Vista aérea da praça do centro. É dia. No local há poucas pessoas. A câmera se aproxima de Helen que está em pé, perto do banco, com os olhos fechados, como se estivesse sentindo a brisa. Atrás dela, vemos Ruth se aproximando. Ela para há poucos metros.

 

Ruth: Oi Helen.

 

Helen (virando-se e sorrindo): Oi Ruth, como vai?

 

Ruth (sorrindo): Estou ótima, e você? Estava tão pensativa aí.

 

Helen (sorrindo): Estou bem também. Às vezes gosto de sentir o vento daqui, me faz pensar um pouco na vida.

 

Elas sentam no banco. Ruth a olha com admiração. Helen percebe e sobe as sobrancelhas, olhando-a.

 

Helen: O que foi?

 

Ruth: Você... Me lembra muito seu pai.

 

Helen (curiosa): Conheceu meu pai?

 

Ruth: Posso te garantir que não existiu homem melhor no mundo.

 

Helen (desanimada): Queria tanto ter conhecido os dois. Daria qualquer coisa para ter pelo menos cinco minuto com ele e com a minha mãe.

 

Ruth: Eu tenho certeza que eles estariam bem orgulhosos de você agora.

 

Helen: Qual o seu problema com a minha avó? Por que ela te tratou daquele jeito?

 

A câmera se aproxima do rosto de Ruth. A tela é tomada por um clarão, desfazendo exatamente na cena em que Ruth está na porta de Helen.

 

Helen (sem graça): Perdão, pensei que fosse outra pessoa.

 

Ruth (sorrindo): Está tudo bem. Helen, certo?

 

Helen (curiosa): A senhora me conhece?

 

Ruth (sorrindo): Senhorita. Me chamo Ruth e sou sua...

 

Rosa (aparecendo): Querida, quem está...

 

Ela para de falar e se assusta ao olhar para Ruth.

 

Ruth (completando a frase anterior): Tia... (olha para Rosa) Oi Rosa, quanto tempo? (sorri).

 

Helen (confusa): Tia? Eu não sabia que tinha uma tia.

 

Rosa (séria): O que está fazendo aqui?

 

Ruth (para Helen): Sou irmã da sua mãe. Há muito tempo queria te conhecer. (olha para Rosa) E é muito bom te ver também, Rosa.

 

Helen: Você quer entrar?

 

Rosa: Ela está de saída, meu amor.

 

Helen: Como assim? Se ela é irmã da minha mãe, quero saber mais a seu respeito.

 

Rosa: Querida, entra. Eu preciso trocar umas palavrinhas com essa pessoa.

 

Helen: Mas vovó... Eu queria...

 

Rosa (cortando): Por favor, meu anjo! Me obedece. Daqui a pouco a gente conversa.

 

Helen olha para Ruth, depois para Rosa, bufa e entra, contrariada. Rosa fecha a porta e se aproxima de Ruth.

 

Rosa (falando baixo/nervosa): Posso saber o que diabos você está fazendo aqui?

 

Ruth (falando baixo): Eu já te disse milhões de vezes que eu precisava vê-la.

 

Rosa: Eu deveria ter me mudado depois de tantos telefonemas.

 

Ruth: Não adianta mais fugir, Rosa. Em qualquer lugar que forem, eu as encontrarei. Eu tenho direito de conhecê-la.

 

Rosa: Você não tem direito algum. Abriu mão disso há muitos anos. Ela não precisa de você na vida dela.

 

Ruth: Isso não é justo. Muito tempo se passou, Rosa. Eu sou outra pessoa agora.

 

Rosa: Pra mim você é a mesma vagabunda que destruiu a vida de todos ao seu redor...  Fique longe da Helen.

 

Ruth: Não vou fazer isso. E nada que você diga, irá me fazer recuar. Eu vim por ela, e vou ficar.

 

Rosa: E o que você pensa que irá acontecer, quando ela descobrir tudo? Que te irá te abraçar e encher de beijos?

 

Um breve silêncio toma conta da cena. Ruth abaixa o olhar e segundos depois olha para Rosa.

 

Ruth: Só que está esquecendo de uma coisa... Eu não sou a única que ela vai odiar.

 

Rosa: Por isso eu peço encarecidamente que vá embora. A que mais tem a perder e sofrer aqui, é justamente a Helen.

 

A câmera dá um close no rosto de Ruth que não responde. Rosa entra e fecha a porta. Ela vai até a sala, onde Helen a espera.

 

Helen: Posso saber o que está acontecendo?

 

Rosa se aproxima e segura na mão da neta, que franze a testa, confusa.

 

Rosa: Meu amor, me prometa que nunca mais verá essa mulher?

 

Helen (se afastando): Não. Essa é a única chance de saber mais sobre minha mãe, já que a senhora nunca fez questão de falar sobre ela.

 

Rosa: Não há nada pra dizer. Eu mal a conheci.

 

Helen (olhando seriamente para a avó): Por anos, eu fiquei em silêncio, fingindo aceitar essa história. Mas era óbvio que havia algo escondido, algo que você não queria que eu soubesse. Como é possível não ter uma única foto da minha mãe? (pausa) Enquanto a senhora não decidir ser honesta comigo, não me peça para não me encontrar com essa tia que apareceu do nada... Farei o que for preciso para descobrir mais sobre o meu passado.

 

Ela sai, indo na direção do quarto. Rosa fica parada, sem reação e visivelmente perturbada. O clarão toma conta da tela outra vez e volta para Helen e Ruth na praça.

 

Ruth: A verdade é que a Rosa nunca gostou da minha irmã. A ideia de que seu filho querido e com futuro promissor iria ser pai, abalou a coitada. Depois do acidente então...

 

Helen: Você tem alguma foto dela, para que eu possa pelo menos ver seu rosto?

 

Ruth: Desculpa meu amor, se eu soubesse que você tinha nada a respeito de sua mãe, teria trazido comigo algumas fotografias. Mas estão lá na capital.

 

Helen (desanimada): Tudo bem, quando for pra casa, me envie por e-mail.

