Abre dentro do carro de Léo. Ele dirige tranquilamente. É noite. O celular toca e ele olha na direção do aparelho que está no banco ao lado. Inclina-se e pega-o, olhando no visor e sorrindo.

 

Música: Hanson – Save Me

 

Léo: Oi linda! 

 

Corta para Helen em seu quarto, sentada na cama e com o telefone sem fio no ouvido.

 

Helen: Onde você está? Estou ficando preocupada.

 

Léo (cortando para ele): Me atrasei um pouco por causa do treino puxado de mais cedo. Mas estou na avenida principal e devo estar batendo em sua porta dentro cinco minutos.

 

Corta para uma visão aérea do carro parando num farol. Volta para o quarto de Helen.

 

Helen (sorrindo): Okay, vou estar te esperando na porta então.

 

Close no sinal abrindo e o carro se movimentando. Corta para dentro.

 

Léo: Helen...

 

Helen (em off/no telefone): Sim?

 

Léo (sorrindo): Eu te...

 

Ele imediatamente arregala os olhos e gira o volante rapidamente. Close numa forte luz na sua frente. Corta para o lado de fora onde o carro desvia de outro na contra mão e bate num poste.

 

Quarto de Helen. Ela ainda está com o telefone no ouvido, visivelmente assustada.

 

Helen: Léo? O que aconteceu? Léo?

 

Avenida. Numa visão aérea vemos o carro batido no poste e fumaça por toda parte. O alarme está tocando insistentemente e vários carros param e pessoas correm até o local.

 

Corta instantaneamente para Helen caminhando apressadamente por um corredor de hospital e entrando numa sala. Dentro, vemos Léo sentado em cima de uma mesa com uma das pernas apoiada e um médico [Rami Malek] perto. Helen respira aliviada. Léo sorri ao vê-la.

 

Helen (preocupada): Como você está? (beija o rosto dele) Deus do céu, quer me matar do coração?

 

Léo (com dor): Outch... (sorri novamente) Estou bem. Foi só um susto.

 

Doutor: Você teve sorte, meu jovem... (olha para Helen) Alerta seu namorado que não pode falar ao celular enquanto está dirigindo.

 

Helen faz que sim com a cabeça, visivelmente envergonhada. Léo olha para o médico.

 

Léo: Que horas vou poder sair daqui?

 

Doutor: Daqui uma ou duas horas, assim que colocarmos uma tala na sua perna.

 

Léo (preocupado): Mas não é nada muito sério, certo? Tenho treino ainda essa semana.

 

Doutor: Lamento dizer, companheiro, você sofreu uma entorne no tornozelo e vai ficar um tempinho sem praticar exercícios físicos.

 

Léo (assustado): Como é que é? Não, não, não posso! Tem um grande jogo chegando... Não posso me dar ao luxo de ficar parado.

 

Doutor: Entendo sua frustração, mas é importante permitir que sua perna se recupere adequadamente. Tentar jogar nesse estado só agravaria a lesão e poderia resultar em danos permanentes. Sinto muito, mas você terá que adiar seus planos de jogo e focar na recuperação.

 

O médico sai da sala. A câmera se posiciona mostrando o rosto de Helen olhando para Léo, sem nada a dizer. Léo parece estar em choque e fica em silêncio por alguns segundos. Depois, olha para Helen.

 

Léo: Estou ferrado.

 

Helen o olha com uma expressão de culpa. Ela segura forte na mão dele. A câmera se afasta alguns centímetros, escurecendo a tela em seguida.

 

 

 

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Abre mostrando o sol do amanhecer e cortando para várias cenas da cidade, até parar no colégio Esplendor. Corta para o refeitório. Cláudio, Larissa, Roger e Amanda estão na mesma mesa, conversando.

 

Música: Three Days Grace – Everthing About You    

 

Larissa: Nossa, que azar se machucar tão perto das finais.

 

Roger: Isso se chama carma. Toma cuidado você e você (olha para Amanda e Larissa). Não vão pensando que é só ficar bonzinho de repente. Ainda bem que sempre fui um cara bom e correto (sorri).

 

Amanda: Então é bom ficar bem longe de mim...

 

Roger: Meu amor, por você eu aguento qualquer maldição. Pode mandar vir.

 

Cláudio (balançando a cabeça): Não liguem pra ele... O pior disso tudo é que ficamos desfalcados de dois titulares, justamente contra o maior rival dos Gladiadores.

 

Larissa: E como ele está reagindo?

 

Roger: É só olhar pra frente.

 

Roger aponta com a cabeça. Larissa se vira. A câmera se movimenta e mostra Léo sozinho na mesa. Felipe aparece e senta de frente para ele. Corta para eles.

 

Felipe (solidário): E ai meu amigo... Como está se sentindo?

 

Léo: Perfeitamente bem... Claro, tirando o fato de estar com a perna ferrada e fora do time, tudo está uma grande maravilha. (ironiza).

 

Felipe: Foi uma pergunta idiota, desculpa.

 

Léo: Está tudo bem, só não me olha com cara de pena como todos aqui estão fazendo. (close na perna com a tala) Eu não vou deixar isso aqui me tirar do jogo.

 

Felipe: Hei, não vamos pensar nisso agora, okay?

 

Helen aparece, trazendo um lanche e uma lata de refrigerante.

 

Helen: Comprei uma coisa pra você comer.

 

Léo: Obrigado, Helen... Mas não estou com fome.

 

Helen e Felipe se olham. Felipe sobe as sobrancelhas e suspira.

