Abre
mostrando
Roma em sua mesa, fazendo algumas anotações em uma folha.
Ele percebe o movimento de alguém e olha para frente,
sorrindo. A câmera se movimenta e mostra Léo entrando. Ele
senta-se na cadeira, ficando de frente para o treinador. Roma:
Como está a perna? Léo
(sorrindo):
Melhorando... Roma:
E o humor? Léo:
Tranquilo, eu acho. Roma:
Porque não é só de suas habilidades futebolísticas que vamos
precisar, se quisermos ser campeões. O psicológico vai
ajudar muito também. Você é o atleta mais influente do time,
esses caras te adoram... Então o jeito que você estiver
emocionalmente, pode afetar muito os demais. Léo:
Não se preocupe, já adotei uma fase mais zen. Mesmo se não
puder jogar por causa da perna, não vou deixá-los me ver
abatido. Roma
(sorrindo):
Muito bom... (mostra a folha) O que acha? Léo
(pegando a folha):
É incrível! Por que nunca treinou uma equipe profissional?
Sua visão de jogo é perfeita. Roma:
Eu já cheguei a pensar nisso quando era mais jovem. Mas
então esta cidade, este colégio, o time, não me deixaram
sair. (sorri). Léo
(levantando):
Bom, está mais do que na hora então de toda essa dedicação
ser compensada com um título. (levanta
a folha) Vou mostrar isso aos caras. Léo
caminha
até a porta. Roma o observa por alguns segundos. Roma:
Filho... Léo
se
vira para ele. Roma sorri. Roma:
Você está se saindo muito bem. Léo
(sorrindo):
Obrigado, treinador. Roma
acena
com a cabeça e pega outra folha para escrever. Uma música
instrumental lenta começa a tocar. A câmera se aproxima do
rosto de Léo e dá um close em seus olhos que começam a se
encher de lágrimas. Conforme a câmera se afasta, notamos
que ele está com uma roupa diferente e o ambiente da sala
está mais escuro. Ele continua olhando, tristemente para a
mesa do treinador. Close na mesa vazia, apenas com a placa
com o nome do Roma, em cima. Ouve-se o choro de Léo e
lentamente a tela escurece.
Um
ginásio
lotado. A torcida está dividida meio a meio. Na
arquibancada direita, vemos a maioria de vermelho,
indicando a torcida dos gladiadores. Na arquibancada
esquerda, grande parte de preto, indicando a torcida
adversária. Os Gladiadores estão em quadra, enfrentando um
time totalmente de uniforme preto. A imagem do jogo é
vista por um ângulo aéreo. Música
Instrumental
Lenta Cláudio
(em off): Às
vezes a gente acha que tudo vai durar para sempre. Que vamos conseguir
segurar a vida e ela nunca irá passar. Aí é que
está o erro. Não sabemos nem o que vai acontecer nos
próximos vinte minutos.
A
câmera passeia pela arquibancada, mostrando Amanda, Roger,
Helen e Larissa no mesmo degrau, com as cores do time. Cláudio
(em off): Foi difícil entender isso. Mas esse final de ano me ensinou que todos os segundos devem ser aproveitados... A
câmera se aproxima de Cláudio dentro da quadra. Ele para de correr, parecendo
desnorteado. Cláudio
(em off): Como se cada segundo fosse na verdade, pequenas vidas. O
som instrumental cessa, dando lugar ao áudio da torcida e
do movimento em quadra. Cláudio continua parado. A bola
passa por ele, que olha para baixo, mas nada faz. Léo se
aproxima. Léo:
Você está bem? Cláudio
não
responde, apenas o olha tristemente. Léo
(tocando o ombro dele):
Pelo Roma, lembra? Cláudio
acena
de leve com a cabeça. Léo esboça um leve sorriso e começa
a correr. Cláudio olha na direção do banco de reservas. Um
homem [John Wesley Shipp] dá instruções ao time.
A imagem se aproxima lentamente de um espaço vazio no
banco. A tela é tomada por um clarão, que se desfaz
dentro de um auditório lotado. Música:
Barlow
Girl – Never Alone
A
câmera percorre o ambiente, capturando o olhar abatido de
vários alunos e professores. Algumas lágrimas são
derramadas enquanto a atmosfera de tristeza paira no ar. Léo,
posicionado no palco diante de um microfone, segura a
atenção de todos. Léo:
Eu não sei ao certo o que dizer. Hoje faz uma semana que
ele nos deixou e confesso que ainda estou paralisado...
Custo a entender, demoro a acreditar e especialmente,
aceitar. Embora confusos e tristes, nós do time só podemos
agradecer a Deus por ter nos dado mais que um treinador,
mas um amigo, um conselheiro, incentivador, descobridor de
talentos, um artista, um pai e acima de tudo, um grande
homem. Ele
olha
para o lado, onde é possível ver um grande quadro com a
foto do Roma. Léo
(com
os olhos lacrimejando):
Ele nunca desistiu de nós e nos ensinou lições para a vida
inteira... (as lágrimas escorrem de seu rosto)
Sempre sentirei sua falta, meu mestre. Ele
abaixa
a cabeça e enxuga as lágrimas. Em seguida se desloca e
desce do palco. Na fileira da frente vemos Cláudio,
Larissa, Roger, Amanda e Helen, sentados, visivelmente
emocionados. Larissa toca a perna de Cláudio. Ele acena
com a cabeça e levanta, indo para o palco. Ao chegar no
microfone, ele permanece em silêncio por alguns
segundos. Cláudio:
Queria deixar uma frase, para alguém que foi como um pai
pra mim. Que acreditou em mim, quando eu mesmo não
acreditava mais. Ele
olha
para a foto e começa a tremer os lábios, se segurando
para não chorar. Cláudio:
“Muitos heróis passam por nossas vidas e desaparecem. Mas
os bons, os verdadeiros, ficam com a gente pelo resto de
nossas vidas” ... (olha novamente para o quadro) Você
foi meu herói. A
câmera mostra Larissa que não segura a emoção e chora.
Abre mostrando o auditório lotado por alguns instantes.
