Emma Roberts (em off): Nos episódios anteriores de
Descobrindo. Doutor:
Filho, sua mãe está com
aneurisma cerebral. É como se fosse uma bomba relógio
dentro da cabeça dela, que se explodir, nada poderemos
fazer. __________________________________________ Lucio:
Mas real possibilidade de te perder
para sempre, só me fez perceber o quanto eu ainda preciso de
você... E que minha vida perderá qualquer sentido se
você se for. (pausa) Eu quero minha família de
volta. __________________________________________ Cláudio
(cortando
para ele):
Mãe, você sabe que eu... Silvia (em
off/interrompendo):
Volta. (pausa) Eu decidi
operar. __________________________________________ Léo:
Sobre a Helen, não precisa se
preocupar. Eu gosto dela e não ia levar à frente a
ameaça que eu lhe fiz. Ela merece sempre o melhor. __________________________________________ Léo (falando alto): Eu quero vencer esse jogo
de qualquer
maneira, entendeu? Se você não começar a colaborar
e tocar a bola pro Cláudio, eu juro que vou te tirar daqui
à pontapés! __________________________________________ Léo (nervoso): O que você pensa que
está fazendo? Gil:
Conta pra ela, Léo, sobre
nosso plano de usá-la para atingir o Cláudio? Helen:
O que ele está dizendo
é verdade? Léo (com voz tremula): É, é verdade. Helen (com os olhos
lacrimejando/falando pausadamente):
Nunca, nunca... Nunca mais eu quero
ouvir sua voz. Não se aproxime de mim outra vez. Eu estou com nojo de você. __________________________________________ Cláudio:
Lembra quando disse estou em
dívida com você? Priscila: E está realmente. Cláudio:
Chegou a hora de pagar. Ele abraça Priscila e
começa a beijá-la. Larissa (pra si): A verdade, Cláudio, eu que
é eu acho que estou gostando de você... (pensativa)
Não, espera aí... (pausa/respira fundo)
Cláudio, eu quero que a gente possa... Ao levantar a cabeça, ela
para
imediatamente. Seus olhos começam a brilhar. Pelas costas
dela,
podemos ver que observa Cláudio e Priscila se beijando. __________________________________________ Abre
dentro
de uma sala cirúrgica. Alguns médicos e
enfermeiros estão próximos de um corpo. Close no aparelho
cardioscópio que mostra os
gráficos com as ondas do coração. A enfermeira
passa um lenço na testa do doutor [Anthony Edwards]
enquanto ele
mexe na paciente. Doutor:
A
situação está crítica. A
imagem desce lentamente, mostrando o rosto de Silvia,
apenas da testa
para baixo. Sala
de
espera do Hospital. Cláudio está sentando no
sofá, apreensivo, batendo as pernas insistentemente. Do
seu lado
esquerdo está Helen e do direito, Priscila. Ambas
segurando as
mãos dele. A câmera abre e mostra Lucio em pé,
encostado na parede e com os olhos fechados. Espalhados
pelo local
estão Amanda, Roger, Larissa, Léo e Felipe. Corta
para
o rosto de Cláudio, ele fecha os olhos. Sala
cirúrgica.
O monitor cardíaco começa a tocar sem
parar. Doutor:
Estamos
perdendo a paciente. Corta
para
o aparelho que mostra um linha reta e um toque único,
indicando a parada do coração. A câmera se aproxima
do rosto de Silvia, ficando assim por alguns
segundos. Um
clarão
toma conta da tela, deixando totalmente branco. Quando se
desfaz, vemos um consultório médio. Cláudio, Lucio
e Silvia estão sentados de frente para o doutor. Legenda:
Três
dias antes. Doutor:
A quarta e
a quinta década de vida, são as mais propícias a
acontecer a ruptura do aneurisma. Essa ruptura é perigosa e
geralmente causa sangramento dentro do cérebro, podendo
causar a
morte. E como descobrimos agora e daqui quatro anos você
chega
à quarta década, eu realmente sugiro que façamos a
cirurgia. Silvia:
E quais as
minhas reais chances de sobrevivência, doutor Tobias? Dr.
Tobias:
Seu estágio é considerado de segundo grau... Você
está enfrentando fortes dores de cabeça, sensibilidade
à luz e um pouco de cansaço. De acordo com os
números, suas chances de sobrevivência são de
sessenta por cento. Close
no
rosto de Cláudio, que abre bem os olhos, tenso. Dr.
Tobias
(sorrindo):
Mas tentem
não se preocupar. O processo é simples... Faremos uma
micro cirurgia vascular cerebral, que consiste na
colocação de um clipe metálico ao aneurisma. Essa
técnica já está consagrada com baixos
índices de mortalidade e sequelas. Silvia
(preocupada):
Mas
sessenta por cento é muito pouco. Dr.
Tobias: Silvia,
você estará nas mãos dos melhores especialistas no
assunto. Eu nunca perdi um paciente e tenho esperança de que com
você será a mesma coisa. Estaremos fazendo tudo o que
estiver ao nosso alcance para garantir o melhor resultado
possível. Você está em boas mãos. Corta
para
uma visão dos três. Silvia olha para Lucio,
visivelmente assustada. Ele segura forte a mão dela. A
câmera se aproxima do rosto de Cláudio, que nada diz, mas
que também se mostra apavorado. A tela escurece.
Casa
de
Cláudio. A porta abre e Silvia, Cláudio e Lucio
entram. Silvia para perto da escada. Silvia:
Eu vou
subir e descansar um pouco. Lucio:
Vai
sim. Eu vou preparar alguma coisinha leve pra gente comer e
levo no
quarto pra você. Silvia
acena
com a cabeça e sobe. Lucio vai até a sala.