 

Felipe: Bom, quem está com fome sou eu. Vou lá comprar alguma coisa antes que bata o sinal... (toca o ombro do amigo) Fica bem e não faça nenhuma besteira.

 

Ele sorri para Helen e sai. Helen se senta de frente para Léo.

 

Helen: O que ele quis dizer com “não faça nenhuma besteira”?

 

Léo: Nada demais, às vezes ele se preocupa muito.  

 

Helen (após alguns segundos): Me sinto tão culpada pelo que aconteceu.

 

Léo (solidário): Hei, não... Você não teve culpa de nada. Como poderia saber?

 

Helen: Mas se eu não tivesse telefonado...

 

Léo: Para... Eu que deveria ter prestado atenção. Não é a primeira vez que eu me distraio dirigindo. Pergunta pro Cláudio sobre a vaca no meio da estrada.

 

Helen sorri levemente e pega na mão de Léo.

 

Helen: Eu que deveria estar te consolando.

 

Léo (sorrindo): Fica tranquila. Eu vou dar um jeito em tudo.

 

Helen beija carinhosamente a mão dele. Léo aproxima o rosto e eles dão um selinho demorado.

 

 

Corta para a mesa onde Cláudio, Larissa, Roger e Amanda estão.

 

Roger: Sabe o que a gente podia fazer? Roubar o mascote do nosso rival. 

 

Cláudio (rindo): Eles não têm mascote, Roger.

 

Roger (desanimando): Que pena, seria uma boa aventura.

 

Amanda (consolando-o): Tadinho, meu amorzinho vive no mundo da fantasia. (beija o rosto dele) E mesmo se tivesse mascotes, você não teria coragem e roubá-lo.

 

Roger: O que te faz ter tanta certeza que não?

 

Amanda: Porque você não é do tipo que se arrisca muito pra fazer coisas erradas.

 

Roger: Em outras palavras, um nerd

 

Amanda: De jeito nenhum... Só acho que você é um pouco certinho demais pra se arriscar em coisa do tipo, entendeu?

 

Roger: Não, não entendi. Tem como desenhar?

 

Cláudio (para Larissa): Vamos dar uma volta? 

 

Larissa (levantando): Bem pensado, porque isso aí vai longe.

 

Cláudio (levantando): Divirtam-se, crianças.

 

Ele sorri e sai de mãos dadas com Larissa. Roger olha para Amanda.

 

Roger: Estou esperando...

 

Amanda: Que tal esquecermos isso?

 

Roger: Tudo bem, mas só pra finalizar. Você acha que eu não consigo me destacar em alguma coisa, certo?

 

Amanda: Jesus Cristo! Não coloque palavras na minha boca! (olha para cima) Por quê? Por que eu não penso mais, antes de falar?

 

Roger (sorrindo): Relaxa minha coisinha linda, fofa, dengosa e maravilhosa. Já esqueci o que disse.

 

Amanda: Está sendo sarcástico, né?

 

Roger: Yehp! Eu vou me tornar um destaque aqui no colégio... Você verá!

 

Ele dá dois tapinhas no ombro dela e levanta. Amanda o acompanha com o olhar.

 

Amanda: Aonde você vai?

 

Roger: Me destacar.

 

Ele pisca para ela e caminha na direção do refeitório. Amanda continua sentada, balançando a cabeça negativamente.

 

Amanda: Por que eu não fui me apaixonar por um adulto?

 

 

Casa de Larissa. Rosangela e Jonatas estão na cozinha, sentados de frente para o outro na mesa. Rosangela está pensativa.

 

Jonatas: E então?

 

Rosangela: Estou feliz, muito feliz (suspira) O que me preocupa é a reação que a Larissa terá quando souber. Especialmente agora que ela está namorando e feliz.

 

Jonatas: Ouça, é uma grande oportunidade, mas minha família está em primeiro lugar... Então vou deixar pra você decidir sobre isso. Se achar que pode nos afetar de alguma forma, não tocamos mais no assunto, sem culpas.

 

Rosangela: Só me dá um tempo pra pensar melhor, okay? E uma maneira também de contar a ela.

 

Jonatas (sorrindo): Sem problemas, nós temos tempo ainda. Mas algo me diz que vai ser muito bom pra gente.

 

Rosangela sorri levemente e segura na mão dele, voltando a mesma expressão pensativa do começo.

 

 

Colégio Esplendor. Cláudio e Roger estão na sala de aula. Cláudio na penúltima carteira, enquanto Roger está na de trás. O lugar é iluminado por um retroprojetor que acende e apaga. Roger se inclina até Cláudio.

 

Roger: No que eu sou bom?

 

Cláudio: Em perturbar. 

 

Roger: Há Há... Quero provar pra Mandy que posso me destacar em algo... No que você acha que sou bom?

 

Cláudio: Acho que você está distorcendo um pouco o que ela disse.

 

Roger: Eu sei... Falta de coragem, não me destacar em nada... (pensativo) Preciso de alguma coisa que me destaque.

 

Cláudio: Taca fogo no colégio.

 

Roger coloca a mão no queixo e parece refletir. Cláudio se vira e o olha.

 

Cláudio: Foi uma piada, okay?

 

Roger (sorrindo): Mas não deixa de ser uma ideia tentadora.

 

Cláudio revira os olhos e volta a virar para frente. Roger encosta na cadeira e cruza os braços, mantendo a expressão de reflexão.  