Lado
de
fora. As pessoas começam a sair. Na porta está uma
senhora [Jane Alexander] que recebe cumprimentos por
quem passa por ela. Cláudio se aproxima e a abraça. Cláudio:
Eu sinto tanto, dona Clara. Clara
(triste):
Obrigada, querido. A dor é muito forte. Mas ele se foi
fazendo o que mais amava na vida. Léo
(se
aproximando):
A segunda coisa, dona Clara. A primeira que ele mais amava
na vida, era estar com a senhora. Seus olhos brilhavam,
cada vez que ele citava seu nome. A joia rara dele. Clara
(com
os olhos cheios de lágrimas):
Ele tinha muito orgulho de vocês, meninos. Amava como
filhos. (segura nas mãos
deles) Se cuidem. Cláudio
e
Léo concordam a cabeça. Clara se movimenta e sai.
Cláudio e Léo a acompanham tristemente com o olhar. Após
alguns segundos, o clarão toma conta da tela de novo,
voltando para o jogo. Cláudio
está
com a bola, correndo pelo meio da quadra. Ele toca para
Gil, que chuta e o goleiro espalma. Close no placar que
marca “Júpiter 0x0
Gladiadores”. Corta para Cláudio driblando um rapaz e
tocando para Léo, que lhe devolve a bola, deixando
Cláudio frente a frente com o goleiro. Ele chuta, mas a
bola passa no canto esquerdo, para fora. Cláudio coloca
as mãos na cabeça e olha para a arquibancada, na direção
em que Larissa está. A câmera se aproxima lentamente do
rosto dela, que está com um semblante triste. A
tela é tomada por um clarão, que se desfaz na praça da
cidade. É noite. Cláudio e Larissa estão sentados no
banco, de mãos dadas. Larissa está bastante pensativa e
distante. Cláudio percebe. Cláudio:
O que você tem? Larissa:
Preciso te contar uma coisa... Cláudio
(preocupado):
Okay... Larissa
(fechando
os olhos/respirando fundo):
Cláudio, eu decidi que vou pra capital. Cláudio
(após
alguns segundos):
Está falando sério? Larissa
(com
pesar):
Não fica bravo comigo. Cláudio:
Mas semana passada você havia dito que ia ficar... Larissa:
Eu sei que disse, mas... Nós estávamos jantando ontem,
conversando de forma tão animada, rindo. Até das piadas do
Jonatas, que são sem graças, eu estava gostando de
ouvir... (abaixa o olhar) Foi então que eu
percebi que eu não quero perder isso. Cláudio
(levantando): Não posso acreditar... Larissa
(levantando):
Eu preciso ficar junto deles, Cláudio. Um
breve
silêncio toma conta da cena. Cláudio olha para baixo,
inconformado. Cláudio:
E quanto a nós? Larissa
(se
aproximando):
Continuamos do mesmo jeito que estamos. Não vamos
terminar. Cláudio: Qual é, Larissa? As chances disso dar certo, são mínimas. Talvez seja melhor... Cláudio hesita em dizer e um breve silêncio toma conta. Larissa:
Diga... Cláudio:
Talvez seja melhor a gente terminar. Close
no
rosto de Larissa. Seus olhos começam a lacrimejar. Música: Switchfoot –
Dare You To Move Larissa:
Por que precisa colocar tanto empecilho? Nós podemos fazer
dar certo. Cláudio:
Por favor, vamos ser realistas... Logo você irá conhecer
outras pessoas, irá ter outra vida, irá esquecer dessa que
teve aqui... (pausa/triste) E vai esquecer de
mim. Larissa
(nervosa):
Seu idiota! Como ousa dizer uma coisa dessas, depois de
tudo que fiz pra ficar contigo? Eu mudei pra ficarmos
juntos! (se acalmando) Eu
pensei que o que você sentia, era tão forte a ponto de
enfrentar qualquer tipo de barreira... Mas vejo que estava
enganada, tendo em vista que está desistindo, assim, tão fácil de nós. Ela
se
vira e sai apressadamente. Cláudio faz que vai atrás,
mas desiste. A câmera se aproxima de seu rosto, que
abaixa o olhar tristemente. O clarão toma conta da tela
outra vez, voltando para o jogo. Felipe
toca
a bola para Gil, que toca para Léo. Léo corre e é
derrubado. O juiz apita falta. Da arquibancada, vemos
Helen observando, abatida, Léo se levantar. Ela balança
a cabeça negativamente e levanta, descendo os degraus e
andando pelo corredor na direção da saída. Larissa a
olha com pesar. Da
quadra,
vemos Léo perdendo a bola e caindo outra vez. Cláudio se
abaixa e o levanta. Cláudio:
Acho que não sou o único que está com a cabeça em outro
lugar. Cláudio
corre.
Léo fica parado. Ele olha na direção em que Helen estava
na arquibancada. Close no lugar vazio. Um clarão toma
conta da tela, desfazendo num campo aberto, com Helen e
Léo deitados no capô do carro dele. Ambos estão quietos
e olhando as estrelas. Música: David Gray - This Year's Love Léo:
Eu falo primeiro, ou você? Helen:
Desculpa? Léo
(olhando-a):
Está na cara que precisamos contar algo um ao outro. Helen:
Você tem razão... Eu falo primeiro então. (olhando-o)
Acho que iremos que passar as férias longe um do
outro. Léo:
Por quê? Helen:
Minha tia me convidou para uma viagem, para que eu possa conhecer mais
sobre o meu passado, sobre minha mãe. Léo:
Isso é bom, muito bom. Mas receio que o que eu tenha pra contar seja um pouquinho pior. Helen
(preocupada):
Okay? Léo:
Lembra do olheiro das semifinais que veio falar comigo
depois do jogo? Há dois dias ele me telefonou, me convidando
pra jogar profissionalmente no time que ele ajuda a
administrar. Helen
(sorrindo/feliz):
Mas isso é uma ótima notícia! Léo
(fazendo careta):
Só que o time fica em Portugal... Helen
(desfazendo o sorriso/desanimando):
Europa... São quilômetros e quilômetros daqui. Léo:
Eles estão lançando um novo projeto em uma cidade pequena
lá. Estão procurando jovens talentosos de diferentes
países para fazer parte dessa iniciativa. Helen:
Você tem certeza que isso é sério? Digo, algo em outro
país... Léo
(sorrindo):
É sério sim. Já conversei com gente que joga por lá, conheci
os projetos online... É real. Helen:
E já aceitou o convite? Léo:
Ele me deu um tempo para pensar. Se eu decidir ir, tenho que
me apresentar assim que as aulas terminarem, para o time
poder começar a treinar e fazer uma pré-temporada. Helen:
Você deve aceitar. É seu sonho, Léo, trabalhou pra chegar a
isso. Léo:
Sim, mas também não quero ficar longe de você. Imagina
quanto tempo ficaríamos sem nos ver? Ainda estou indeciso. Helen
(descendo do capô):
Mas você não pode ficar por minha causa. É
uma oportunidade única e eu não me perdoaria se fosse um
obstáculo para algo tão importante. Léo
(descendo do capô):
Calma, não é assim também. É tão importante ficar, quanto ir
pra lá. Eu tenho dezoito anos, é cedo ainda pra tomar uma
decisão que pode afetar minha vida. Helen:
Você acredita mesmo nisso? E se essa for a única
oportunidade? E se lá na frente a gente acabar não dando
certo? Tenho certeza que ao olhar para trás, irá se
arrepender de não ter ido. Léo
a
olha por alguns segundos. Um breve silêncio toma conta da
cena. Léo:
Jesus, Helen... Você não podia ser um pouco menos madura? (sorri) Facilitaria tanto minha
decisão. Era só me pedir pra ficar. Helen
(sorrindo):
Você sabe que eu não posso fazer isso... (põe a mão no rosto dele) Vá, viva seu sonho. E
se por ventura, não der certo, aí sim, volte. Léo:
Mas e nós, como ficamos? Helen
(abaixando o olhar):
Infelizmente não ficamos. Léo: Helen, eu não vou me separar de você, especialmente agora
que encontrei a única pessoa capaz de me completar. Isso
está fora de cogitação. Helen:
Léo, vamos encarar os fatos com seriedade. Você vai pra
muito longe, viajará o tempo todo com seu time. E um ano,
quantas vezes acha que poderemos nos ver? Léo
(se aproximando):
Não... (coloca as mãos no rosto dela) Helen, a gente
pensa em alguma coisa... (a beija) Mas por favor,
não termina comigo. Helen
(com os olhos cheios de lágrimas):
Eu vou estar aqui, pelo menos até os próximos dois anos.