Cláudio está parado próximo ao sofá,
pensativo. Lucio:
Você está bem? Cláudio:
Claro... Estou (pausa e
o olha)
Eu vou dar uma volta. Ele
passa
por Lucio e sai. Lucio olha na direção em que ele
saiu, preocupado. Rua
do
condomínio. Cláudio e Roger caminham devagar,
conversando. Música: Snow Patrol - How To Be Dead Cláudio: Parecia muito mais fácil na minha mente. À medida que a realidade se aproxima, o medo vai aumentando. Roger:
Vai dar tudo certo, meu amigo. Sua mãe é uma guerreira,
tenho certeza de que ela vai superar isso. E como está sendo o
apoio do seu pai nesse momento? Cláudio:
Não vou negar, meu pai tem sido uma presença positiva
para a minha mãe. Ele tem mostrado apoio e ajudado ela a
enfrentar tudo isso. É estranho, mas tenho que reconhecer que
ele está fazendo a diferença. Roger: Que bom, então Isso significa que o acordo já era, certo? Cláudio
(pensativo
por alguns segundos): Isso
não
muda o passado. Roger
sobe
as sobrancelhas. Eles param perto da casa de Larissa.
Roger:
E
quanto a ela? O pedido de desculpas não muda o passado
também? Cláudio:
Agora
é tarde. Já segui em frente. Roger:
Priscila... Estão juntos mesmo? Cláudio:
Ela
é legal. Um pouco doidinha, engraçada. O oposto dessa
aí. Roger:
Mas
não é por quem você esteve apaixonado a vida toda. Cláudio:
Eu tenho dezesseis anos, Roger... Uma paixão de infância
não pode definir minha vida inteira. As coisas mudam, as pessoas
mudam. Agora vamos sair daqui, antes que ela apareça e pense que
estou espionando. Roger
(andando): Então tá, né. Cláudio
continua
parado e olhando para a casa de Larissa. Roger, que
está na frente, para e o olha. Roger:
Você não vem? Cláudio corre até Roger e ambos continuam a caminhar. Quarto
de
Silvia. Ela está deitada na cama, cansada. Lucio entra
trazendo uma bandeja. Lucio:
Você precisa comer alguma coisa... Silvia
(sentando
na cama):
Não vai trabalhar hoje? Lucio:
Está brincando? Nem hoje e nem nos próximos dias.
Só saio de casa quando você estiver cem por cento curada. Silvia:
Estive
pensando... Que tal passarmos um dia inteiro no sítio? Eu,
você e o Cláudio. O que acha da ideia? Lucio
(sorrindo):
Ideia
maravilhosa! Após a cirurgia podemos ir onde você quiser. Silvia:
Eu quis
dizer amanhã. Lucio
começa
a desfazer o sorriso. Ele levanta e caminha pelo quarto,
ficando frente ao guarda-roupas e encostando a cabeça
nele,
fechando os olhos em seguida. Música
Instrumental
Lenta. Silvia
(preocupada):
Lucio? Lucio: Por favor, Silvia... Não (vira
e a olha) Não vamos passar um dia especial, como se
fosse o
último entre nós. (se
aproximando) Você vai sobreviver, vai rir, vai se
alegrar,
vai ver nosso filho crescer, casar... Vai segurar seus
netinhos nos
braços e se Deus quiser, até seus bisnetos. O que
não vai acontecer, é você morrer na mesa de
operação. Isso não. Silvia
(com
os olhos lacrimejando):
Não é isso (pausa longa). Mas mesmo assim eu
quero passar um dia especial com vocês pra me ajudar antes
da
hora. Lucio:
Tudo
bem, podemos ir até o sítio... Mas na
condição que em momento algum você fará
algum discurso de despedida, combinado?
Silvia
(sorrindo
levemente):
Não será uma despedida... Eu prometo. Lucio
senta
de frente para ela. Ele passa a mão em seu rosto e Silvia
fecha os olhos. Lucio se aproxima e beija com delicadeza
sua boca. A
câmera se afasta lentamente, ao mesmo tempo a tela vai
escurecendo. Abre
com
Helen deitada na cama, visivelmente desanimada. Rosa abre
a porta e
entra. Rosa:
Advinha
quem era no telefone? Helen
não
responde. Rosa senta na cama. Rosa:
Aquele
rapaz já ligou umas cem vezes nos últimos dias. Dá
pra me dizer o que está acontecendo? Helen:
A
próxima vez diz que eu morri. Rosa:
Helen,
eu preciso saber o que ele te fez. Afinal, eu apoiei
bastante e
reaproximação de vocês, e se ele fez... Helen
(interrompendo):
A culpa
é toda minha, por ser sempre essa garota ingênua, boba,
que acredita no lado bom das pessoas. A senhora não teve
culpa
de nada, eu que sou estúpida mesmo. Rosa:
Hei!
Nunca mais fale assim de você! As pessoas que não prestam,
não você. Não é defeito ter um
coração enorme. Quem dera houvesse mais gente assim no
mundo. Helen: E qual a vantagem em possuir tal virtude, se o tempo todo sou passada para trás? Rosa:
Pare com essa autopiedade. Você sempre foi forte e encontrou uma
maneira de superar as dificuldades. Não permita que um garoto
qualquer te faça duvidar de si mesma. Helen:
Eu vou
ficar bem, vovó... Só preciso processar um pouco melhor o que está acontecendo. Rosa: Claro, entendo. Mas antes de te deixar em paz, me conte detalhadamente o que aconteceu. Helen
concorda
com cabeça e senta na cama. Rosa se desloca, ficando de
frente para a neta. Helen respira fundo e começa a falar. Quarto
de
Larissa. Ela está na mesinha, escrevendo no fichário.