 

 

Ginásio. Léo está sentado na arquibancada, olhando fixamente para a quadra. Ao seu lado tem um par de muletas. Após alguns segundos ouve-se um riso. Léo franze a testa e olha para o lado. A câmera se movimenta, mostrando Gil sentado alguns metros afastado dali.

 

Léo: Alguma coisa engraçada?

 

Gil: Não, não... Como vai a perna? Fiquei sabendo que você tentou atravessar um poste.
 

Léo: Cala a boca. Não vai pensando que isso aqui vai me impedir de estar na quadra contra o nosso maior rival, enquanto você vai estar assistindo aqui da arquibancada.

 

Gil: E como vai ser na hora? Todo mundo solidário de muletas, igual saci?

 

Léo: Eu não preciso responder à sua provocação.

 

Gil (dando os ombros): Tanto faz... (levanta e anda pelo corredor) Ah, você errou em uma coisa, eu vou jogar.

 

Léo: Do que você está falando?

 

Gil: Achou que o Roma ia dar uma de suicida e entrar com dois desfalques no jogo mais importante do ano? Ele praticamente implorou para que eu voltasse para o time.

 

Léo: Eu não acredito em você, o Roma jamais faria isso. Você abandonou o time, não foi expulso.

Gil: Não interessa no que você acredita, o importante é que eu vou ser ovacionado quando o jogo terminar e você, tadinho, vai estar assistindo aqui da arquibancada à minha glória.

 

Gil abre um grande sorriso provocativo e sai do ginásio. Léo fecha a cara e olha pra frente, respirando de forma ofegante. Após alguns segundos, Cláudio aparece pelo mesmo corredor que Gil passou e olha para Léo.

 

Cláudio: Qual foi a do Gil que acabou de me abraçar, dizendo que conta comigo para vencermos nosso rival?

 

Léo: Você acredita que o Roma admitiu aquele idiota de volta no time? Inacreditável.

 

Cláudio sobe as sobrancelhas e senta ao lado dele.

 

Cláudio: Você está bem?

 

Léo: Olha, você não precisa ser legal comigo, okay? Já basta a Helen e todos do colégio me olhando com pena. Guarde isso pra você.

 

Cláudio: Eu não estou com pena... Só queria te dizer que apesar dos pesares, ainda bem que nada mais grave aconteceu no acidente. (pausa) Sei que não somos amigos, mas se precisar de alguma coisa, pode contar comigo.

 

Ele sorri e toca o ombro de Léo, levantando e se dirigindo até a saída. Léo o olha por alguns segundos.

 

Léo: Hei...

 

Cláudio para, se vira e olha para ele.

 

Léo: Valeu.

 

Cláudio sorri e acena com a cabeça, saindo em seguida. Léo volta a olhar para frente e abaixa a cabeça, colocando as mãos por cima. A câmera abre, mostrando o ginásio por completo. Após alguns instantes a tela escurece.

 

 

Casa de Helen. Rosa abre a porta e Ruth aparece do outro lado. Rosa revira os olhos e bufa.

 

Rosa: Será que o inferno está lotado? Porque só isso explica como continua viva.

 

Ruth (sorrindo): É sempre um prazer te ver, Rosa. A Helen já voltou do colégio?

 

Rosa: Não e nem pense em ir buscá-la.

 

Ruth: Não vou. Quero falar com você... Podemos?

 

Rosa a olha por alguns segundos e entorta a boca. Corta para elas dentro da casa. Ruth está sentada no sofá e Rosa em pé, de frente para ela.

 

Ruth: Não vai se sentar?

 

Rosa: Diz logo o que tem a dizer.

 

Ruth (subindo as sobrancelhas): Vejo que um cafezinho também está fora de questão... (pausa) Eu quero lhe fazer um pedido em troca de meu sumiço de vez.

 

Rosa (interessada): Estou ouvindo...

 

Ruth: Como o ano está acabando e as férias escolares chegando, pensei que poderia levar a Helen para viajar comigo, pelo menos um mês.

 

Rosa (rindo): Está brincando comigo?

 

Ruth: Vamos lá, Rosa... Seria um único pedido que eu faria, apenas para conhecê-la melhor e poder guardar algo pra mim.

 

Rosa: E você acha que eu vou permitir que viaje por um mês com a minha neta, correndo o risco dela descobrir tudo, ou pior, você sumir com ela no mundo? Estou velha, (frisando o nome) Ruth, mas não gagá.

 

Ruth: Eu não vou sumir com ela no mundo, jamais iria separá-la de você, que apesar de tudo, criou a menina e ela te ama muito. E posso te garantir também que tudo continuará como antes.

 

Rosa (cruzando os braços): Minha resposta continua sendo não.

 

Ruth: Tudo bem, não quer do jeito fácil, vai do difícil mesmo... Estou me mudando para Bom Destino.

 

Rosa (suspirando): Eu devo ter jogado pedra na cruz... Você não pode se mudar pra cá.

 

Ruth: Existe alguma lei que me proíba? Porque se eu for pelo lado da lei, pelo menos um final de semana por mês consigo com ela.

 

Rosa: Está bem, cobra peçonhenta... Se eu prometer pensar no assunto, você para de encher o saco vindo aqui?

 

Ruth: Você tem minha palavra.

 

Rosa: E se caso eu aceite e ela também, você promete sumir de nossas vidas?

 

Ruth: Tem minha palavra também.

 

Rosa: Ótimo, então vou pensar com carinho nessa proposta. (apontando a saída) Agora some daqui antes que ela chegue.

 

Ruth (sorrindo): Diz a ela que eu mandei um beijo.

