Visão
aérea
de um ônibus escolar passando por uma estrada. Manhã. Música: Fall Out Boy - A Little Less Sixteen,
Candles, A Little More Touch Me, A A
câmera se aproxima do veículo, até cortar para dentro. Um
homem [Eugene Levy] de óculos e cabelos grisalhos está em
pé de frente para todos, fazendo gestos para que os alunos
se acalmem. Homem:
Criançada... Se comportem, por favor! O
som da bagunça abafa a voz dele. A imagem se movimenta até
o meio, onde Cláudio e Helen estão sentados do lado
esquerdo das poltronas. Roger está na poltrona da frente,
de joelhos e conversando animadamente com eles. Helen
(incrédula):
Não acredito que foi você que apertou o alarme de incêndio
ano passado. Cláudio
(sorrindo
e subindo as sobrancelhas): Sei
que pode ser uma espécie de choque saber disso. Mas
acredite, fui eu. (ri). Roger:
Agora minha vez, minha vez! (pensativo)
Vocês se lembram do sumiço das pastas com as notas finais
ano retrasado? Helen:
Aquele que deu até polícia? Roger
(dando
uma risadinha e subindo e descendo as sobrancelhas):
Pois é! Helen:
Sério? Cláudio:
É mentira dele. Roger
(entortando
a boca):
Tá, mas eu tive a mesma ideia. Só fui um pouco lento na
execução. Cláudio
e
Helen riem. Vemos a cintura de alguém passando ao lado
deles e indo em direção da parte da frente do ônibus.
Corta para Larissa sentada na primeira poltrona, do lado
da janela. Vemos o movimento da pessoa sentando ao lado e
em seguida cortando para o rosto de Léo. Larissa não o
olha. Larissa:
Esse lugar está ocupado. Léo:
Lari, já passou do tempo da
gente conversar. Larissa:
Não temos nada pra conversar. O que vai dizer? Que não teve
intenção de me trair? Léo:
Eu sinto muito, okay? Sei que
pisei feio na bola, não nego que fui um tremendo cafajeste
contigo naquela noite. Mas, por favor, me dê uma chance de
consertar isso? Larissa:
Consertar como? Não dá pra voltar atrás no que fez, e muito
menos me fazer esquecer isso. Você não apenas beijou uma
garota, vou ia transar com ela se eu não tivesse
interrompido. Léo:
Mas não aconteceu, certo? Graças aos céus você apareceu
antes. Larissa
(rindo
nervosamente):
E você espera que eu acredite que foi a primeira vez? Que todas
as vezes em que eu exagerei na bebida e você simplesmente
desapareceu, foi porque você já estava em casa
descansando? Que as garotas que me olhavam e cochichavam depois das
festas estavam comentando sobre o meu cabelo despenteado e não
sobre o chifre que eu acabava de levar? Léo:
Não comece a criar teorias... É claro que foi a
primeira... Larissa
(interrompendo):
Eu não sou idiota, Leonardo! Sei muito bem que esse papinho
de ‘meu amor’ nunca foi sério. De ambas as partes, bem
dizendo. Mas pelo menos eu esperava que se fizesse algo
escondido, que fosse literalmente escondido, em outra
cidade, talvez... Mas não escancarando pro colégio inteiro
que estava me traindo. Larissa
olha
pra janela e Léo sem saber o que dizer, olha pra frente e
bufa. Fundo
do
ônibus. Roger está parado em frente à porta do banheiro.
Close na luz vermelha em cima que diz ‘ocupado’. A luz se
apaga e a porta abre. Amanda sai e ambos se encaram. Amanda:
É todo seu. Roger
(seguindo-a
com o olhar):
Obrigado. Corta novamente para
Léo e Larissa na parte da frente. Léo:
Tá certo. Mas a verdade é uma só... Não significou nada pra
mim. É por você que eu tenho sentimentos. Larissa:
E se fosse o contrário? Você estaria disposto a me perdoar
se me pegasse na cama com outro? Léo:
Você não faria uma coisa dessas. Larissa:
Não tenha tanta certeza. Amanda
aparece
e coloca as mãos na cintura. Amanda:
Posso voltar pro o meu lugar? Léo
(sorrind0):
Amandinha, querida, doce e
compreensiva. Se importaria de trocar comigo? A Larissa e eu
ainda precisamos resolver alguns assuntos. Amanda
(irônica):
Léo,
fofo,
querido e fiel. Na verdade, me importaria sim. Não gosto da
bagunça do fundão. (sorri).
Léo
fecha
a cara e olha pra Larissa, frustrado. Léo:
Nós ainda não terminamos. Larissa:
Ah terminamos... E de forma bem literal. Ele
levanta,
lança um olhar sério para Amanda e sai. Amanda sorri e
senta ao lado da amiga. Larissa:
Vê se agora tenta segurar até a gente chegar, pode ser? Amanda
(fazendo
cara de nojo):
Ew! Eu fui retocar a maquiagem.
Nunca sentaria num banheiro de ônibus a não ser que fosse de
extrema urgência. Corta
para
Léo passando furioso no meio do ônibus. Ele e Cláudio se
encaram. Léo:
Tá olhando o que, imbecil? Cláudio
entorta
a boca e não responde. Léo continua andando. Helen:
Quando será que esse garoto vai crescer? Cláudio
(sorrindo):
Está soltando fogo pela boca desde que levou um fora da
Larissa... Pelo menos uma coisa boa nesse mar de decepções que é a minha vida. Roger:
E fiquei sabendo que o negócio foi feio mesmo. Ela não quer
vê-lo nem pintado de ouro (sorri para Cláudio)
Chegou sua chance, amigo! Cláudio:
Ah claro, a primeira coisa que ela irá fazer é correr para
os meus braços. Sendo bastante realista, essa birrinha entre
os dois não dura mais que um mês. Helen:
Também acho. Sendo tão superficial, difícil pensar que ela
vai terminar de vez com o rei do colégio. Cláudio
(para
Roger):
Viu? Não dê asas à sua imaginação. Roger
(surpreso):
Estamos vendo uma evolução aqui? Estamos? Helen
olha
para Cláudio e sorri admirada. Cláudio fica pensativo por
alguns segundos e depois sorri também. A música de
abertura começa a tocar, enquanto a câmera sai do ônibus,
mostrando-o dirigindo pela estrada quase vazia. A tela
escurece.
