Abre mostrando a frente de uma casa. É dia. No cenário vemos uma grande varanda de terra e uma árvore ao fundo, do lado esquerdo. A câmera se aproxima da porta, até que abre e Cláudio aparece. Ele respira fundo e sorri, segundos depois, senta no primeiro degrau da varanda.

 

Som instrumental.

 

Legenda: Duas semanas depois.

 

A porta abre e um rapaz [Kevin G. Schmidt] aparece e senta ao lado de Cláudio.

 

Rapaz: Saudades de Bom Destino?

 

Cláudio: Não... Eu precisava dar um tempo daquele lugar.

 

Rapaz: Daquela garota lá... Como é mesmo o nome?

 

Cláudio: Prefiro tentar não lembrar que ela existe (sorri).

 

Rapaz: E sua mãe... Vai fingir que ela não existe também?

 

Cláudio: Bruno, eu já conversei com você sobre isso.

 

Bruno: Eu sei que já conversou, que está chateado, eu entendo. Mas já faz algum tempo que está aqui e a tia liga todos os dias... Pelo menos um ‘oi’ você poderia dar.

 

Cláudio: Ouça, dói meu coração ter que fazer isso... Mas eu preciso me manter forte e resistir. Quanto mais ela sentir minha falta, maiores são as chances dela optar pela operação.

 

Bruno: E se mesmo assim ela decidir não fazer? Me desculpa, primo, mas se fosse minha mãe, eu iria querer passar o máximo de tempo possível com ela, não importando sua decisão.

 

Cláudio não responde, ficando pensativo por alguns segundos.

 

Bruno: Você sabe que a gente te adora aqui, e que pode ficar o tempo que quiser... Mas tente pelo menos ligar e dizer que sente falta dela.

 

Bruno coloca a mão no ombro do primo e levanta, saindo. A câmera se aproxima do rosto de Cláudio, que mantém a mesma expressão de antes. A tela escurece.    

 

 

 

 

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Vista aérea de Bom Destino. Vemos algumas cenas da cidade, até transparecer a imagem para dentro do quarto de Larissa. Amanda está sentada em frente à mesinha, escrevendo algo em uma folha. Larissa está deitada na cama, lendo uma revista.

 

Música: Crash Test Dummies – MMM

 

Amanda: Vai me desafiar em qual brinquedo neste ano?

 

Larissa: ?

 

Amanda (virando-se e sorrindo): O parque, bobinha! Finalmente depois de amanhã chega à cidade.

 

Larissa (irônica): Nossa! Não vejo a hora de andar no elefantinho. 

 

Amanda a olha por alguns segundos com uma expressão de pesar.

 

Amanda: É tão estranho te ver assim, pra baixo por tanto tempo.

 

Larissa: Não tenho motivos pra ficar saltitante. Minhas coisas ainda não foram devolvidas, o baile foi um desastre...

 

Amanda: E a culpa foi de quem?

 

Larissa lança um olhar fulminante a ela. Amanda sorri e se aproxima, sentando ao seu lado.

 

Amanda: Já sei o que fazer pra te alegrar. Roger e eu vamos ao cine hoje à noite e você vai com a gente.

 

Larissa: E onde ficar segurando vela pra vocês, vai me alegrar? A propósito, ainda não acredito que estão namorando de verdade.

 

Amanda (feliz): Nem eu! (suspira) Ai, Lari... Ele é tão fofo, perfeito, lindo... Estou tão apaixonada.

 

Larissa: E eu estou ficando enjoada.

 

Amanda: É tão bom estar com alguém que se preocupa com a gente de verdade... Não acha?

 

Larissa não responde e abaixa o olhar, triste. Amanda percebe.

 

Amanda: Sente falta dele, não sente?

 

Larissa (disfarçando): Quem? Léo? (bufa) Ele é passado. 

 

Amanda: Você sabe muito bem de quem estou falando.

 

Larissa (abaixando o olhar): Eu não sei... Sinto-me tão culpada por tê-lo magoado, especialmente quando lembro o quão atencioso ele costumava ser comigo. Gostava da certeza de que ele se importava.

 

Amanda: Mas ainda se importa... Pelo que o Roger me contou, o Cláudio é louco por você desde criança.

 

Larissa: Mas depois do que fiz no baile, duvido que ele queira falar comigo de novo. Você tinha que ver o jeito que ele me olhava quando saiu daqui outro dia.

 

Amanda: Bom, o único jeito de ter certeza, é você finalmente deixar a pose de rainha do gelo de lado e conversar com ele de forma sincera. Esquece que você é a Larissa, líder da Elite e que precisa mostrar que não está nem aí pra nada... Está na hora de começar a engolir esse orgulho todo. 

 

Larissa permanece em silêncio e pensativa. Ela deita a cabeça no colo de Amanda, que começa a alisar carinhosamente o cabelo da amiga.  

 

 

Quarto de Cláudio. Silvia está sentada de frente para a mesinha onde fica o computador de Cláudio. Ela olha tristemente para um porta-retratos com a foto dele. Lucio aparece atrás, encostando-se na porta.

 

Lucio: Ficar chorando não vai trazê-lo de volta.

 

Silvia: Me deixa em paz, Lucio.

 

Lucio: Não sei por que você está assim... Eu no lugar dele teria feito o mesmo. Ficar em casa com a mãe moribunda não parece um bom programa para um adolescente.  

 

Silvia: Se olha no espelho... Eu não sou o único motivo dele querer sair de casa.

 

Lucio: Claro que me atacar é muito mais fácil, só que dessa vez, você é sim a única razão de nosso filho fugir.

 

Silvia (nervosa): Sai daqui! Não tá sentindo falta de alguma vagabunda que você costumava pegar? Olhe na sua agenda, escolhe uma e me deixa sozinha.  

 

Lucio: Quer saber? Estou cansado de ser apontado como único culpado de toda a merda que aconteceu entre a gente. Olha pra trás um pouco, Silvia... Esqueceu da mulher fria que sempre me afastava quando eu tentava me aproximar?

 

Um breve silêncio toma conta da cena. Lucio senta na cama e balança negativamente a cabeça.