 

Rosa (irônica): Pode ter certeza que direi.

 

Ruth sai. Rosa senta no sofá e respira fundo.

 

 

Casa de Larissa. Ela está no quarto, ajoelhada de frente para o guarda-roupas, pegando várias peças de roupas e jogando no chão. A câmera se movimenta para o lado e mostra Rosangela encostada na porta, sorrindo.

 

Rosangela: Difícil escolha?

 

Larissa: Parece que não tenho nada aqui...

 

Rosangela (sorrindo e se aproximando da cama): É normal quando se está apaixonada. Nenhuma roupa serve.

 

Larissa (olhando para Rosangela): Você não acha que eu engordei nos últimos dias?

 

Rosangela (rindo): Claro que não, você está a mesma de sempre.

 

Larissa sobe as sobrancelhas e volta a mexer no guarda-roupas. Rosangela a olha por alguns segundos.

 

Rosangela: Filha (bate na cama)... Senta aqui um instante.

 

Larissa (preocupada): Está tudo bem?

 

Rosangela: Eu preciso conversar uma coisa com você.

 

Larissa estranha, levanta e senta na cama.

 

Larissa: Aconteceu alguma coisa?

 

Rosangela: Aconteceu... E é algo muito bom, mas pra você pode ser ruim.

 

A câmera dá um close no rosto de Larissa que se mostra preocupada. A imagem de seu rosto começa a transparecer e mostrar o céu estrelado. Aos poucos vai amanhecendo e algumas cenas da cidade são mostradas, até parar no colégio Esplendor.

 

 

Refeitório. Helen  escreve em um carno enquanto Léo olha  para frente, parecendo estar distante.

 

Música: Michelle Branch - You Set Me Free

 

Helen: Já sabe o que vai fazer depois que se formar?

 

Léo: Pra dizer a verdade, nem pensei nisso ainda.

 

Helen: Precisa começar a pensar. Visitar algumas faculdades.

 

Léo: Olha minhas notas? Nem sei se vou passar de ano primeiro.

 

Helen (sorrindo): Claro que vai passar. Eu vou te ajudar a estudar, se concentrar. Podemos pedir alguns trabalhos para pontos extras. Não se preocupe com isso.

 

Léo: Ótimo, pois a única coisa que eu quero me preocupar mesmo, é em estar inteiro no dia do jogo.

 

Helen: Você não está pensando em jogar, né? O médico recomendou...

 

Léo (interrompendo): O médico não sabe de nada.

 

Helen: Claro que não, afinal, ele passou anos estudando pra nada mesmo. (o olha) Léo, nem tudo se limita a essa jogo.

 

Léo: Eu tenho esperado por esse momento desde que cheguei aqui. O colégio depende de mim... A cidade depende de mim.

 

Helen: Que pensamento bobo. É só um jogo.

 

Léo: Você não deveria estar me apoiando, dando força...  Essas coisas que você sabe fazer melhor que ninguém?

 

Helen: Não quando pode te prejudicar.

 

Léo (irritado): Pelo amor de Deus...

 

Helen: Quer saber, mais parece que estou te irritando do que ajudando. Mais tarde a gente conversa.

 

Ela levanta e sai, deixando-o sozinho. Léo olha para o caderno e sorri levemente ao ver um coração e as letras “L + H” embaixo.

 

 

Sala de jogos. Roger está na porta, observando alguns garotos na mesa de ping pong. Um homem [Enrico Colantoni] se aproxima dele.

 

Cont- Michelle BranchYou Set Me Free

 

Homem: Posso ajudar, meu jovem?

 

Roger: É você que treina a equipe de tênis de mesa?

 

Homem: O mesmo. Está pensando em fazer um teste?

 

Roger: Claro, se tiver uma vaga sobrando.

 

Homem (sorrindo): Sempre tem uma vaga sobrando. Não são todos que possuem tal talento. Você é bom?

 

Roger: Vamos dizer que eu sou o cara que a equipe precisa.

 

Homem (sorrindo): Bom saber. Passa no final da aula pra fazermos um teste.

 

Roger (sorrindo): Bateu o sinal, estarei aqui. (estendendo a mão) Sou o Roger.

 

Homem: Pode me chamar de Garcia.

 

Eles se cumprimentam e depois Roger sai. Close no rosto do treinador Garcia que sobe as sobrancelhas como se duvidasse do garoto.

 

 

Refeitório. Cláudio e Larissa estão em sua mesa, sozinhos. Ele fala alegremente, enquanto ela mantém uma expressão fria e distante.

 

Cont- Michelle BranchYou Set Me Free

 

Cláudio (sorrindo): Meus pais estão super animados com esse lance de renovar os votos. Querem fazer uma grande viagem depois da cerimônia... Eles merecem depois de tudo que passaram.

 

Ele percebe a feição da namorada e muda o semblante, preocupado.

 

Cláudio: Você está bem?

 

Larissa (tentando disfarçar): Claro... Do que você estava falando mesmo?

 

Cláudio: Deixa pra lá... (a abraça) O que faremos hoje à noite?

 

Larissa (desanimada): Será que podemos ficar cada um na sua casa hoje?

 

Cláudio: Okay, agora estou preocupado. O que aconteceu?

 

Larissa (levantando): Desculpa, esqueci que precisava tirar uma dúvida com a professora antes do sinal bater. Mais tarde a gente se fala.

 

Cláudio abre a boca para falar, mas Larissa sai apressadamente. Ele a acompanha com o olhar, preocupado. A tela escurece.