 

Ruth sorri e faz sinal de sim com a cabeça. Helen volta a se animar e a olha.

 

Helen: Mas me fala mais sobre ela. O que gostava de fazer... O que sentiu quando soube que estava grávida de mim... Quem escolheu meu nome... Me conte tudo que puder.

 

Ruth (sorrindo): Okay, vamos por parte. Sua mãe era uma mulher bastante...

 

Um som instrumental começa a encobrir o que ela diz, e ao mesmo tempo a câmera se afasta. Segundos depois, a tela escure lentamente.

 

 

 


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Abre mostrando um bosque. Cláudio está sentado e encostado numa árvore, abraçado a Larissa e beijando-a apaixonadamente. A árvore fica de frente para um lago. Após alguns segundos, eles param de se beijar e se olham com ternura.  

 

Música: Sister Hazel - Beautiful Thing

 

Cláudio (sorrindo): Isso tudo parece um sonho.

 

Larissa (sorrindo): Nós dois assim, juntinhos? Esse lance de você gostar de mim desde criança é sério mesmo?

 

Cláudio: É sério sim. Lembro da primeira vez que te vi, no dia em que você se mudou para o condomínio. Fiquei completamente sem reação, paralisado naquele momento. Na época, eu não entendia muito bem o que estava acontecendo, mas sentia algo especial por você. Foi uma sensação incrível e desde então, esse sentimento só cresceu.

 

Larissa: Você sabe que se tivesse se aproximado de mim naquela época em que eu não conhecia ninguém na cidade, o caminho até ficarmos juntos poderia ter sido encurtado, né? Um convitinho de aniversário bastaria para nos tornarmos amigos.

 

Cláudio: É, mas quando criança eu era um verdadeiro bocó. Na verdade, até pouco tempo ainda era (ri). Eu tentei de diversas formas me aproximar de você, mas todas as vezes eu travava. Sabe quantas vezes eu corri pra ver a lista do primeiro dia de aula, na esperança de pelo menos cairmos na mesma sala?

 

Larissa (rindo): É, realmente sua situação era meio desesperadora. Sorte a nossa então de ficarmos presos num banheiro.

 

Cláudio: Foi um grande dia em que eu contei a minha vida para alguém que implorava para eu me calar. (ri).

 

Larissa: E hoje, você é meu namorado. E além de adorar ouvir sua voz, amo beijar seus lábios.

 

Cláudio (sorrindo): Amo te ouvir falar desse jeito. 

 

Larissa sorri e o beija. O som aumenta e o beijo se torna mais intenso. A câmera se afasta um pouco, parando em determinado ponto e fixando essa cena por alguns segundos.

 

 

Vista aérea da cidade, o dia anoitece e amanhece. Corta para dentro do Ginásio do colégio Esplendor. Na quadra vemos os rapazes treinando. A imagem gira até a arquibancada e vemos Roger, Amanda e Larissa sentados na fileira de cima, conversando. Close em Larissa que olha para Léo e depois olha para os dois.

 

Música: Foo Fighters – Times Like These

 

Larissa: O que vocês acham de juntarmos o Léo com a Helen?

 

Roger: Não acho que seja uma boa ideia.

 

Larissa: Por que não? Ele gosta dela, ela gosta dele... Gente, ninguém merece ficar sozinho.

 

Amanda: Ouwn, olha como ela ficou romântica de repente? (começa a rir).

 

Roger: Já vou te alertando, Larissa... Essas borboletas aí são só no comecinho. 

 

Amanda tá um tapa no braço dele que retribui com um selinho. 

 

Larissa (sorrindo): Mas o Léo está diferente também... E ele é legal.

 

Roger: Claro que ele é legal, ruim é a onça que deixou ele vivo.

 

Amanda começa a rir. Larissa balança a cabeça e revira os olhos.

 

Amanda: Tá certo. Digamos que é uma boa ideia juntar os dois... O que você tem em mente?

 

Larissa (desanimando): Aí é que tá... Não tenho nada em mente.

 

Roger: Sabe quem mais pode ajudar nisso tudo? O arquirrival dele ali (aponta para Cláudio com a cabeça)... O único capaz de convencer a Helen a dar uma outra chance ao novo bom samaritano do pedaço. 

 

Larissa (se animando): É verdade... E acho que mais alguém já deve ser sacado isso.

 

A câmera corta para a quadra. Cláudio passa por Léo que fica observando-o.

 

Cláudio (estranhando): O que foi?

 

Léo (balançando a cabeça): Nada não...

 

Cláudio desce as sobrancelhas e corre. Léo continua olhando para ele. Corta para Felipe com a bola. Ele toca para Gil, que tenta passar por dois rapazes e os empurra. A câmera gira até Roma que apita. Gil abre os braços, visivelmente nervoso.

 

Gil: O quê? Eu nem relei neles.

 

Roma: O juiz aqui sou eu! Foi falta e ponto final! 

 

Gil (olhando para um rapaz caído): Frangote!

 

A imagem se afasta, mostrando Léo e Felipe assistindo a cena.

 

Léo: Que vontade de quebrar esse imbecil.

 

Felipe: Fica frio... Não vai querer perder a vaga de titular juntamente agora, ?

 

Léo: Você tem razão... Há outros meios. 

 

Ele começa a correr. Corta para Gil perto do gol, abrindo os braços e pedindo o passe. Léo que está com a bola, lança um sorriso maquiavélico e chuta a bola com bastante força na direção de Gil, que consegue desviar. Gil lança um olhar sério para ele. Felipe olha para Léo, que sorri.

 

Léo (sorrindo): O quê? Errei o passe, só isso.

 

Felipe ri e balança negativamente a cabeça. Roma apita e faz sinal para que os jogadores se aproximem.

 

Roma: Foi com muito sacrifício, mas chegamos às quartas de finais. Aqueles que se empenharam até aqui, especialmente nos dois últimos jogos, peço que se empenhem um pouco mais amanhã contra o time do colégio Dell Vale. Se jogarem com mesmo espírito de guerreiros que eu sei que são, a vaga das semis é totalmente nossa.