 

Lucio: Eu te amava tanto, tanto, e me casar com você foi a melhor coisa que poderia me acontecer naquele tempo. (a olha) Mas como acha que eu me sentia, quando chegava em casa e era recebido por uma mulher que virava o rosto quando eu tentava beijá-la? Que deixava claro que havia se casado apenas porque estava esperando um filho meu? Eu tentei de todas as formas fazer a gente dar certo... Cartas românticas, viagens surpresas, presentes, declarações de amor, tudo! (pausa) Mas em algum momento eu tive que parar de tentar...

 

Silvia: E pra isso começou a me trair com várias mulheres e se afastou de seu próprio filho...

 

Lucio: Eu não considerava traição quando não a tinha de verdade... E sobre o Cláudio, vocês se apegaram tanto um ao outro, que eu me sentia um estranho perto de vocês. Era seu único motivo de sorrir e toda vez que eu tentei chegar perto, parecia que estava atrapalhando. (pausa) Mas sei que isso não justifica minha ausência como pai, e sempre vou carregar esse fardo comigo. Ele nunca vai me perdoar e eu também não. Mas você teve chances, Silvia...

 

Silvia: Tá bom, eu posso mesmo ter sido tudo isso que você disse, não nego. Mas eu nunca me envolvi com outra pessoa... E também não vamos esquecer que eu tentei me aproximar de você. 

 

Lucio: Claro que tentou, depois que tudo já havia desmoronado e meu coração empedrado... Meu orgulho já estava grande demais para acreditar que você estava realmente querendo algo comigo.

 

Breve silêncio por alguns segundos. Os olhos de ambos lacrimejam.

 

Lucio: Mas real possibilidade de te perder para sempre, só me fez perceber o quanto eu ainda preciso de você... E que minha vida perderá qualquer sentido se você se for. (pausa) Eu quero minha família de volta... Por favor, Silvia, não desista da gente.

 

Silvia reflete por alguns segundos. Lucio toca a mão dela.

 

Silvia: Tudo aconteceu tão rápido, do momento em que estávamos juntos em seu dormitório por causa de uma festa, até estarmos no altar devido a uma gravidez. Não tive tempo para pensar se aquilo era realmente o que eu queria para a minha vida. (chora) Eu sinto muito por colocar toda a culpa em você. Eu estava confusa e assustada, e acabei descontando em você.

 

Lucio (abraçando-a): Não, Silvia, a maior parte da culpa é minha. Eu nunca deveria ter te traído, ter te magoado dessa forma. Eu deveria ter sido mais honesto, mais fiel a você. Eu falhei como marido e como parceiro. Eu sinto muito por tudo o que aconteceu, por todas as lágrimas que você derramou. Vamos enfrentar isso juntos e encontrar um caminho para reconstruir nossa relação.

 

Silvia encosta a cabeça no peito dele. Lucio fecha os olhos, sentido.

 

 

Santa Fé. Cláudio, Bruno e alguns garotos estão num final de rua, conversando. Corta para os pés de alguém, num All Star, em um skate em movimento. Close nos meninos.

 

Música: Simple PlanPromise

 

Bruno (sorrindo): Olha quem está chegando!

 

Cláudio (curioso): Quem?

 

Bruno: A garota que eu queria que você conhecesse.

 

Bruno aponta com a cabeça. A câmera se movimenta mostrando a garota [Mika Boorem] descendo a rua em alta velocidade com o skate. Cláudio sobe as sobrancelhas. Close no perfil dela, de tranças e um capacete amarelo. A imagem abre mostrando ela mais próxima e mais próxima. Ela passa pelos garotos que acompanham sua trajetória com o olhar.

 

Bruno (com as mãos na cabeça): Cuidado!

 

Ouve-se um barulho de latas de lixos sendo derrubadas. Os garotos correm na direção dela. A garota levanta e bate nas roupas. Os garotos se aproximam.

 

Garota (sorrindo): Preciso treinar mais essa freada no fim da ladeira.

 

Bruno: Tudo bem, Carol? (abraça ela) Como foi de viagem?

 

Carol: Foi legal, mas senti falta de vocês.

 

Ela olha para Cláudio e acena com a cabeça.

 

Carol: O franguinho aí... Quem é?

 

Bruno: Carol, meu primo Cláudio... Cláudio, Carol.

 

Carol: Huh... Grande coisa. 

 

Ela e Bruno começam a conversar. Close em Cláudio ao lado de um dos rapazes [Cody Linley].

 

Cláudio: Ela não é muito receptiva, né Oliver?

 

Oliver: Relaxa... A Carol parece um pouco bicho do mato só no começo. Vocês vão se dar bem. 

 

 

Casa de Helen. Ela abre a porta e Léo aparece do outro lado.

 

Léo: Hei, posso falar com você um instante?

 

Helen: Claro, entra.

 

Ele entra e ambos se deslocam até a sala, sentando no sofá.

 

Léo: Sobre o nosso passeio de hoje... Receio que terá que ficar para outro dia.

 

Helen: Aconteceu alguma coisa?

 

Léo mexe a cabeça, hesitante por algum momento. Helen percebe seu nervosismo.

 

Helen: Está me deixando preocupada.

 

Léo: Lembra da história do meu irmão que foi embora de casa, cheio de problemas e tudo mais?

 

Helen (pensativa): Lembro... Lembro sim... Eduardo, certo?

 

Léo: Isso. Ele me ligou pela manhã... Está num hotel na beira da estrada e pediu pra me ver... (pausa por alguns segundos) Estou meio apavorado, pois há anos que não temos contato.

 

Helen: Quer que eu vá com você?

 

Léo: Não, não... Não quero te envolver nisso (levanta) Mas eu quero te ligar mais tarde pra gente conversar... Pode ser?

 

Helen faz que sim com a cabeça e levanta. Léo beija o rosto dela e vai na direção da porta, abrindo-a. Helen fica pensativa e olha na direção dele.

 

Helen: Léo, espera. (caminha até ele) Eu vou com você.

 

Léo: Helen, pode não ser uma boa ideia...

 

Helen (decidida): Já me decidi.

 

Ela passa por ele e sai. Close no rosto de Léo que sorri. A tela escurece.