 

 

Abre mostrando a frente do colégio. Após alguns segundos, ouve-se o sinal tocando. A imagem transparece para dentro da sala de jogos. Roger caminha com uma raquete na mãos. O treinador Garcia está ao seu lado.

 

Música: MxPx - Responsibility

 

Garcia: Você fará um teste com o Douglas. Dependendo de como se sair, a vaga é sua.

 

Eles se aproximam da mesa, onde se encontra um garoto [Spencer Fox] de baixa estatura.

 

Roger (incrédulo): Esse é o Douglas? Quantos anos você tem? Cinco? 

 

Douglas (sério): Treze, por quê?

 

Roger (se segurando para não rir): Nada demais. Podemos começar?

 

Corta para eles se preparando para jogar. Douglas dá uma tacada. A bola passa rápido, batendo no lado esquerdo da mesa de Roger e saindo.

 

Garcia: Um a zero.

 

Roger (mexendo os ombros e pulando): Só estou me aquecendo.

 

Douglas saca outra vez. A bolinha acerta rápido o canto direito da mesa e sai. O treinador olha para Roger que sorri sem graça.

 

Roger: É a ansiedade, sabe? (encara Douglas) Vamos lá tampinha, a brincadeira acabou.

 

A câmera se aproxima rapidamente no rosto de Douglas que fecha a cara e expressa fúria na face. Ele saca a bola de leve e Roger consegue acertar, mandando para o lado do garoto. Douglas manda a bola novamente de leve para Roger, que consegue acertar outra vez.

 

Roger (sorrindo): Viu? Eu disse que estava só me aquecendo.

 

A bola quica no campo de Douglas que expressa um sorriso maquiavélico e acerta a bolinha com violência. Corta rapidamente para o rosto de Roger que arregala os olhos. A câmera muda para a visão do personagem, mostrando a bolinha vindo em alta velocidade em sua direção. A tela fica preta ao mesmo tempo em que se ouve um barulho. Abre mostrando o rosto do treinador que faz caretas de dor. Close no rosto de Douglas que sorri satisfeito.

 

 

Sala de Roma. Ele está sentado à mesa, fazendo algumas anotações. Ouve-se duas batidas na porta. Vemos Léo parado apoiando-se na muleta.

 

Roma (sorrindo): Léo, entra.

 

Léo vai até a mesa com certa dificuldade, puxa a cadeira e senta.

 

Roma: Como está se sentindo?

 

Léo: Bem cansado de ouvir essa pergunta.

 

Roma (olhar solidário): Lamento muito sua condição atual.

 

Léo: Aham, lamenta tanto que não demorou muito para reintegrar o Gil na equipe.

 

Roma: Filho, eu não tive escolha. Já basta ter perdido meu melhor jogador. Era necessário mais um veterano para ajudar na pressão do jogo que está por vir. 

 

Léo: Mas precisava pedir para ele voltar?

 

Roma: Eu não pedi para que ele voltasse. Ele que veio aqui me pedindo perdão e implorando para que eu o aceitasse de volta.

 

Léo (balançando a cabeça): Eu não vou ficar de fora desse jogo!

 

Ele levanta e começa a sair. Roma o olha sem saber o que dizer. 

 

Roma: Talvez você possa ficar como meu auxiliar no banco.

 

Léo: Ah tá, é a mesma coisa. 

 

 

Ginásio. Os rapazes treinam em quadra. Léo caminha pelo corredor com dificuldade. A bola passa a grade e bate na arquibancada perto dele. Gil se aproxima.

 

Gil: Pode pegar a bola aí pra mim? Nossa! Foi mal, esqueci  que o aleijadinho não pode se abaixar. 

 

Ele começa a rir. Léo o olha e se aproxima da grade.

 

Léo: Quer ver uma coisa interessante? Minha perna está ruim, mas minha mão não. 

 

Ele acerta um soco em Gil que cai para trás.

 

Léo: Fica longe de mim!

 

Léo sai. Gil continua caído, com o lado esquerdo da boca sangrando. Felipe aparece e o ajuda a se levantar.

 

Gil (limpando a boca): Você viu isso?

 

Felipe: Você mereceu, né. (pausa) Olha só, eu sou seu amigo, sou amigo do Léo, amo vocês dois. Mas se tiver que escolher um lado nisso tudo, é o dele que eu vou ficar. Desde o lance com a Helen você está errado, e você sabe disso... Então tenta ficar frio e deixar de lado essa marra toda, porque você acabar ficando sozinho.

 

Ele toca o ombro de Gil e sai. Gil abaixa o olhar e coloca a mão no local acertado do rosto. Ele fica pensativo.

 

 

Corta para Roger caminhando pelo corredor do colégio. Ele segura um saco plástico com gelo no olho esquerdo. Amanda aparece e se aproxima, preocupada.

 

Amanda: O que aconteceu com seu rosto?

 

Roger: Nada demais. Me estranhei com um gigante. Devia ter visto o tamanho do cara, era de dois metros pra cima.

 

Ela tira o gelo do olho dele e faz cara de dor. Close no rosto de Roger. Nele vemos o formato de uma bola envolta de seu olho que está um pouco inchado.

 

Amanda: Isso deve ter doído.

 

Roger: Mas você precisava ver o outro cara, não fiquei pra baixo não.

 

Amanda: Tá, mas chegaram a esse ponto por quê?

 

Roger: Luta romana. Tentei fazer parte do time, não deu muito certo. Muito rápido e habilidoso pra eles.