Você sabe onde me encontrar caso perceba que não era aquilo
que você queria. E dessa vez sem ressentimentos. Mas você
precisa ir sem nada que o prenda. Silêncio
por
alguns instantes. Léo se afasta um pouco, coloca as mãos
na cabeça. Seus olhos brilham. Léo:
Então é isso? Acabou? Helen
(deixando as lágrimas escorrerem):
Me leva pra casa? Ela
caminha
até a porta do carro. A câmera dá um close no rosto de
Léo. Seus olhos se enchem de lágrimas. O clarão toma conta
de tela de novo, voltando para o jogo. Close
no
juiz apitando. Os jogadores se deslocam até seus
respectivos treinadores. Treinador:
Infelizmente não deu no tempo normal. Agora é pênalti e é
loteria. Não desanimem se algo der errado. O importante é
que chegaram até aqui. Ninguém esperava que conseguissem
jogar bem diante da dor que ainda estamos vivendo. Mas vocês
estão de pé, lutando, e isso já entra pra história de nossa
cidade. (olha para a
prancheta) A ordem de cobrança é... Gil, Felipe, Léo e
Cláudio. Cláudio
(assustado):
Eu vou bater o último? Léo:
Não se assuste... Feche os olhos e chute. Gil:
Independente da conversão do gol ou não, o time estará com
você. Corta
para
a arquibancada. Helen já está de volta no seu lugar,
juntamente com os demais. Roger e Amanda estão de mãos
dadas e levantadas. Larissa:
O que vocês estão fazendo? Roger:
Corrente para que sejamos campeões. Dê a mão pra Mandy.
Larissa
ri
e segura na mão de Amanda e na de Helen com a outra. Quadra.
O
jogador do Júpiter está na marca do pênalti. O juiz apita
e ele chuta, convertendo em gol. A torcida grita,
comemorando. Gil
se
posiciona e respira fundo. Ele olha para a torcida dos
Gladiadores. O juiz apita e ele chuta, convertendo em gol.
A torcida grita, comemorando. O
jogador adversário chuta, convertendo em gol também. A
torcida comemora. Felipe
se
posiciona. Ele olha para os companheiros e chuta. A bola
entra e a torcida comemora. O
jogador adversário chuta. A bola entra. A torcida
comemora. Léo
se
posiciona. Ele olha na direção de Helen, que o olha
bastante apreensiva. Ele respira fundo e chuta,
convertendo em gol. Close em Helen que sorri aliviada. O
jogador adversário chuta. A bola bate na trave e sai para
a lateral. Ele coloca as mãos na cabeça, lamentando. A
torcida dos Gladiadores comemora, juntamente com o time. Cláudio
(olhos
arregalados):
Meu Deus! Está nas minhas mãos agora. Léo:
Você consegue, Cláudio. Cláudio
caminha
devagar até a marca do pênalti. O ginásio fica em
silêncio. Ele olha para o goleiro, temeroso. Em seguida
olha na direção de Larissa na quadra. Ela sorri para ele.
Ele sorri para ela e volta a olhar para o gol. O som
ambiente e abafado pelas batidas do coração dele. Cláudio
fecha os olhos e respira fundo, abrindo outra vez. Música:
Nine
Black Alps - Unsatisfied Cláudio:
Pelo Roma. Ele
corre
até a bola e chuta forte. A câmera segue seu movimento até
o gol, passando pelo goleiro e entrando no canto esquerdo.
Cláudio se ajoelha e os jogadores correm até ele. A câmera
se movimenta, mostrando a torcida dos Gladiadores
gritando, pulando, comemorando. Larissa, Helen, Amanda e
Roger se abraçam. Felipe e Léo estão abraçados,
emocionados. Felipe
(irradiante):
Conseguimos, meu amigo! Conseguimos! A
torcida invade a quadra, indo comemorar junto com os
jogadores. Cláudio está com os olhos cheios de lágrimas.
Larissa aparece na frente dele, também emocionada. Larissa:
Parabéns. Cláudio:
Obrigado. Sem
jeito,
eles se aproximam e se abraçam, fortalecendo o abraço em
seguida e permanecendo assim por alguns segundos. A
câmera se movimenta e mostra Helen abraçando Léo. Helen:
Parabéns. Léo
(com
os olhos fechados):
Obrigado minha linda... (ele abre os olhos, percebendo o
que disse) Desculpa (sorri). Helen
(sorrindo):
Tudo bem. Ainda estamos voltando a nos acostumar com esse
negócio de apenas amigos. Corta
para
os jogadores, que tiram as camisas do time e por baixo,
vemos uma camisa branca com a foto de Roma estampada.