 

 

Praça do centro da cidade. Amanda e Roger estão sentados no banco, se beijando com intensidade. No local há pouco movimento.

 

Música: Phantom Planet - Lonely Day

 

Roger: Meu Deus! Como sua boca vicia!

 

Amanda: Eu sempre fui assim, irresistível!

 

Eles se beijam novamente.

 

Roger: E eu, também sou irresistível?

 

Amanda (pensativa): É, dá pro gasto.

 

Ela ri e novamente eles se beijam.

 

Roger: Dá pro gasto, huh? E quem é que não consegue falar dez palavras sem me beijar?

 

Amanda: Você tem razão (o beija) Você é irresistível... Me rendo.

 

Roger (sorrindo): Eu disse.

 

Mais uma vez se beijam e ficam assim por alguns segundos, até se recomporem.

 

Roger: Okay... Mas a gente têm que conversar também.

 

Amanda: É... precisamos disso para um relacionamento maduro e duradouro. 

 

Roger: É...

 

Eles se olham ofegantes e voltam a se beijar. Segundos depois, se afastam e respiram fundo.

 

Roger: Quer saber do Cláudio?

 

Amanda: Isso, o Cláudio... Quando ele volta?

 

Roger: Não sei... Ele me ligou há dois das, mas disse que não tem previsão de volta. Por quê?

 

Amanda: Por que o quê?

 

Roger: Também não sei...

 

Eles se inclinam para se beijar outra vez, mas Amanda dá uma leve afastada.

 

Amanda: Acha que ele ainda está com raiva da Lari?

 

Roger: Absolutamente. Depois do que ela fez no baile, acho que finalmente ele se libertou.    

 

Amanda: Mas ela é paixão dele desde bebê, não é? As coisas não mudam de uma hora pra outra.

 

Roger: Não é desde de bebê... Mas uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.

 

Amanda: Sabe, conosco parecia meio improvável, com eles pode não ser também.

 

Roger: O que você está tramando, senhorita?

 

Amanda: Estive pensando... Nada é tão ruim que não possa ser consertado.

 

Roger: Sabe quanto tempo eu lutei pra tentar fazer ele desencanar daquele sentimento sem noção? Não me inclua dentro de algum plano pra juntar os dois. Não vou ajudar. Não, não vou.

 

Amanda: Mas a Larissa tá tão arrependida, você tem que ver... Ela nem sai de casa direito.

 

Roger: Bem feito pra ela.

 

Ela faz carinha de meiga e passa a mão no peito dele. Roger olha, mas desvia tentando resistir.

 

Amanda: Puxa, Roger...

 

Roger (tentando resistir): Sem chances!

 

Amanda (beijando o pescoço dele): Por mim?

 

Roger (com os olhos fechados, ofegante): Isso é jogo sujo.

 

Ela para de beijar o pescoço dele e o olha novamente com uma expressão meiga, só que dessa vez pisca várias vezes e faz beicinho.

 

Roger (suspirando): Droga! Como eu sou fraco! (a olha) Mas terá que se certificar que ela está mesmo arrependida.

 

Amanda: Eu conheço a Larissa desde sempre... Tenho certeza que ela quer uma segunda chance.

 

Eles começam a se beijar novamente. O som aumenta e a câmera começa a se afastar de ambos.

 

Roger: Mas não vai pensando que vou me render toda vez que beijar o meu pescoço e fizer essa carinha fofa aí.

 

Amanda: Eu tenho outras armas.

 

 

Santa Fé. Cláudio, Bruno, Carol, Oliver e outros garotos estão em um campinho de terra.

 

Carol: Faz tanto tempo que não jogo, que até dessa poeira toda estava sentindo falta.  

 

Cláudio: Vai jogar com a gente?

 

Carol: Alguma rejeição?

 

Cláudio (para Bruno): Não seria o caso de chamar outra menina, caso uma das equipes fique em desvantagem?

 

Carol: Você está me gozando?

 

Cláudio: Ah, se ofendeu? Quem me chamou de franguinho assim que me viu?

 

Carol (em tom ameaçador): Fica esperto e tente não sambar com a bola na minha frente.

 

Ela lança um olhar fulminante a ele e se afasta alguns metros. Bruno ri e coloca a mão no ombro de Cláudio.

 

Bruno (rindo): Mexeu com a garota errada, primo.

 

Corta para Bruno e outro garoto [Allen Evangelista] de frente para Cláudio, Carol e os demais.

 

Bruno: Eu fico com a Carol... (olha para o lado) Pedro?

 

Pedro: Renan.

 

Bruno: Oliver.

 

Pedro: Caio.

 

Bruno: Isaac

 

Pedro: É... Cláudio.

 

Os rapazes se deslocam para o campo. Cláudio se aproxima de Bruno.

 

Cláudio (irônico): Obrigado por me escolher... Primão.

 

Bruno (sorrindo): E perder a oportunidade de ver você a Carol se enfrentando?

 

Eles vão para o meio do campinho e se posicionam para o início do jogo. Carol e Cláudio se encaram e o jogo se inicia.

 

Música: Hawk Nelson – Every Little Thing


Carol está com a bola. Ela vem da defesa e dribla todos à sua frente, chegando ao ataque. Cláudio aparece e leva uma meia lua dela, que continua correndo. Cláudio corre atrás, ao se aproximar, ela dá um giro com a bola, desconcertando-o. Close em Bruno que começa a rir. Ela faz tabela com Oliver e chuta em gol, comemorando em seguida.

 

Carol (para Cláudio): Pra você, tá bom? (manda um beijo pra ele e corre).

 

Cláudio: Agora é questão de honra.

 

Corta para ele com a bola, correndo em direção ao gol. Carol tenta dar um carrinho na frente dele, mas ele faz uma carretilha e chuta em gol, comemorando.

 

Cláudio (para Carol): Pra você também.

 

Ele pisca para ela e corre. Corta para vários cortes do jogo. Cláudio chutando em gol, driblando, perdendo a bola para Carol. Carol driblando, fazendo gols, comemorando com Bruno e Oliver. Num dos cortes, vemos várias vezes os chutes de Carol e várias vezes a bola entrando. Close em Cláudio que sobe as sobrancelhas, impressionado.