Parte
interna
do ônibus. Larissa e Amanda conversam. Música: The 88 - How Good It Can Be Amanda:
Então acabou mesmo? Sem chances de reconciliação? Larissa:
Não sem antes dar o troco. Não vou ficar com fama de corna e
mansa. Amanda
(sorrindo):
E posso saber o que pretende fazer? Larissa:
Estou pensando em algo. Vamos aguardar. Amanda
continua
sorrindo olhando para a amiga, enquanto Larissa olha pra
frente e também sorri. Corta
para
a parte do meio, onde Cláudio, Helen e Roger estão. Roger
(olhando
para Helen):
Agora é sua vez de nos contar algum podre de sua existência.
Cláudio
(fazendo
careta):
Não, acho que não. Helen:
O quê? Acha que sou incapaz de ter feito algo muito errado?
Pois lamento decepcioná-lo, meu querido, mas eu colei nas
provas finais do ano passado. Roger
(chocado):
Não mesmo! Cláudio:
Justo você que tem uma enciclopédia na cabeça? Como isso é
possível? Helen:
Minha avó ficou doente no último bimestre e não tive tempo
de estudar. Como sou bolsista, não posso ficar me dando o
luxo de ficar com notas baixas, então tive que recorrer a
uma colinha básica. (sorri).
Cláudio
(bobo):
Nossa! Estou pasmo! E gostando muito desse jogo (sorri).
Helen
(sorrindo):
Cansei de repetir que não sou perfeita. Corta
para
o fundo. Léo, Gil, Felipe, outros rapazes e garotas estão
reunidos. Léo:
Okay, eu te desafio a gritar no
meio do museu a seguinte frase “Eu uso fio dental bem
apertadinho”. Gil:
Mas nem que me paguem! De jeito nenhum. Léo:
É o jogo, meu amigo! Resolveu brincar, vai ter que fazer
qualquer coisa que alguém te desafiar, mesmo que coloque sua
masculinidade em dúvidas. (sorri). Todos
riem.
Gil balança a cabeça, negando, depois faz sinal, concordando. Gil:
Certo! Farei só pra não dizer que sou covarde... Agora (olha
para
alguma garota e sorri) Priscila, eu te desafio. Priscila:
Pode mandar. Gil:
Eu te desafio a me dar um beijo bem gostoso e demorado. Priscila
(bufando):
Droga! (mexe os ombros)
Mas tudo que o jogo mandar, certo? Todos
em
volta riem novamente. A garota se aproxima de Gil e começa
a beijá-lo. A câmera gira para frente, onde Larissa e
Amanda estão. Amanda:
E as coisas com o seu padrasto? Larissa:
Finalmente me devolveu as chaves depois de um final de
semana inteiro trancada. Amanda
(rindo):
E ele não desconfiou que você fugiu na sexta? Larissa:
Quando cheguei em casaparecida estar dormindo. Se desconfiou, não disse nada. Amanda:
Legal. E a mamys, volta quando?
Larissa:
Provavelmente hoje, amanhã ou depois, ah, sei lá... Só sei que é
mais uma pra me encher. Amanda:
Pelo menos ela te enche. Pior é lá em casa que só se
preocupam com a perfeitinha. Larissa:
Quem dera eu tivesse uma irmã que fosse o centro das
atenções, assim me deixariam em paz. Amanda:
Isso não é legal. Confie em mim. Larissa
(após
alguns segundos):
Eu sei, desculpa. Reclamo tanto, que às vezes esqueço que
mesmo doidinha e alegre, você também tem seus problemas. A
câmera fixa no rosto de Amanda, em seguida no de Larissa.
Ambas sorriem de forma solidária uma para outra. Parte
do
meio, onde Cláudio, Helen e Roger estão. Helen:
Quando você vai ao médico? Cláudio:
De amanhã não passa. Estou meio nervoso com isso. Roger:
Já pensou no que vai dizer a ele? Cláudio:
Vou dizer que minha mãe me deixou à par de tudo e que eu
gostaria de mais detalhes sobre o problema. Tenho que tentar
dar uma enrolada, por conta dessa parada de ética entre
paciente e médico, não vai ser fácil ele me contar o que
está acontecendo. Roger:
Pior que amanhã minha mãe quer me levar ao shopping pra
comprar cuecas novas. Mas se quiser, eu dispenso ela pra ir
com você. Cláudio
(rindo):
Não, longe de mim estragar sua tarde perfeita com a mamãe no
shopping. Helen
(olhando
para Cláudio):
Não se preocupe. Eu vou com você. Cláudio
sorri
para ela, concordando com a cabeça. O ônibus para e o
professor levanta para dar instruções aos alunos. Professor:
Atenção primeiro A, C e vocês aí do terceiro B. Graças ao
bom Deus chegamos ao museu e vou me livrar dessa gritaria um
pouco. Agora, quero que se comportem lá dentro e não ajam
como um bando de endiabrados que sei que são. Lembrem-se de
fazer anotações dos principais pontos do local, porque vai
valer pontos na média. E nós sabemos como muitos de vocês
estão precisando disso. Close
em
Léo, Gil e Felipe que se olham sorrindo. Volta para o
professor. Professor:
Desçam em fila. Corta
para
o lado de fora e os alunos subindo uma grande escadaria. A
câmera os acompanha até mostrar a frente do local, que na
parte de cima vemos escrito ‘Museu de histórias variadas’.
