Abre mostrando numa visto aérea, Cláudio e Helen sentados no banco da praça. A câmera muda para o ângulo de frente. Helen está fazendo carinho no cabelo dele, enquanto Cláudio está olhando pra frente, com os olhos vermelhos, marejados.

 

Música Instrumental Lenta

 

Cláudio: Que pesadelo, meu Deus! Não posso acreditar que isso esteja acontecendo.

 

Helen (com pesar): Meu querido amigo... Queria tanto poder fazer alguma coisa por você agora.

 

Cláudio (com a boca trêmula): Eu não sei se vou aguentar se alguma coisa ruim acontecer.

 

Helen (abraçando-o): Não vai acontecer nada de ruim... Vamos ter pensamentos otimistas. Sua mãe vai operar e vai dar tudo certo.

 

Cláudio (voz embargada): Não sei se consigo... Ela mesma parece que desistiu. O médico disse que faz tempo que a está esperando para novos exames.

 

Helen: Mas se você está demorando pra processar isso, imagina ela que é a portadora? (pausa) Por mais difícil que seja, você vai precisar ser forte, pra poder dar todo suporte que ela vai precisar.

 

Cláudio (fazendo sinal de positivo com a cabeça): Você tem razão (limpando os rosto) Não posso deixa-la me ver assim. Tenho que mostrar positividade... Assim, o quanto antes ela opera. 

 

Helen: Isso... E não se esqueça que eu e Roger vamos estar sempre por perto. O que precisar, não hesite, okay?

 

Cláudio esboça um leve sorriso e acena com a cabeça. Helen beija o rosto dele com bastante ternura, depois segura na mão dele e olha pra frente. A câmera se afasta lentamente dos dois, escurecendo a tela em seguida.

 

 

 

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Lanchonete. Roger está sentado à uma mesa, batendo os dedos com ansiedade. Vemos um movimento de alguém sentando à sua frente. Ele olha e começa a rir. A câmera gira, mostrando Amanda com óculos escuros e um lenço enrolado na cabeça.

 

Roger (rindo): Você fica bem nesse estilo mulçumana. 

 

Amanda: O relógio, cadê?

 

Roger (entregando o relógio): Não foi um trabalho fácil, devido ao curto tempo... Mas acho que ficou plausível.

 

Amanda (tirando os óculos/feliz): Ficou perfeito! Nem parece que derrubei! (o olha) Você salvou minha vida!

 

Roger (sorrindo): É um fato costumeiro em minha existência. 

 

Ela sorri para ele e levanta para sair. Roger a olha.

 

Roger: Te vejo no colégio então... (frisando) Namorada!

 

Amanda dá um rápido sorriso para ele e sai de forma apressada. Close em Roger que ri.

 

 

Casa de Larissa. A porta abre e Larissa entra. Rosangela aparece e vai ao encontro da filha, feliz.

 

Rosangela (feliz): Meu amor! Que saudades!

 

Ela abraça Larissa que franze a testa, estranhando.

 

Larissa: Usou alguma substância exótica na viagem? 

 

Rosangela: Essa viagem fez maravilhas comigo! Pareço uma nova mulher!

 

Larissa: Ótimo! Aproveita essa felicidade e bom humor e me faz um favor... Não deixa aquele homem chegar perto de mim outra vez, porque não vou mais aceitar ficar de castigo a mando dele... Ele não é meu pai e não manda em mim, ok? 

 

Larissa esboça um sorriso rápido e começa a subir a escada. Rosangela fica pensativa por alguns segundos.

 

Rosangela (sorrindo): Não é que o Jonatas conseguiu atingi-la mesmo?

 

 

Parte de fora da lanchonete. Roger está encostado na parede. Do outro lado, vemos Helen caminhando, de cabeça baixa. Roger a vê e corre, atravessando a rua.

 

Roger: Helen! Como foi com o médico?

 

Helen: Hei! ... Não trago boas notícias. 

 

Roger (preocupado): Pode falar... Qual foi o diagnóstico?