 

O som abaixa e a cena muda para eles já sentados num banco perto do campo, alguns no chão, tomando água em garrafas. Cláudio se aproxima de Carol, que está sentada no banco, tomando água.

 

Cláudio: Já pensou em jogar profissionalmente?

 

Carol: Ficou impressionado com a garota aqui?

 

Cláudio (sorrindo): Foi mal por mais cedo.

 

Carol (sorrindo): Sem problemas... Eu que comecei com o ‘franguinho’ mesmo.

Eles riem. Cláudio senta ao lado dela.

 

Cláudio: Mas é sério, você joga muito bem. Deveria investir neste talento.

 

Carol: Obrigada. Mas jogar, pra mim, é apenas diversão... Assim como andar de skate, entre outras coisas. Quem sabe um dia? Mas hoje eu quero ser feliz apenas, sem cobranças.

 

Cláudio (sorrindo): Ótimo modo de ver as coisas... (estendendo a mão a ela) Amigos?

 

Carol (sorrindo e apertando a mão dele): Amigos.  

 

Cláudio: Agora, você precisa me ensinar aquele drible que quase quebrou minha costela.

 

Carol (rindo): É simples. É só você...

 

O som volta a aumentar e toma conta da cena, encobrindo o que ela diz. Ambos conversam animadamente, enquanto a câmera sobe devagar até os céus. Quando desce, temos a visão de uma estrada e o carro de Léo em movimento. Corta para dentro.

 

Helen (falando ao celular): Obrigada... Te amo, beijos (sorri e desliga) Pronto! 

 

Léo: Não acredito que a dona Rosa não deu um ataque ao saber que você estava saindo da cidade, comigo.

 

Helen: Pois é... Estranhamente, de um jeito muito louco, ela confia em você.

 

Léo: E você... Também confia em mim?

 

Helen: Estou aprendendo de novo.

 

Léo a olha, sorri e depois volta a olhar para frente. Corta para uma lanchonete de beira de estrada. Do vidro no lado de fora, podemos ver Helen e Léo sentados à uma mesa. A imagem se aproxima, cortando pra dentro.

 

Helen: Qual o tempo exato que você não vê seu irmão?

 

Léo: A última vez que nos falamos, eu tinha dez anos. Bons tempos. Se hoje me acham bom jogador, deviam tê-lo visto jogar. Tinha tudo pra brilhar, se não tivesse se envolvido com gente errada.

 

Helen: Seus pais falam dele?

 

Léo: Minha mãe até uns dois anos falava, mas hoje parece ter desencanado de vez. O velho nem quer ouvir falar o nome dele em casa. Antes de sair, fez uma limpa no cofre da família, deixando-o completamente desolado. Não pela fortuna que sumiu, mas pela decepção.

 

Helen: E entendo que a responsabilidade em ser o filho modelo, foi toda jogada nas tuas costas desde então?

 

Léo: Exatamente. A pressão é enorme para que eu não os desaponte. Por isso aquela vez que estava bêbado, me recusei ir pra casa. Não quero meus pais passando por tudo aquilo de novo.

 

Helen: Viu só? Você não é tão irresponsável quanto tenta parecer. Só precisa abaixar a máscara de vez em quando... Sempre que precisar desabafar, estarei aqui.

 

Léo sorri para ela, olhando-a com bastante ternura. A câmera abaixa, mostrando a mão dela em cima da dele.

 

 

Casa de Larissa. Larissa está deitada no sofá, visivelmente entediada, com o controle apontado para a tv. Atrás vemos Amanda e Roger aparecendo na sala. Larissa levanta ao perceber a presença deles.

 

Larissa (surpresa): O que vocês estão fazendo aqui?

 

Amanda (sentando do lado direito dela): Viemos te tirar dessa depressão aí.

 

Roger (sentando ao lado esquerdo dela): E nada como um bom filme (mostra uma sacola com Dvd’s), balde de pipocas e alguns chocolates pra distrair a mente.

 

Larissa: Gente... Vocês não precisam fazer isso.

 

Amanda: Acontece que nós queremos passar a noite inteira rindo e falando besteiras.

 

Roger: E falar besteira e fazer rir, são minhas especialidades.

 

Larissa (após alguns segundos): Okay, mas vou continuar no meio pra evitar que vocês dois comecem a se agarrar.

 

Amanda: Meu amor, nosso namoro não é daqueles que parece chiclete...

 

Roger: É, do tipo que não se pode falar três palavras, sem rolar algum beijo...

 

Amanda: Nós somos evoluídos...

 

Roger: Maduros...

 

Amanda: Podemos aguentar uma noite...

 

Roger: Até um mês sem ceder aos prazeres da carne.

 

Amanda (sorrindo): Pode ficar super tranquila quanto a isso.

 

Roger (sorrindo): Totalmente.

 

Larissa (incrédula): Aham. Mas a cada uma hora, darei dez minutos pra vocês.

 

Amanda (sorrindo/fazendo cócegas na amiga): Perfeito!

 

Larissa (rindo): Para com isso Amanda! 

 

Roger também começa a fazer cócegas nela. A câmera se afasta do cômodo e a cena permanece por alguns segundos, até que a tela escurece.   

 

 

Abre mostrando Santa Fé numa visão aérea. É noite. Corta para uma pracinha. Cláudio, Bruno, Carol, Oliver, Pedro e Renam estão reunidos.

 

Oliver: Aquela ali (aponta para uma garota)... Merece quanto?

 

Bruno: Oito.

 

Renan: Com certeza, nove meio.

 

Bruno (apontando para outra garota): E aquela ali?

 

Pedro: Dez, sem sombras de dúvidas.

 

Oliver: Onze.

 

Pedro: É até dez, cabeção.

 

Oliver: E qual o problema de eu querer dar onze pra garota?

 

Carol (sorrindo sem graça): Galerinha, vou andar um pouco e já volto, tá?

 

Os rapazes não dão muita atenção, continuando a discutir. Cláudio observa Carol dando a volta num chafariz e sentando-se num banco afastado. Cláudio toca o ombro de Bruno e sai. Corta para Carol sentada sozinha, pensativa. Cláudio aparece.