Música: Hawk Nelson - The One Thing I Have Left Temos
a
visão de dentro do museu. Os alunos passam pela porta
enquanto um guia se aproxima deles, gesticulando e falando
o que não podemos ouvir por causa da música. O som vai
diminuindo, até começarmos a ouvir os passos dos alunos e
a voz do guia. Na parte de trás, Léo e os demais rapazes
cutucam Gil. Léo:
Está vendo como está cheio? Gil:
Pois é... E o lugar é bonito
também. Felipe
(sorrindo):
Não tente disfarçar. Gil:
Qual é, caras. Deixem essa passar, por favor? Léo:
Regras do jogo, meu amigo. Regras do jogo. Gil:
Okay, babacas! (respira
fundo e grita) Eu uso fio dental bem apertadinho! Várias
pessoas
do museu olham para ele e começam a rir. Guia:
Respeitando a opção sexual do amigo ali, vamos continuar...
Os
alunos
começam a se mexer, seguindo o guia. Felipe
(rindo):
Bela performance. Leva jeito pra coisa. Gil
(sorrindo
ironicamente):
Ha há, valeu. Vai ter troco. Felipe:
Minha vez... (olha para Léo) Eu te desafio! Léo:
Pode mandar. Felipe
(dando
os ombros):
Te desafio a beijar. Léo:
Espero que seja o chão, o teto, algum animal empalhado, mas
não uma garota, quando estou tentando fazer a Larissa me
desculpar. Felipe:
Ou
se preferir pode ser um cara. Quem sabe o guia? Ele parece
bem arrumadinho (sorri). Léo
(bufando):
Qual delas? Léo
olha
para as garotas que estavam com eles no ônibus. Elas
sorriem para ele, animadas. Felipe
(colocando
o braço no ombro de Léo):
Elas não... (aponta) Ela. A
câmera se movimenta para onde Felipe está apontando e
mostra Helen junto com Cláudio e Roger. Léo fecha a cara e
faz sinal de não com a cabeça. Léo:
Ficou maluco? Eu não vou beijar aquela menina! Gil:
Por quê? Tem medo de levar um fora da única garota que
poderia te dar esse fora? Léo:
Esquece! Ela não! Escolhe outra. Gil
(sorrindo):
Lamento decepcioná-lo, mas são regras do jogo, meu amigo.
Regras do jogo. Felipe:
Além do mais, o líder não vai querer dar mal exemplo, não
cumprindo uma regra que ele mesmo impôs, não é mesmo?
(sorri) Gil
(sorrindo):
Ou será que ele está com medo? Felipe:
Será que ele está com medo? Gil:
Com certeza está com medo. Léo
(nervoso):
Está bem, idiotas! Mas não agora, deixa o momento certo
aparecer. Felipe
(dando
os ombros):
Sem problemas, não deixando passar de hoje, tudo bem. Os
rapazes
começam a andar. Léo olha na direção de Helen e a encara
por alguns segundos. Ele respira fundo e volta a andar
junto com o grupo. Corta
para
outro ambiente. Roger está olhando de boca aberta para um
dinossauro. Cláudio e Helen estão próximos a ele. Roger
(encantado/bobo):
Uau! Olha o tamanho desse bicho! Cláudio
(ao
ouvido de Helen):
Ele se impressiona com qualquer coisa grande. Ambos
riem.
Helen olha para as mãos de Cláudio. Helen:
Não vai anotar? Cláudio:
Vou pesquisar na internet mais tarde. (olha
para ela) Não estou te vendo com nenhuma caneta nas
mãos também. Helen
(sorrindo):
Vou arquivar na memória primeiro. Cláudio:
Ah claro, esqueci que você é um computador que anda. Exceto
pela parte que teve que colar ano passado (sorri). Helen:
Deve ter sido um grande choque pra você saber que eu erro
de vez em quando, huh? Cláudio
(sorrindo):
Não vou dormir direito pelos próximos três meses. Ambos
riem
novamente e se aproximam mais de Roger. A câmera muda para
um ângulo aéreo da cena. Após alguns segundos a tela
escurece. Abre
mostrando
o lado externo do museu. Os alunos estão espalhados nas
mesas do que parece ser uma lanchonete. Corta para uma
mesa específica, onde Larissa e Amanda estão. Larissa olha
para o braço de Amanda. Larissa:
Que relógio é esse? Amanda
(mostrando
o relógio no braço):
Lindo, não? Peguei no quarto da minha mãe enquanto ela está
viajando. Não é chique? Larissa:
Sim e deve custar uma fortuna. Amanda:
Acredito que sim, mas o valor dele é mais sentimental...
É relíquia da família. Larissa:
Então deixa sua mãe saber que você pegou. Amanda
(sorrindo): Ela não vai descobrir, devolvo antes que ela perceba... Tenho pego as coisas dela escondido há algum tempo. (refletindo) Acho que devo ter algum tipo de distúrbio. Larissa
(sorrindo):
Sim, busca pela atenção. Larissa
olha
para frente e para de sorrir ao que parece observar uma
mesa. Ela franze a testa e fica pensativa. A câmera gira e
mostra Cláudio, Helen e Roger em outra mesa. Cláudio:
Vou ao banheiro. Roger
e
Helen acenam com a cabeça. Cláudio sai. O professor chama
a atenção dos alunos. Professor:
Um momento, por favor! A partir de agora vocês estão livres
para pesquisar pelo museu sem a minha supervisão e sem o
acompanhamento de um guia. Portanto, sejam comportadinhos
e não envergonhem a escola. Fui claro? Ele
acena
com a cabeça e se vira. Os alunos começam a comemorar e
aplaudir. Ele se vira novamente e todos param.