 

Helen: Vamos lá pra casa que eu explico tudo.

 

Roger acena com a cabeça. Segundos depois, corta para dentro da casa de Helen, com Roger sentado no sofá, de boca aberta.

 

Roger: Não pode ser verdade... Que maré de azar é essa do nosso amigo? Jesus! 

 

Helen: Ele vai precisar muito da gente neste momento... Tente agir da forma mais natural possível. Quanto mais ele ver que a gente com cara de pena, mais ele vai desanimar.

 

Roger: Não, você está certíssima. (pausa longa) Mas justo a Silvia que é uma pessoa tão boa? Tem coisas que não dá pra aceitar.

 

Helen: Pois é... Infelizmente a vida é feita de altos e baixos. Vamos torcer para que tudo acabe bem.

 

Roger a olha e sorri de leve. Helen levanta e caminha até a entrada da cozinha. A câmera foca o rosto de Roger, que se expressa abatido. A tela escurece.

 

 

Casa de Cláudio. Silvia está na cozinha, em frente ao fogão, mexendo na frigideira. Atrás dela, Cláudio está parado, a observando. Uma lágrima escorre de seu olho, que rapidamente ele trata de limpar. Silvia se vira e se assusta ao vê-lo.

 

Silvia (sorrindo/se recuperando do susto): Por Deus, meu lindo! Quer me matar de susto?

 

Cláudio tenta sorrir, mas não consegue esconder a feição triste. Silvia percebe.

 

Silvia (preocupada): Aconteceu alguma coisa?

 

Cláudio: Não... Só não tive um dia muito feliz, vai passar.

 

Ele se aproxima dela e a abraça forte e demorado. Silvia corresponde, franzindo a testa com estranheza.

 

Música Instrumental Lenta

 

Cláudio: Você sabe que é a pessoa mais importante da minha vida, não sabe? Que eu te amo mais que tudo neste mundo... Sabe disso, não é?

 

Silvia (sorrindo): Claro que sei. E embora eu ame este tipo de demonstração de carinho... Quer me contar o que está acontecendo?

 

Cláudio (sorrindo): Não é nada. Só queria que soubesse mesmo o quanto é valiosa aqui dentro (apontando o coração).

 

Silvia (sorrindo): Obrigada meu amor! E não preciso nem dizer que a recíproca é verdadeira... Eu te amo muito.

 

Ela passa a mão no rosto dele e beija sua bochecha. Segundos depois, Cláudio sai de cena e Silvia novamente franze a testa, pensativa.

 

 

Quarto de Larissa. Larissa está na mesinha, mexendo no computador. A câmera abre, mostrando Amanda deitada na cama, mexendo num ursinho de pelúcia.

 

Música: Avril Lavigne – Nobodys Home (Como se estivesse tocando em um aparelho)

 

Amanda: Vai falar comigo sobre sua atitude hipócrita com o vizinho? (pausa) Quer dizer, eu não posso ser amiga do Roger, mas você pode beijar o Cláudio?

 

Larissa: Você sabe que foi só pra provocar. 

 

Amanda: Então os fins justificam o meio, neste caso, certo?

 

Larissa: Certo...

 

Amanda: Você não pode ficar brava comigo se eu fizer algo que tenha justificativa parecida, então...

 

Larissa (rindo): Mas que papo doido é esse? De quem você precisa se vingar?

 

Amanda (dando os ombros): Deixa pra lá... Mas você é má... Muito má. Sabe que o garoto é apaixonado por você. Como acha que ele deve estar se sentindo agora?

 

Larissa: Não importa. Se ele tem um pouco de bom senso, entendeu o propósito do beijo. Além do mais, que considere um prêmio, já que a vida inteira deve ter sonhado com aquele momento.

 

Amanda (sorrindo): Mas o beijo foi bom, pelo menos?

 

Larissa: Normal...

 

Amanda (sorrindo maliciosamente): Não sei não. Quem testemunhou, disse que foi meio ardente e intenso... O que me faz questionar, até que parte foi encenação?