 

Léo: Não se preocupe, treinador, nós vamos entrar com esse espírito no jogo amanhã.

 

Roma (sorrindo): Está doente, Léo? Dizendo nós?

 

Léo (sorrindo): Por favor, não me envergonhe.

 

Roma: Okay, o time é o mesmo que terminou o último jogo, o que quer dizer que o senhor volta à equipe titular. Quero que cheguem uma hora antes para a concentração e nada de extrapolar hoje à noite... Entendido?

 

Os rapazes concordam com a cabeça. Roma apita e eles começam a se dispersar. Cláudio olha para a arquibancada. Larissa acena para ele. Ele sorri e acena de volta.

 

 

Sala da casa de Helen. Ouve-se o barulho da porta fechando. Helen aparece na sala e senta no sofá. Rosa aparece da cozinha, preocupada.

 

Rosa: Oi minha linda. Onde estava?

 

Helen: A senhora prefere que eu fique em silêncio, minta ou diga a verdade?

 

Rosa (bufando): Então aquele telefonema mais cedo era daquela mulher.

 

Helen: Da Ruth, irmã da minha mãe? Era sim.

 

Rosa (se aproximando): Filha, por favor... Tome cuidado com essa pessoa.

 

Helen: Quer que eu me afaste dela? Eu me afasto... Basta contar-me o que realmente está acontecendo.

 

Rosa não responde e abaixa o olhar. Helen revira os olhos e balança a cabeça em sinal de reprovação.

 

Helen: Foi o que pensei. É sempre assim quando o assunto é o meu passado. (levantando) Já que não quer se abrir comigo, farei com quem pode fazer.

 

Ela sai de cena. Rosa permanece na sala. Ela senta no sofá e coloca a mão no rosto, nervosa.

 

 

Vestiário do Ginásio. Cláudio está de frente para o seu armário, colocando a camisa. Ele fecha a porta e vira, dando de cara com Léo.

 

Léo: Eu juro que essa era a última coisa que eu queria fazer. Mas situações extremas, requerem medidas extremas.

 

Cláudio (estranhando): Oukay?

 

Léo: Eu preciso da sua ajuda... Com a Helen.

 

Cláudio: Não, obrigado.

 

Cláudio sai da frente dele, caminhando até um banco. Léo o segue.

 

Léo: Olha, eu sei que você tem diversos motivos para não acreditar em mim... E ela muito mais. Mas estou falando do coração. Eu amo aquela garota e preciso desesperadamente que ela me aceite de volta na vida dela.

 

Cláudio: Eu não quero me meter nisso. A Helen já sofreu desilusões demais. Não quero me sentir culpado se daqui um mês vocês não derem certo.

 

Léo: Mas não é isso que vai acontecer. (pausa) Acha que eu estaria aqui, me humilhando por sua ajuda, se não fosse realmente sério?

 

Cláudio fica pensativo por alguns segundos. Léo o olha esperançoso.

 

Cláudio: Talvez eu fale com ela, mas não garanto que você será perdoado. E se fizer ela sofrer novamente...

 

Léo: Pode me bater, matar e enterrar. Eu mesmo te ajudarei.

 

Cláudio: Ótimo, ainda bem que está ciente.

 

Léo (aliviado): Obrigado, cara. Eu prometo que vou fazê-la muito, muito feliz. 

 

Cláudio acena com a cabeça e sai. Léo permanece no vestiário, ele olha para o espelho, sorri e faz gesto de comemoração. 

 

 

Pátio do colégio. Larissa, Roger e Amanda esperam por Cláudio, próximos ao portão. Ele aparece.

 

Larissa: Que banho demorado.

 

Cláudio: Tive que atender a um chamado de desespero.

 

Larissa (sorrindo): Acho que sei exatamente o que é. Você vai ajudar?

 

Cláudio: Vou pensar no assunto.

 

Eles passam pelo portão e saem do colégio. A câmera corta até a calçada, onde uma garota [Lacey Chabert] está encostada em um carro. Amanda franze a testa e vai até ela.

 

Amanda: Nathalia, o que faz aqui?

 

Nathalia (sorrindo): Oi irmãzinha! A vizinha me disse que talvez você estivesse aqui, então vim te buscar pra gente dar uma volta.

 

Corta para Roger, Larissa e Cláudio, poucos metros afastados, observando a cena.

 

Roger: Então essa é a irmã perfeita?

 

Larissa: E lá se vai a alegria da Amanda.

 

Corta novamente para Amanda e Nathalia.

 

Amanda: Não posso... Estou lotada de coisas para fazer. Mas mais tarde a gente se encontra em casa.

 

Ela sorri para Nathalia e vai até Roger, Larissa e Cláudio.

 

Amanda: Vamos?

 

Roger: O que ela queria?

 

Amanda: Nada demais. Já disse que estou ocupada.

 

Roger: Mandy, sua irmã veio de longe pra te ver, deveria dar uma chance a ela.

 

Amanda: Sinceramente, não estou nem um pouco a fim... Sem falar que mais tarde em casa vai ser uma rasgação de seda de dar ânsia.

 

Larissa: O Roger tem razão, Amanda. Vai passar a tarde com ela. Está na hora de vocês conversarem um pouco.

 

Amanda fica hesitante por alguns segundos, depois revira os olhos e bufa.

 

Amanda: Okay, seus chatos! (beija Roger) Me liga mais tarde?

 

Roger sorri e faz sinal de sim com a cabeça. Amanda vai até Nathalia que já está dentro do carro. Ela abre a porta e entra. Nathalia sorri para ela, em seguida dá partida no carro e sai. Corta para Roger, Cláudio e Larissa ainda observando a cena. Eles começam a andar e Roger entra no meio deles, abraçando-os.

 

Roger: Sabe o que é legal nisso tudo? Vou poder retribuir a vela que a Larissa usou e abusou quando estava comigo e a Amanda. 

 

Larissa (sorrindo): Certo, certo. Eu tenho alguns créditos a serem pagos. 