Após alguns segundos, sai de vez. Corta para a mesa onde
Léo e os rapazes estão. Felipe:
E então? Léo:
Quer fazer o favor de esperar? Não está vendo que ela está
acompanhada? Gil
(rindo):
O quê? O débil mental ali está te inibindo? Léo:
E o que você espera? Que eu chegue lá e force ele a sair de
perto, apenas para conseguir um beijo de uma garota que deve
me odiar por causa dos amigos? Gil
sobe
as sobrancelhas e olha para Felipe, concordando. Léo faz
sinal com o dedo na cabeça do tipo “usem o cérebro” para
os dois. Frente
a
um banheiro. Cláudio sai do local e se depara com Larissa
encostada na parede, olhando para ele. Ele franze a testa,
hesita um pouco, mas vai até ela.
Cláudio:
Oi? Larissa
(sorrindo):
Oi. Cláudio:
Como você está? Fiquei preocupado contigo depois daquele dia
no parque. Larissa:
Estou bem. Conversar com você naquela noite me deixou muito
melhor. Obrigada. Cláudio
sorri
admirado. Larissa olha para os lados e depois olha para
ele. Larissa:
Quer dar uma volta? Cláudio
(desconfiado):
Mesmo? Mas e as pessoas? Larissa
(puxando
o braço dele/sorrindo):
Está com vergonha de ser visto comigo? Ela
continua
puxando-o até leva-lo para outro ambiente. A imagem
transparece até a mesa onde Roger e Helen estão. Helen:
Não acha que o Cláudio está demorando um pouco? Roger
(levantando):
Vou dar uma olhada. Com a gangue solta, nunca se sabe se vão
resolver aprontar pra cima da gente. Helen
concorda
com a cabeça e Roger sai. A câmera se desloca até a turma
da Elite. Felipe:
Tá maluco, cara? Rabiscar um quadro? Isso dá cadeia! Gil:
É o jogo, jovem. Tem que obedecer. Felipe:
Isso já está indo muito ao extremo pro meu gosto (olha
para Léo) Léo? Léo
(dando
os ombros):
Não olha pra mim. E depois do meu desafio, eu bem que estou
torcendo pra que seja pego. Priscila
se
aproxima deles. Priscila:
Céus, você são tão mariquinhas! Eu vou com você. Felipe
(sorrindo):
Mesmo? Priscila
(sorrindo):
Vamos dizer que fico bem excitada em fazer coisa errada. Ela
estende
a mão para ele, que pega com bastante ânimo na mão dela e
ambos saem. Corta
para
Roger saindo do banheiro e olhando para os lados. Parada
ao lado do banheiro feminino e de braços cruzados, está
Amanda. Roger se aproxima dela. Roger
(sorrindo):
Devemos parar de nos encontrar em banheiros. Amanda
o
ignora e olha para cima. Roger:
Esperando alguém? Amanda
(sarcástica):
Não,eu que tenho mania de ficar parada próxima aos banheiros. Roger:
Deve ser algum tipo de TOC, mas quem sou eu pra julgar? (sorri) Viu o Cláudio por aí? Amanda:
E eu tenho cara de quem fica observando pra onde seu amigo
vai? Roger:
Ô coisinha ignorante, só estou perguntando. Quer saber de
uma coisa? Gostava mais de você quando fingia que era uma
pessoa legal. Amanda
não
responde e revira os olhos. Roger encosta na parede
ao lado dela e cruza os braços. Amanda o olha de forma
séria. Amanda:
O que está fazendo? Roger:
Bom, você perdeu sua amiga quando ela disse que ia ao
banheiro... Eu perdi meu amigo quando ele disse que ia ao
banheiro... Então... Amanda:
Aham e você está sugerindo que
eles possam ter saídos juntos? Roger:
Ficou sabendo que eles também têm uma história com
banheiros? Amanda:
Você enlouqueceu... Olha quantas pessoas neste museu pra ela
sair justamente com alguém que não gosta. Roger:
Mas entre essas pessoas, quem é o maior desafeto do
ex-namorado? Amanda
fica
pensativa por alguns segundos e olha para Roger. Ele sorri
para ela. Amanda:
Não, ela não faria isso. Roger:
Qual é, você conhece sua amiga. E no fundo deve concordar
que não existiria vingança melhor que essa. Amanda:
Tá bom. Digamos que você tenha razão. Mistério desvendado,
então, bye, bye! Ela
se
vira e começa a andar. Roger a segue. Amanda:
Você ainda está aqui... Roger:
Por mais que seja uma boa vingança, pode não acabar bem,
tanto pro meu brother, quanto
pra sua sister. Proponho que os
procuremos juntos e impeçamos uma tragédia anunciada. Amanda:
Quanto exagero! O máximo que vai acontecer é o Léo surtar e... Roger
(completando):
Quebrar o museu, junto com a cara do Cláudio e a Larissa
levar toda culpa como pivô. Amanda
para,
morde os lábios e olha para Roger. Amanda:
Está bem, vamos procurá-los. Mas certifique-se de não sermos
vistos juntos. E se alguém aparecer, vou fingir que não te
conheço. Roger
(sorrindo):
Prometo nem vai notar que estou por perto. Amanda
o
olha com desconfiança e depois volta a andar. Roger ainda
sorrindo, vai atrás. Refeitório.