 

Música: Brighter Than Sunshine – Aqualung

 

Cláudio: Posso me sentar com você?

 

Carol (sorrindo): Claro, senta aí.

 

Cláudio senta e a olha por alguns segundos.

 

Cláudio: Está tudo bem?

 

Carol: Posso te fazer uma pergunta e promete me responder com franqueza?

 

Cláudio: Claro, pode fazer.

 

Carol: Você me acha feia?

 

Cláudio (rindo): O quê? Claro que não... Por que essa pergunta?

 

Carol (olhando para frente): É que às vezes, sei lá. Os garotos não entendem como é difícil pra mim ficar escutando eles falarem de outras garotas. (olha para ele) Olha pra mim... A garotas vivem dizendo que eu pareço um menino, que vivo suja e outras coisas.  

 

Cláudio: Mas você queria ser como as outras garotas?

 

Carol: Gosto de ser como eu sou... De andar com os meninos, andar de skate, jogar futebol.

 

Cláudio: Então qual o problema?

 

Carol: Deixa pra lá, você não vai entender.

 

Cláudio: Tente me explicar.

 

Carol (respirando fundo): É que sempre estou com eles. Faço tudo que eles fazem. Já ouvi eles dizendo que seria bacana se todas as garotas fossem tão tranquilas como eu. Mas no final, eles acabam sempre elogiando as outras. São elas que são bonitas, inteligentes... (balança a cabeça) Não estou querendo elogios, eu só queria que às vezes...

 

Cláudio: Eles percebessem que você é tão bonita e inteligente quanto qualquer outra.  

 

Carol: É... (pausa) Eu que esfolo os joelhos andando de skate, que fico toda suja de terra depois de uma partida de bola, que fico descabelada, que faço sempre um monte de coisas. Mas na hora de querer alguém por perto e receber essas notas aí, são essas dondocas que eles vão procurar.

 

Corta para a rodinha de Bruno e os rapazes. Oliver olha na direção de Cláudio e Carol e sorri.

 

Oliver: Ô Bruno, olha lá seu primo.

 

Bruno: O que tem ele?

 

Oliver: Cheguem mais pra cá.

 

Eles se aproximam de Oliver, que aponta com a cabeça, mostrando Cláudio e Carol juntos.

 

Oliver (sorrindo): Já está na maior intimidade com a Carol.

 

Bruno (após alguns segundos): Mas também, a Carol não é pouca coisa, né?

 

Renan: Com certeza, ela é a maior gata!

 

Pedro: E não é fresca como as outras meninas.

 

Bruno (desanimado): Mas ela nunca ia dar bola para algum de nós.

 

Oliver (entortando a boca): Quem dera eu tivesse chances com ela.  

 

Eles continuam olhando para os dois por alguns instantes, desanimados. Depois voltam para seus lugares. Corta novamente para Cláudio e Carol.

 

Cláudio: Não fica preocupada com essas coisas. Logo eles caem em si e começam a reparar no quanto você é linda, inteligente (pausa) Doce.

 

Carol: Você só está dizendo essas coisas para me agradar.

 

Cláudio: Mas é obvio que é pra te agradar, são elogios sinceros. Podemos nos conhecer há poucas horas, mas já posso citar uma lista de qualidades em você, que duraria a noite toda.

 

Carol (sorrindo timidamente): Obrigada. Você é uma graça.

 

Cláudio acena com a cabeça e ambos sorriem um para o outro. O som aumenta. A câmera abre, dando uma visão de quase toda a praça.

 

 

Hotel de beira de estrada. O carro de Léo está parado no estacionamento. Corta para dentro do veículo.

 

Helen: Em que quarto ele está?

 

Léo: Doze.

 

Helen: Você vai ficar bem?

 

Léo (respirando fundo): Espero que sim. (abrindo a porta) Feche os vidros, tranque tudo e buzine se acontecer qualquer coisa, okay?

 

Helen concorda com a cabeça. Léo sai do carro, fecha a porta e caminha pra frente. Corta para uma porta com o número doze na parte de cima. Léo respira fundo outra vez e bate duas vezes.

 

Voz masculina: Quem é?

 

Léo: Sou eu, Léo.

 

A porta abre e Léo entra devagar. Corta para dentro. A câmera se movimenta mostrando um homem [Andrew Kraulis] de aparentemente trinta anos, barbudo, e aparência desleixada, em pé, próximo a cama. Léo o olha sem esboçar reação. Eduardo timidamente se aproxima dele e lhe dá um abraço demorado. Léo resiste de início, mas cede, abraçando-o também.

 

Eduardo: Olha pra você... Como cresceu!

 

Léo apenas sorri. Eduardo o olha por alguns segundos.

 

Eduardo: E a mãe, o pai, como estão?

 

Léo: Estão bem... Na medida do possível. Por que ficou tanto tempo sem dar notícias?

 

Eduardo: Desculpa mano... Eu não queria que nada daquilo tivesse acontecido. Ele chegou a prestar queixa, alguma coisa?

 

Léo: Ele é seu pai, Du... Não ia fazer uma coisa dessas com você.

 

Eduardo acena com a cabeça. Segundos depois senta na cama.

 

Eduardo: Trouxe o que eu pedi?

 

Léo tira um pacote de envelope da jaqueta e entrega ao irmão.

 

Léo: Não é muita coisa, mas é tudo que consegui arrumar em cima da hora.

 

Eduardo (abrindo o pacote): Já é um começo pra mim. Não queria te envolver nisso, mas não tinha mais a quem recorrer. Obrigado, de coração.

 

Léo: Mas por pouco eu não trouxe. (breve pausa) Du... Nós dois já tomamos decisões erradas na vida. Me diz que entregar isso a você, não foi mais uma? 

 

Eduardo: Eu não vou gastar com drogas, se é isso que está pensando. Há dois anos estou limpo, mas ainda estou devendo algumas pessoas. (se aproxima dele) Eu juro que estou tentando consertar minha vida. 

 

Léo: Então por que não volta comigo? Ainda há tempo de arrumar a bagunça que você deixou em casa.

 

Eduardo (sorrindo): Eu vou ser pai.

 

Léo (surpreso): Mesmo?