Ouve-se duas batidas na porta. Ela levanta e abre. Jonatas
aparece
segurando uma caixa. Ele entra e coloca a caixa na cama. Larissa:
O que é isso? Jonatas:
Bom, como último mês você tem se comportado bem,
não tem sido mal educada com a sua mãe, não tem
chegado tarde em casa, não há motivo pra continuar com o
castigo. Larissa
(feliz/indo
até a caixa):
Minhas coisas! Obrigada Deus! Jonatas:
Deixa a porta aberta, que estou trazendo seu computador. Larissa:
Minha mesada está de volta também? Jonatas:
Claro, por que não? (sorri).
Larissa:
Se eu prometer me comportar ainda mais, será que posso
ganhar um
aumento? (sorri). Jonatas
ri
e balança a cabeça. Larissa ri também. Jonatas
(sorrindo):
Veremos. Larissa:
Obrigada por trazer minhas coisas de volta. Jonatas:
Você mereceu. Ele
sai
do quarto. Larissa olha novamente para caixa e esboça um
largo sorriso. Ginásio
do
colégio Esplendor. Léo está chutando algumas
bolas em gol. O local está vazio. Roma aparece e se
aproxima. Música: The Doves - Caught By The River Roma: É assim que eu gosto de ver... Meus atletas empenhados mesmo sem treino. Léo: Eu precisava de um tempo para fugir do meu mundo, e esse lugar me traz paz. Apesar de você me irritar o tempo todo. Roma: Eu que te irrito? Olha as veias da minha testa. Eles riem. Léo chuta a bola no gol e erra. Roma percebe a expressão de desanimo do goroto. Roma: Problemas no paraíso?
Léo:
Não sei por que isso está me incomodando tanto. Nunca
significou nada pra mim, sempre foram, garotas. Mas com essa
é
diferente. Estou com uma dor tão grande no peito que parece
que
meu coração vai parar. Roma
(rindo):
Vem aqui comigo um instante. Eles
caminham
até o banco de reservas e sentam. Roma:
Quando uma garota consegue tirar do sério até mesmo
alguém como você, garanhão, exibido, arrogante,
dono da razão, metido... Léo
(interrompendo): Conheço meus defeitos. Roma
(sorrindo):
Então, quando uma garota consegue provocar esses tipos de
emoções, só pode significar uma coisa...
Você está apaixonado. Léo:
Apaixonado? Eu? Não... Eu não me apaixono. Roma:
Todos se apaixonam, bobão... Até mesmo os serial killers
têm suas paixões. Mas falando especificamente de
você, sinto como se estivesse olhando no espelho. No colegial, eu
também era o astro do time, brilhava na quadra e com as garotas,
e todos me adoravam. Até que um dia sofri uma séria
lesão nos ligamentos e fui obrigado a parar de jogar. Meu mundo
desabou, as garotas, a fama, os supostos amigos, todos foram se
afastando pouco a pouco. (sorri emocionado)
Exceto ela... Ah, ela mudou tudo para mim. Ela estava ao meu lado,
não importando quem eu fosse. Meu dia só começava
quando a via, e só terminava bem quando ela me dava um beijo de
boa noite. Ele
olha
para Léo, ainda emocionado. Léo sorri para ele. Léo:
E o que aconteceu com vocês? Roma
(sorrindo):
Estamos juntos há mais de quarenta anos. Léo
sorri
novamente e olha para frente, ficando com um semblante
reflexivo.
Roma toca o ombro dele. Roma:
Joias como essas, são raras de encontrar. Seja lá o que
você vez, vá consertar. Léo
(relutante):
Eu sempre fui o cara que não se prendia a ninguém, mas
essa garota... ela é especial. Não posso perder tempo
lamentando, é hora de enfrentar meus medos e me entregar ao que
sinto por ela. (levanta decidido) Obrigado pelo conselho, treinador! Roma:
Disponha. Não sei nem que é a garota, mas ela já
mora no meu coração por ter causo essa mudança
toda em você. (sorri). Léo
(saindo):
O nome dela é Helen... Linda, doce, meiga e maravilhosa
Helen! Ele
se
afasta mais e sai. Close no rosto de Roma, que sorri emocionado. Praça
do
centro. Amanda e Roger estão sentados no banco. Há
pouco movimento no local. Roger está com um semblante
distante,
enquanto Amanda alisa seu cabeço, solidária. Amanda:
O que se passa, meu lindo? Roger:
Estou preocupado com o Cláudio. E de certa forma a cirurgia
da
Silvia depois de amanhã, me afeta também. Cláudio
e eu fomos criados como irmãos, conheço a Silvia desde
novinho... É como se fosse uma segunda mãe pra mim. Agora
imagina, se eu que estou de fora e não tenho o mesmo sangue,
me
sinto assim, que dirá ele, que é literalmente o filho? Amanda:
É, uma barra realmente. Apesar de ter sérios problemas de
relacionamento lá em casa, eu não queria estar na pele
dele. Roger:
Pois é... Pra eles que sempre
foram
grudados, é muito mais dolorido. Amanda
(pensativa):
Sabe o que todos estão precisando? De uma noite sem
estresse.