Helen
está sozinha na mesa. Léo se aproxima e senta ao lado
dela. Léo
(contido):
Oi Helen. Helen
olha
para cima por alguns segundos. Léo:
O que foi? Helen:
Estou vendo se não vai chover. Há quanto tempo não fala
comigo? Dois anos, três? Léo:
Mais ou menos isso. (sem
jeito) Andei meio ocupado, você sabe. Helen
(sorrindo):
Claro que sei. Rapaz mais popular do colégio, não teria como
perder tempo com a ex-amiga
suburbana aqui. Isso se um dia você realmente me considerou
assim. Léo:
Não é tão simples assim. E você também não veio mais falar
comigo. Helen:
Não tem problema, não. Vendo o que você se tornou, dou
graças a Deus que tenha se afastado. A
câmera se aproxima do rosto de Léo. Um clarão toma conta
da tela. Na
cena
vemos Léo andando pelo corredor do colégio. Ele segura um
papel e olha para as portas, visivelmente perdido. Léo:
Mas que coisa mais doida é essa? Ele
coça
a cabeça. Atrás dele, ouvimos a voz de Helen. Helen:
Olá? Posso te ajudar em alguma coisa? Léo
se
vira, olha para Helen por algum tempo e sorri. Léo:
Na verdade, pode... (mostra o papel a ela) Onde fica
essa sala? Helen
(rindo):
O sistema de busca daqui é maluco mesmo, leva um tempinho
até se acostumar. Um
som
instrumental toma conta da cena, encobrindo o que Helen
diz. Ela aponta para as portas e caminha junto com ele. Helen
(em
off):
Eu te apresentei o colégio, te mostrei cada ponto e como
as coisas funcionavam por ali. Mas o melhor de tudo, é que
disso nasceu uma sintonia entre nós. Ficamos amigos,
estávamos sempre juntos.
Vários
flashes
de ambos são nos mostrados, como eles conversando
animadamente no refeitório, na praça da cidade, na
lanchonete do centro. E um flash especial e um pouco mais
demorado de Helen encostada numa árvore. Uma mão se
aproxima do rosto dela e coloca uma flor em seu cabelo.
Ela sorri e a câmera se desloca mostrando Léo também
sorrindo. Eles se olham com bastante intensidade e
aproximam seus lábios. Helen
(em
off):
Até que ... Antes
de
seus lábios se encontrarem, corta para um grupo de rapazes
caminhando pelo corredor do colégio. Os vemos de costas,
com jaquetas iguais e com “Gladiadores” escrito em todas.
Helen vem caminhando de frente para eles e para, sorrindo.
A câmera dá um giro e mostra Léo entre os rapazes. Ela a
olha, mas ele passa rindo com os demais, sem notá-la.
Lentamente Helen desfaz o sorriso. Helen
(em
off):
Você nunca mais falar comigo... Um
clarão
toma conta da tela novamente e volta para eles no museu. Léo:
Helen, eu nem sei o que te dizer. Helen:
Comece dizendo que está fazendo aqui, agora, depois de tanto
tempo? E por que se tornou um completo idiota? Será que eu
fui cega o suficiente à ponto de não enxergar o quanto você
não valia nada? Léo:
Vamos lá, primeiro, eu não me tornei um idiota. Eu sou o
mesmo que você conheceu anos atrás. Talvez um pouco
diferente sim, mas em momento algum eu agi com falsidade com
você. Nossas conversas, risos, tudo foi verdadeiro. Mas as
pessoas se afastam, Helen. É uma pena, mas acontece o tempo
todo. Helen:
Tá bom, se acha normal se afastar de uma pessoa que
supostamente gostava, é seu direito. Mas o que está fazendo
aqui, neste momento? Léo:
Talvez tenha me dado saudades daquele tempo. Helen
(sorrindo):
Espero que morra sentindo isso. (levanta)
E só pra constar, eu não sinto a mínima saudades. Ela
sai
e deixa ele sozinho. Léo passa a mão na cabeça e olha para
o lado. Gil faz sinal com a mão para ele. Léo acena
pedindo calma. A tela escurece. Abre
com
Cláudio e Larissa em uma sala escura. Larissa está olhando
um telescópio. Larissa
(encantada):
Meu Deus! Olha como o universo é lindo! (segurando
a mão de Cláudio) Dá só uma olhada neste planeta. Ela
se
afasta e Cláudio se aproxima do telescópio. Cláudio:
Se não me engano, é Marte. Em certas condições climáticas é
possível vê-lo à olho nu, sabia? Larissa
(sorrindo):
Eu sou uma negação para essas coisas. Cláudio:
Eu também não sou expert no assunto. Mas gosto de olhar as
estrelas. Me faz bem. Larissa:
E era isso o que estava fazendo naquela noite? Cláudio
(sorrindo):
Uma das. Larissa
(sorrindo):
Talvez eu comece a pegar o mesmo hábito. Talvez nos
encontremos mais vezes no parque. Eles
trocam
olhares, sorrindo um para o outro. Larissa:
Vamos, quero ver o meu peso em Júpiter. Corta
para
Roger e Amanda entrando numa sala onde há vários carros
antigos. Roger fica bobo ao vê-los. Roger:
Olha pra esses carros! Amanda:
Um monte de sucatas. Roger:
Relíquias, minha filha! (se
aproxima) Só uma dessas “sucatas” aí, vale
mais que sua casa. (encantado)
Cara, ainda quero ter um desses. Amanda:
Rouba o museu. Roger
(sorrindo):
Sabe que não seria má ideia? Há espaço pra mais um, tipo Bonnie e Clyde,
o que acha? Amanda
(irônica):
Estou tentada. Posso pensar a respeito? Ela
vira
e vai em direção à saída. Roger vai atrás. Roger:
Nós ainda não vimos todos os carros. Amanda:
Não é esse nosso foco! Mas pode ficar se quiser. Roger:
Sem
problemas.
Não vai ser a última vez que virei num museu mesmo. Numa
sala
cheia de quadros, Cláudio e Larissa caminham, conversando.