 

Eduardo (sorrindo): Essa criança é minha chance de mudar, Léo. E preciso estar presente cada segundo da vida dela. Um dia eu pretendo voltar, pedir perdão aos nossos pais, apresentar o netinho a eles... Mas ainda não é o momento e eu preciso que me dê um voto de confiança.

 

Léo: Fica meio difícil confiar em você, se eu nem te conheço mais.

 

Eduardo: Mas eu juro que nunca fui tão sincero em toda minha vida.  

 

Léo (após alguns segundos): Eu preciso ir.

 

Eduardo se aproxima, o puxa e ambos se abraçam forte e demorado. Um som instrumental começa a tocar.  

 

Eduardo: Se cuida, maninho. Foi muito bom te ver.

 

Léo: Você também.

 

Léo abre a porta para sair. Eduardo o encara por alguns segundos.

 

Eduardo: Hei, Léo... (sorrindo) Você está realmente bem. Não estrague tudo como seu irmão aqui. 

 

Léo sorri para ele e concorda com a cabeça. Ele sai, fechando a porta. Eduardo senta na cama e seus olhos se enchem de lágrimas.

 

 

Corta para dentro do carro. Léo abre a porta e entra. Ele liga o carro e coloca as mãos no volante por alguns segundos, mas não se mexe. Helen o olha com preocupação.

 

Helen: Você está bem?

 

Léo (olhando-a tristemente): Posso te pedir uma coisa?

 

Helen: Qualquer coisa.

 

Léo: Me abraça?

 

Helen imediatamente o abraça. Close no rosto de Léo que está com os olhos fechados. A câmera muda para o lado de fora do carro, na frente, onde ainda podemos vê-los se abraçando. Fixa essa cena por alguns segundos.

 

 

Corta para o carro já em movimento e Léo aparentemente mais tranquilo. Ele olha para Helen com bastante admiração.

 

Música: Creed – What's This Life For

 

Léo: Helen....

 

Helen: Sim?

 

Léo: Me perdoa por ter sido um péssimo amigo. Jamais deveria ter te magoado do jeito que te magoei. Sinto muito. 

 

Helen (sorrindo): Não vamos ficar remoendo essas coisas. Eu já te perdoei. E o que passou, está enterrado lá atrás.  

 

Léo: Eu vou compensar o tempo que perdemos separados, prometo.

 

Ele pega na mão dela e beija carinhosamente. Helen sorri de forma meiga para ele. A imagem se afasta, saindo do carro e mostrando a estrada por alguns segundos. A tela escurece.

 

 

Abre mostrando Cláudio, Bruno e Carol perto de uma fazenda. É dia.

 

Bruno: Que demora do Oliver.

 

Carol: Relaxa, Bruno. Com certeza deve ter dado algum problema com o cavalo.

 

Cláudio: Cavalo?

 

Carol: Cavalo. Ou você acha que a gente vai descer até o rio a pé? (sorri) Boa sorte tentando.  

 

Bruno: Qual o problema, primo? Não sabe andar de cavalo?

 

Cláudio: Claro que sei... (pensativo) É que faz muito tempo que não monto.

 

Oliver aparece montado num cavalo.

 

Oliver (sorrindo): E aí rapaziada, como é que é?

 

Carol: Por que demorou tanto?

 

Oliver: Estava vindo com o Trovão, mas ele machucou a pata no caminho, então tive que voltar pra buscar o Popeye.

 

Bruno: Vamos pegar os cavalos.

 

Corta para um estábulo. Bruno aponta para os cavalos.

 

Bruno: Bom, eu vou com o Fantasma... Carol, a Moranguinho é sua, como sempre... E você, Cláudio, pode ficar com o Bebê Chorão.

 

Cláudio (fazendo careta): Bebê Chorão? Eu não vou andar nisso!

 

Carol: Hei! Não fala assim... Ele tem sentimentos.

 

Bruno e Carol sobem em seus respectivos cavalos. Cláudio tenta subir em Bebê Chorão, mas cai.

 

Carol (rindo): Precisa de ajuda?

 

Cláudio: Eu consigo.

 

Ele tenta subir novamente, quase cai, mas acaba conseguindo montar.

 

Bruno: Vamos lá!

 

Os três começam a galopar, exceto Cláudio que fica parado. Ele abaixa próximo a orelha do cavalo.

 

Cláudio: Okay, Bebê Chorão... Agora somos eu e você. Seja bonzinho, tá? Eia!

 

O cavalo dispara. Cláudio tenta acalmá-lo.

 

Cláudio: Oooo! Ooooo! Devagar... Devagar...

 

Bebê Chorão diminui os passos e Cláudio consegue acompanhar os outros. A imagem transparece para eles já na beira de um riacho. Bruno coloca as mãos na cabeça. Carol percebe.

 

Carol: O que foi, Bruno?

 

Bruno: Esqueci as guloseimas pra gente comer depois.

 

Cláudio: Não faz mal, a gente come quando chegar em casa.

 

Bruno: Claro que faz mal.

 

Bruno arregala os olhos para Cláudio, que franze a testa sem entender. Bruno balança a cabeça e puxa Oliver.

 

Bruno: Nós vamos lá buscar... Vocês dois fiquem aí, aproveitando o mar. (sorri).

 

Carol (nervosa): Não, mas...

 

Oliver (sorrindo): Sem mas! Vocês já são amiguinhos.

 

Bruno e Oliver sobem em seus cavalos e começam a galopar. Cláudio e Carol se olham timidamente. Corta para Bruno e Oliver.

 

Oliver: Será que vai mesmo rolar alguma coisa?

 

Bruno: Pelo clima que rolou ontem, espero que sim. Vamos deixar eles sozinhos por um tempo. Corrida?

 

Oliver: Quem perder vai ter que criar coragem e convidar a Carol pra sair depois que seu primo for embora.  

 

Bruno: Feito!

 

 

Casa de Cláudio. Silvia está sentada no sofá. Lucio aparece e senta no sofá ao lado.

 

Lucio: Agora que já lavamos a roupa suja, será que podemos ficar bem?

 

Silvia: Acho que está na hora de tentar unir essa família.   

 

Lucio (levantando e sentando ao lado dela): Eu prometo que tudo será diferente daqui pra frente. (pequena pausa) Mas você sabe que ainda há uma coisa a ser feita.  

