Abre
mostrando
Cláudio e Bruno descendo a rua do condomínio,
conversando e carregando suas mochilas nas costas. É dia.
Música:
Hot
Hot Heat
- Dirty Mouth CLÁUDIO:
Fica tranquilo. É
normal sentir essa dor no estômago no primeiro dia de aula.
BRUNO:
Até ontem estava
tudo bem comigo. Hoje acordei meio apavorado. CLÁUDIO:
É só
ansiedade. Assim que se habituar ao colégio novo, passa. BRUNO:
O problema é que
nunca estudei num colégio pago antes. E se não conseguir
acompanhar a turma? CLÁUDIO:
Hei, relaxa, okay? Você não vai
estar sozinho. BRUNO:
Tem razão. CLÁUDIO:
Logo, logo você se
acostuma com tudo... Faz o teste, entra para o time. BRUNO:
Tem razão. CLÁUDIO:
(cutucando-o e sorrindo)
Conhece uma garota. BRUNO:
(sorrindo) Tem
razão. CLÁUDIO:
Agora, se você
está assim, imagina a Larissa? Cidade nova, colégio novo,
sem conhecer ninguém. Eles
chegam
na portaria e passam pelo portão, saindo. BRUNO:
Tem razão. CLÁUDIO:
Todos nós teremos
que lidar com esse momento de transição que estamos
passando. BRUNO:
Tem ra... CLÁUDIO:
(interrompendo) Eu juro
que se disser “tem razão” mais uma vez, farei de seu
primeiro dia, um dos mais traumáticos de sua vida. Bruno
começa
a rir. Cláudio sorri e balança a
cabeça. Ouve-se o barulho de uma buzina. Bruno olha para
trás. BRUNO:
É seu amigo. CLÁUDIO:
(falando baixo) Eu disse
que tínhamos que ter saído mais cedo. O
carro de Roger se aproxima deles. ROGER:
Hei, vocês... Por
que não esperaram em casa? CLÁUDIO:
(parando) Não
queria incomodar. ROGER:
E desde quando é
incômodo dar carona para o meu melhor amigo? Entrem
aí... Só vamos dar uma passadinha na casa da Amanda
antes. Roger
abre
o porta luvas e pega alguns
CDs.
Cláudio e Bruno se olham. CLÁUDIO:
Quer arriscar? BRUNO:
(dando os ombros)
Já enfrentei coisa pior. ROGER:
Então,
vocês vêm? CLÁUDIO:
(abrindo a porta do
carro) Mas é claro amigão. Cláudio
e Bruno deslizam pelas portas traseiras do carro e se acomodam no banco
de trás. Cláudio acena para o primo com um sorriso. CLÁUDIO:
Já pediu
perdão pelos seus pecados? BRUNO:
Farei neste exato
momento. ROGER:
(olhando pelo
retrovisor) Como vocês são engraçadinhos. Cláudio
e
Bruno riem. Corta para o dedo de Roger que liga o som e
coloca os
óculos de sol. A câmera muda para o lado de fora. O carro
sai do acostamento e se movimenta pela rua, dando leves
derrapadas.
Após alguns segundos, a tela escurece.
Frente
do
Colégio Esplendor. Vários alunos transitam pelo local.
Alguns se cumprimentam, outros conversam, outros se
abraçam como
se acabassem de se reencontrar. A câmera se movimenta até
um garoto [Anton Yelchin] e
uma garota
[Jennifer Freeman] que caminham em direção ao
portão. A garota para e fica observando a frente do
colégio. Música: The Veils - The Tide That Left And Never
Came Back GAROTA:
Colégio Esplendor... Que nome horroroso. GAROTO:
Colégio Esplendor... O que tem demais? GAROTA:
Tudo
nessa maldita cidade! GAROTO:
Nicole,
fala baixo! (olha as pessoas em
volta) Quer
que escutem você falando mal da cidade deles? NICOLE:
Me
deixa, Gabriel... Acha que eu me importo?
Ela
volta
a caminhar, passando pelo portão. Gabriel fica parado,
observando-a. GABRIEL:
E vai
começar o inferno. Ele
suspira
e passa pelo portão. A câmera gira até onde
o carro de Roger está estacionado. Encostado na frente
dele
estão, Cláudio, Bruno, Roger e Amanda, esses
últimos abraçados. Cont. The Veils - The Tide That Left And
Never Came Back AMANDA:
Cláudio, e a Helen? CLÁUDIO:
Passou
o final de semana na casa do Felipe. AMANDA:
Vocês ainda não conversaram? CLÁUDIO:
Nem
minhas ligações ela quis atender. ROGER:
(apontando pra frente com a cabeça) Falando nela. Cláudio
olha
na direção apontada. Corta para Helen e Gustavo
caminhando juntos, sorridentes. Cont. The Veils - The Tide That Left And
Never Came Back GUSTAVO:
(parando) Seu irmão está ali... Não vai falar com
ele? HELEN:
(séria) Ele não é meu irmão. GUSTAVO:
Tão triste ver duas almas quase gêmeas se separando (faz expressão de dor). HELEN:
Você é um idiota, sabia? Gustavo
começa
a rir. Corta para Cláudio, que se movimenta,
fazendo menção de ir até eles, mas é
barrado pela mão de Priscila que acaba de aparecer. Cont. The Veils - The Tide That Left And
Never Came Back PRISCILA:
Não! CLÁUDIO:
Bom dia
pra você também. (tira a
mão dela do peito) Mas eu preciso ir. Ele
volta
a caminhar. Priscila se vira na direção que ele
está indo. PRISCILA: Pra quê? Ser humilhado como foi na festa? Cláudio
para.