Cláudio:
Desculpa ter que dizer isso, mas além de curioso, estou
confuso. Até outro dia você abominava a minha existência.
Agora estamos aqui, conversando como se fossemos amigos.
Qual é a pegadinha? Larissa
(rindo):
Acha que estou armando contra você? Não sei se lembra do que
aconteceu comigo, mas última coisa que faria, seria me
juntar ao Leonardo neste momento. Cláudio:
Eu sei. Mas não pode me condenar por achar estranho essa
mudança repentina. Larissa:
Na verdade eu não sei te dizer ao certo. O fato é que pela
primeira vez, me senti cansada disso tudo. E mesmo depois de
ter sido tão má com você, ainda assim estava disposto a me
consolar. Talvez isso tenha aberto uma brecha para que
possamos, pelo menos, conversar um com o outro. Cláudio:
Longe de todos, ou na presença de qualquer um? Seriamos
tipo, amigos secretos? Larissa:
Sem se esconder. Tá bom pra você? Cláudio
(sorrindo):
É o que eu sempre quis. Eles
continuam
caminhando, devagar. Um breve silêncio toma conta da cena.
Larissa:
E seu pai, tem falado com ele? Cláudio:
Não o tenho visto desde que se mudou. Ele liga as vezes, mas
não faço questão de atender. Larissa:
Mas se ele tentasse compensar, tipo, recomeçar do zero. Acha
que seria tarde pra isso? Cláudio:
Não sei te responder, vai depender muito das circunstancias da
volta. A verdade é que várias feridas já foram
abertas, acho muito difícil cicatrizar. Larissa
(abaixando
o olhar):
Pois é, eu entendo completamente o que está passando. Cláudio
(percebendo
a leve tristeza da garota):
Hei, mas não vamos estragar esse momento raro com coisas
tristes. Vem, tem uma sala aqui que você vai adorar. Ele
pega
na mão dela e ambos entram em outro ambiente. A câmera
gira e para em Helen e Léo caminhando por outra sala. Léo:
E a dona Rosa, como vai? Helen:
Não estou falando com você. Léo
(sorrindo):
Acabou
de falar. Helen
lança
um olhar serio para ele e começa a acelerar os passos. Léo
continua indo atrás. Léo:
Qual é, Helen... Deixa de ser infantil. Helen
(parando/nervosa):
Eu que sou infantil? Não uma certa pessoa que tentou
humilhar meu amigo, por causa de um simples refrigerante
derrubado na namoradinha cheia de não me toques dele? Léo:
Sabe de uma coisa? Você é muito metida à madura, cheia de
poses. Talvez se tentasse viver um pouco, as pessoas não se
cansariam de você depois algum tempo. Helen
respira
ofegante e visivelmente nervosa o empurra. Depois vira e
começa a andar ainda mais depressa. Léo olha para os céus
e em seguida corre atrás dela. Léo:
Droga! Helen, espera! Não foi isso que eu quis dizer. Roger
e
Amanda caminham por outro ambiente. Amanda parece cansada.
Amanda:
Meu Deus! Esse lugar parece que não tem fim. Roger:
O museu é gigante, meu anjo. Amanda:
Não me chame de meu anjo. Roger:
Está certo, rainha do gelo, mal humorada. Custa se divertir
um pouco? Amanda
não
responde. Roger olha para um quadro e depois olha para
ela, sorrindo. Roger:
Então senhorita, como seu guia, tenho obrigação de
informa-lhe que este quadro foi pintado em mil e lá vai
cacetada, por um pintor famoso que sofria pra conseguir um
pão para comer, mas que hoje seus rabiscos valem milhões. Amanda
esboça
um sorriso e tenta se segurar. Roger percebe o sorriso. Roger:
Não pode ser! Ela sabe sorrir! Amanda
(se
rendendo):
Você é um palhaço, sabia? Roger:
Me disseram uma vez que fui enviado à terra justamente para
fazer as pessoas rirem. Estou começando a acreditar nesse dom. (sorri). Amanda
(sorrindo):
Vem... Vamos procurar um lugar pra sentarmos um pouco. Roger
(sorrindo):
Sabia
que
no fundo você estava com saudades de conversar comigo. Amanda:
Não estrague o momento. Amanda
se
vira e se esbarra em alguém. O impacto faz com ela caia de
costas para o chão. Roger rapidamente se aproxima,
levantando-a. Roger:
Você está bem? Amanda:
Acho que sim. Roger
(olhando
para os lados):
Cadê o idiota que te derrubou? (em
tom alto) Hei! Amanda:
Roger, deixa. Fui eu que o atropelei. Roger:
Você está bem mesmo? (mostra
três dedos para ela) Quantos dedos tem aqui? Amanda
(dando
um tapa na mão dele e rindo):
Para com isso. Ela
coloca
a mão no pulso e para de rir imediatamente. Amanda:
Oh meu Pai! Meu relógio! Roger
olha
para baixo, se abaixa e pega. Roger:
Está aqui. (franze a testa) Mas
me
parece meio descartável... Quebrou com uma simples queda. Amanda
imediatamente
pega o relógio da mão dele e se desespera, andando de um
lado para o outro.
Amanda:
Não! (desesperada)
Definitivamente, não! (faz
cara de choro) Minha vida acabou! Roger:
Por causa de um relógio? Amanda:
Mas não é um simples relógio! É uma relíquia da família.
Peguei da minha mãe sem ela saber, e quando ela ver o
relógio assim, é capaz que me mande para um colégio interno!
Roger:
Não exagera. (pega o relógio
da mão dela) Talvez dê pra consertar (fazendo
careta) Ou talvez seja mesmo o fim da sua existência.