 

Larissa (sorrindo): Modera essa sua imaginaçãozinha fértil, okay? Não houve sentimento, ardência, nem intensidade... Apenas um beijo, nada mais que isso.

 

Amanda: Está bem... (assovia) Mas quem se justifica demais acaba levantando suspeitas.

 

Larissa pega uma almofada e joga em Amanda, que começa a rir. O som aumenta e toca em formato original. Amanda começa a provocar com o ursinho, fazendo encenação de beijos. Larissa levanta e pega outras almofadas para atacar na amiga.

 

 

Quarto de Cláudio. Ele está deitado na cama, olhando para o teto. Ouve-se um batido na porta e Roger entra.

 

Roger: Hei, meu brother! Como você está? A Helen me deixou à par de tudo... Sinto muito.

 

Cláudio: Obrigado... Vai dar tudo certo.

 

Roger: Claro que vai! Sua mãe é uma mulher guerreira... Vai sair dessa facinho, facinho. (pausa) E quero que saiba, que pode contar comigo pra qualquer coisa, tá bom?

 

Cláudio: Esperava que dissesse isso (levanta) Preciso que me acompanhe a um lugar.

 

Roger: Claro... Você manda. 

 

Corta instantaneamente para Roger num guichê pegando duas passagens de ônibus. Ele vai até Cláudio, que está parado no meio da rodoviária.

 

Roger: Tem certeza disso? Já sabe o que vai dizer quando chegarmos lá ou está agindo só por impulso?

 

Cláudio (pegando a passagem): Está na ponta da língua... Vamos, o ônibus está saindo.

 

A câmera muda para um ângulo aéreo, mostrando os dois caminhando em direção ao ônibus.

 

 

Quarto de Larissa. Dessa vez Amanda que está no computador e Larissa na cama, escrevendo num caderno.

 

Amanda (digitando): Quer dizer então, que você também foi punida?

 

Larissa: Dá pra acreditar numa coisa dessas? O diretor entendeu que eu fui o pivô da briga dos dois.

 

Amanda: O que não é mentira.

 

Larissa: Obrigada, meu amor... Agora que tal um pouco de apoio?

 

Amanda: E qual foi a punição?

 

Larissa (bufando): Dar aulas de reforço para um bando de delinquentes do quarto ano... Acha que tenho algum talento para ensinar?

 

Amanda: Pior ainda se levar em conta que você odeia crianças.

 

Larissa: Pura verdade. Só de pensar em ficar perto daquelas pestinhas, já me dá arrepios. Cruzes!

 

Amanda (sorrindo): Sabe que seria interessante? Você encontrar uma versão em miniatura da Larissa.

 

Larissa: E sabe o que seria interessante também? Você parar com essas gracinhas e me contar que boato é esse que as pessoas estão dizendo, sobre você andando de um lado para o outro no museu com aquele Roger?

 

Amanda: Por que não diz apenas "Roger"? Ele me convenceu a ir procurar vocês, pois sabia que a sua aventura não ia acaber bem.

 

Larissa: Mas precisava ser com ele?

 

Amanda: Óbvio, né? Quem mais ajudaria tirar o Cláudio de perto? O Gil?

 

Larissa (pensativa): É, você tem um ponto... Mas o que vocês conversaram?

 

Amanda: Que tal a gente mudar de assunto?

 

Larissa: Então você pode me encher de perguntas e eu não?

 

Amanda: Não, porque eu sei muito bem onde você quer chegar com isso. Pro seu governo, não rolou outro beijo, nem sentimentos confusos, tá bom?

 

Larissa (desconfiada): Se você diz.

 

Amanda (nervosa): Quer parar de fazer essa cara?

 

Larissa (rindo): Que cara?

 

Amanda: Essa cara aí, de quem não acredita no que estou dizendo.

 

Larissa (sorrindo): Deixa de ser boba. É a única cara que tenho.

 

Amanda faz careta para ela e se vira para o computador. Larissa novamente ri.  

 

 

Parte de dentro do ônibus. Cláudio e Roger estão sentados nas primeiras poltronas. Cláudio do lado da janela e Roger no corredor.