Felipe e Gil caminham, trazendo uma grande faixa. Todos os
jogadores abrem-na e podemos ver escrito: “Ao mestre com
carinho, esse título é seu”. As
cenas
começam a transitar para os jogadores recebendo medalhas
num palco montado no meio da quadra. Um homem entregando
uma taça a Léo, que a pega, beija e ergue junto com o
time. Estouros de confetes e papeis luminosos tomam conta
do local nesse instante. Os jogadores se juntam e se
abraçam, pulando. Cláudio se aproxima de Roger e coloca a
medalha que recebeu, no amigo. Cláudio
(tocando
o peito de Roger com o dedo):
Você merece também, por ter sido meu grande incentivador a
fazer o teste. Roger
(emocionado):
Obrigado amigão! Mas você sabe que meu interesse que você estivesse
no time, eram as garotas. Amanda
dá
um tapa no braço dele, que sorri e a beija. Helen
aparece
e Cláudio a abraça forte, beijando o rosto dela em
seguida. Eles permanecem abraçados. A câmera começa a
subir lentamente e na mesma velocidade, a tela escurece. Abre
mostrando
o quarto de Cláudio. Ele está deitado na cama, com os
braços cruzados, pensativo. Mais à frente, mexendo no
computador, está Roger. Pela janela, nota-se que é dia. Roger:
Já disse... Corre atrás do prejuízo. Mas você é teimoso. Cláudio:
Tá falando com alguém na webcam? Roger:
Não, estou falando com você mesmo. (se
vira) Larissa. Cláudio
(bufando):
Já falamos sobre isso, Roger... Era o certo a se fazer. Roger:
Pra quem? Ambos concordaram em romper o namoro? Cláudio:
Não... Roger:
Então você é burro, meu amigo! Desculpa te falar assim, na
lata, mas você está cometendo um grande erro. Ela gosta de
você, quer ficar com você. Imagina que droga que vai ser se
mudar, tentar se adaptar no colégio novo, na cidade nova,
sem conhecer ninguém além dos pais? Tenho certeza que ela
esperava pelo menos poder contar com a ajuda do namorado
nesse momento de transição em sua vida. Cláudio:
Está bom, psicólogo. Mas já pensou também na possibilidade
da coisa esfriar depois que ela estiver totalmente na crista
da cidade? Roger:
Mas não estamos falando do “se”, Cláudio... Se minha
mãe fosse homem, eu não estaria aqui. Estamos falando do
hoje. A Mandy me perguntou o
que eu faria se fosse comigo... Eu disse que continuaria com
ela, mesmo se ela mudasse para o Japão. Vocês se amam, cara,
vão sobreviver. Cláudio
fica
pensativo por alguns segundos. Em seguida levanta e senta
na cama. Cláudio:
Você tem razão... Estou sendo estúpido e egoísta. (levantand0) Vem comigo. Roger:
Aonde? Cláudio:
Shopping. Preciso comprar um presente de reconciliação. Algo
que nos marque de alguma maneira. Cláudio
abre
a porta e sai. Roger esboça um largo sorriso e se vira,
desligando a tela do computador e saindo em seguida. Quarto
de
Larissa. Ela está colocando alguns objetos dentro de uma
caixa. Amanda está sentada na cama, observando tudo
tristemente. Larissa percebe. Música:
Daniel
Powter - Bad
Day Larissa:
O que foi? Brigou com o Roger? Amanda:
Não... Vendo agora você arrumando suas coisas, parece tão
real sua partida. Larissa
(sentando
junto a ela):
Não fique assim, meu amor. Amanda
(se segurando para não chorar):
O que eu vou fazer sem minha melhor amiga? Há tanto tempo
que nos conhecemos. Você é minha família. Larissa:
Hei, presta atenção, seremos sempre irmãs. Sempre! E sempre
que precisar de mim, me telefone, mande mensagens, vá até
minha casa, grite por socorro que eu largarei qualquer coisa
que estiver fazendo, para estar contigo. Já mandei pedir
outra cama no meu quarto, já planejando as inúmeras vezes
que você vai me visitar. Amanda
(emocionada/sorrindo):
Sempre irmãs? Larissa:
Para todo o sempre. Elas
se
abraçam. O som aumenta e toma conta da cena. A câmera se
afasta um pouco, fixando a imagem das duas por alguns
segundos. Vista
aérea
da cidade iluminada. Aos poucos vai amanhecendo e a tela
transparece para a frente do colégio Esplendor. Corta para
o refeitório. Helen, Cláudio, Larissa, Amanda e Roger
conversam em sua tradicional mesa. Léo aparece e entrega
um envelope a Helen. Helen
(abrindo):
O que é isso? Léo:
Meu boletim... (sorri). Helen
(feliz/olhando
para o boletim):
Você conseguiu! Eu sabia que era capaz. Léo:
Graças a você. Eles
se
olham, se admirando por alguns segundos. Felipe e Gil
aparecem. Felipe:
Fala, família nova! Léo:
E o boletim? Felipe
(fazendo
careta):
Nem me fale desse bendito. O que eu vou ouvir em casa, não
está no roteiro. (sobe as
sobrancelhas) É, moçadinha,
terão que me aturar por mais um ano aqui. Amanda
(balançando
a cabeça, em reprovação):
Pensa mais em futebol. (olha
para Gil) E você, repetiu também? Gil:
Apesar de ser bagunceiro, nunca fui péssimo aluno como meus
companheiros aqui. Passei e com honras. (sorri).
Léo:
E agora? Faculdade? Gil:
Não sei ainda o que quero da vida. Vou sair de Bom Destino
por um tempo, viajar, conhecer novos lugares. Preciso
esfriar a cabeça até decidir o meu futuro. Cláudio
(ao
ouvido de Larissa):
Posso falar com você um instante? Larissa:
Claro. Eles
levantam
e saem da mesa. Felipe se senta num dos lugares vagos. Felipe:
A grande vantagem é que os Gladiadores ainda terão alguém
experiente para levar a nova geração rumo ao bicampeonato
ano que vem. Amanda:
Experiente e burrinho também. Felipe
faz
careta e mostra a língua para ela, depois sorri. Corredor.