Amanda
(fazendo
novamente cara de choro):
Estou ferrada! Roger
coça
a cabeça e fica pensativo por alguns segundos. Ele olha
para ela e esboça um leve sorriso. Roger:
Pode ser que haja uma solução para o seu problema. Amanda
(se
animando):
Mesmo? Jura? Sei que você adora fazer piadas, mas agora não
é o momento. Roger:
Não estou brincando. Eu conheço um restaurador que faz
milagres. O cara é fera, deixa como novo e funcionando
qualquer coisa que tenha existido séculos passados. Amanda:
Nossa! Me passa o endereço dele. Roger:
Aí é que tá, demanda um tempinho pra ele fazer... Sem
falar que muitas outras bugigangas podem estar na frente. O
cara é muito ocupado! Amanda:
Em quanto tempo acha que ele pode ver isso pra mim? Roger:
Um mês, talvez dois. Amanda
(desesperada):
Eu não tenho um mês! Sequer tenho três dias. Roger:
Mas ele é um grande amigo do meu pai, e talvez passa me dar
certa prioridade... Amanda:
Qualquer coisa, me diz seu preço! (pensativa)
Menos sexo, óbvio. Prefiro morar num internato do que vender
meu corpo. Roger
(rindo):
Calma, eu jamais te pediria uma coisa dessas. Quando
fizermos sexo, vai ser porque você vai me jogar na
cama. Amanda:
O que você quer então? Roger:
Sabe qual meu filme favorito? Namorada de aluguel. Amanda:
E daí? Quer um dvd? Roger
(sorrindo):
Não. O filme conta a história de um rapaz que pra conseguir
um status melhor no colégio, aluga a garota mais popular do
pedaço, em troca de comprar outro vestido da mãe que ela
destruiu. O vestido, claro, custava uma fortuna e ele era
sua única esperança no momento. Amanda:
Lá vamos nós com uma ideia insana... Não vai me dizer que
quer que eu finja ser sua namorada? Roger
(sorrindo):
É exatamente isso que vou propor. Você finge que é minha
namorada por um período de tempo e depois que eu me tornar
“o tal”, a gente termina. Amanda:
Essa é a coisa mais estúpida, retardada, idiota e imbecil
que eu já ouvi! Nunca que eu me rebaixaria a tal. Não, nem pensar. Roger
(dando
os ombros):
Tudo bem, não serei eu a ter que me explicar pra sua mãe
mesmo. (começa a andar em
direção à saída) Eu nem queria estar na sua pele,
imagina se o internato for só para meninas e altamente
religioso? Puts! Amanda
fica
parada, pensativa por alguns instantes. Morde os lábios,
hesitante, bate o pé e olha pra frente. Amanda
(fechando
os olhos):
Está bem! Roger
(virando
e rapidamente indo até ela):
Mesmo? Amanda:
Tem certeza que o relógio ficará como novo? Roger:
Como novo não, porque é velho sabe... Amanda
(nervosa):
Você entendeu o que eu quis dizer! Roger
(sorrindo):
Confie em mim, o Manuel faz milagres! Antes que seus pais
voltem, vai estar nas tuas mãos. Amanda
(respirando
fundo):
Então tá, aceito ser sua namorada de mentira. Roger
(comemorando):
Isso! Yes! Uhul! Amanda:
Mas com algumas condições... Não te beijarei em hipótese
alguma, nem em público, nem em lugar nenhum. A gente pode
ser visto conversando no corredor, podemos sentar juntos no
refeitório, mas é isso. Quero um prazo para o fim. E o
problema será seu se não tiver a capacidade de se tornar “o
tal” antes do fim dessa bobeira. Roger:
Posso pelo menos te abraçar em público? Pegar na sua
mão? Amanda
(pensativa):
De vez em quando pegar na minha mão. Roger
(sorrindo):
Okay, então, feito! Termina o
baile de inverno, mas nós iremos juntos. Amanda:
Juntos no baile? Roger:
Hei, minhas condições são mínimas perto das suas...
Especialmente o que terei que fazer pra conseguir seu
relógio a tempo. Amanda:
Tá bom, vamos no baile juntos e de lá saímos (fazendo
aspas com os dedos) solteiros outra vez. Roger
(estendendo
a mão):
Temos um trato? Amanda
(estendendo
a mão):
Temos um trato! Ela
começa
a andar. Roger vai junto. Roger:
Quer assumir agora, girlfriend?
Amanda:
Só quando o relógio estiver em minhas mãos. Até lá, fica
longe de mim, mero mortal! Amanda
sorri
e sai. Roger fica parado, animado, olhando para o relógio.
Sala
dos
dinossauros. Larissa e Cláudio caminham sobre o local e
param no centro, perto de um tiranossauro. A câmera se
desloca e mostra Helen entrando na sala e Léo logo atrás.
Ela para ao ver Cláudio e Larissa juntos e arregala os
olhos. Depois vira imediatamente para Léo. Léo
(recuperando
o fôlego):
Mesmo sendo atleta, é um pouco difícil acompanhar o seu
ritmo. Ouça, me perdoa ter dito aquilo... Helen
(sorrindo):
Sem problemas! Não sou fã de dinossauros, vamos pra outro
lugar? Léo
sorri,
mas olha pra frente antes de virar. Ele desfaz o sorriso
imediatamente ao ver Larissa e Cláudio juntos. Léo:
O que a Larissa está fazendo com aquele babaca? Corta
para
os dois. Cláudio está de costas para Léo e Helen, enquanto
Larissa está de frente para ele. Ela sorri ao vê-los ao
fundo. Larissa
(sorrindo):
Posso fazer uma coisa? Cláudio:
O que você quiser. Música: Switchfoot- A
Dare You To Move Ela
se
aproxima de Cláudio e começa a beijá-lo. Ele abre bem os
olhos, surpreso, mas logo em seguida fecha-os e se entrega
ao beijo que se intensifica. Close em seus lábios que se
mexem por alguns segundos. Corta rapidamente para Léo e
Helen assistindo a cena. Léo
(furioso):
Mas eu mato aqueles dois! (começa
a andar). Helen
(indo
atrás):
Léo!