 

Roger: Sua mãe já sabe que você sabe?

 

Cláudio: Ainda não tive coragem de contar a ela... Mas preciso ser rápido por causa da operação.

 

Roger: E é exatamente sobre isso que ela deve estar relutante em abrir o jogo.

 

Cláudio: Aham... Mas segundo o doutor, a ruptura do aneurisma pode acontecer a qualquer momento. Então as chances dela não sobreviver sem operar, são maiores do que os riscos da operação.

 

Roger: Cara, não consigo nem imaginar o que você está passando, de verdade... Pelo menos vai buscar ajuda do seu pai pra convencê-la.

 

Cláudio: Não estamos indo visitá-lo por causa disso.

 

Roger (confuso): Não? Estamos indo pra que então?

 

Cláudio: Algumas coisas precisam ser ditas.

 

Roger sorri de leve, preocupado. A câmera dá um close no semblante sério de Cláudio. A tela escurece.

 

 

Abre mostrando a visão aérea do centro de uma cidade. A imagem transparece para dentro de um salão branco. Cláudio e Roger entram no local e vão até o balcão de recepção.

 

Recepcionista: Posso ajudá-los?

 

Cláudio: Gostaria de falar com o Lucio... Mas não sei qual sala é. 

 

Recepcionista: Você tem hora marcada?

 

Cláudio: Não, não tenho.

 

Recepcionista: Então lamento, porque o Sr. Lucio não recebe ninguém sem hora marcada.

 

Cláudio: Nem mesmo o filho?

 

A recepcionista o olha com bastante surpresa. Corta para uma sala grande. Lucio está em pé, com as mãos no bolso e encostado numa mesa. A porta abre e Cláudio entra. Lucio sorri ao vê-lo e vai ao encontro do filho com os braços abertos.

 

Lucio (feliz/abraçando Cláudio): Que surpresa agradável, filhão! 

 

Cláudio: A gente precisa conversar. 

 

Lucio: Claro... Vamos nos sentar. (se dirigindo até a mesa) Está tudo bem? Com você, sua mãe?

 

Cláudio (sentando): Como se você se importasse com ela.

 

Lucio: Mas é claro que eu me importo... Não é porque não estamos mais juntos, que eu deixei de me preocupar com ela... Com você.

 

Cláudio: Então por que a deixou, justamente no momento em que ela está mais vulnerável?

 

Lucio: Filho, Deus sabe o quanto nós tentamos salvar nosso casamento...

 

Cláudio: Eu não ligo pro casamento de vocês. Pra mim é melhor que estejam separados, do que brigando o tempo todo... Mas eu que eu estou me questionando desde que descobri a situação dela, é como você consegue dormir, depois de tê-la abandonado nessas condições?

 

Lucio (confuso): Espera um minuto... De que condições você está falando?

 

Cláudio (rindo/nervoso): Impressionante! Eu sempre soube que você não prestava, mas dessa vez conseguiu se superar. (levanta) De qualquer maneira, eu vim dizer que não precisamos de você... Que ela vai superar essa doença e, se Deus quiser, encontrar alguém que a faça feliz. Alguém que não seja covarde e fuja no momento em que ela mais precisa de apoio.

 

Cláudio caminha até a porta. Lucio fica sem reação, expressando um ar completamente confuso.

 

Lucio: Espera! (levanta/impactado) Mas de que doença você está falando?

 

Cláudio: Fique longe de nossas vidas. Não telefone, não faça visitas, esqueça que é meu pai.

 

Cláudio abre a porta e sai. Lucio permanece ainda sem reação. Do lado de fora, Cláudio sai apressadamente pelo corredor. Roger que o esperava, o acompanha.

 

Roger: Como foi?

 

Cláudio: Acho que estou um pouco aliviado.

 

Eles se aproximam do elevador. Corta novamente para a sala de Lucio. Ele está sentado à mesa. Após alguns segundos, pega o celular.

 

Lucio: Precisamos conversar...