 

Amanda (sorrindo): Seu bobinho, para com esse negócio de tentar se destacar. Eu gosto de você do jeitinho que é.

 

Roger: Mas agora eu cismei.

 

Amanda (enganchando no braço dele): Vem meu maluquinho, deixa eu te encher de beijinhos pra sarar.

 

Roger (manhoso): Tá, mas toma cuidado porque está doendo muito, muito mesmo.

 

Amanda: Pode deixar que serei sua melhor enfermeira.

 

 

Frente do colégio. Larissa está sentada num banco próximo ao portão. Helen aparece e senta ao lado dela.

 

Música: Vanessa Carlton - Pretty baby

 

Helen: Hei.

 

Larissa (sorrindo): Olá.

 

Helen: Esperando o Cláudio?

 

Larissa: Sabe que eu já nem sei mais? Sentei aqui pra pensar um pouco e acabei ficando. (suspira) Preciso tomar coragem pra contar algo a ele.

 

Helen: E por sua carinha triste, parece ser algo meio sério.

 

Larissa: É uma decisão difícil que vai me matar ter que tomá-la. 

 

Helen: Bom, independente da decisão, sei que irá escolher o melhor para vocês dois.

 

Larissa a olha e esboça um leve sorriso.

 

Larissa: O que ainda está fazendo no colégio?

 

Helen: Estava esperando o Léo, mas acho que ele já foi.

 

Larissa: E como vocês estão, diante tudo o que ele está passando?

 

Helen: Complicado. Não sei muito o que fazer pra poder ajudá-lo nessa fase turbulenta.

 

Larissa: Relaxa, ele te adora. Acredito que só de estar ao lado dele, já o está ajudando muito.

 

Helen (suspirando): Já não tenho tanta certeza disso.

 

Cláudio aparece e sorri para as duas.

 

Cláudio: Vamos?

 

Larissa acena com a cabeça e abraça a Helen em seguida.

 

Larissa: Fique bem.

 

Helen: E você, boa sorte.

 

Larissa (sorrindo): Obrigada.

 

Cláudio (para Helen): Força, maninha.

 

Helen sorri para ele, em seguida Cláudio e Larissa saem. A câmera fixa em Helen que permanece sentada, pensativa.

 

 

Casa de Léo. Ele está no quarto, sentado na cama, refletindo. Após alguns segundos a câmera se abaixa e podemos ver a tala caída ao lado da perna que está sem nada. Ele respira fundo, levanta e apoio pé no chão, fazendo cara de dor. Tenta dar alguns passos, mas para, sentindo ainda mais dor e se sentando na cama imediatamente. A câmera se movimenta para a porta aberta. Helen aparece e entra.  

 

Helen: A empregada me mandou subir... (olha para a perna) O que diabo está fazendo?

 

Léo: Por favor, Helen. A última coisa que preciso agora é de repreensão.

 

Helen: Mas é isso que está merecendo. Enlouqueceu? Recém colocou essa tala, não pode tirá-la por conta própria.

 

Léo (sorrindo): Mas não está tão ruim assim, nem dor estou sentido direito, olha só... (coloca o pé no chão e faz careta) Ai ai!

 

Helen: Você vai comigo agora no hospital.

 

Léo (balançando a cabeça): Não, de jeito nenhum eu volto a pisar naquele lugar.

 

Helen: Léo, você está agindo feito criança.

 

Léo: Que seja. Já tomei minha decisão e nem você será capaz de mudá-la.

 

Helen balança a cabeça, em reprovação e respira fundo.  

 

Helen: Maldita hora que fui dar aquele telefonema.

 

Léo: É... (a olha) Também acho.

 

Ela o olha por alguns segundos, visivelmente sentida. Léo demonstra arrependimento.

 

Léo: Helen, eu não quis dizer...

 

Helen: Não, eu entendi. Só não espere que eu fique do seu lado, vendo você se acabar por causa desse jogo.

 

Ela abaixa a cabeça e sai do quarto. Léo levanta e tenta se movimentar.

 

Léo: Helen, espera!

 

Ele tenta caminhar até a porta. Ao colocar o pé no chão, entorta a perna e desaba, gritando de dor.  Corta para Helen descendo a escada. Ela ouve os gritos de Léo e volta correndo. Do quarto vemos Léo ainda no chão, gritando sem parar. Helen aparece e corre até ele, se abaixando.

 

Helen (desesperada): Oh meu Deus! Léo... 

 

A empregada aparece, assustada. Helen a olha.

 

Helen: Temos que levá-lo ao hospital... (nervosa) Agora!

 

A empregada se apressa, saindo. Helen volta a olhá-lo, extremamente assustada. A câmera dá um close no rosto de Léo que está avermelhada de dor. Lentamente a tela escurece.

 

 

Abre mostrando o colégio Esplendor. É noite. Aos poucos começa a amanhecer e a imagem transparecer para dentro. Roger olha atentamente uma sala onde alguns alunos jogam xadrez. Um rapaz [Demetrius Joyette] se aproxima dele.

 

Música: Everclear - Am Radio

 

Rapaz: Posso ajudá-lo?

 

Roger: Você é o presidente do clube de xadrez?

 

Rapaz: Exatamente. Pode me chamar de Rick... Interessado em entrar para o time?

 

Roger (sorrindo): Se tiver uma vaga sobrando, queria mostrar um pouco de minhas habilidades estratégicas ao mundo.

 

Rick (sorrindo): Sempre tem uma vaga sobrando. Não são todos que se interessam por algo tão complexo.