Cláudio
e Larissa estão parados, de frente um para o outro. Larissa:
Então? O que queria dizer de tão importante? Cláudio:
Isso... Ele
entrega
uma caixinha a ela, que franze a testa, pegando e abrindo
a caixa. Close no objeto, mostrando duas alianças de
compromisso. Larissa:
Não estou entendo. Cláudio:
Estou te pedindo desculpas pelo modo imaturo que agi. Nada
do que eu disse é verdade. Eu te amo e quero sim, lutar por
nós dois. Mandei gravar nossos nomes nessas duas alianças de
compromisso. Pode parecer bobinho, mas acho que fortalece
nossa união. Larissa
(sorrindo):
Não, não é bobinho... É lindo! (desfaz
o sorriso) Mas não posso aceitar. Cláudio:
Por que não? Larissa:
Esse tempo que ficamos separados, me fez refletir melhor em
tudo. Talvez seja melhor mesmo, cada um seguir com sua vida.
Cláudio:
Eu juro que não consigo te entender, Larissa. Um dia você
diz com todas as forças que não quer desistir de nós e me
acusa de não acreditar no nosso amor. Quando eu faço um
gesto que tente provar o contrário, é você que está
desistindo? Larissa:
Mas se pensarmos friamente, é melhor rompermos agora, do que
correr o risco de nos machucarmos lá na frente. Cláudio
(balançando
a cabeça):
Inacreditável. Já pensou em procurar ajuda médica?
Talvez você tenha algum transtorno de bipolaridade. Larissa
(irritada):
Quer saber? Tenha uma boa vida, Cláudio! Cláudio
(irritado):
Espero que seja muito feliz na cidade nova. Larissa
sai.
Cláudio balança a cabeça e soca a parede, encostando nela
em seguida. A tela escurece. Abre
mostrando
um grande jardim, com um altar e várias pessoas em trajes
sociais, sentadas em cadeiras. Um cerimonialista aguarda
no altar. Mais abaixo, Lucio, aparentemente ansioso,
aguarda também. Ele olha para a frente e sorri,
emocionado. Música: Aerosmith – I Don´t Want To Miss A Thing A
câmera mostra Silvia sendo conduzia por Cláudio. Ele veste
terno, ela veste um vestido prata e segura um buquê.
Conforme caminham até o altar, vemos algumas pessoas
conhecidas nas cadeiras, como Felipe, Gil e Leo. Cláudio e
Silvia chegam ao altar e Cláudio entrega Silvia ao pai,
que o abraça. Cláudio dá alguns passos para o lado,
deixando os dois sozinhos com o cerimonialista que abre
uma bíblia. Cláudio
olha
para o lado e vemos Larissa, Roger, Amanda e Helen
sentados na fileira da frente. Os olhares de Cláudio e
Larissa se encontram por alguns segundos. A imagem começa a
transparecer e mostrar cortes da cerimônia, como Lucio
colocando a aliança no dedo de Silvia e ela fazendo o
mesmo. Eles trocando votos, mas que não é possível ouvir
por causa do som. O cerimonialista, sorrindo, faz
sinal para os dois, que se aproximam e se beijam
apaixonadamente. Corta
para
Amanda que chora. Roger sorri e a beija no rosto. A câmera
foca novamente Silvia e Lucio no altar e depois começa a
subir lentamente, parando em determinado ponto. Novamente
a tela escurece. Casa
de
Cláudio. Silvia e Lucio descem a escada, trazendo algumas
malas. Cláudio está na parte de baixo, esperando. Silvia:
Tem certeza que não quer ir com a gente, meu anjo? Cláudio
(sorrindo):
Claro que tenho. Que graça teria uma lua de mel, com um
filho pra segurar vela? Amanhã também é a festa de fim de
ano do colégio e quero estar presente pra me despedir de
algumas pessoas. Lucio:
Vamos estar sempre telefonando. Na mesa tem o suficiente pra
você se empanturrar de pizzas. Silvia:
Mas coma coisas saudáveis também. E nada de festas com
álcool. Lucio
sorri
e pisca para Cláudio, que faz o mesmo. Cláudio
(sorrindo):
Okay, gente... Agora se mandem
logo daqui e curtam bastante um ao outro. Eu vou ficar bem,
prometo. Silvia
e
Lucio o abraçam forte por alguns segundos. Silvia:
Se cuida, meu amor. Cláudio:
Não se esqueçam de me trazer um bom presente. Lucio
(beijando
a cabeça do filho):
Não esqueceremos... Até breve. Silvia
e
Lucio se dirigem até a porta. Lucio abre e Silvia sai,
seguido por ele. Cláudio fica na porta, observando-os
caminhar até o carro. Ele sorri. Casa
de
Helen. Ruth está parada do lado de fora. A porta abre e
Rosa aparece, visivelmente séria. Ruth:
Está tudo bem com a Helen? Por que me telefonou assim, do
nada? Rosa
(entregando um cartão a ela):
Semana passada quando esteve aqui, deixou cair isso. Ruth
pega
o cartão e olha para a Rosa. Ruth:
Rosa, não é nada disso que está pensando. É só um cartão. Rosa:
Pode consultar quantos advogados quiser, você nunca vai
conseguir a guarda da Helen. Ruth:
Eu não pensei em... Rosa
(interrompendo):
O trato está desfeito. Você não vai levar minha neta para
viajar. E fique longe dela! Ruth:
Rosa, deixe-me explicar, por favor? Rosa
fecha
a porta. Ruth tenta abrir, em vão. Ela começa apertar
insistentemente a campainha. Depois solta um grito de
raiva e sai. Casa
de
Larissa. Rosangela e Jonatas guardam algumas coisas em
caixas de que estão espalhadas por toda a sala. Rosangela
fica olhando ao redor da sala, notoriamente nostálgica.
Jonatas percebe. Jonatas:
Vai sentir muita falta daqui, não é? Rosangela:
Apesar dos gritos e berros constantes da Larissa, nós dois
tivemos ótimos momentos de cumplicidade aqui. Como está
chegando o dia de irmos, me dá um grande aperto no coração.
Jonatas:
Eu também vou sentir bastante falta desta casa, da cidade...
Mas Bom Destino ainda é nosso lar. Eu prometo que iremos
terminar nossas vidas aqui, na cidade que conheci o amor da
minha vida. Rosangela
(sorrindo):
Mas eu tenho certeza que seremos muito felizes na capital
também. Eu, você e a Larissa, finalmente uma família.
Jonatas
(se aproximando):
Pode apostar nisso, farei de tudo para ver vocês duas, as
mulheres mais importantes da minha vida, felizes. Jonatas
a
abraça. Rosangela fecha os olhos, derramando uma lágrima
em seguida. A câmera se afasta lentamente, ao som de uma
música instrumental. Fixa a imagem dos dois por alguns
instantes. Vista
aérea
do centro da cidade. É noite. Corta para algumas rápidas
cenas de alguns pontos da cidade, até parar dentro de um
grande salão. O local está tomado por jovens e várias
luzes multicoloridas dão o aspecto luminoso do lugar.