 

 

A imagem do rosto dele começa a transparecer para o centro de Bom Destino, à noite. Corta para dentro da casa de Cláudio. Ele abre a porta e é surpreendido por Silvia que está em pé no corredor, de braços cruzados. Ela o olha com seriedade.

 

Silvia: Seu pai me ligou.

 

Cláudio (respirando fundo): Parece que ele não entendeu bem o meu recado.

 

Silvia estende a mão para ele e o leva até a sala. Ambos sentam no sofá. Uma música instrumental começa a tocar.

 

Silvia: Como ficou sabendo?

 

Cláudio: Há dias você estava estranha, sentindo tonturas, chorosa, mentindo que estava bem. Eu precisava saber o que estava se passando, então revirei suas coisas, até achar seu exame.

 

Silvia: Cláudio...

 

Cláudio: Enrolei seu médico até ele me deixar à par real da situação.

 

Silvia: Eu não queria que você soubesse desse jeito... Estava tentando recuperar meu psicológico primeiro, pra poder sentar com você e conversar a respeito.

 

Cláudio: Você precisa fazer os novos exames que o doutor pediu, mãe... Precisa operar o mais rápido possível.

 

Silvia abaixa o olhar e se segura para não chorar. Cláudio mantém um expressão chorosa também.

 

Silvia: Não é tão simples assim, querido.

 

Cláudio: Eu sei que não... Sei que está com medo. Mas a certeza que tenho aqui dentro (apontando o coração) É que vai sair de lá completamente curada. (pausa) E nós seremos felizes, nós dois, como sempre fomos.

 

Os olhos de Silvia começam a lacrimejar. Cláudio morde os lábios, se segurando.

 

Silvia: Filho, seu pai não sabia da doença até você confrontá-lo. Somente eu e o médico sabíamos. Ele não tem culpa de nada dessa vez. 

 

Cláudio: Não importa... Ele causou danos a você a vida inteira, e eu o odeio por isso. No mínimo, ele deveria ter percebido que algo não estava bem, além do casamento. (pausa) Ouça, nós vamos ficar bem, mãe... Eu prometo.

 

Silvia (chorosa): Eu que deveria estar te prometendo uma coisa dessas...

 

O som instrumental aumenta, tomando conta da cena. Mãe e filho se abraçam forte. A imagem de ambos começa a se afastar lentamente, transitando para o céu escuro que vai amanhecendo aos poucos. 

 

 

Refeitório do colégio Esplendor. O local está cheio de alunos. A câmera corta para a mesa onde Cláudio, Roger e Helen estão.

 

Música: Bon Jovi – Story Of My Life

 

Helen: E como ela reagiu quando soube que você já sabia?

 

Cláudio: Disse que estava se preparando psicologicamente primeiro, antes de me contar. Mas tenho uma leve impressão que não é verdade...

 

Roger: Então dar uma de Holmes foi a melhor saída mesmo...

 

Cláudio: Exato, por isso quero agradecer a vocês. 

 

Roger: Estamos juntos nessa, amigo!

 

Roger olha para trás e avista Amanda entrando no refeitório. Ele sorri.

 

Roger (se levantando): Me deem licença um instante...

 

A câmera o acompanha até chegar em Amanda.

 

Roger: Oi lindona!

 

Amanda (falando baixo e olhando para os lados): O que você está fazendo?

 

Roger: Como assim o que estou fazendo? Estou indo me sentar com minha namorada.

 

Amanda: Vai mesmo levar isso adiante?

 

Roger: Trato é trato! Fiz a minha parte, agora é sua vez de mostrar que honra as calças que veste (sorri).

 

Amanda bufa e caminha até a mesa onde Larissa está sentada sozinha. Ela senta de frente para a amiga e Roger ao seu lado. Larissa estranha a presença do garoto.

 

Larissa: Ah, eu sabia que alguma coisa tinha acontecido no museu.

 

Roger (sorrindo): Ela ainda não te contou? (olha para Amanda e faz rosto meigo) Ownt, que coisa linda (beija a bochecha de Amanda) Quis fazer surpresa?

