numa visão aérea, vemos os alunos indo em direção ao portão do colégio.

 

Casa de Cláudio. Uma mulher [Nicole De Boer] está varrendo a sala. Um homem [Johnny Messner] com traje social, carregando uma maleta, se aproxima. Ele olha para a mulher por alguns instantes, com uma expressão irônica.

 

Homem: Por qual razão mesmo não temos uma empregada? Ah claro! Este é o trabalho que minha esposa rica adora fazer.  

Mulher: Eu já disse que gosto cuidar de minha casa do meu jeito. (olha para ele) Além do mais, seria trágico o nosso filho te encontrar se amassando com a empregada (sorri).

 

Homem: Contratamos uma senhora de idade e bem gorda!

 

Mulher (rindo): Tarado do jeito que você é, duvido que lá no fundo não exista algum desejo reprimido por pessoas da terceira idade.  

 

Homem (pensativo): Bom, a dona Lola que serve cafezinho na empresa não é ser de jogar fora. E os bolinhos que ela faz, meu Deus!

 

Ouve-se um celular tocando. O homem o tira do bolso e olha para a tela.

 

Mulher: O que foi, Lucio? Sua vagabunda já está impaciente?  

 

Lucio (sarcástico): Não seja boba, Silvia. A gente se comunica através de outro celular.  

 

Silvia (sorrindo): Não brinca? Que covarde! O Ricardão e eu não fazemos questão nenhuma de esconder.  

 

Lucio: Eu sei, por isso que você vive cansada ultimamente.

 

Silvia (suspirando): Você devia ver o poder que aquele homem tem.

 

Lucio a olha por alguns segundos, sorrindo. Silvia franze a testa, sem entender.

 

Silvia: O que foi?

 

Lucio: Faz tempo que não rimos juntos. Estava sentindo falta disso.

 

Ele se aproxima para beijá-la. Silvia fica séria e vira o rosto.

 

Lucio: Desculpa, pensei que estávamos em progresso aqui.

 

Silvia: Alguns sorrisos e frases debochadas, não irão apagar nossos problemas, Lucio. (Ela abaixa o olhar) Você devia ir.

 

Lucio (bufando): Estava bom demais pra ser verdade. (breve pausa) Te vejo à noite.

 

Ele beija o rosto dela e sai. Silvia observa com uma expressão triste no olhar. A tela escurece.

 

Abre mostrando a frente do colégio. Ouve-se o sinal tocando. Corta para o corredor.

 

Música: Counting Crows – Accidentally In Love

 

Vários alunos passeiam pelo local, alguns saindo e entrando em salas. Vemos Larissa rindo e conversando com duas garotas. Elas passam por Cláudio, que está encostado na parede, olhando atentamente para ela.

 

Voz Feminina: Você quer um balde?  

 

Cláudio olha para o lado direito, onde uma garota [Anna Popplewell] se encontra encostada na parede tb.

 

Cláudio: Falou comigo?

 

Garota: Sabe o que o Léo faria se te visse babando pela Larissa tão descaradamente?  

 

Cláudio: Eu não tenho medo dele.

 

Garota: Pois deveria, o último que fez isso mudou de escola.

 

Cláudio não responde. A garota sorri.

 

Garota: Estou brincando (estende a mão) Me chamo Helen.

 

Cláudio (sorrindo e cumprimentando-a): Cláudio.

 

Helen: Mas eu te entendo. Não deve ser difícil se apaixonar pela garota mais popular do colégio.

 

Cláudio: Mas o meu caso é mais do que isso. Não foi o que ela representa hoje que me fez sentir o que eu sinto.

 

Helen (ironizando): Uau, que profundo... E como foi?

 

Cláudio abre a boca para falar, mas para e fica pensativo por alguns instantes.

 

Cláudio: E por que eu lhe contaria?

 

Helen (subindo as sobrancelhas, sorrindo): Porque sou sua melhor amiga. 

 

Cláudio (rindo): Acabamos de nos conhecer... Nem amigos somos. 

 

Helen (sorrindo): Questione-se novamente sobre isso daqui uma semana!

 

Eles começam a rir. Roger se aproxima.