Qualquer coisa que possa distrair. Roger:
E aposto que já tem algo em mente? Amanda:
Meus pais não vão estar em casa hoje, podemos reunir a
turma pra jogar conversa fora, assistir alguns filmes, jogar
baralho,
jogos eletrônicos, eu não sei... O que acha? Roger:
Acho uma ótima ideia. Não sei muito bem se ele vai querer
sair de perto da mãe essa noite, mas vou tentar trazê-lo.
Assim também é um forma de demonstrar a ele que estamos
nessa juntos. Amanda:
Isso, faz um esforço. Eu aviso a Lari
e a Helen. Roger:
A Larissa, Amanda? Justo quem mais anda estressando-o? Isso
já
não é uma boa ideia. Amanda:
Mas eu não posso deixá-la de fora... Ela é minha
melhor amiga. E acho que neste momento delicado, o Cláudio
não vai ter nem cabeça de ficar estressado com a
presença dela. Roger:
Okay, mas antes eu irei contar a
ele... Se ele achar ruim, a gente nem leva isso pra frente,
beleza? Amanda
(sorrindo):
Okay, meu fofinho preocupado com
o
amigo. Ela
beija
os lábios dele com bastante ternura. Roger sorri e deita a
cabeça no colo dela. Amanda começa a fazer carinho nele,
enquanto a câmera vai se distanciando e escurecendo. Shopping.
Léo
e Felipe caminham conversando e olhando as vitrines. Felipe:
Ainda não conseguiu falar com ela? Léo:
Entre os muitos talentos da Helen, desaparecer e se teletransportar
estão no topo. Não consigo encontrá-la em lugar
algum. Ela sumiu do colégio, não atende minhas
ligações... Até esperei do outro lado da rua para
vê-la sair de casa, mas nada. Felipe: Parece que ela levou a sério quando disse que não queria mais te ver. Léo: É por isso que preciso de alguma forma consertar o que fiz. Felipe: E quanto ao Gil? Não vai mais falar com ele? Léo:
Sabe, até pouco tempo atrás eu não perderia a
oportunidade de arrancar os dentes dele. Mas agora percebo que o
desprezo é o melhor castigo. Deixarei que ele se afogue em sua
própria insignificância. Felipe:
Escuta, eu não concordo com o que ele fez e me senti
péssimo ao ver a expressão dela quando descobriu tudo.
Mas se você já havia desistido do plano, deveria ter nos
contado. Léo:
Isso não mudaria o fato de que eu aceitei participar. Ele teria
contado de qualquer maneira. Meu maior erro foi não ter sido
sincero com ela quando tive a chance. Eles
entram
em uma loja e começam a olhar ao redor. Léo:
É essa aqui... É a que mais tem variedades no shopping. Felipe
(impressionado):
E coloca variedades nisso. Eles
começam
a andar pelos departamentos da loja. Léo:
Alguma sugestão? Felipe
(sorrindo):
Se eu fosse uma garota e tivesse interessada em você, apenas
seu
sorriso me bastaria, amor. Léo
(revirando
os olhos):
De repente ele virou comediante... (olha para um balcão)
Perfume? Felipe:
Não, ela não parece do tipo que se impressiona com joias,
perfumes. Tem que ser algo diferente, que chame atenção,
que desperte algum valor sentimental cada vez que ela for
olha para
aquilo. Perfume acaba e o frasco é jogado fora. Léo
olha
para ele, impressionado. Felipe: O quê? Eu convivo com duas irmãs em casa. Já perdi a conta de quantos dramas sentimentais presenciei. Léo
(rindo):
Okay ... (olha em volta da
loja)
Algo que chame atenção... Ele
olha
fixo para determinado ponto no alto, em seguida esboça um
largo sorriso. Casa
de
Helen. Rosa abre a porta e Léo aparece do lado de fora,
segurando um enorme urso de pelúcia. A câmera desce,
mostrando no chão uma cesta com variados doces. Close no
rosto
de Rosa que mantém uma aparência séria. Léo
(sorrindo
sem graça):
Oi dona Rosa... Eu poderia falar com a...
Rosa
(interrompendo):
Escuta aqui seu deliquentezinho!
Eu pensei
que havia sido bem clara quando disse que iria cortar em mil
pedaços se fizesse minha neta sofrer. Léo:
Por favor... Só me dá uma chance de falar com ela. Rosa:
Você tem dez segundos pra sair daqui, antes que eu pegue
minha
faca mais afiada. Léo:
Por favor, apenas cinco minutos para que... Rosa
(interrompendo):
Dez... Nove... Léo:
Está bem, está bem... Estou saindo. Mas poderia pelo
menos entregar... Rosa
fecha
a porta. Léo respira fundo, desanimado. Léo
(completando):
Essa cesta de doces e urso a ela... (se vira) Merda!
Casa
de
Amanda. É noite. Ela e Larissa estão na sala, mexendo
na prateleira de CDs. Música:
Simple Plan
- Perfect World Larissa
(apreensiva):
O Cláudio sabe mesmo que eu estou aqui? Meu medo é que
ele vire as costas e saia quando me vir. Amanda:
Fica tranquila, se ele vier, é porque sabe que você
também vem. O Roger ficou responsável de alertá-lo
antes. A
campainha toca. Amanda e Larissa se olham. A última com um
misto
de ansiedade e apreensão na face. Amanda
(sorrindo):
Chegaram! Corta
para
ela abrindo a porta. Close em Cláudio e Roger do lado de
fora. Amanda sorri e faz sinal para que eles entrem. Roger
dá um
selinho em Amanda e ela cumprimenta Cláudio com um beijo no
rosto.