 

Larissa (confusa): Amanda?

 

Roger (sorrindo): Querida Lari, queremos que seja a primeira a saber que estamos oficialmente namorando!

 

Larissa olha para Amanda, ainda confusa. Amanda faz cara de choro.

 

Roger: Diz pra ela... “moxiinhu”.

 

Amanda (irritada): Não me chama assim... E não faz voz de neném! (olha para Larissa) É, Larissa, infelizmente, estamos namorado.

 

Roger: Ela quis dizer felizmente. Frisa bem isso... Posso te pagar um refrigerante? Prometo que dessa vez sua roupa continuará seca (ri).

 

Larissa (levantando): Isso é demais pra mim... (olha para Amanda) Vem falar comigo quando recuperar o juízo.

 

Larissa sai. Amanda novamente faz cara de choro. Roger sobe as sobrancelhas.

 

Roger: Acho que ela aceitou bem.

 

A câmera se afasta e mostra Cláudio e Helen olhando para os dois.

 

Cláudio: Estou vendo aquilo mesmo?

 

Helen: Parece que o Roger encontrou um jeito de ficar perto da perua.

 

Eles se olham e riem. 

Corta para a mesa onde Léo, Felipe, Gil e o resto da Elite estão. Eles também observam a cena com estranheza.

 

Felipe: Jogo dos sete erros... O que há de errado ali?

 

Gil: Esse lado não pertence àquele imbecil.  

 

Léo: Está explicado a tal fuga na festa.

 

Felipe (rindo): Era óbvio que ela havia deixado ele escapar.

 

Gil (nervoso): Eu vou acabar com essa palhaçada... E é agora. 

 

Ele levanta e vai até os dois, sentando na cadeira onde Larissa estava.

 

Gil (olhando para Roger): Debiloides, perdedores, fracassados, zé ninguéns... Pessoas com síndrome de down  (aponta para o outro lado do refeitório) Ficam daquele lado ali.

 

Roger: Sabia que tinha um cara que ficava imitando e tirando sarro de aleijados no centro e o filho dele acabou nascendo cego?

 

Gil (se levantando): Eu vou quebrar sua cara.

 

Amanda: Gil, para com isso... Agora!

 

Gil: Qual é o seu problema, Amanda? Cansou de dar pra todo mundo importante e agora resolveu fazer caridade?  

 

Roger levanta imediatamente, mas Amanda o segura.

 

Amanda: Já chega! Vá embora e nos deixe em paz.

 

Roger: É, some daqui, rapaz!

 

Gil (para Roger): Você, cala a boca! (para Amanda) E você, se quer ficar perto desse babaca, que faça isso do outro lado do refeitório.

 

Amanda (nervosa): Escuta aqui, seu cérebro de ervilha... Eu faço parte desse grupo tanto quanto você. E mando aqui, tanto quanto você. Eu ajudei a fundar essa merda de Elite e só saio daqui, se eu quiser. Fui clara? (breve pausa) E tem mais... Entra aqui e senta comigo, quem eu quiser também!

 

Roger (para Gil): Sem falar que não existe regras na escola que divide o refeitório entre A e B... Portanto, dá linha, queridinha!

 

Amanda (segurando na mão de Roger): E é bom que todos vocês comecem a se acostumar, pois ele não vai sair de perto de mim.

 

Roger se mostra surpreso com a mão de Amanda na dele. Gil fica sem reação, visivelmente furioso.

 

Gil (apontando para os dois): Isso não vai ficar assim...

 

Ele sai, espumando de raiva. Roger olha para Amanda e sorri, ainda surpreso.

 

Roger: Uau, não esperava por essa reação.

 

Amanda: Trato é trato, certo?

 

Ela sorri para ele e faz sinal para que ambos voltem a sentar.

 

 

 

Volta para a mesa dos rapazes, onde Gil aparece, espumando de raiva. 

 

Cont- Bon Jovi – Story Of My Life

 

Léo (rind0): Por que ele ainda está ali?