 

Eles conversam animadamente, enquanto um som instrumental toma conta da cena. A câmera sobe, mostrando-os pelas costas. Após alguns segundos, a tela escurece.

 

 

Casa de Cláudio. Silvia está na cozinha, de frente para o fogão. Ela tira uma molho que está dentro da panela e prova, fechando os olhos e fazendo cara de satisfação. Lucio aparece de repente e a abraça por trás, beijando o pescoço dela.

 

Silvia (rindo): Quer me matar do coração?

 

Lucio (sorrindo): Depois de tudo que você passou, nada consegue te matar.

 

Silvia fica de frente para ele e o beija por alguns segundos.

 

Lucio: Que cheiro maravilhoso! O que está fazendo?

 

Silvia: Um molho especial para hoje à noite.

 

Lucio (pegando uma colher): Posso provar?

 

Silvia (tirando a colher da mão dele): Mais tarde, apressadinho!

 

Lucio: Amanhã o jantar é por minha conta.

 

Silvia: E você por acaso sabe cozinhar?

 

Lucio: Ainda não, mas a gente pode providenciar isso um dia. Reservei uma mesa no melhor restaurante da cidade, para termos uma noite especial.

 

Silvia: E posso saber por que é especial?

 

Lucio: Não que eu precise de ocasiões assim para te levar pra jantar. Mas neste caso, tem algo que estou preparando.

 

Silvia: E que você irá me contar agora?

 

Lucio: Amanhã, apressadinha. (sorri).

 

Silvia (sorrindo): Justo. Mas só me dá uma dica... É uma surpresa boa, muito boa, muitíssimo boa, ou tão boa que não dá para classificar?

 

Lucio (rindo): No meu ponto de vista, é tão boa que não dá para classificar.

 

Silvia: Droga! Não vou aguentar até lá.

 

Lucio: Vai sim, passa rápido. (a abraça) Já disse o quanto eu te amo?

 

Silvia: Não me lembro... Refresque minha memória.

 

Lucio: Eu te amo e te amarei por toda minha vida. Amo seus gestos, amo seu sorriso, amo tua voz...

 

Enquanto ele fala, a câmera vai se afastando e um som instrumental encobre o ele diz.

 

 

Interior do carro de Nathalia. Um breve silêncio toma conta. Amanda olha para a irmã.

 

Amanda: Por que você está aqui? Digo, no meio de semana, em período de aulas na faculdade?

 

Nathalia: Eu preciso conversar contigo, com a mãe e o pai.

 

Amanda (preocupada): Aconteceu alguma coisa?

 

Nathalia: Meio que vai acontecer... Chegamos.

 

Amanda: Onde estamos?

 

Nathalia: Não se lembra? É a primeira casa que moramos.

 

Amanda: Ótimo, ela está toda nostálgica. (a olha) Você não está morrendo, né?

 

Nathalia (rindo): Claro que não. Se eu estivesse morrendo, simplesmente iria morrer, não iria contar pra ninguém.

 

O carro para. A imagem corta para fora. Vemos uma casa grande de madeira, um chão de terra e uma árvore do lado esquerdo. O lugar mais parece uma casa rural. Nathalia e Amanda saem do carro. Nathalia vai na direção da árvore e coloca a mão no tronco. 

 

Nathalia: Costumávamos subir nela quando crianças, lembra?

 

Amanda: Eu era praticamente um bebê quando nos mudamos, Nathalia. Quase não lembro de nada daqui.

 

Nathalia: Ouvi dizer que eles vão derrubar a casa. Pensei que gostaria dar uma última olhada nela.

 

Amanda: Me desculpa. Mas ela tem muito mais valor sentimental pra você do que pra mim.

 

Nathalia: Deus do céu, como você é difícil! Tudo bem, vou abrir o jogo da minha estadia aqui. Talvez a gente fique um bom tempo sem se ver.

 

Amanda: Como assim?

 

Nathalia (se aproximando): Estou me mudando para o exterior.

 

Amanda: Por quê? Conseguiu um estágio, bolsa de estudos, intercambio?

 

Nathalia (sorrindo): Não. Simplesmente estou deixando a faculdade.

 

Amanda: Perdeu a cabeça? Quer matar os velhos do coração?

 

Nathalia sorri novamente e sobe as sobrancelhas. Amanda fica sem reação.

 

 

Close numa porta abrindo. Cláudio aparece do lado de fora, sorrindo.

 

Cláudio: Quer sair pra conversar?

 

Corta para o rosto de Helen, que expressa estranheza no olhar. A cena muda para os dois caminhando pela praça.

 

Música: Oasis - Stand By Me

 

Cláudio: Uma tia? Uau, isso é novo. Até onde sabíamos sua avó era sua única parente viva.

 

Helen: Era o que eu acreditava, não acreditando. Há uma série de mentiras sobre o meu passado, que irei à fundo para descobrir.

 

Cláudio: Pode contar comigo se precisar de minha ajuda. Mas tome cuidado, por favor.

 

Helen (sorrindo): Eu vou tomar cuidado... Mas não me chamou aqui pra falar da minha família... Desembucha. 

 

Eles param e ficam de frente um para o outro. Helen se mostra preocupada.

 

Cláudio: Você vai querer me internar depois disso, mas você sabe como as coisas andam meio invertidas ultimamente. Os maus virando mocinhos...

 

Helen: Sério que você vai me falar sobre o Léo? Virou “best friend” dele agora?

 

Ela faz sinal com o rosto, frisando a mesma frase que o Cláudio havia dito a ela no episódio passado. Cláudio sorri.

 

Cláudio: Não, longe disso. Mas ele veio desesperado falar comigo. E pra vir me pedir ajudar, ele tem que estar bem desesperado mesmo.

 

Helen: Mas eu já disse a ele o que penso. Não vou mudar de postura.

 

Cláudio: Ele está em busca de redenção, Helen. E pelo rosto dele, dá pra perceber que está perdidamente apaixonado por você. Há um mês eu diria pra você fugir, mas hoje, do jeito que as coisas andam doidas, eu diria para abrir seu coração também.