Eles caminham até a sala. Cláudio e Larissa se encaram
por alguns segundos. Cláudio:
Larissa. Larissa:
Oi Cláudio... Como você está? Cláudio:
Bem, na medida do possível. Um
silêncio
constrangedor toma conta da cena. Amanda se inclina ao
ouvido de Roger. Amanda
(sussurrando):
Devíamos deixá-los sozinhos. Roger
(sussurrando):
Não devíamos ficar e ajudar a quebrar o gelo? Amanda
(sussurrando):
Quer
dar
uns amassos na cozinha enquanto
esquento a pipoca? Roger
(sussurrando):
Isso não é justo! Mas eu vou aceitar. Amanda
(para
os dois):
A gente vai ali na cozinha preparar as guloseimas. Roger:
Não façam nada que eu não faria! Ele
sorri
e Amanda o puxa, saindo de cena. Cláudio e Larissa trocam
olhares novamente. Larissa:
Eu queria que soubesse que estou torcendo muito por sua mãe.
Cláudio
(sorrindo
levemente):
Obrigado. Larissa:
Eu sei que sua cabeça está a mil, e que a última
coisa que quer, é falar sobre isso. Mas você tem
razão em tudo que disse no parque. Eu não sou uma pessoa
de inspirar confiança e também não posso exigir
uma segunda chance, se em casa não faço o mesmo. Cláudio:
Larissa... Larissa
(interrompendo):
Mas mesmo assim, eu queria que soubesse que estou tentando.
Cláudio
(sorrindo):
Que bom. E também não leve tão ao pé da letra tudo que falei. Estava
no calor da discussão e posso ter exagerado em alguns pontos. Ouve-se
o
barulho da campainha. Cláudio se desloca. Cláudio:
É melhor eu ir atender. Larissa
acena
levemente com a cabeça. Cláudio caminha em
direção à porta, cortando para ela sendo aberta e
Helen aparecendo do lado de fora. Ele sorri ao vê-la e
ambos se
abraçam, ficando assim por alguns segundos. Casa
de
Cláudio. Lucio está parado em frente à escada
na parte de baixo. O ambiente está escuro. Lucio
(falando
alto):
Pode descer. Silvia
aparece
na parte de cima, sorrindo. A câmera acompanha descendo
os degraus, mostrando pétalas de rosas espalhadas por toda
a
escada. Lucio segura na mão dela e a conduz até a sala. O
local é iluminado por velas, e na copa é possível
ver a mesa com duas bandejas de pratas fechadas. Silvia
(impressionada):
Isso tudo pra mim? Lucio:
Não é nem metade do que você merece. Ele
aperta
o botão de um controle e o som liga. Música:
Folhas
– All By
Myself Silvia
(pensativa):
Essa não é... Lucio:
A música que eu estava tocando quando dançamos na
primeira vez. Lucio
a
pega pela cintura e ambos começam a dançar. Silvia:
Sabe, pra quem não quer despedidas, você não
está seguindo muito bem a cartilha. Lucio:
E quem disse que é uma despedida? É um recomeço
entre a gente. Silvia
sorri,
aproxima seus lábios e o beija. Lucio retribui e a beija
também, dessa vez de forma mais intensa. Silvia:
Já que é um novo começo... O que você acha
de deixar a janta pra mais tarde? Lucio
(franzindo
a testa):
Está querendo me dizer... Silva
balança
a cabeça em sinal de sim. Lucio sorri e a pega no
colo. Ambos se beijam outra vez. Após alguns segundos, a
câmera os acompanha até a escada e os vemos subindo
alguns degraus, até a tela desfocar. Lado
de
fora da casa de Amanda. Cláudio e Helen estão sentados
no escadinha perto da porta. Música: Five For Fighting - Easy Tonight Helen:
Nervoso? Cláudio:
Sabe aquela sensação de que parece que o
coração vai sair pela boca? Faz dois dias que eu
não durmo direito. Helen
(pegando
na mão dele):
Vai dar tudo certo. Deus está cuidando de você e sua
família. Cláudio
(sorrindo):
Eu sei disso... Tanto que Ele enviou um anjinho pra cuidar
de mim aqui
na terra. Helen
sorri
timidamente, depois olha para frente. Cláudio:
Com tanta coisa acontecendo, não tive a chance de te
perguntar
como você tem andado. Helen:
Estou bem, não se preocupe comigo. Entendo perfeitamente a
delicadeza do momento. Eu no seu lugar também não
conseguiria pensar em mais nada. Cláudio:
Ouça, meu anjo. O que quer que tenham te feito... Não
deixe isso afetar a pessoa doce que você é, está
bem? Helen
(sorrindo):
Pode deixar. Cláudio
coloca
a mão no ombro dela, abraçando-a em segunda. Ela
fecha os olhos e encosta a cabeça na dele. A porta abre e
Amanda
aparece. Amanda:
Vocês dois, pra dentro, já! O filme vai começar. Cláudio
e
Helen se olham e sorriem. Eles levantam e se deslocam até
a
porta. A câmera muda para uma visão aérea da cena.
Quando Helen entra e fecha a porta, a tela escurece. Abre
mostrando
um sítio. É dia. Nele vemos um campinho de
futebol gramado, um lago, uma piscina e uma casa ao fundo.
Corta para o
interior da casa, onde Silvia e Cláudio sentados no sofá
da sala. Lucio aparece segurando uma vara e com um chapéu
de
pescador na cabeça. Lucio:
Hoje eu
vou pescar nossa comida! Vem comigo, filho? Cláudio:
Eu
quero dar uma olhada no lugar primeiro, depois apareço por
lá. Lucio:
Okay então... Vejo vocês mais
tarde. Ele
sai.