Não! Espera! Volta
para
Larissa e Cláudio que levemente desfazem o beijo. Cláudio
fica em transe. Cláudio
(bobo):
Uau! Nossa! Uma
mão
segura o ombro dele e o puxa. No momento em que vira,
Cláudio é surpreendido com um soco no rosto dado por Léo
e cai. Léo:
O que pensa que está fazendo com a minha garota? Cláudio
(sorrindo
e colocando a mão no rosto):
Tem certeza que é sua garota? Léo
furioso
vai pra cima dele, mas Cláudio o empurra com os pés e
levanta. Ambos começam a se agarrar e socar as costas um
do ouro. Helen olha pra Larissa que está sorrindo. Helen:
Não vai fazer nada? Larissa:
Quer entrar no meio, sinta-se à vontade. Os
dois
continuam agarrados e se empurram até o dinossauro, caindo
sobre ele e desmontando-o todo. Os ossos se espalham por
toda a sala e imediatamente eles param de se agarrar. A
imagem se desloca para os seguranças que correm até o
local. Segurança:
Mas o que está acontecendo aqui? Os
dois
permanecem no chão, sobre os ossos. As pessoas do local se
aproximam, formando um furdunço em volta. O professor
também se aproxima e olha para os dois.
Professor
(nervoso):
Eu não posso acreditar nisso! Cláudio
e
Léo se olham. Outro segurança chega perto do professor. Segurança:
O senhor é responsável por esses meninos? Professor:
Queria poder dizer que não. Segurança:
Me acompanhe, por favor. Tem outros dois alunos que estão
detidos na direção do museu porque foram pegos tentando
rabiscar um quadro. O
diretor coloca as mãos na cabeça e acompanha o segurança.
O outro segurança levanta Cláudio e Léo e os pega pelo
braço, levando-os juntos. A imagem corta para um ângulo
aéreo da cena, em que ainda vemos as pessoas no local,
enquanto os dois são levados. A tela escurece. Abre
mostrando
o céu escuro da cidade, que vai amanhecendo e
transparecendo para uma sala. Um homem com um ar bastante
sério está sentado a uma mesa. De frente para ele, está
Léo, sentado numa cadeira. Homem:
Você sabia que por causa desse ato primitivo de vocês, o
colégio está proibido de visitar o museu nos próximos dois
anos? Léo:
Não tinha muita coisa interessante pra ver naquele lugar
mesmo. Homem
(batendo
forte na mesa/nervoso):
Eu não estou brincando, rapaz! Pensa que porque é o astro do
time da escola, eu não vou te expulsar? Léo:
Vai fazer isso? Homem
(se
acalmando):
Ainda não. Mas está mais do que na hora de você criar
responsabilidades. Sei que é um grande atleta e exerce uma
liderança sobre muitos de seus colegas. Mas aqui buscamos
principalmente princípios e formação de caráter. Então a
partir de hoje, você vai ajudar na organização do baile de
inverno. É um grande evento para nós, mas que só é bem
realizado quando os que estão nos bastidores o fazem com
empenho. Léo
(sorrind0):
Só isso? Homem:
Pois é... Lá dentro você vai
aprender que não é só isso.. E tem
outra coisa, se eu não receber bons comentários relacionado
os seu desempenho em ajudar, não vou pensar duas vezes em
tirá-lo do time. Está entendido? Léo
concorda
com a cabeça e o diretor faz sinal com a mão para que ele
possa sair. Um
consultório
médico. Cláudio está sentado de frente para o doutor. Doutor:
Então é isso. O quanto antes ela for operada, melhores
chances têm de sobrevivência. Cláudio:
Operada? Isso é necessário mesmo? Doutor:
Filho, sua mãe foi diagnosticada com um aneurisma cerebral.
É como se houvesse uma bomba-relógio dentro da
cabeça dela, pronta para explodir a qualquer momento. Se
não fizermos nada, ela pode morrer. Cláudio
(engolindo
o choro):
Mas se operar, cura? Não há chances dela morrer ou haver
sequelas? Doutor:
Como toda operação, há riscos. Pode haver sequelas, como
cegueira, ou a não resistência da paciente. Como também ela
pode sair de lá cem por cento curada. Tudo vai depender da
gravidade da situação. Na verdade eu pedi mais alguns exames
que ela ainda não veio fazer. Preciso ter mais precisão. Cláudio
coloca
a mão na boca, ficando sem reação. Uma música instrumental
lenta toma conta da cena. Lado
de
fora. Helen está sentada no corredor, apreensiva. A porta
abre e dela vemos Cláudio saindo. Seus olhos estão cheios
de lágrimas. Helen vai até ele, bastante preocupada. Helen:
O que ele disse? Os
lábios
de Cláudio começam a tremer. Ele tenta falar, mas não
consegue e desaba a chorar. Helen imediatamente o abraça
forte. A câmera começa a se afastar lentamente fixando a
imagem dos dois abraçados por alguns segundos. Sem outro
som, apenas o choro amargo de Cláudio. A
tela escurece. Créditos
Finais: Criado
e Escrito por: Thiago
Monteiro Participações
Especiais: Mackenzie
Rosman como Priscila Eugene
Levy
como Professor Música
Tema: Switchfoot - Meant To Live Trilha Sonora: Fall Out Boy - A Little Less Sixteen, Candles,
A Little More Touch Me, A The 88 - How Good It Can Be Hawk Nelson - The One Thing I Have Left Switchfoot- A Dare You To Move |