 

Helen (receosa): Eu não sei... Eu sinto o mesmo por ele, mas também sinto tanta raiva que não consigo abaixar a guarda.

 

Cláudio: Pelo menos promete que vai pensar no assunto?

 

Helen: Eu prometo.

 

Cláudio (sorrindo): Ótimo... Agora quero que me conte tudo que descobriu sobre sua mãe. O que sua tia lhe disse?

 

Helen sorri e começa a falar, mas o som aumenta e encobre o que ela diz. Eles voltam a caminhar e a imagem muda para uma visão aérea da praça, mostrando a movimentação por alguns segundos.

 

 

Casa de Larissa. Rosangela está no sofá, olhando para um álbum de fotos. No sofá ao lado, vemos Jonatas deitado e dormindo. Larissa aparece e olha para o álbum.

 

Larissa: O que você está fazendo?

 

Rosangela (sorrindo): Voltando um pouco ao passado... Vem aqui.

 

Larissa se aproxima e senta ao lado dela. Rosangela mostra uma foto a ela.

 

Rosangela: Olha que coisinha mais linda e fofa?

 

Larissa (sorrindo): Você vivia me fazendo lacinhos... Odiava isso.

 

Rosangela: Mas ficava tão engraçadinha.

 

Larissa sorri e olha fixamente para outra imagem do álbum. Ela desfaz lentamente o sorriso. A câmera dá um close no álbum, mostrando um homem segurando um bebê.

 

Música Instrumental Lenta

 

Rosangela: Ele também era lindo, não é?

 

Larissa (emocionada): Ele era o melhor.

 

Rosangela olha com pesar para a filha, que abaixa o olhar.

 

Rosangela: Ele foi o primeiro homem da minha vida. Eu o amava profundamente. Sei que você pensa que eu segui em frente muito rápido... Mas a verdade é que quando ele se foi, eu entrei em desespero. Minha vida se desestruturou e eu me convenci de que você precisava de uma figura paterna em casa. (pausa) O problema é que, ao procurar por isso, acabei deixando de lado a parte mais importante de mim... Ser mãe.

 

Breve silêncio por alguns segundos. Close no rostos de ambas, que estão cheios de lágrimas.

 

Rosangela: Dos homens que me envolvi, nenhum quis assumir compromisso ao saber que eu tinha uma filha pequena, até que o conheci (olha para Jonatas no sofá)... A primeira coisa que ele disse quando soube que você existia foi “Posso conhece-la?”. Ele disse que te amou no primeiro momento em que te viu. E em todos estes anos, nunca o vi te tratando com indiferença e ou reclamando que você não era responsabilidade dele. (pausa) Eu errei, meu amor, errei muito em não saber lidar com a morte de seu pai, em não conversar com você, saber de suas vontades, seus medos, ser mais participativa na sua infância. Mas o que eu não me arrependo, é de ter me casado com o Jonatas. Em milhares de anos, jamais existiria um segundo pai melhor pra você. E um marido pra mim.

 

Larissa: Por que não me disse isso tudo antes? Por que demorou tanto pra ter esse tipo de conversa comigo? É isso que eu não entendo e me revolta, sabe?

 

Rosangela: Eu sei, eu sei, querida. Eu queria ter feito diferente com você... Queria não tê-la deixado passar por tanta dor sozinha. Eu fui uma péssima mãe. 

 

Um breve silêncio toma conta da cena de novo. Larissa olha para Jonatas por alguns segundos, depois para Rosangela.

 

Larissa: Acompanhando o sofrimento e medo do Cláudio com a possibilidade de perder a mãe, me coloquei no lugar dele em alguns momentos. Por mais que tenhamos nossas diferenças, eu não suportaria te perder também.

 

Rosangela (com os olhos cheios de lágrimas): Você ainda acha que é muito tarde para um novo começo?

 

Larissa: Eu não sei... (morde os lábios) Acho que não.

 

Rosangela sorri para ela e a abraça, emocionada. Larissa corresponde, abraçando-a também. O som instrumental toma conta da cena.

 

Rosangela: Eu prometo que farei diferente, meu amor... Você é a coisa mais preciosa do mundo para mim.

 

Larissa: E eu prometo que vou tentar ser uma filha melhor... (falando timidamente) Pra vocês dois.

 

Elas novamente se abraçam. A câmera se desloca para o sofá. Jonatas acorda e se espreguiça. Ele olha para o lado e se surpreende ao vê-las abraçadas. Ele sorri e novamente fecha os olhos.

 

 

Lanchonete do centro da cidade. É noite. Amanda e Nathalia estão numa mesa do lado de fora, conversando e bebendo milk shakes.

 

Música: Howie Day – Collide (Som ambiente)

 

Amanda: Quer dizer então que a perfeitinha dos papis vai largar o curso que eles tanto investiram? Inacreditável.

 

Nathalia (rindo): Perfeitinha? Então é por isso que você me odeia? Acha que sou a preferida de nossos pais?

 

Amanda: Eu não te odeio. Mas se ligarmos os fatos dentro de casa, quem sempre é elogiada? Quem faz tudo certinho? Quem é o orgulho máster da família? Já ouviu eles falarem algo de mim, que não seja uma crítica?

 

Nathalia: Isso não é verdade. Eles nos amam de forma igual... E acha que eu gosto dessa bajulação toda? Toda carga de responsabilidade vem pra cima de mim. 

 

Amanda: E isso é ruim por quê?

 

Nathalia: Sério? ... Tudo que eu faço e fiz até agora foi pensando nos outros, não em mim. Acha que eu gosto de fazer direito? Eu odeio esse curso! Mas desde muito nova, eu já escutava o papai dizendo que eu ia ser a primeira juíza da família. Eu não escolhi esse curso, eu não escolhi essa faculdade. Eles escolheram essa vida pra mim porque tive a infelicidade de ser a primogênita. 

 

Amanda: Eu não sabia que se sentia assim.