Silvia e Cláudio se olham e riem. Silvia
(sorrindo):
Acha
que ele vai conseguir pescar alguma coisa? Cláudio
(sorrindo):
Estou
pensando mais na história que ele vai contar aos amigos
depois. Eles
riem
novamente. Após alguns segundos Cláudio desfaz
levemente o sorriso e levanta. Cláudio:
Vou dar
uma volta. Silvia:
Você está bem? Cláudio
(forçando
um sorriso):
Claro,
adoro o ar do campo. Cláudio
sai.
Silvia o observa sair, preocupada. Refeitório
do
colégio. Leo está sentado sozinho onde ele e Helen
costumavam ficar. A câmera abre e mostra Felipe e Gil
metros
dali. Corta para eles. Felipe:
Vocês vão ficar assim até quando? Gil:
Por
mim, tudo aquilo já morreu. Ele que não quer mais falar
comigo. Felipe:
Mas
depois do que você fez, até eu no lugar dele faria o
mesmo. Gil:
Alguma
vez ele chegou na gente e disse que havia desistido de tudo?
Disse que
estava gostando da menina? Não disse né. Felipe:
E mesmo
se tivesse dito, você faria diferente no parque? Gil:
Provavelmente não. Mas a culpa não é minha. Posso ter
dado a ideia, mas quem aceitou foi ele. Entrada
do
refeitório. Larissa aparece puxando Helen pelo braço. Helen
(tentando
escapar): Eu
não
quero! Larissa:
Vamos,
está na hora de encarar isso. Chega de passar o intervalo no
banheiro. Helen: Tá bom, você tem razão. Elas
param e ao ver Léo na mesa, Helen balança a cabeça em negação. Helen:
Mas
não agora! A câmera recua
e
mostra Léo avistando Helen. Ele levanta rapidamente e vai
até ela. Close em Helen assistindo ele vir e arregalando
os
olhos. Ela volta para dentro. Léo se aproxima da porta,
mas
é barrado por Larissa que coloca a mão no peito dele. Larissa:
Aonde o
senhor pensa que vai? Léo:
Larissa, eu preciso falar com a Helen. Larissa:
Por
quê? Léo: Não que seja da sua conta, mas eu preciso desfazer o erro que cometi com ela. Ele
tenta
passar, mas Larissa continua impedindo-o. Larissa:
Ainda
não fui convencida. Léo
(nervoso): Porque eu a amo, está bem? Larissa
tira
a mão do peito dele, extremamente surpresa. Léo se
acalma e abaixa o olhar. Léo:
Desculpa falar dessa forma, pra você...Mas eu nunca senti algo
assim por nenhuma garota antes e sinto que vou enlouquecer se ela
não me perdoar. Larissa
esboça
um largo sorriso e sai da frente, dando passagem a ele,
que corre para dentro. A câmera muda para um corredor
vazio.
Helen anda apressadamente, Léo aparece logo atrás. Léo:
Helen! Ela
olha
para trás e aperta mais os passos, entrando no banheiro.
Léo chega na porta e fica parado. Ele olha para os lados e
empurra a porta, entrando. Do lado de dentro, vemos quatro
portas meio
abertas e uma fechada por completo. Léo caminha até a que
está fechada. Música: Fountains Of Wayne – All Kinds Of Time Léo:
Ouça, eu sei que estraguei tudo e que você me odeia neste
momento. Não há justificativas... O que eu fiz foi
horrível e não tem perdão. Ele
coloca
a mão na porta e encosta a cabeça, fechando os
olhos. Leo:
Eu nunca tive a intenção de colocar aquele plano em
prática... Mesmo que eu tenha concordado, nunca faria algo para
te humilhar, Helen. Acredite em mim, isso se deve muito ao nosso
passado e, especialmente, ao nosso presente... (pausa)
Você trouxe de volta os melhores dias da minha vida e com
você eu sou uma pessoa melhor. Por favor, eu imploro, me dê
uma última chance. Um
breve
silêncio toma conta da cena. Léo coloca a mão
na porta. Léo
(voz
amargada):
Meu
coração grita por seu nome. Ouve-se
a
porta principal abrindo e uma mulher vestida de faxineira
aparece.
Ela franze a testa ao ver Léo. Faxineira:
O que
você está fazendo no banheiro feminino, garoto? Léo
(triste):
Desculpa. Ele
sai.
A porta abre e Helen aparece com os olhos cheios de
lágrimas. A faxineira vai até ela. Faxineira:
Você está bem? Helen
(enxugando
as lágrimas): Eu não sei. Corredor.
Léo
caminha pelo corredor. Gil vem na direção
dele. Ao vê-lo, Léo vira e anda na direção
oposta. Gil vai atrás. Gil:
A gente precisa conversar. Léo:
Não temos nada pra conversar. Gil
(abrindo
os braços):
Qual é, Léo? Somos brothers!
Vai deixar nossa amizade acabar por causa uma garota
qualquer? Imediatamente
Léo
se vira e pega Gil pela gola, empurrando-o com
violência contra a parede. Léo
(furioso):
Presta atenção no que eu vou dizer. Um, a Helen
está longe de ser uma garota qualquer, então meça
suas palavras ao se referir a ela. Dois, nunca mais me chame
de brother. Nós não somos
irmãos, não somos amigos. E três, não dirija
mais a palavra a mim, porque da próxima vez, eu não
responderei pelos meus atos. Ele
solta
Gil, empurrando-o mais uma vez e sai. A câmera permanece
em
Gil, que arruma a gola da camisa, visivelmente incomodado.