 

Ele olha para o lado e a câmera o acompanha, mostrando o telefone na mesinha. Close no rosto de Silvia que olha na mesma direção.

 

 

Riacho onde Cláudio e Carol estão. Carol senta numa pedra. Ela solta os cabelos e começa a brincar com pés na água. Cláudio fica ao lado, observando. Ela percebe.

 

Carol: O que foi?

 

Cláudio: Não se mexe.

 

Carol (preocupada): Tem algum bicho atrás de mim? Se for sapo, tudo bem. Agora, se for aranha, fala logo.

 

Cláudio (sorrindo): Não tem nenhum bicho.  

 

Carol (confusa): Então por que pediu para que eu não me mexesse?

 

Cláudio (sorrindo): É que estava bonito olhar pra você.

 

Carol (rindo): Tá bom, Don Juan... Desse jeito você vai me conquistar.

 

Cláudio (sentando ao lado dela): E o que te conquista? Digo, o que um garoto precisa fazer pra te conquistar?

 

Ela o olha e em seguida levanta, pensativa.

 

Carol (caminhando): Sabe que eu não sei? (encosta numa árvore) Mas acho que não precisa de muito não.

 

Cláudio arranca uma flor do chão e coloca no cabelo dela enquanto fala.

 

Música: Jesse MccartneyBeautiful Soul

 

Cláudio: Será que bastaria dizer que além de linda e com uma brilhante personalidade, você é uma das garotas mais incríveis que eu já conheci?

 

Carol: Até parece que sou tudo isso mesmo.

 

Eles ficam com os rostos bem próximos.

 

Cláudio: Inteligente, não deixa a opinião dos outros te definir. E em matéria de beleza, olha pra você... Tudo em você é bonito, seus olhos, seu rosto, (passa a mão no cabelo dela) Seus cabelos...

 

Cláudio aproxima seus lábios do dela. Carol respira ofegante.

 

Cláudio: Sua boca...

 

Ela beija Cláudio e seus lábios se movem carinhosamente. Após alguns segundos eles se afastam e sorriem um para o outro, não demorando muito, se beijam de novo. A câmera se afasta devagar e sobe, parando em determinado ponto. Fixa nos dois por alguns segundos mais.

 

 

Casa de Bruno. Ele está deitado no sofá, comendo uma maçã. Cláudio aparece.

 

Bruno: Nossa! Onde estava esse tempo todo? (ri).

 

Cláudio (sorrindo): Como se você não soubesse, né, armador de tramoias. 

 

Bruno (se fazendo de desentendido): Não sei do que você está falando.

 

Cláudio ri e senta no outro sofá. Uma mulher aparece com o telefone na mão.

 

Mulher: Cláudio, sua mãe no telefone... Ela disse que é importante.

 

Cláudio olha para Bruno, que faz sinal com a cabeça para que ele atenda. Corta para Cláudio num canto sozinho.

 

Cláudio: Mãe?

 

Silvia (cortando para ela): Meu amor! Que saudades!

 

Cláudio (em off): Eu também estou...

 

Silvia: Vem pra casa...

 

Cláudio (cortando para ele): Mãe, você sabe que eu...

 

Silvia (em off/interrompendo): Volta. (pausa) Eu decidi operar.

 

Cláudio: Mesmo? Está falando a verdade?

 

Silvia (cortando para ela): Sim, vem pra casa que eu vou precisar muito de você por perto.

 

Um som instrumental começa a tocar. Muda para o rosto de Cláudio que esboça um largo sorriso. Bruno aparece atrás.

 

Bruno: O que foi?

 

Cláudio (sorrindo): Estou voltando pra casa.

 

Bruno sorri e toca o ombro do primo. A imagem começa a transparecer para dentro de uma rodoviária. Cláudio e Bruno estão na plataforma esperando o ônibus.

 

Música: Aerosmith – Crazy

 

Cláudio: Obrigado por tudo, primo.

 

Bruno (sorrindo): Que nada! Você sabe que mora dentro do meu coração. Sempre que precisar, dá um grito.

 

Cláudio: Ainda te espero em casa, viu?

 

Bruno: Pode deixar que nas férias de verão eu apareço lá.

 

Eles se abraçam fortemente. Atrás deles, podemos ver Carol aparecendo. Cláudio a olha, Bruno também.

 

Bruno: Vai lá...

 

Cláudio acena com a cabeça e vai até Carol. 

 

Cláudio: Pensei que não viria se despedir de mim.

 

Carol: Desculpa... Acabei demorando um século pra chegar até aqui.

 

Eles se olham por alguns segundos.

 

Cláudio: Carol, ouça...

 

Carol (interrompendo): Relaxa, Cláudio. Eu sei que foi amor de férias... Passa com o tempo. Não vou ficar te esperando. Apenas, seja feliz.

 

Cláudio: E você também, menina linda.

 

Eles se abraçam de forma intensa. A câmera dá um close no rosto dele e depois no dela, ambos estão com os olhos fechados. Segundos depois corta para Cláudio já entrando no ônibus. Ele sobe os degraus, para e olha para Bruno e Carol que estão um do lado do outro. Ele acena para ambos, que fazem o mesmo. A porta do ônibus fecha e começa a sair. Bruno e Carol continuam na mesma posição, assistindo o ônibus partir.

 

Bruno: Vou sentir falta dele.

 

Carol (com os olhos brilhando): É... Eu também.

 

Bruno a encara por alguns segundos. Carol percebe e franze a testa.

 

Carol: O que foi?

 

Bruno: Você quer sair qualquer dia desses pra fazer alguma coisa?

 

Carol: E a gente não faz isso todos os dias?

 

Bruno: Sim, com os rapazes... Mas eu estava pensando em só nós dois.  

 

Carol: Como um encontro?

 

Bruno (nervoso): É... Mas se for uma péssima ideia...

 

Carol (sorrindo): Pode ser...

 

O som aumenta e toma conta da cena. Bruno esboça um largo sorriso. Eles se viram e começam a andar. A câmera muda para uma visão aérea da rodoviária. Segundos depois, a tela escurece.