 

Roger: É apenas um efeito alucinógeno da droga que eu não usei ou você está realmente conseguindo olhar para outra garota?

 

Cláudio (revirando os olhos): Helen, este é meu grande amigo, rei do bom senso, Roger.   

 

Roger (pegando a mão da Helen e beijando-a): Prazer, minha nova amiga!

 

Helen (sorrindo): O prazer é meu.

 

Roger pega no braço dos dois, puxando-os. 

 

Roger: Que tal a gente continuar a se conhecer lá no refeitório? Estou morrendo de fome. Assim o Cláudio pode lhe contar mais sobre sua vida, especialmente sua grave doença  e nós três podemos firmar laços que durarão para a eternidade.

 

Eles começam a caminhar indo em direção a uma porta.

 

Helen (olhando para o Cláudio): Você tem uma doença grave?

 

Cláudio: Não dá atenção, a mãe dele teve uma gestação complicada.

 

Roger: Se chama Larissa.  É muito grave e há anos pesquiso uma cura.  

 

Helen começa a rir e a cena muda para o refeitório. O local está movimentado de alunos. É possível notar uma divisão de mesas. Do lado esquerdo vemos rapazes vestindo o que parece ser jaquetas de um time, juntamente com garotas muito bem vestidas. Do outro lado, vemos mesas mais cheias e com pessoas com menos destaques.

 

A câmera se movimenta até parar em Larissa e Léo, que estão com outros jovens.   

 

Rapaz: Será que teremos alguma surpresa boa no teste para o time este ano?

 

Léo: Que pergunta boba, Felipe. A não ser que você queira esquentar o banco para algum novato, o time não precisa de mais ninguém. Até porque já temos quem desequilibra (sorrindo e apontando para si)

 

Garota (sarcástica): Nossa, Léo, sua modéstia insipra gerações. 

 

Léo (sorrindo e percebendo o sarcasmo): Obrigado, Amanda, seu tom sincero também. 

 

Ele olha para Larissa que está numa cadeira à frente e pisca. Ela retribui mandando um discreto beijo. Um rapaz [Daniel Clark] toca o ombro de Léo.

 

Rapaz:Modéstia ou não, a verdade é uma só... Ninguém tira o trofeu dos Gladiadores este ano! Já estou até imaginando a idolatria no final do campeonato (fazendo som que ecoe voz de torcida) Gil, Gil, Gil, Gil.

 

Amanda: Deus me livre, Gil! Já é difícil te aturar como um ser "normal" que se acha a última coca-cola do deserto. Idolatrado então, Gzus.  

 

Gil: Não se preocupe meu amor, você continuará tendo um lugarzinho vip na minha cama!

 

Léo: Na sua e de meia cidade!

 

Todos começam a rir. Amanda lança um olhar pasmo para ele. Ela olha para Larissa que também está rindo. Se aproxima e senta ao lado dela. 

 

Amanda: Como minha melhor amiga, você não deveria me defender?

 

Larissa (sorrindo): Defender do quê? Desde quando você se envergonha de ter saído com quase todos os rapazes daqui?

 

Amanda lança um olhar para Léo, que está conversando com Felipe e Gil.

 

Amanda: Quase todos. 

 

Larissa (desfazendo o sorriso): Nem pense nisso!

 

Amanda começa a rir e abraça Larissa.

 

Amanda: Você sabe que eu jamais faria isso com você.

 

Larissa (sorrindo): Eu sei. E você sabe que eu te defenderia de algo que te ofendesse de verdade.

 

Amanda dá um beijo no rosto de Larissa. A câmera gira, parando em Cláudio, Helen e Roger em outra mesa mais afastada.

 

Cláudio: Então você é bolsista? Comprova minha suspeita (sorri).

 

Helen: Que suspeita? Por acaso eu aparento ser uma super nerd, ou será que minhas vestes entregam alguma diferença de classe social em relação aos outros?

 

Cláudio (parando de sorrir imediatamente): Não, não, não tem nada a ver com o jeito que você se veste, o que na verdade é bem bonito. Eu quis dizer seu modo de falar...  

 

Helen: Uma super nerd então?

 

Cláudio: Acho melhor eu me calar.