 

Nathalia: Você teve a felicidade de nascer cinco anos mais tarde. Por isso é menos cobrada nesse sentido. Eu já estava destinada muito antes deles se casarem. Por isso eu cansei e decidi que está na hora de andar com as minhas  próprias pernas.

 

Amanda: E como pretende contar a eles que vai lagar o curso e se mudar para outro país?

 

Nathalia: Isso é o de menos. O pior vai ser contar o motivo real da mudança.

 

Amanda (curiosa): Que seria?

 

Nathalia: O homem que eu amo foi transferido pra lá.

 

Amanda fica pasma por alguns segundos, depois começa a rir. Nathalia também.

 

Nathalia: Pode ter certeza que depois dessa, perderei o título de perfeitinha.

 

Amanda: Mas você tem certeza disso? Mudar sua vida radicalmente por causa de um cara?

 

Nathalia: Eu preciso de um tempo pra mim também, tomar decisões mesmo que quebre a cara e me arrependa. Mas ainda assim, fazer o que me dá na cabeça, sem que tentem fazer por mim. Ele perguntou se eu queria ir junto e eu disse sim, independente se vai dar certo ou não. Eu escolhi, entende?

 

Amanda: Eu te entendo... (falando timidamente) E me desculpa por ser um pouco fria com você.

 

Nathalia (sorrindo): Não tem problema. Eu não poderia ir embora sem me despedir da minha irmãzinha linda. Apesar de não sermos tão próximas,  eu te amo pirralhinha, e vou sentir muito a sua falta.

 

Amanda sorri e segura na mão dela. A câmera abre um pouco, mostrando todo o ambiente. Após alguns segundos, a tela escurece.

 

 

Biblioteca do colégio Esplendor. Helen passeia por um corredor, observando alguns livros. Ela escuta alguns sussurros aparentemente conhecidos e avança para mais perto. A câmera mostra Léo sentado a uma mesa, com vários livros abertos, escrevendo em uma folha e falando sozinho. Helen o observa, curiosa. 

 

Música: The CallingIf Only

 

Léo (olhando para o livro e escrevendo na folha): Eu nunca senti nada tão forte por alguém. É tão admirável perceber que meu sonho é você. E o que é a vida sem um sonho? Incrível como alguém pode ter um jeito tão especial de ser. Seu toque de serenidade, sua beleza é realidade. Sensível, segura... (pausa) E um coração que é só verdade. O que mais posso querer, o que mais posso fazer para que me perdoe? Daria o mundo pra te ver feliz.

 

Close no rosto de Helen que sorri. Volta para Léo escrevendo. Uma garota [Amber Stevens] aparece e senta de frente para ele.  

 

Garota: Oi Léo!

 

Léo: Oi Sam. Tudo bom?

 

Sam (pegando o livro): O que está fazendo?

 

Léo: Copiando alguns poemas para uma pessoa.

 

Sam (pegando a folha): Helen? (curiosa) Quem é Helen?

 

Léo: É uma garota especial.

 

Sam (surpresa): É você mesmo? O bad boy do pedaço escrevendo poemas como se estivesse apaixonado?

 

Léo (sorrindo): Nem eu me reconheceria.

 

Sam: Acho lindo que esteja assim. Boa sorte pra vocês. Caso não dê certo, você tem meu telefone.

 

Ela faz sinal de fone com a mão, pisca para ele sai. Léo entorta a boca e volta a escrever.

 

Léo: É, espera sentada... (pensativo e escrevendo) Querida Helen... Veja tudo que há de belo em você...

 

Enquanto ele fala, a câmera dá um close no rosto de Helen que sorri novamente. 

 

 

Refeitório. Roger e Amanda estão em sua tradicional mesa. Amanda parece estar com o pensamento longe. Roger percebe.

 

Cont- The CallingIf Only

 

Roger: Você está bem?

 

Amanda: Estou pensando na Nathalia. Todos esses anos fiquei com ciúmes pelo tratamento que nossos pais davam a ela. Mas vendo o quanto aquilo a sufocava, a ponto de querer fugir, me sinto até bem em ser rejeitada. (sorri).

 

Roger: Bom, pelo menos isso serviu para que tirasse a má impressão que tinha de sua irmã.

 

Amanda: É... Nunca fomos próximas, mas saber que iremos ficar anos sem nos ver, causa um aperto no coração. Mesmo com nossas diferenças, é estranho pensar que estaremos separadas por tanto tempo. 

 

Roger: Mas vocês podem continuar se comunicando por cartas, telefone, e-mail. E pode ser que isso aproxime mais vocês duas.

 

Amanda (olhando-o com admiração): Já te falei que você é um namorado perfeito?

 

Roger (sorrindo): Sim. Mas pode falar quantas vezes sentir necessidade.

 

Amanda beija o rosto dele. Roger a abraça e ela coloca a cabeça em seu ombro. O som aumenta e a câmera começa a se afastar, ao mesmo tempo em que vai transparecendo e transitando de cena.

 

 

Vários alunos estão saindo pelo portão. Amanda está conversando com Nathalia que está encostada no carro.

 

Música: Sum 41 - In Too Deep

 

Amanda: Quando você vai?

 

Nathalia: Amanhã à noite.

 

Amanda: Nada ainda de contar a eles?

 

Nathalia (suspirando): Farei ainda hoje.

 

Roger aparece sorrindo, abraçando Amanda.

 

Amanda: Deixa eu apresentar vocês... Roger, Nathalia, minha irmã. Nathalia, Roger, meu namorado.

 

Nathalia (sorrindo): Prazer. Suponho que já tenha ouvido várias queixas sobre minha pessoa?

 

Roger (sorrindo): Que nada. Mas já estava pensando em você como algum tipo de mito.

 

Nathalia: Sei, a super irmã perfeita.

 

Roger e Nathalia riem. Amanda balança a cabeça.

 

Amanda: Vocês dois podem parar... (pensativa) O que acham de tomarmos sorvete? 

 

Nathalia: Grande ideia... Assim aproveito pra saber melhor quais suas reais intenções com a minha irmãzinha.