 

Gil: Você acredita que eles praticamente assumiram um namoro? Ela me deu fora e defendeu aquela ameba. 

 

Felipe (rindo): O mundo está do avesso mesmo... Larissa beijando o babaca, Amanda beijando o outro babaca... E o Léo levando um pé na bunda da madre Tereza ali.

 

Léo: Hei! Eu não levei um pé na bunda... Não deu tempo de rolar alguma coisa antes de quase destruir o museu.

 

Gil: A Larissa pode tentar mexer com você, mas a Amanda está provocando um grupo inteiro... E isso não vai ficar assim. 

 

 

A câmera se move mais pra frente, onde um grupo de garotas estão. Priscila observa Amanda e Roger juntos. Corta para os dois conversando.

 

Cont- Bon Jovi – Story Of My Life

 

Roger: Cinema, boliche, parque... (sobe e desce as sobrancelhas rapidamente) Um filminho romântico abraçadinhos em casa? O que faremos hoje à noite?

 

Amanda: Ow, ow... Pra trás. Não é porque eu te defendi agora que vou abrir mão das regras do nosso acordo. Nada de encontros fora do colégio, especialmente filmes abraçadinhos.

 

Roger: Sua mudança de humor me causa transtorno... Mas vou te dizer uma coisa, anota aí...

 

Amanda: Anotando mentalmente...

 

Roger: Quando isso tudo terminar, você vai estar sofrendo e chorando por causa da minha ausência... E eu vou te olhar de cima pra baixo, bem metido a besta!

 

Amanda (sorrindo): Não vejo a hora dessa inversão de papeis.

 

Priscila aparece, sorrindo. Amanda fecha a cara ao vê-la.

 

Amanda: Escuta aqui, se você veio aqui pra...

 

Priscila (sorrindo): Calma estressadinha... Quem sou eu pra contestar o que está chocando o Esplendor? Relaxa, a vida é sua. Só vim aqui pra convidar vocês para a festa que darei na minha casa, sexta. 

 

Roger (estranhando): Esqueceu de tirar um ‘s’ do "vocês"?

 

Priscila (sorrindo): Owwn, ele não é fofo? (pausa) Então, conto com a presença de (enfatizando) vocês na minha festa. 

 

Ela pisca para eles e sai. Amanda mexe os lábios de um lado para o outro, como se fosse um tipo de tique. Roger observa Priscila andando.

 

Roger: Dessa aí eu gostei...

 

Amanda: Fica longe dela, okay? Só quer colocar mais lenha na fogueira.

 

Roger: Quanto a essa festa... Será que dá pra abrir uma pequena exceção nas regras do contrato?

 

Amanda: Vou pensar a respeito.

 

Roger sorri. O som aumenta e toma conta da cena. Corta para uma visão aérea do pátio, ficando assim por alguns segundos, até que a tela escurece.

 

 

Abre dentro de uma sala de aula. Larissa entra e entrega um bilhete para a professora.

 

Música: Nickelback - Too Bad

 

 Professora (incrédula): Você? Dando aula de reforço?

 

Larissa: Eu meio que não planejei isso.

 

Professora (respirando fundo): A maioria aqui também não... Pode começar ajudando a Gaby ali. Não se esqueça que a mais velha é você, Larissa.

 

Larissa revira os olhos e vai até a mesa em que uma garotinha [Tiffany Espensen] rabisca num papel. Larissa senta ao lado dela e esboça um sorriso forçado.

 

Larissa: Oi, tudo bom? Meu nome é Larissa... Como você se chama?

 

A garotinha não responde, continuando a rabiscar a folha. Larissa respira fundo. Atrás, ouvimos a voz de Cláudio.

 

Cláudio (em off): É um probleminha simples de resolver... Olha aqui.

 

Larissa se vira e a câmera mostra Cláudio com um garotinho [Clayton Mattingly] aparentemente da mesma idade da garotinha. Ambos se encaram.

 

Cláudio: Parece que somos companheiros de castigo...

 

Larissa: Não é estranho eu receber a mesma punição da pessoa que brigou por minha causa? 