Sitio.
Cláudio
está sentado perto do lago, com o semblante
distante. Ele mexe na água com uma pequena vara. Silvia
aparece
e senta ao lado dele. Som
Instrumental.
Silvia
(olhando
para a água):
Lembra quando te ensinei a nadar? Cláudio
(sorrindo):
Eu morria de medo só de molhar os pés. Você teve
que insistir milhares de vezes até que eu tomasse coragem de
entrar. Silvia:
E você conseguiu. Superou seu medo, assim como tem superado
cada
obstáculo em sua vida. (o
olha
emocionada) Você é meu herói, meu doce menino.
E quero que continue assim, forte, bom, atencioso com as
pessoas. Cláudio:
Mãe, não faça isso. Silvia:
Não fazer o quê? Cláudio:
Você sabe... (morde os lábios) Nós
não vamos nos despedir. Eu preciso de você na minha vida.
Silvia:
A morte não irá pôr fim ao amor que sentimos um
pelo outro. Aonde quer que eu vá, sempre estarei com você. Cláudio:
Mas eu não consigo aceitar essa possibilidade. Não agora,
não por causa do que está acontecendo. Você esteve
ao meu lado durante todos os obstáculos que enfrentei, e
é assim que eu te vejo: uma mulher forte, guerreira, uma
vencedora... Por favor, não tente tente tirar isso de mim. Silvia
(com
os olhos cheios de lágrimas):
Está bem querido... Sabe que é um período emotivo
na minha vida. Mas eu não vou me entregar, eu prometo. Cláudio
(sorrindo
levemente):
Ótimo, porque é assim que eu quero te ver. (beija o
rosto dela) Eu preciso ir ao banheiro. Silvia
acena
com a cabeça. Cláudio levanta e sai. Silvia olha
para frente e respira fundo, fechando os olhos em seguida.
Lado de dentro da casa. Lucio está frente a uma mesa, mexendo na vara de pescar. Cláudio entra apressadamente e sobe a escada. Lucio assiste a cena expressando preocupação. Corta
para
o lado de dentro. Cláudio está em pé, com a
mão encostada na parede. Lucio aparece e o olha por alguns
instantes. Lucio:
Você está bem? Cláudio
(ainda
de frente para a parede):
Não, não estou. Ele
se
vira para Lucio, com os olhos lacrimejando. Música
instrumental
lenta. Cláudio
(voz
embargada):
Eu tentei me mostrar forte até agora... Tentei mostrar que
está tudo bem, mas não está. (pausa)
Estou morrendo de medo... E não
sei o que será da minha vida se ela se for. Lucio
o
olha com extremo pesar. Ele se aproxima do filho, coloca a
mão
em seu ombro e o puxa, abraçando-o. Cláudio se entrega ao
abraço, desabando a chorar em seguida. Lucio passa a mão
na cabeça do filho, consolando-o. Lucio
(com
os olhos lacrimejando):
Vai ficar tudo bem, filho... Esse pesadelo vai logo acabar.
Ele
fecha
os olhos e o som instrumental aumenta, tomando conta da
cena, mas
ainda podemos ouvir o choro de Cláudio. A câmera
começa a se afastar lentamente, até parar em determinado
ponto, ainda mostrando os dois abraçados. A tela escurece.
Abre
no
interior de um hospital. Cláudio está no corredor,
colocando uma ficha em uma máquina de expresso. A imagem
abre e
mostra Helen ao seu lado. Amanda e Roger aparecem atrás. Roger:
Hei, amigão! (abraça
Cláudio) Estamos numa só corrente, okay?
Cláudio
sorri
e acena de leve com a cabeça. Amanda também o
abraça. Amanda:
Pensamento positivo, que tudo dará certo. Cláudio:
Obrigado pessoal, vocês são incríveis. Eles
sorriem
para Cláudio. Roger abraça Amanda e Helen segura na
mão de Cláudio. Corta
para
Cláudio sozinho andando por um corredor. Ouve-se a voz de
Larissa. Larissa
(em
off):
Cláudio. Ele
se
vira e a olha. Larissa se aproxima rapidamente e o abraça
forte. Em seguida dá um beijo no rosto dele. Larissa:
Boa sorte pra sua mãe. Estou torcendo por ela. Cláudio
(sorrindo):
Obrigado (pausa) Isso significa muito. Larissa:
Estarei o tempo todo na sala de espera, se precisar de mim.
Cláudio
balança
a cabeça positivamente. Larissa beija outra vez o
rosto dele, que fecha os olhos no mesmo instante. Ela o
olha por alguns
segundos e sai. Cláudio coloca a mão no lugar beijado e volta a caminhar. Um
quarto
do hospital. Silvia está deitada na cama, com a
aparência de cansada. Ela já veste roupas médicas e
em sua cabeça, uma faixa encobre o que provavelmente foi
raspado
para a operação. Lucio puxa uma cadeira e senta ao lado
dela. Lucio:
Nervosa? Silvia:
Mais cansada pra dizer a verdade. Acho que os anestésicos
já estão fazendo efeito (sorri). Lucio:
Quando acordar, será uma nova mulher. A
câmera se movimenta, mostrando a porta. Cláudio aparece,
mas desiste de entrar ao vê-los juntos. Ele encosta na
parede do
lado de fora, ainda perto da porta. Volta a cena para
Lucio e Silvia. Silvia:
Sei que prometi evitar essa conversa, mas está chegando a
hora e
precisamos pensar nas possibilidades. Se der errado, o que
você
pretende fazer daqui frente? Lucio
hesita
em responder, tentando segurar o choro. Ele levanta e se
ajoelha
na cama, segura a mão dela e beijando-a. Close em seus
olhos que
se enchem de lágrimas. Lucio:
Bom, se você se for, terá que arrumar um jeito de
voltar... Por que eu não sei mais viver sem você. Corta
para
Cláudio do lado de fora. Ele abaixa a cabeça,
pensativo, dando a entender que ouviu o que o pai disse.