 

Roger: Então seus problemas estão prestes a chegar ao fim. Eu sou o que faltava para a equipe se tornar mais popular e badalada que aqueles tais de Gladiadores.

 

Rick (rindo): Okay, então vamos fazer um teste, comprovando essa sua grande habilidade estratégica. 

 

Roger (esfregando as mãos): Só se for agora.

 

 

Refeitório. Larissa está sozinha na mesa. Cláudio aparece e senta ao lado dela.

 

Cont- Everclear - Am Radio

 

Cláudio: O que aconteceu, Larissa? Você está estranha, especialmente comigo.

 

Larissa: Estranha como? Você que está cismado com isso.

 

Cláudio: Aham, já não passamos por isso antes mesmo... Uma hora vai ter que se abrir comigo e espero que seja ainda hoje.

 

O sinal toca. Larissa levanta e beija o rosto dele.

 

Larissa: Preciso ir pra aula. No condomínio, mais tarde a gente conversa. Eu prometo.

 

Ela sai. Cláudio balança negativamente a cabeça e se mostra preocupado.

 

 

Sala de xadrez. Roger está sentado, batendo com os dedos sobre a mesa, pensativo. Em pé, ao lado dele, está Rick. Roger se inclina e move um peça. Um garoto de frente para ele observa a jogada por alguns segundos. Roger sorri, vitorioso. O garoto mexe os ombros e movimenta a peça, derrubando a de Roger.

 

Cont- Everclear - Am Radio

 

Garoto: Xeque-mate.

 

Roger desfaz o sorriso e cruza os braços, emburrado. Close em Rick que ri.

 

 

Corta par Roger passando pela porta, sério. Amanda vem ao seu encontro.

 

Cont- Everclear - Am Radio

 

Amanda: Sabia que fazer parte do time de xadrez, tecnicamente não te destaca de forma positiva?  

 

Roger: Não diga? Mas não será problema, porque nem nisso eu sou bom.

 

Amanda (parando e segurando-o): Sabe no que você é muito bom? Em fazer meu coração bater acelerado cada vez que estou perto de você. E isso o faz se destacar mais que qualquer pessoa que eu já conheci.

 

Roger (sorrindo e abraçando-a): Você tem razão. Vou parar momentaneamente com esse negócio de tentar me destacar aqui. Afinal, ainda tenho mais dois anos pra fazer.

 

Amanda balança positivamente a cabeça e o beija em seguida. O som aumenta e toma conta da cena. Vários alunos começam a transitar pelo corredor. 

 

 

Laboratório. Vemos os alunos com jalecos brancos, luvas e óculos protetores. Cláudio e Roger estão um do lado do outro, misturando alguns líquidos coloridos e colocando em um frasco com fogo.

 

Cláudio: Ela anda bem estranha, mal quer falar comigo... A Amanda não comentou nada contigo?

 

Roger: Pelo que me lembre, não.

 

Cláudio: Será que ela já desanimou?

 

Roger: Claro que não. Depois de tudo que ela fez pra ficar com você? Deve ser aqueles problemas de garotas, TPM, sabe?

 

Cláudio sobe as sobrancelhas e mexe os ombros em seguida. Roger pega um frasco e fica olhando para ele.

 

Roger: Quanto deste líquido azul o professor mandou jogar mesmo?

 

Cláudio: Não lembro. Espera ele voltar.

 

Roger olha novamente para o frasco e faz careta, derramando o líquido todo dentro do frasco quente.

 

Roger: Deve ser tudo.

 

O professor entra na sala e fecha a porta. Close no vidro de Roger que começa a borbulhar e esfumaçar. O professor próximo de sua mesa olha para o vidro em questão.

 

Professor: Quanto do frasco azul você colocou?

 

Roger: Tudo, por quê?

 

Professor (arregalando os olhos): Oh Deus!

 

Corta instantaneamente para o corredor do colégio. Um barulho de explosão se faz presente e em seguida fumaça branca começa a sair pelo vão da porta. A porta abre e vários alunos começam a sair apressadamente, alguns tossindo, outros fazendo movimentos com as mãos para afastar a fumaça. Ouve-se o alarme de incêndio tocando. As portas de outras salas abrem e os alunos também saem.

 

Cláudio (tossindo): Eu não acredito que fez aquilo.

 

Amanda se aproxima deles.

 

Amanda: Hei, o que aconteceu lá dentro?

 

Cláudio: O gênio do seu namorado aí, acabou de explodir o laboratório de química.

 

Roger: Foi um ato mal calculado, mas estão todos bem, acredito eu. (olha para Cláudio) Posso ser preso por terrorismo?

 

Amanda (sorrindo): Bom, pelo menos conseguiu o que queria, se destacar em algo. Agora sempre será lembrado como o garoto bomba.

 

Roger (feliz): Não é que é mesmo? E olha que o plano inicial era tacar fogo no colégio.

 

Amanda (confusa): Desculpa?

 

Cláudio (revirando os olhos): Enche esse rapaz de beijos antes que ele comece a elaborar outras ideias malucas.   

 

Amanda ri e abraça Roger. Cláudio olha para frente, sorrindo. Ele avista Larissa encostada na parede. Seus olhares se encontram e Cláudio desfaz o sorriso lentamente.

 

 

Ginásio. A câmera acompanha Roma caminhando pelo corredor até se aproximar de Léo que está sentado na primeira fileira. Ele senta ao lado do rapaz.

 

Roma: Qual a previsão pra tirar isso aí?

 

Close na perna de Léo que está novamente com a tala, só que dessa vez, branca. 