 

Roger (sorrindo): As melhores possíveis... Garanto.

 

Eles se movimentam para entrar no carro. A câmera se movimenta até Cláudio e Larissa que caminham de mãos dadas pela calçada.

 

Cont- Sum 41 - In Too Deep

 

Cláudio: Vai fazer o que à tarde?

 

Larissa: Acho que estudar um pouco... E você?

 

Cláudio: Concentração daqui duas horas.

 

Larissa: Talvez eu faça algo com minha mãe.

 

Cláudio (surpreso/feliz): Mesmo? Fico feliz em saber que estão começando a se entender.

 

Larissa (sorrindo): Eu também. Ela não é tão ruim quanto eu pensava.

 

Cláudio sorri e beija a mão dela. A câmera muda para uma visão aérea e se desloca para o céu, que aos poucos começa a anoitecer. Um som de torcida toma conta da cena.

 

 

Ginásio. As arquibancadas estão lotadas, em sua maioria de torcedores dos Gladiadores. Na quadra vemos os Gladiadores em seu tradicional uniforme vermelho e branco, enquanto o adversário está de camisa amarela e shorts preto. Roma caminha de um lado para o outro, nervoso. Ela abre os braços e joga o boné no chão, reclamando com o juiz. A imagem sobe até o placar que marca “Gladiadores 0x0 Visitantes”.

 

Na arquibancada vemos Roger, Amanda, Larissa e Helen juntos. A câmera se movimenta e mostra Léo ao lado de Gil.

 

Léo: O que foi aquilo?

 

Gil: Aquilo o quê?

 

Léo: Está jogando pra gente ou “pros” caras?

 

Gil: Não me enche o saco.

 

Léo olha para Felipe, que sobe as sobrancelhas e corre. Corta para o jogador adversário com a bola. Ele está de frente com Gil e passa com facilidade. Roma coloca as mãos na cabeça, desesperado. Cláudio toma a bola do adversário e chuta para fora.

 

Cláudio (nervoso/para Gil): Presta atenção!

 

Gil (nervoso): What a fuck? Abaixa o voz pra mim, moleque. 

 

Roma faz sinal de tempo para o juiz, que apita. Os jogadores correm até seus respectivos treinadores.

 

Roma (furioso): O que vocês pensam que estão fazendo ali dentro, seus idiotas?! Se adversário fosse um pouquinho melhor (grita) Já estaríamos perdendo de goleada!

 

Léo: Frisa isso melhor pra quem parece que está ganhando dinheiro com apostas. 

 

Gil: Está insinuando alguma coisa?

 

Léo: A carapuça serviu?

 

Felipe: Gente, não é hora disso.

 

Cláudio: É verdade. Vamos nos concentrar na partida.

 

Gil (para Cláudio): Quem pediu sua opinião?

 

Léo (para Gil): Cala a boca, Gil! Começa a jogar, sua atuação está digna de pena!

 

Gil: Mas era só o que faltava mesmo... Qual é o próximo passo de vocês, andar de mãos dadas?

 

Léo empurra Gil, que vai pra cima dele. Os jogadores apartam a briga. Roma se intromete.

 

Roma: Já chega! Você (para Gil) para o banco! Se não quer colaborar, não pode jogar.

 

Gil: Eu não vou sair do jogo.

 

Roma: Prefere sair da equipe? Estou vendo o quão interessado está nessa partida. É como se estivéssemos jogando com um a menos.

 

Gil olha em volta. Todos o encaram com reprovação. Ele balança a cabeça.

 

Gil: Quer saber? Dane-se você (para Léo), dane-se você (para Cláudio) e danem-se todos vocês! (tira a camisa) A temporada acabou pra mim.

 

Ele joga a camisa no chão e sai da quadra. Roma olha para os jogadores.

 

Roma: Estaremos melhor sem ele. Você (para um rapaz) pro jogo.

 

Os jogadores começam a voltar para a quadra. Cláudio se aproxima de Léo.

 

Cláudio: Se quisermos furar o bloqueio deles, só vejo uma alternativa.

 

Léo: Jogada três?

 

Cláudio faz que sim com a cabeça. Léo acena para ele e chama os jogadores que se reúnem perto dele. 

 

Música: Nine Black Alps - Unsatisfied

 

Léo: Atenção... Número três... (para o rapaz que entrou) Está ciente? 

 

O rapaz concorda com a cabeça e os demais se espalham em quadra. O juiz apita reiniciando a partida. Léo recebe a bola e toca para o rapaz que entrou. Esse mesmo passa para Cláudio que faz que vai tocar para Felipe, mas toca por cima, lançando para Léo e enganando o adversário. Léo fica de frente para o goleiro, driblando-o e chutando em gol. A bola entra.

 

Os jogadores em quadra correm e se abraçam, comemorando. A torcida pula com euforia na arquibancada. Léo se desvincula dos companheiros e corre até a grade. Ele aponta para Helen e faz sinal com a boca, dando a entender que o gol foi para ela. Ela sorri timidamente. Léo volta para quadra. A câmera muda para uma visão aérea e a tela escurece segundos depois.

 

 

Abre no gramado da mansão de Felipe. O local está tomado por jovens, que bebem, conversam, nadam na piscina. Corta para dentro da casa. Cláudio, Larissa, Amanda e Roger estão juntos, conversando animadamente no sofá da sala. Léo aparece.

 

Música: EverclearWonderful

 

Léo (para Cláudio): Grande lançamento, valeu. 

 

Cláudio (sorrindo): Não seria grande coisa se não tivesse feito o gol.

 

Léo sorri e olha para os lados.

 

Léo: Alguém viu a Helen?

 

Roger: Ela não vem não... Acho que foi na locadora.

 

Léo: Locadora?

 

Roger: É, ela disse algo sobre jardim secreto... Não entendi muito bem, acho que é pra alugar um filme.

 

Léo (pensativo): Jardim secreto... (abre bem os olhos) Nossa! Valeu!

 

Ele sai correndo. Roger sobe as sobrancelhas, sem entender.