 

Helen (rindo): Estou brincando com você, seu bobo! Relaxa cara, não leve as coisas tão a sério!

 

Roger (comendo um sanduiche): Eu já tentei fazer dele uma pessoa melhor, mas parece caso perdido.

 

Cláudio: Okay, podem parar! Eu não sou um cara sério. Eu sorrio e sou alegre o tempo todo.

 

Roger: Conta uma piada então!

 

Cláudio: Pra quê? Isso não tem nenhum sentido. 

 

Roger (olhando para Helen): Viu? O que foi que eu disse?

 

Helen começa a rir. Cláudio e olha por alguns instantes. Ela percebe. 

 

Helen: O que foi?

 

Cláudio: Não comece a se achar, mas você é bem legal.

 

Helen: Todos falam isso. É difícil ser a garota bolsista mais popular do colégio...(sussurra) Às vezes preciso me esconder em algum canto devido ao tamanho assédio.

 

Roger: É isso que eu to vendo aqui? Temos um Roger versão feminina?

 

Cláudio: Deus me livre! Um Roger já é difícil aturar, dois então.

 

Helen: Eu sou madura pra minha idade.

 

Roger: Está tentando me atingir?

 

Helen: De forma alguma, meu anjo. 

 

Roger (sorrindo): Ótimo! Em todo caso eu sou inatingível mesmo.

 

Cláudio (olhando para Helen): Viu como um segundo Roger seria meu pesadelo?

 

Eles riem. A câmera se afasta e mostra refeitório por completo, ficando  assim por alguns instantes  até a tela escurecer.

 

Abre dentro de um grande ginásio coberto. Vemos cortes rápidos mostrando a dimensão do lugar. Arquibancadas do lado esquerdo e direito. Na quadra, uma pequena grade que separa o corredor do lado de fora. Atrás do gol esquerdo, à direita há um vestiário e na esquerda, outro. Mais atrás vemos uma sala, com uma placa na parte de cima escrita “Treinador”.

 

Música: The Ataris - Your Boyfriend Sucks

 

Corta para dentro da quadra. Léo e alguns rapazes estão treinando. Por instantes, vemos takes de Léo correndo, fazendo gol, driblando e não passando a bola para o companheiro ao seu lado. A imagem se afasta e mostra o treinador que observa tudo atentamente. Sua expressão é de descontentamento.

 

Cláudio e Roger estão sentados na parte de cima da aarquibancada, observando o treino. Roger demonstra animação com que está vendo. Cláudio o contrário.

 

Cláudio: Não sei o que veem nesse babaca... O cara se acha um Deus.

 

Roger: Graças a ele chegamos às semifinais ano passado, coisa que nunca havia ocorrido antes. Além do mais, somos franco favoritos a gritar “É campeão” este ano! (irônico) Também não sei o que veem nesse babaca!

 

Cláudio (sério): Vá se tornar melhor amigo dele então!

 

Roger (sorrindo): Se ele quisesse...

 

Cláudio lança um olhar ainda mais sério para ele. Roger ri. Segundo depois, Cláudio volta a olhar para a quadra.

 

Cláudio: Eu jogo muito melhor que esse idiota.

 

Roger: Não diria muito melhor, mas você é um grande jogador... Só é um desperdiço de talento.

 

Cláudio: Por quê?

 

Roger: As inscrições para o teste ainda estão abertas e você sequer cogita a possibilidade de fazer.

 

Cláudio: Isso não é pra mim. Não me vejo interagindo com esses caras.

 

Roger: Bom, fazer parte do time, mesmo na reserva, significa entrar para a alta cúpula do colégio. E não preciso nem desenhar pra você entender.

 

Cláudio (pensativo): Fazendo parte da Elite, posso me aproximar da Larissa. 

 

Roger: Aham, e sabe o que é mais vantajoso? O Léo está no último ano, você e a Larissa ainda têm mais dois. Pense nisso.

 

Cláudio: Não era você que vivia falando para eu começar a pensar em outras garotas? Qual o seu interesse nisso tudo?

 

Roger (sorrindo): Sendo seu melhor amigo, talvez eu possa desfrutar um pouco das regalias quando ficar famoso!

 

Cláudio (sorrindo): Huh, e eu pensando que era altruísmo seu.