Close num palco e uma faixa na parte de cima que diz “O
Colégio Esplendor deseja a todos os seus alunos e
formandos, Boas Férias”. Música:
Smash Mouth
– All Star Corta
para
o palco, onde Roger e Amanda dançam animadamente. Amanda:
Qual a melhor coisa que te aconteceu neste ano? Roger:
Popularidade, com certeza... E você? Amanda:
Fazer um bocó se tornar popular. Eles
riem
e se beijam. Roger:
Estou brincando... Te conhecer foi a melhor coisa que
poderia ter me acontecido em anos. Amanda
(sorrindo):
Eu sei... E te conhecer também foi a melhor coisa que me
aconteceu... Em anos. Roger:
Mesmo sendo obrigada a conviver comigo por causa do relógio?
Amanda:
Está brincando? Aquilo foi uma ideia de gênio. Que bom que
você é viciado em filmes. Novamente
eles
sorriem e se beijam. Amanda:
E ano que vem, será assim também? Roger:
Ano que vem, no outro, no outro, no outro e no outro... No
outro... Cláudio
passa
por eles, olhando para os lados. A câmera o segue e o
vemos esbarrar em alguém que está de costas. Quando a
pessoa vira, percebemos se tratar de Priscila. Cláudio
(feliz):
Hei! Pri... Como você está? Por
onde andou? Priscila
(sorrindo):
Estou bem. Estive viajando com meus pais. Eles conseguiram
uma liberação do colégio pra mim, desde que fizesse meus
deveres e as provas finais. E você, como está? Cláudio
(sorrindo):
Estou bem, obrigado. Priscila:
Olha só, ano que vem estarei o tempo todo aqui. Se precisar
de uma amiga, não hesite em me procurar, okay?
Cláudio
(sorrindo):
Okay... Digo o mesmo pra você. Priscila
(sorrindo maliciosamente):
Ah, pode ter certeza que farei. Eles
se
olham por alguns instantes e depois se abraçam. Cláudio:
Foi bom te ver. Priscila
sorri
e acena com a cabeça. Cláudio sai e volta a andar, olhando
para os lados. Ele para de frente para Helen. Cláudio:
Oi meu anjo. Helen
(sorrindo):
Oi querido! Cláudio:
Você viu a Larissa por aí? Helen:
Ela estava aqui agora a pouco, mas não faço ideia pra onde
pode ter ido. Cláudio:
Provavelmente deve estar fugindo de mim... (a olha) E
você, como está? Helen:
Um pouco dolorida por dentro, mas vou ficar bem. Cláudio:
Tem certeza que é isso que você quer mesmo? Helen:
Ele precisa seguir o caminho dele, desprendido de qualquer
coisa daqui. Cláudio
(expressão
de lamento):
Bom, mas pelo menos teremos um ao outro ano que vem. Helen
(sorrindo):
Como no começo. Cláudio
(sorrindo):
Como no começo. Uma
mão
toca o ombro de Cláudio. Quando ele se vira, percebemos
que se trata de Léo. Léo:
Posso falar com você um instante? Cláudio:
Claro... (olha para Helen) Já volto. Helen
faz
que sim com a cabeça. Ela e Léo se encaram por alguns
segundos. Lado
de
fora do salão. Cláudio e Léo param na entrada, perto do
estacionamento. Cláudio:
Então? Léo:
Tá sabendo que estou de partida, certo? Cláudio:
Uhum, sei sim. Léo:
Gostaria de te fazer um pedido... Cláudio: Claro, pode mandar. Léo:
Gostaria de pedir para que cuidasse muito bem da Helen, sabe? Como um
amigo, um irmão, uma joia preciosa. (suspira) Essa garota é... Cláudio
(interrompendo):
Nem precisava me fazer tal pedido. É claro que eu vou cuidar
dela. Se não fosse todas as vezes que ela esteve comigo, me
apoiando, eu acho que teria pirado. (sorri)
Pode confiar a mim, sua joia rara. Léo
(sorrindo): Valeu, cara... Sabia que ia poder contar com você. Cláudio:
E quando você parte? Léo:
Amanhã à tarde. Cláudio
(entortando
a boca):
Mesmo dia da Larissa. Um
breve
silêncio toma conta da cena. Léo olha para Cláudio e
sorri. Léo:
Quer saber de uma coisa meio louca? Eu te odiava tanto no
começo do ano, que agora acho que vou sentir saudades. Cláudio
(rindo):
Eu também. O time não será o mesmo sem seu principal astro.
Léo:
Aproveite e seja você o astro. (abre
os braços e se aproxima) Bom, até algum dia. Cláudio
(abraçando-o):
Se cuida! Boa sorte por lá e vê não esquece da ralé aqui de
Bom Destino, quando se tornar famoso. Léo
(sorrindo):
Pode deixar. Bom destino sempre será meu lar. Cláudio
olha
na direção da entrada do salão. A câmera se movimenta
mostrando Larissa entrando.
Cláudio:
Eu preciso falar com alguém. Léo:
Corre lá, que ainda há chance pra vocês. Cláudio
acena
para ele e sai apressadamente. A câmera fixa no rosto de
Léo por alguns instantes. Ele levanta a cabeça e fecha os
olhos, respirando profundamente. Dentro
do
salão. Cláudio passa pelas pessoas, tentando alcançar
Larissa. A câmera mostra ela abrindo uma porta e entrando.
Corta para o lugar, que parece uma sala. Ela caminha
alguns passos, parando em determinado ponto. Atrás dela,
vemos Cláudio entrando. Música:
Gavin
DeGraw - More Than
Anyone Larissa
(de costas para ele):
Eu sabia que estava me seguindo. Cláudio
(se aproximando):
Bom, sabe como é... Certos
hábitos são difíceis de largar. Ela
se
vira e eles trocam olhares por alguns segundos. Cláudio:
Eu queria me despedir agora. Provavelmente vou arrumar
alguma coisa que me mantenha ocupado amanhã, apenas para não
te ver partindo. Larissa
(sorrindo levemente):
Eu entendo. Não conseguiria me despedir amanhã também. Cláudio:
Mas independente de estarmos ou não juntos, saiba que sempre
amei você, e talvez isso dure por muito tempo ainda. Acima
de tudo, desejo que seja muito feliz... Sei que vai conseguir,
e logo vai se enturmar, conseguir seu espaço, porque é
difícil não gostar de você. Larissa
(emocionada):
Eu também, quero muito que continue sendo feliz aqui. Eles
se
abraçam fortemente. Cláudio fecha os olhos, fazendo
expressão de dor. Larissa faz o mesmo. Eles se afastam
alguns centímetros e se encaram por alguns segundos.