 

 

Abre mostrando a frente da casa de Cláudio. É noite. Corta para dentro. Silvia e Lucio estão juntos no mesmo sofá, assistindo televisão. O braço dele está envolta dela. Ouve-se o barulho da porta abrindo. Silvia levanta, feliz. Close em Cláudio entrando e Silvia correndo até ele, abraçando-o.

 

Silvia: Meu lindo (beija o rosto dele várias vezes) Nunca mais faça uma coisa dessas!

 

Cláudio (sorrindo): Contanto que não mude de ideia, estarei aqui.

 

Silvia: Já liguei pro médico, agendei novos exames e em breve a data será marcada. 

 

Cláudio (abraçando-a): Vai dar tudo certo, pode confiar! (sorri) Eu vou tomar banho.

 

Ele pega a bolsa do chão e vai até a escada. Lucio aparece e ambos se encaram.

 

Lucio (sorrindo): Seja bem vindo de volta, filho.

 

Cláudio esboça um leve sorriso, acena com a cabeça e começa a subir. Corta para ele já dentro do quarto, tirando as roupas de dentro da bolsa. Lucio abre a porta, entra e fecha.

 

Lucio: Ufa! Ainda bem que o plano B deu certo. Estava começando a ficar preocupado desse falhar também.

 

Cláudio: Eu sabia que ia funcionar... Nós nunca ficamos tanto tempo separados.

 

Lucio: Mas e se ela continuasse resistindo, mesmo com as aulas voltando?  

 

Cláudio (sorrindo): Não seria ruim ficar mais. Em pouco tempo fui mais feliz naquele lugar, do que vida toda aqui em Bom Destino. 

 

Lucio (sorrindo/após alguns segundos): Bom, vou deixá-lo descansar agora.

 

Cláudio (desfazendo o sorriso): Não se esqueça que ainda tem sua parte no acordo pra cumprir.

 

Lucio (triste): Eu sei... Não se preocupe... Quando tudo acabar, eu saio de suas vidas.

 

Cláudio faz sinal de positivo com a cabeça. Lucio abaixa o olhar e sai do quarto.

 

Música: ColdplayTrouble

 

Cláudio senta na cama, ele fica pensativo por alguns segundos e ri. Fecha os olhos e deita na cama. A imagem se aproxima de seu rosto e começa a transparecer para a vista aérea de um parque de diversões. O local está cheio e vemos alguns cortes de pessoas caminhando, crianças segurando algodões doces, os brinquedos, até parar em Roger numa barraca tentando acertar latas com uma bolinha. Amanda está ao seu lado.

 

Roger: Mas que droga!

 

Amanda: Que péssima pontaria. Até eu teria acertado.

 

Roger (entregando a bolinha a ela): Veremos se a sua é melhor.

 

Ela pega a bolinha e começa a mirar as latinhas. Roger vira e observa o movimento do parque. Ele abre bem os olhos e sorri, como se estivesse avistado alguém. A câmera se movimenta e mostra Cláudio metros à frente, dando passos leves, com as mãos nos bolsos. Roger vai até ele.

 

Roger (se aproximando/feliz): Hei, cara!

 

Cláudio o olha e também sorri. Ambos se abraçam.

 

Roger: Quando chegou?

 

Cláudio: Há poucas horas.

 

Roger: E por que não me ligou? Eu teria ido à sua casa...

 

Corta Amanda na mesma barraca. Larissa se aproxima dela, sorrindo.

 

Larissa: Olha o que eu ganhei na barraca de tiros? (mostra um ursinho).

 

Amanda: Ah, não vale! Eu também quero um. (lança um olhar fulminante para as latas) Eu achando que essas latinhas estão coladas. Não consigo derrubar uma.

 

Larissa: Eu sei o há de errado... Sua pontaria. (sorri).

 

Amanda: E eu provocando o Roger...

 

Larissa (após alguns segundos): Você tinha razão quanto ao Roger... Ele é um cara legal. E fico feliz que estão juntos.  

 

Amanda (forçando a vista): Quem é você e o que fez com a minha amiga?

 

Larissa (sorrindo): Não provoca... (pausa) E por falar no cidadão, cadê ele?  

 

Amanda: Sabe que eu não sei? Ele estava aqui agora mesmo... Será que foi abduzido por... (virando-se) Ops

 

Larissa: O que foi?

 

Ela olha na mesma direção que Amanda e para de sorrir lentamente.

 

 

Corta para Cláudio e Roger conversando no mesmo lugar.

 

Cont- ColdplayTrouble

 

Cláudio: E a namorada, como está?

 

Roger: Está bem, me amando mais que tudo no mundo... Ela está logo ali (vira-se e aponta) Ops!

 

Cláudio fica sério ao ver Amanda e Larissa juntas. Seus olhares se encontram por alguns segundos.

 

Cláudio: Vocês estão todos juntos?

 

Roger: Sim, eu não sabia que você ia voltar hoje e...

 

Cláudio (interrompendo): Eu vou embora... Te vejo amanhã no condomínio.

 

Roger: Cláudio, espera...

 

Cláudio se desloca e começa a sair de perto. Roger o acompanha com o olhar, desanimado. Ele olha na direção de Amanda e Larissa e sobe as sobrancelhas. Close no rosto de Larissa, ela abaixa o olhar, triste. A imagem abre e mostra o parque no ângulo aéreo. Após alguns segundos, a tela escurece.

 

 

 

 

 

 

Créditos Finais:


Criado e Escrito por:

 

Thiago Monteiro

 

Colaboração:

 

Raquel Rosa

 

Participações Epeciais:


Kevin Schmidt como Bruno

Mika Booren como Carol

Cody Linley como Oliver

Allen Evangelista como Pedro

Creagen Dow como Renan

Andrew Kraulis como Eduardo

 

Música Tema:

 

Switchfoot - Meant To Live

 

Trilha Sonora:


Crash Test Dummies – MMM

Simple Plan – Promise

Phantom Planet - Lonely Day

Hawk Nelson – Every Little Thing

Brighter Than Sunshine - Aqualung

Creed – What's This Life For

Jesse Mccartney – Beautiful Soul

Aerosmith – Crazy

ColdplayTrouble

 

 

 

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