 

Roger aponta com a cabeça. Cláudio olha na direção apontada. A câmera se desloca rapidamente mostrando Larissa e Amanda caminhando na direção da quadra.

 

Corta para o treinador [Barry Corbin]. Ele apita e faz sinal para que os jogadores se aproximem. Ele olha para os rapazes por alguns instantes.

 

Treinador: Esse  é ofutebol que vocês pretendem apresentar no campeonato?

 

Léo: O que há de errado com ele?

 

Treinador: Eu vou dizer o que está errado. Você!

 

Léo (incrédulo): Está brincando?

 

Treinador: 99% a bola não sai de seus pés. Vários jogadores livres de marcação e ainda assim você insiste nesta individualidade infantil.

 

Léo: Desculpa Roma, mas essa individualidade infantil nos levou às semifinais ano passado.

 

Roma: Ou nos tirou da final.  Em mais de três oportunidades você poderia ter passado a bola para o Felipe ou para o Gil, mas preferiu não fazer.

 

Léo: Em mais de três oportunidades eu fiz gols importantes, que se não fosse essa tal individualidade que você diz, teríamos vindo pra casa muito mais cedo. Além do mais, não vi ninguém reclamando que eu não passo a bola.

 

Roma: Não reclamam porque temem você. Mas advinha quem manda nesse time? Pois é,  não importa quem  você acha que é, vai fazer do jeito que eu mandar fazer. Se não ficar feliz, sinta-se à vontade para sair. Eu não me prendo a jogador que se acha maior que o time.

 

Léo fecha a cara, mas não responde.

 

Roma: Okay, vinte voltas na quadra pra fechar o treino.

 

Os jogadores resmungam.

 

Felipe: Qual é Roma, alivia aí?

 

Roma: Preferem quarenta?

 

Ele apita. Os jogadores logo se levantam e começam a correr. Léo passa perto da grade onde Larissa está e pisca para ela, que responde com um aceno com a mão. 

 

Vista aérea da cidade à noite. Temos alguns cortes do centro, como praça, lojas fechadas, pessoas caminhando com cães, até fixar em frente ao colégio.

 

Música: Neon Trees   Everybody Talks

 

No mesmo ginásio da cena anterior, vários jovens estão espalhados pelo local, a sua grande maioria no interior da quadra, dançando. Corta para a entrada, Roger e Cláudio aparecem.

 

Roger: Você não adora este lugar? É festa o ano inteiro!  Vamos dançar!

 

Cláudio: Não, obrigado.

 

Helen (em off): Olá meninos!

 

Os dois se viram e sorriem para Helen. Roger pega no braço dela e a puxa. 

 

Roger (carregando-a): Vamos dançar!

 

Helen (tentando parar): Espera aí, eu ainda nem...

 

Eles saem de cena. Frisa em Cláudio esboça um sorriso e balança a cabeça. Segundo depois ele olha para a frente. A câmera se desloca, mostrando Larissa conversando animadamente com algumas garotas. Volta a imagem do rosto de Cláudio, ficando assim por alguns instantes. 

 

Interior de um banheiro. A porta abre a Cláudio entra. É possível ouvir a música, mas meio abafada. Ele para em frente ao espelho e olha seu reflexo por algum tempo. Em seguida liga a torneira, se inclina, joga água no rosto e respira fundo. 

 

A câmera mostra a porta abrindo e começa a se movimentar como se fosse a visão do personagem.

 

Música: The Calling – Anything

 

Passa desviando das pessoas que dançam abraçadas. Se aproxima de Larissa que continua conversando com as garotas.

 

Cláudio (em off): Com licença!

 

Larissa o olha sem responder. Corta a mão de Cláudio que estende para ela.

 

Cláudio: Quer dançar?

 

Mostrando um pouco de hesitação, Larissa pega na mão dele.

 

Larissa: Okay!

 

Eles se deslocam, enquanto as meninas se olham, sem entender. Corta para os dois, que se abraçam e começam a dançar. Segundo depois, Cláudio esboça um leve riso. Larissa o olha.

 

Larissa: O que foi?