Larissa abaixa o olhar e se movimenta para sair. Cláudio a
segura. Cláudio:
Larissa, eu... Ele
para
de falar e olha para a mão dela. A câmera dá um close,
mostrando ela usando a aliança que ele havia lhe dado. Cláudio
(confuso):
Essa é a aliança que você recusou... Mas como? Larissa:
Você deixou na mesa e eu fui lá e peguei. Cláudio:
Por quê? Larissa
(emocionada):
Porque eu não quero que acabe. Cláudio
sorri
emocionado. Larissa tira do bolso a outra aliança e coloca
no dedo dele. O som aumenta e toma conta da cena. Seus
lábios se aproximam e eles se beijam com bastante ternura.
Vários flashes tomam a tela, mostrando algumas cenas de
ambos durante a temporada. Cenas como, eles no banheiro da
casa de Felipe, no momento em que ele a segura antes de
sair. Ambos na biblioteca, procurando o livro para ajudar
Gaby. Na lanchonete,
conversando. Larissa abraçando-o no hospital. Eles se
beijando na roda gigante. Volta
para
os dois se beijando na sala. A câmera começa a se afastar
lentamente, ao mesmo tempo, a tela vai escurecendo. Abre
mostrando
uma visão aérea do salão. Corta para Roger, Amanda, Léo,
Helen, Felipe e Gil reunidos em uma mesa, conversando
animadamente. Cláudio e Larissa se aproximam de mãos
dadas. A turma começa a gritar e aplaudir, ao vê-los juntos. Música: Pink – Don´t Let Me Get Me Amanda:
Aleluia, pensei essa novela não ia ter final feliz. Cláudio
e
Larissa riem, envergonhados. Roger levanta. Roger:
Vamos tirar uma foto em grupo. Roger
pega
um rapaz que estava perto e entrega a câmera fotográfica a
ele. Em seguida toma posição na mesa. A turma se junta.
Vemos uma imagem enquadrada de todos, felizes,
emocionados. O flash da máquina os iluminam. Larissa:
O que me dizem... Última dança? Eles
levantam
e vão para a pista. Cláudio, em sua forma dura, dança com
Larissa. Ele acena para Roger mais a frente, que sorri e
olha para o lado, acenando para Felipe. Felipe o olha e
sorri, olha para frente e acena para Priscila. Ela sorri
para ele e olha para o lado, acenando para Gil, que sorri
para ela e acena para Léo, que sorri para ele e acena para
Helen, que está na sua frente. Ambos se olham, admirados.
Helen olha para frente e acena para Amanda, que sorri para
ela. A câmera sobe e mostra o salão por inteiro por alguns
instantes até a tela congelar e lentamente mudar de
cena. Frente
da
casa de Larissa. É dia. Alguns homens carregam caixas para
fora e colocam dentro de um caminhão. Corta para dentro.
Larissa está no meio da sala, que está quase vazia.
Ouve-se alguns passos, em seguida ela olha para trás e
avista Amanda se aproximando. Os olhos de Amanda estão
cheios de lágrimas. Música:
Five
For Fighting - NYC Weather
Report Amanda
(emocionada):
Oi... Larissa:
Pensei que viria mais tarde. Amanda:
Não quero te ver saindo, então preferi vir agora. Elas
se
aproximam e Amanda a abraça fortemente, fechando os olhos e
chorando em seguida. Amanda
(chorando):
Se cuida, tá? Não esquece que sempre estarei aqui pra você.
Eu te amo. Larissa
(chorando):
Você também, minha doidinha linda! Eu te amo muito. Após
alguns
segundos, elas se afastam alguns centímetros e limpam as
lágrimas dos rostos. Amanda:
Eu preciso ir... Tenho algumas coisas pra fazer, sabe? Larissa:
É, eu também. Amanda
(mordendo os lábios):
Me liga. Larissa
(voz embargada):
Assim que eu chegar. Amanda
esboça
um leve sorriso, tremendo os lábios, tentando se segurar
parar de chorar. Ela se vira e sai apressadamente da casa.
A câmera se aproxima do rosto de Larissa que treme os
lábios também, mas não se segura, e chora. Rodoviária.
Léo
está parado em frente a plataforma, esperando o ônibus.
Duas bolsas estão no chão. Helen aparece e se aproxima
dele. Ele a olha e sorri. Música:
James
Blunt – High Léo:
Pensei que não viria se despedir de mim. Helen:
Nem se eu quisesse. Vai pegar o ônibus pra onde? Léo:
Pra capital e depois para o aeroporto. O
ônibus chega. Léo olha na direção do veículo. Helen o
abraça. Helen:
Juízo, tá bom? Que sua carreira seja longa e de grande
sucesso. Léo:
Você mudou minha vida e isso jamais vou esquecer... Jamais
vou esquecer de você. Helen
(se segurando para não chorar): Preciso ir, senão não vou conseguir me segurar. Léo
(com os olhos brilhando):
Eu digo o mesmo. Helen
beija
o rosto dele com bastante carinho e ternura. Segundos
depois vira e começa a andar. Várias pessoas estão na sua
frente. Ela tenta desviar de algumas, mas de repente uma
mão a puxa. Quando vira, vemos que se trata de Léo. Ele a
abraça forte, chorando ao mesmo tempo. Helen não se segura
e faz o mesmo. A câmera sobe lentamente e para em
determinado ponto, fixando essa cena por alguns segundos.