 

Léo: Se eu me comportar direitinho, três, quatro semanas, talvez.

 

Roma: Ouça, não posso afirmar com certeza e o que pretendo fazer não é lá muito ortodoxo. Há uma possibilidade de você jogar pelo menos os dez minutos finais do jogo.

 

Léo (se animando): Mesmo? Como?

 

Roma: Bom, sua perna continuará lesionada, mas com uma série de exercícios antes e uma aplicação que o regulamento permite, você poderá pelo menos suportar colocar o pé no chão. Mas veja bem, Léo... Não é algo certo, e vai precisar de muita dedicação da sua parte.

 

Léo: Farei tudo que recomendar, eu prometo. 

 

Roma: Ótimo, a primeira recomendação é parar de sentir pena de si e tirar essa cara de velório aí. Prefiro mil vezes o Leonardo mala que se acha o rei da cocada, do que o depressivo de mal com a vida. Pode ser?

 

Léo sorri para ele. Roma toca seu ombro, depois levanta e sai. A câmera se aproxima do rosto de Léo que desfaz o sorriso, expressando um ar pensativo.

 

 

Praça do centro da cidade. É noite. Léo está sentado no banco. Ele olha para o lado e sorri. A câmera se movimenta, mostrando Helen se aproximando.

 

Música: Robbie Williams - Angels

 

Léo: Obrigado por vir.

 

Helen (sentando ao lado dele): É claro que eu viria. Como está a perna?

 

Léo: Sem dor. (mostra uma canetinha vermelha) Mas me sentiria melhor se você pudesse fazer um coração aqui também. 

Helen esboça um leve riso e pega a canetinha. Ela coloca a perna dele no colo e começa a desenhar na tala. 

 

Léo: Quando me questionou sobre o meu futuro, querer estar com você é a única certeza que tenho hoje. O Roma está preparando um jeito de eu jogar pelo menos dez minutos no dia, mas não vou mais me importar se isso não acontecer. O que me sustenta é a sua presença, e ela me basta pra fazer feliz. (pausa) Perdoa-me sobre o que eu disse do telefonema... Não era verdade.

 

Helen: Está tudo bem. Eu fui um pouco insensível também. Devia ser mais compreensiva com a dor que está passando. Me desculpa também.

 

Léo: Então estamos bem?

 

Helen (sorrindo): Claro que estamos.

 

Léo (aliviado): Ótimo, porque estava ficando meio preocupado em ficar de castigo e ser privado de comer aquele bolo de chocolate que só a dona Rosa sabe fazer. Podemos ir agora?

 

Helen (sorrindo): O que te faz pensar que ela faria agora?

 

Léo: Helen, ela nunca ia negar um pedido para o neto querido aqui.

 

Ambos começam a rir. Léo a olha com admiração por alguns instantes.

 

Léo: Antes do carro bater, eu ia te dizer uma coisa...

 

Helen (curiosa): Que seria?

 

Léo: Eu te amo. Amo muito.

 

Helen (sorrindo): Eu te amo muito também.

 

Eles aproximam seus lábios e começam a se beijar carinhosamente. A câmera se afasta lentamente e sobe aos céus por alguns segundos. Quando desce, temos a visão do condomínio, mais precisamente de um playground.

 

 

Cláudio está em pé, próximo do balanço. Atrás dele, vemos a imagem desfocada de Larissa se aproximando. Ele percebe seu movimento e se vira, olhando-a.

 

Música: No Doubt - Dont Speak

 

Larissa: Hei...

 

Cláudio: Oi...

 

Larissa: Desculpa pelo modo que venho agindo.

 

Cláudio: Eu só queria que se abrisse comigo. O que quer que seja, eu vou te ajudar no que for preciso.

 

Os olhos de Larissa se enchem de lágrimas e por alguns segundos, se mostra hesitante em falar. Cláudio preocupado se aproxima mais dela.

 

Larissa: O Jonatas recebeu uma proposta de sociedade em uma empresa, algo irrecusável.

 

Cláudio franze a testa, sem entender. As lágrimas escorrem no rosto de Larissa.

 

Larissa: É na capital... Nós vamos nos mudar, Cláudio.

 

Cláudio (impactado): E pra quando é isso?

 

Larissa: Assim que acabar o ano letivo. (morde os lábios) Agora entende o motivo de eu ter ficado daquele jeito?

 

Cláudio imediatamente a abraça forte e faz expressão de dor.

 

Cláudio (voz embargada): Nós vamos dar um jeito nisso. (fecha os olhos) Eu prometo que daremos um jeito.

 

Larissa fecha os olhos ainda com rosto molhado de lágrimas. Cláudio abre os olhos, que brilham. Lentamente a câmera começa a se afastar, parando em determinado ponto. Após alguns instantes, a tela escurece lentamente.

 

 

 

 

 

 

Créditos Finais:

 

 

Criado e Escrito por:

 

Thiago Monteiro

 

Participação Especial:

 

Heather Tom como Ruth

Enrico Colantoni como Garcia

Rami Malek como Doutor

Spencer Fox como Douglas

Demetrius Joyette como Rick

 

 

Música Tema:

 

Switchfoot - Meant To Live

 

Trilha Sonora:

 

Hanson - Save me

Three Days Grace – Everthing About You

Michelle Branch - You Set Me Free

MxPx- Responsibility

Vanessa Carlton - Pretty baby

Everclear - Am Radio

Robbie Williams – Angels

No Doubt - Dont Speak

 

 

 

                                                       

 

 

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