 

Cláudio: Eu não pensei que seria fácil desse jeito. Não que você seja uma garota fácil, longe disso. Mas em todos estes anos, a única coisa que eu quis foi me aproximar de você.

 

Larissa: Então por que não falou comigo antes? Moramos no mesmo condomínio e nunca me disse um “oi”.

 

Cláudio a olha com certa surpresa.

 

Cláudio: Eu não pensei que pudesse se interessar.

 

Larissa: Por que não? Eu sou apenas uma garota comum.

 

Cláudio (após alguns segundos): Não, não é não.

 

Ele aproxima seu rosto do dela  e de leve seus lábios se tocam. Em seguida, começam a se beijar de forma intensa. O som aumenta, tomando conta da cena. A imagem começa a ficar um pouco lenta e começa-se ouvir uma voz masculina no fundo.

 

Voz masculina: Hey cara!

 

Continuamos a vê-los se beijando.

 

Voz masculina: Mano?!

 

Rapidamente a cena volta para Cláudio ainda se olhando para o espelho. Um rapaz está atrás dele.

 

Rapaz: Mermão você tava viajando legal ai... Me passa um pouco desse trem que você usou? 

 

Cláudio: O que você quer?

Rapaz: Lavar as minhas mãos?

 

Cláudio esboça um leve sorriso, em seguida se movimenta e sai. O rapaz dá os ombros e se aproxima do espelho. Ouve-se a porta abrindo.

  

 

Lado de fora. Cláudio começa a passar pelas pessoas até que Roger e Helen se aproximam dele. 

 

Música: Pearl Jam – Black

 

Roger: Onde você esteva?  (bocejando) Está tarde né? Que tal irmos embora?  

 

Cláudio (confuso): Por quê? Acabamos de chegar.  (se anima) Você tem razão, Roger. 

 

Roger: Eu sempre tenho! Mas me ajude a lembrar o motivo dessa vez...

 

Cláudio: Eu vou entrar para o time. Vou conquistar o meu espaço, me aproximar da Larissa e mostrar quem realmente sou e o que posso ser para ela.

 

Roger abre a boca para falar e pensa por alguns segundos.

 

Roger: Pensando bem, talvez não seja lá uma boa idéia se sua intenção for exclusivamente essa!

 

Cláudio: Por que não?

 

Roger hesita em falar. Cláudio se mostra impaciente.

 

Helen: Eles assumiram o namoro, Cláudio.

 

Cláudio: O quê?

 

Helen: Olha para sua direita.

 

A câmera vira junto com ele. Larissa e Léo estão dançando abraçados e trocando carícias. Após alguns segundos ambos começam a se beijar. Close no rosto de Cláudio expressa profunda tristeza e frustração.

 

Roger: Mas tava na cara que isso ia acontecer.

 

Helen o cutuca forte no braço. Roger coloca a mão no lugar, como se tivesse sentindo dor. Ela olha para Cláudio com uma expressão de pena.

 

Helen: Sinto muito.

 

Cláudio (voz barganhada): É, eu também.

 

Ele abaixa a cabeça e devagar começa a sair. Helen e Roger o seguem. Corta mais uma vez para Larissa e Léo se beijando. Sobe a imagem numa visão aérea do ginásio ainda lotado. A tela escurece.

 

Abre mostrando novamente a cidade de cima. 

 

Música: Switchfoot - Meant To Live

 

Vemos uma praça, depois uma lanchonete, um bosque, até transparecer para a frente da casa de Cláudio. Cortando para dentro. Lucio e Silvia estão na sala, discutindo. A música diminui o volume.

 

Lucio: O que você quer de mim, Silvia? Eu não cheguei mais cedo? Não era isso que tanto me cobrava?

 

Silvia: Eu quero que você vá embora.

 

Lucio: Eu não vou sair. Eu amo nossa família.

 

Silvia: Deixa de ser cínico... Chegar um dia mais cedo não vai consertar o que já foi quebrado há muito tempo.

 

Lucio: Então me deixe tentar fazer as coisas certas dessa vez. 

 

Silêncio por alguns segundos.

 

Silvia: Se você não sair, eu faço as minhas malas junto com as do Cláudio.

 

Lucio: Não! Eu não vou permitir isso! Olha, eu posso mudar, eu juro! Só me dê mais uma chance?