A
imagem transparece para ele já dentro do ônibus em
movimento. Ele abre a jaqueta e pega uma foto. A câmera dá
um close, mostrando se tratar dele e Helen juntos. Ele
beija a foto e fecha os olhos. A câmera se movimenta e sai
do ônibus, mostrando-o trafegando pela estrada até ficar
imperceptível. Casa
de
Helen. A campainha toca. Rosa abre a porta e Ruth entra. Ruth:
A Helen está? Rosa:
Não. E quem te convidou para entrar? Ruth:
Eu tentei fazer o seu jogo, ser legal com você, Rosa. Até
propus aquele trato, que é verdade, não pretendia cumprir,
pra facilitar sua vida. Mas como fez questão de querer
continuar com essa guerra entre a gente, então tomei uma
decisão. Rosa
(preocupada):
Que decisão? Ruth:
Aquele cartão não era nada, era apenas uma pesquisa, nada
demais. Mas quer saber? Resolvi levar isso adiante e
entrarei na justiça pela guarda da Helen. Rosa:
O quê? Não, Marcia, você não pode fazer uma
coisa dessas... A Helen é minha neta. Marcia: Huh, pensei que tinha esquecido meu nome... Que escolha você me dá, Rosa? Frente
da
casa de Larissa. Cláudio está parado observando os móveis
sendo levados ao caminhão. Larissa aparece da porta e
caminha na direção dele. Cláudio:
Eu fui o primeiro a presenciar sua chegada e agora o último
a presenciar sua partida. Larissa
o
olha com pesar. Ela pega na mão dele e beija
carinhosamente. Cláudio:
Me telefona assim que chegar? Larissa:
Claro que sim. Eles
se
abraçam fortemente, fechando os olhos em seguida. Cozinha
da
casa de Helen. Rosa e Marcia discutem em tom bastante
alterado. Rosa:
Que direito você acha que tem, quando nem quis olhar para o
rosto dela quando eu saí do hospital? Marcia:
Eu era inconsequente, imatura, só pensava em mim. Mas as
coisas estão diferentes agora, Rosa. Eu cresci e mudei. Rosa:
E o que você espera que vá acontecer quando ela souber? Se
atirar em seus braços? A Helen vai te odiar, criatura, pensa
nisso. Marcia:
Se eu quero ter um relacionamento com ela, ela precisa saber
a verdade. Chega de segredos. Mas não foi minha culpa, que
você teve a crueldade de mentir que a mãe dela morreu em um
acidente. Rosa:
Mas morreu! Morreu quando meu filho fechou os olhos pela
última vez. Morreu quando você a entregou a mim sem um pingo de
remorso. Minha neta não precisa saber que a própria mãe a
desprezou. Marcia:
Ela precisa saber que eu estou arrependida, e faria qualquer
coisa pelo perdão da minha filha. Rosa:
Por favor, não tome uma decisão tão estúpi...
Rosa
olha
para frente e para de falar imediatamente, arregalando os
olhos e ficando paralisada. Ruth franze a testa e olha na
mesa direção. A câmera se movimenta e mostra Helen parada
na sala, em choque, olhando-as. Helen
(após alguns segundos/olhando para Marcia):
Você é minha mãe? Rosa
e Marcia permanecem em espanto. A câmera se aproxima do rosto
de Helen que permanece em choque. Frente
da
casa de Larissa. Larissa e Cláudio continuam abraçados.
Jonatas e Rosangela se aproximam deles. Música:
Train – Calling
All Angels Rosangela
(com pesar):
Está na hora, meu amor. Cláudio
(para Larissa):
Eu te amo muito, muito, muito. Não se esqueça disso. Larissa:
Eu também te amo, muito, muito e muito. E continuaremos
sendo felizes juntos, acredite. Cláudio
sorri
e a beija carinhosamente nos lábios. Os olhos de ambos
brilham. Cláudio:
Boa viagem, minha linda. Eles
se
beijam com mais intensidade. Depois, Larissa abaixa a
cabeça e se desloca até o carro. Rosangela sorri para
Cláudio, que retribui. Parte
interna
do carro. Larissa do banco de trás, olha para Cláudio e
começa a acenar com a mão para ele. Ele faz o mesmo. O
carro começa a se movimentar e a imagem de Cláudio a se
distanciar. Larissa se vira para frente e desaba a chorar.
Rosangela a olha com bastante pesar, Jonatas pelo espelho
também. A câmera muda para uma visão aérea do carro
passando pela portaria do condomínio e se movimentando
pela rua até não ser mais possível vê-lo. Condomínio.
Cláudio
continua parado em frente à casa de Larissa. Roger aparece
e fica ao lado do amigo. Cont-
Train – Calling
All Angels Cláudio:
Demorou tanto pra ficarmos juntos e agora ela simplesmente
foi embora. Rosa:
Mas não da sua vida. (toca o
ombro dele) Vem, vamos lá pra casa afogar as mágoas. Cláudio
balança
de leve a cabeça, concordando. Eles começam a caminhar. A
câmera permanece parada, mostrando-os de costas se
movimentando pela rua. Roger:
Já imaginou que ano que vem seremos a alta cúpula do
colégio? Cláudio:
Pois é, de renegados à Elite. Roger:
Já pensou que demais, nós podemos... O
som aumenta, encobrindo o que Roger diz. A câmera começa a
subir lentamente. Cláudio
(em off):
A
vida às vezes é simples. A vida às vezes é complicada. A
vida às vezes é divertida. Às vezes parece um sonho. Às
vezes é irritante. Mas a vida quase se desenrola de
maneiras tão surpreendentes que nem nós mesmos conseguimos
acreditar. Por isso é tão bom viver. Enquanto
ele
narra, vemos algumas cenas da temporada. Cláudio
(em off):
Neste
ano eu e meus amigos fizemos muitas coisas. Rimos,
brincando, choramos, jogamos, torcemos, saímos, viajamos,
brigamos, amamos, curtimos... Mas acima de tudo,
crescemos.
Volta
para
a visão aérea do condomínio. Ainda podemos ver Cláudio e
Roger caminhando. Cláudio
(em off):
Mas
o que eu estou dizendo? Tenho dezesseis anos e uma vida
inteirinha pela frente. Ou seja, muita coisa para
“descobrir”. O
som da música volta a tomar conta da cena. Após alguns
instantes, a tela escurece lentamente. Créditos
Finais: Criado
e
Escrito por: Thiago
Monteiro Colaboração:
Raquel
Rosa Participação
Epecial: Heather
Tom
com Ruth Jane
Alexander
como Clara John
Wesley
Shipp como Treinador Interino Mackenzie
Rosman como Priscila Música
Tema: Switchfoot - Meant To Live Trilha Sonora: Barlow Girl – Never Alone Switchfoot – Dare You To Move David Gray - This Year´s Love Nine Black Alps – Unsatisfied Daniel Powter -
Bad Day Aerosmith – I Don´t Want To Miss A Thing Smash Mouth – All Star Gavin DeGraw -
More Than Anyone Pink – Don´t Let Me Get Me Five For Fighting - NYC Weather Report James Blunt – High Train – Calling All Angels |