 

 

Restaurante. Silvia e Lucio estão em uma das mesas. Pelos pratos quase vazios dá pra perceber que o jantar está no fim.

 

Lucio: Está apreciando a noite?

 

Silvia: Muito... Mas sabe o que pode melhorar? Você parar de me deixar ansiosa. (sorri).

 

Lucio (sorrindo): Está bem.

 

Ele levanta a mão e acena para alguém. De repente dois rapazes surgem tocando violinos. Lucio levanta e se ajoelha na frente da esposa.

 

Silvia: O que é isso?

 

Lucio: Eu te amo e te amarei por toda a eternidade. Te amarei nos teus gestos. Te amarei no teu sorriso. Te amarei na sua voz. Te amarei em tudo. (pega na mão dela) Silvia, quer se casar comigo... De novo?

Silvia demonstra emoção, demorando alguns segundos para responder.

 

Silvia (emocionada): Claro que sim... Por toda a eternidade.

 

Lucio (emocionado): Por toda a eternidade.

 

Ele levanta e Silvia também. Eles se beijam apaixonadamente. Algumas pessoas por perto começam a aplaudir. A câmera abre, mostrando o ambiente por completo. Fixa essa imagem por alguns segundos.

 

 

Vista aérea da cidade. Chove bastante. Corta para Léo subindo correndo as escadas que dá ao grande jardim que fica no topo da cidade. Ele chega na parte de cima e começa a andar pelo lugar.

 

Música: 3 Doors Down – Here By Me

 

Léo (gritando): Helen! (anda e grita mais alto)... Helen!

 

Ele caminha olhando para os lados, procurando-a. Após alguns instantes, ele para e desanimado vai até o mirante onde é possível ver a cidade inteira.

 

Léo (abaixando a cabeça): Claro que você não estaria aqui.

 

De repente as luzes do lugar acendem. Ele imediatamente olha para trás. A câmera mostra Helen parada, no meio das flores.

 

Helen: Você se enganou.

 

Léo (se aproximando): Helen! (sorri) Imaginei que tivesse dado a dica quando disse ao Roger sobre o jardim. Eu queria te dizer que...

 

Ele para de falar por alguns instantes e mexe nos bolsos, tirando uma folha que está molhada e impossível de visualizar o conteúdo.

 

Léo (respirando fundo): Acho que devia ter decorado os versos. Mas não tem problema, o que está no meu coração...

 

Helen (interrompendo): Não precisa... Eu já ouvi o suficiente na biblioteca.

 

Léo (surpreso): Você estava lá?

 

Helen: A tempo de ouvir as coisas lindas que disse a meu respeito.

 

Léo: E ainda é pouco para expressar tudo o que você significa pra mim. (se aproxima ainda mais) Já que está aqui, devo acreditar que está me dando mais uma chance?

 

Helen: A última em definitivo, Léo. Não me decepcione outra vez.

 

Léo: Não vou, eu prometo... (segura na mão dela) Você é o amor da minha vida. Aquela que me inspira. Não há nada neste mundo que eu não faria pra te ver feliz.  

 

Helen sorri emocionada. Léo passa a mão no rosto dela, que fecha os olhos ao sentir. Em câmera lenta vemos o rosto dele aproximando-se do dela e seus lábios tocando de forma delicada sua boca. O beijo vai tornando-se mais intenso e apaixonante. Após alguns segundos, eles afastam os rostos e se olham ofegantes e com bastante ternura. Helen sorri e o puxa, beijando-o dessa vez. Lentamente a câmera sobe e fixa a imagem de ambos e um pedaço da cidade chuvosa por alguns segundos.

 

 

Close em duas bolsas em cima de um sofá. Duas mãos as pegam e imagem abre, mostrando se tratar de Nathalia. Amanda aparece atrás dela.

 

Cont- 3 Doors Down – Here By Me

 

Amanda: Vai embora assim, no meio da tempestade?

 

Nathalia: Não tive coragem de contar a eles. E se não sair agora, talvez perca a coragem de ir também. (mostra um envelope pequeno) Aqui tem uma carta que eu explico tudo.

 

Ela coloca a carta em cima da mesa. Depois vai até a porta. Amanda a acompanha. Nathalia coloca as bolsas no chão.

 

Nathalia: Se cuida irmãzinha.

 

Amanda (emocionada): Seja feliz onde estiver.

 

Elas se abraçam fortemente por alguns instantes. Nathalia beija o rosto da irmã e abre a porta, pegando as bolsas em seguida. Elas trocam olhares emocionados e Nathalia sai. Amanda fecha a porta devagar. Seus olhos estão cheios de lágrimas.

 

 

Rua do condomínio. Ainda chove bastante. Cláudio e Larissa sobem de mãos dadas, apressadamente. Após alguns segundos, Larissa para e o segura.

 

Cont- 3 Doors Down – Here By Me

 

Cláudio: O que houve?

 

Larissa (sorrindo): Sabe que eu nunca beijei na chuva?

 

Cláudio (pensativo): É, eu também não.

 

Larissa: Então está aí uma coisa para marcar nosso namoro.

 

Cláudio (abraçando-a): Nosso primeiro beijo ensopados.

 

Larissa sorri e ambos começam a se beijar apaixonadamente. O som toma conta da cena. A câmera sobe, parando em determinado ponto. Após alguns instantes, a tela escurece lentamente.

 

 

 

 

 


 

Créditos Finais:

 

 

Criado e Escrito por:

 

Thiago Monteiro

 

Colaboração:

 

Raquel Rosa

 

Participação Especial:

 

Heather Tom como Ruth

Lacey Chabert como Nathalia

Amber Stevens como Sam

 

Música Tema:

 

Switchfoot - Meant To Live

 

Trilha Sonora:

 

Sister Hazel - Beautiful Thing

Foo Fighters – Times Like These

Oasis - Stand By Me

Howie Day – Collide

The Calling – If Only

Sum 41 - In Too Deep

Nine Black Alps - Unsatisfied

Everclear – Wonderful

3 Doors Down – Here By Me

                                                       

 

 

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