 

Silvia: Quantas chances você já teve? (voz alterada) Eu não aguento mais!

 

Ouve-se o barulho da porta abrindo. Eles olham na direção da entrada. Cláudio está parado, olhando-os.

 

Cláudio: Está tudo bem por aqui?

 

Silvia: Sim, está sim, meu amor (tenta se controlar, sorri levemente) Estamos apenas conversando.

 

Lucio: Isso, o tom que deu uma alterada de leve, dando a impressão de que nós...

 

Cláudio (interrompendo): Eu não sou mais criança.

 

Cláudio se aproxima dos pais e para em frente da mãe que lhe dá um beijo no rosto. Cláudio sorri levemente e olha sério para Lucio. 

Lucio: Como foi sua noite, filho? 

Cláudio não responde e começa a subir a escada, saindo de cena. Silvia balança levemente a cabeça em sinal de negativo e caminha em direção à cozinha. Lúcio fica parado, passa a mão na cabeça, suspira, fecha os olhos e senta no sofá. 

 

Quarto de Cláudio. A porta abre e ele entra, visivelmente abatido. Senta na cama.  

 

Continuação - Switchfoot - Meant To Live

 

Cláudio (em off): Às vezes, épocas piores sucedem as boas, como se a vida fosse uma gangorra, num eterno sobe e desce...   

 

Banco de trás de um carro. Léo e Larissa estão se beijando de forma bastante intensa.

 

Continuação - Switchfoot - Meant To Live

 

Cláudio (em off): Momentos nos animamos, nos outros, nos decepcionamos.

 

Eles param de se beijar e se olham por alguns instantes. Larissa começa a tirar a blusa. Close no rosto de Léo, que se mostra animado.

 

Uma senhora está sentada em um sofá. Ela está olhando para a tv.

 

Continuação – Switchfoot – Meant To Live

 

Cláudio (em off): Mas quando nos sentimos com a vida pelo avesso, dependo muito, de nós mesmos, dar o impulso inicial para começar a subir.

 

A câmera se abaixa lentamente, mostrando ela acariciando os cabelos de Helen que está deitada em seu colo, com os olhos fechados.

 

Quarto de Roger. Ele está sentado no chão, encostado na cama, jogando vídeo game.

 

Continuação – Switchfoot – Meant To Live

 

Cláudio (em off): E principalmente não deixar a pequena chama dentro da gente...

 

Fixa sua imagem por alguns instantes, até transparecer para Lucio sentado no sofá com um copo de whisky na mão.

 

Continuação – Switchfoot – Meant To Live

 

Cláudio (em off): Que se mantém acessa qualquer seja o tempo lá fora...

 

Corta para Silvia, na cozinha. Seu olhos estão cheio de lágrimas.

 

Cláudio (em off): ... Apagar.

 

Frisa a imagem dela por alguns instantes, até transparecer para dentro do quarto de Cláudio. Ele continua sentando na cama, abatido.

 

Continuação – Switchfoot – Meant To Live

 

Cláudio (em off): Chama essa que tem o nome de ... “esperança”.

 

Ele deita na cama e fecha os olhos. A câmara se afasta lentamente até a tela escurecer.

 

 

 

 

 

Elenco Principal:

 

Beau Mirchoff como Cláudio

Emma Roberts como Larissa

Calvin Goldspink como Roger

Anna Popplowell como Helen

David Gallegher como Léo

Joana “JojoLevesque como Amanda

 

Secundários:

 

Nicole de Boer como Silvia
Johnny Messner 
como Lucio
Faith Ford 
como Rosangela
Ted McGinley 
como Jonatas
Julie Walters 
como Rosa
Barry Corbin 
como Roma
Jonathan Bennett 
como Felipe
Daniel Clarck 
como Gil

 

Trilha Sonora:

 

Relient K- Be My Escape

Counting Crows - Accidentally In Love

The Ataris - Your Boyfriend Sucks

The Calling – Anything

Pearl Jam – Black

Switchfoot - Meant To Live

 

Música Tema:

 

Switchfoot - Meant To Live

 

Criado e Escrito por:

 

Thiago Monteiro

 

                                                       

 

 

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