Volta para o
quarto. Lucio:
Presta atenção numa coisa... Você não tem o
direito de me deixar. Silvia:
As últimas semanas, foram as melhores da minha vida. Não
se sinta culpado pelo passado, você conseguiu em pouco
tempo, me
fazer sentir a mulher mais amada do mundo. Lucio:
E é pouco, muito pouco. Há muito ainda para se provar.
Então, te espero acordar daqui algumas horas. (beija
a mão dela) Eu te amo, amo muito,
muito mesmo. Silvia
(sorrindo):
Eu também te amo muito. Corta
para
o rosto de Cláudio do lado de fora. Ele desencosta da
parede e começa a andar pelo corredor novamente, sentando
num
banco próximo. Ele começa a bater insistentemente as
pernas e olha para cima. Cláudio:
Eu sei que a gente não conversa muito... Mas por favor, eu
preciso muito da Sua ajuda. (fecha
os
olhos) Por favor, Deus, não deixe minha mãe morrer. (olha para cima de novo) Eu te
imploro. Ele
se
inclina e coloca as mãos na cabeça. Lucio aparece e
cutuca as costas dele. Cláudio levanta. Lucio:
Sua mãe quer te ver. Quarto
em
que Silvia está. Cláudio se aproxima da mãe e
segura na mão dela. Silvia:
Parece bem
mais tenso que eu. (sorri).
Cláudio
(sorrindo):
Sabe como
eu fico em hospitais. Só olhar para uma agulha que me
apavoro. Silvia
(após
alguns segundos):
Sei que
não quer despedidas, e não irei fazer. Mas preciso te fazer um pedido. Cláudio:
O que quiser, mamãe. Silvia: Perdoa seu pai.
Cláudio: Mãe...
Silvia: Nós sabemos que ele cometeu muitos erros, mas ele está se esforçando para mudar e está mostrando que pode ser um bom marido e um bom pai no futuro.
Cláudio não responde e fica com uma expressão pensativa. Silvia segura na mão dele.
Silvia: Eu sei que não é fácil perdoar, sei que você está magoado e que seu coração precisa de tempo. Mas o tempo é algo tão curto, a vida é tão breve para ser vivida cheia de rancor e mágoas.
Cláudio continua sem responder e seus olhos se enchem de lágrias.
Silvia: Pelo menos promente que vai tentar? Cláudio (após alguns segundos):
Eu promento. Ele
se
inclina e beija carinhosamente a testa da mãe. Cláudio:
Não
esquece que eu te amo, e estou te esperando lá fora. Silvia
(fechando
os olhos):
Eu te amo
muito, meu anjo. Logo nos encontraremos novamente. A
câmera desce mostrando as mãos deles ainda se segurando.
Fica assim por alguns segundos até a tela começar a
transparecer e mostrar Léo e Felipe entrando na sala de
espera.
Cláudio vai até eles. Música:
Evanescence – My
Immortal Léo:
Nós
queríamos desejar em nome do time, boa sorta a sua
mãe. Felipe
(entregando
um cartão a ele):
O Roma
comprou esse cartão e todos nós assinamos. Cláudio
(pegando
o cartão e sorrindo ao vê-lo):
Obrigado.
Agradeçam à todos e o chefe por mim. Eles
acenam
com cabeça, em seguida Cláudio vira e volta para
perto de Helen. Léo a encara por alguns segundos. Priscila
entra
apressadamente, indo diretamente ao encontro de Cláudio. Priscila:
Desculpa
pelo atraso... Já começou? Cláudio:
Estão levando-a para a sala de operação. Priscila
(segurando
na mão dele):
Vai dar
tudo certo. Cláudio
(esboçando
um leve sorriso):
Eu sei que
vai. Corta
para Larissa, que observa os dois. A câmera começa a subir
enquanto o som aumenta, e várias cenas são mostradas: Cont
- Evanescence – My
Immortal Silvia na mesa cirúrgica, fechando os olhos lentamente até ficar inconsciente.
Corta
para o rosto de Cláudio por alguns segundos, até a tela
começar a transparecer e mostrar o doutor Tobias entrando na
sala. Lucio e Cláudio imediatamente vão até ele.
Cláudio
(apreensivo):
Como ela
está? Close
no rosto do doutor, depois no de Lucio, no de Cláudio e
novamente no de Tobias, que está com uma expressão
séria. A tela escurece. Legenda
branca
no meio:
CONTINUA... Créditos
Finais: Criado
e
Escrito por: Thiago
Monteiro Colaboração:
Raquel
Rosa Participação
Epecial: Anthony
Edwards
como Dr. Tobias Mackenzie
Rosman como Priscila Música
Tema: Switchfoot - Meant To Live Trilha Sonora: Snow Patrol - How To Be Dead The Doves - Caught By The River Simple Plan - Perfect World Folhas – All By Myself Five For Fighting - Easy Tonight Fountains Of Wayne – All Kinds Of Time Evanescence
– My Immortal
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