 

Cláudio (sorrindo): Me diz o que não é estranho neste colégio?

 

Larissa (sorrindo): Belo ponto.

 

Larissa se vira para frente e para de sorrir ao olhar novamente para a garotinha. A imagem começa a transparecer, transitando para outra sala. Uma professora está no centro, onde vários alunos estão em volta, entre eles, Helen.

 

Cont- Nickelback - Too Bad

 

A professora olha para uma pasta enquanto fala. 

 

Professora: Marcia e Alexandre... Adrianna e Sophia... Helen e (olha para a pasta e depois para Helen) Desculpa, Helen... Faltou um par pra você.

 

Helen: Não tem problema, eu posso fazer minha parte sozinha.

 

Nesse instante, ouve-se duas batidas na porta que já estava aberta. A câmera se desloca e mostra Léo parado na entrada, segurando um bilhete. Ele vai até a professora e entrega o bilhete a ela. 

 

Léo: Desculpa o atraso.

 

Ele olha para Helen e sorri para ela. Ela franze a testa, estranhando a presença dele.

 

Professora :  Acho que encontramos seu parceiro, Helen.

 

Helen (séria): O quê? Mas eu disse que...

 

Professora (interrompendo): Desculpa querida, mas é muita coisa para um aluno fazer sozinho... (olha para Léo) Pode ficar ao lado do seu par.

 

Ele se aproxima de Helen, que está com uma expressão fechada. A professora se afasta.

 

Léo: Castigo também?

 

Helen: Voluntariado.

 

Léo (rindo): Quem se voluntaria pra isso?

 

Helen (respirando fundo): Pra dizer a verdade, acho é castigo sim.

 

Ele a olha e sorri. Helen cruza os braços, ainda com o rosto sério. A imagem se afasta dos dois, transitando novamente para a sala onde Cláudio e Larissa estão.

 

Cont- Nickelback - Too Bad

 

Apenas os dois estão na sala, de pé, guardando alguns livros em uma caixa na mesa da professora.

 

Larissa: Sobre o que aconteceu no museu...

 

Cláudio: Relaxa... Eu não sou ingênuo e sei exatamente a intenção do beijo.

 

Larissa: Você deve pensar que eu sou uma péssima pessoa, não é?

 

Cláudio (sorrindo): De personalidade forte... E devo confessar que gostei muito de ter irritado o seu ex-namorado. Então, fica fria que eu não vou ficar te ‘stalkeando’ por aí.

 

Larissa sorri para ele, que retribui sorrindo também. Depois continuam colocando os livros na caixa.

 

 

Vista aérea do centro da cidade. É possível ver o pôr do sol, indicando o fim de tarde. Depois corta para vários pontos da cidade, até parar na frente da casa de Cláudio.

 

Música: Simple PlanPerfect 

 

Corta para dentro. Cláudio e Silvia estão sentados no sofá, assistindo televisão e comendo pipoca. Ouve-se o barulho da campainha.

 

Cláudio (levantando): Pode deixar que eu atendo.

 

A câmera o acompanha até chegar na porta. Ele abre e vemos o close de duas malas no chão. A imagem sobe e vemos o rosto de Lucio.

 

Lucio: Eu voltei.

 

O som aumenta e toma conta da cena. A câmera se aproxima lentamente do rosto de Cláudio e depois faz o mesmo com o de Lucio. Corta para uma visão aérea da casa e os dois ainda na mesma posição. Frisa essa imagem por alguns segundos e depois, a tela escurece.

 

 

 

 

 


 

Créditos Finais:

 

 

Criado e Escrito por:

 

Thiago Monteiro

 

Música Tema:

 

Switchfoot - Meant To Live

 

Participações Especiais:

 

Mackenzie Rosman como Priscila

Tiffany Espensen como Gaby

Clayton Mattingly como Gui

 

 

Trilha Sonora:

 

Avril LavigneNobodys Home

Bon Jovi – Story Of My Life

Nickelback - Too Bad

Simple Plan – Perfect

 

 

 

 

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