Priscila se aproxima e fica ao lado dele. PRISCILA:
Se
você for lá agora, provavelmente ela vai agir do mesmo
jeito daquela noite, só que um pouco mais sóbria. Ela
não é criança, Cláudio, pra você ter
que ficar monitorando cada passo que ela der. Ela pode estar
revoltada
e com raiva do mundo, mas seus atos são cometidos de forma
consciente. Cláudio
fica
pensativo por alguns segundos. Ele olha para baixo e
depois para
Priscila. CLÁUDIO:
Você tem razão... Não vai adiantar tentar
algum diálogo agora. PRISCILA:
(sorrindo) Ótimo. (pega na mão
dele) Agora vem, vamos ficar com a turma. Volta
para
Helen e Gustavo que continuam no mesmo lugar. Helen olha
fixamente
para Cláudio e os demais. Cont. The Veils - The Tide That Left And
Never Came Back GUSTAVO:
Pra
quem diz não estar nem aí, você está olhando
muito pra lá. HELEN:
Vamos
entrar. Gustavo
sobe
as sobrancelhas. Ele e Helen voltam a caminhar. Corta para
Cláudio e os demais. Cont. The Veils - The Tide That Left And
Never Came Back PRISCILA:
Hei,
Bruno. Preparado para o primeiro dia de aula? BRUNO:
Mais ou
menos... PRISCILA:
Você tem noção que os colégios daqui
são diferentes do que você está acostumado, certo? CLÁUDIO:
Olha o
Felipe ali. Corta
para
o carro de Felipe estacionando e com o som alto. Ele olha
para a
turma e acena com a mão. CLÁUDIO:
(ao
ouvido de Priscila) Posso saber o motivo dessas alfinetadas
no meu
primo? PRISCILA:
(rindo)
É divertido mexer com os novatos. CLÁUDIO:
(rindo)
Você é maluca, sabia disso? Felipe
se
aproxima deles, todo sorridente. FELIPE:
Fala
turminha do barulho! (olhando
para o carro
de Roger) Wow, Roger, ainda não
tinha visto seu carro. ROGER:
Gostou? FELIPE: Uma belezinha. AMANDA:
Agora
só falta o dono aprender a dirigir. ROGER:
Até você? Estou ferrado! Todos
riem.
A música aumenta e toma conta da cena. Eles começam
a se movimentar na direção do portão. A
câmera sobe, mostrando o ambiente numa vista aérea por
alguns segundos. Casa
de
Cláudio. Silvia e Lucio estão no quarto, em pé.
Silvia está de frente para Lucio, ajeitando a gravata do
terno
dele. LUCIO:
Eu
apareci tão pouco na empresa nos últimos meses, que
aquele lugar deve estar uma loucura. SILVIA:
Saudades do tempo em que não parava em casa? LUCIO:
(sorrindo e beijando-a) Vou sentir saudades é do tempo em
que eu
vivia em casa. SILVIA:
(sorrindo) Mas é bom que você vá, assim posso
sentir um pouco de saudades. LUCIO:
Ah,
então quer dizer que já se enjoou de minha pessoa? SILVIA:
Um
pouquinho só. LUCIO:
(puxando-a) Vem aqui! Ele
a
abraça e a derruba na cama, caindo por cima dela e
beijando-a
apaixonadamente. LUCIO:
Mas
não se acostume mal não, porque virei almoçar em
casa todos os dias e no máximo até as dezenove encerro
meu expediente. Silvia
sorri
para ele e o beija. Ouve-se o barulho do celular vibrando.
Lucio
franze a testa e levanta, tirando o celular do bolso. Ele
olha no
visor, franze a testa novamente e atende. LUCIO:
Pronto? VOZ
FEMININA:
(em
off) Lucio, preciso falar com você. LUCIO:
(após alguns segundos) Desculpa, você se enganou.
Não tem ninguém com esse nome aqui. Ele
desliga
o celular. Silva está sentada na cama, olhando-o. SILVIA:
Quem
era? LUCIO:
(sorrindo) Alguém procurando um tal de Frederico. É a
terceira vez na semana que fazem isso. Silvia
levanta
e começa a ajeitar a roupa dele. LUCIO:
Eu
preciso ir... Você vai ficar bem? SILVIA:
(sorrindo) Claro. Estou pensando em voltar a pintar... O que acha? LUCIO: Acho uma ideia excelente... Se precisar de um modelo para pousar,
eis-me aqui. (sorri) SILVIA:
(rindo)
Eu farei isso. (o beija) Eu te
amo. LUCIO:
E te
amo muito. Ele
segura
o rosto dela com as duas mãos e dá um selinho
carinhoso em seus lábios. Segundos depois, sai do quarto.
Close
no rosto de Silvia, que sorri. Colégio
Esplendor.
A sala de aula está bem alvoroçada. Um
professor encostado na mesa, conversa com dois alunos, sem
parecer dar
muita atenção à bagunça. Corta para o
fundo, onde
Cláudio e Roger estão. Roger ataca um papel num garoto e
se abaixa. ROGER:
Eu
adoro o primeiro dia de aula! CLÁUDIO:
Pena
que o Bruno não caiu na nossa sala. ROGER:
Mas ele
está bem, caiu junto com a Helen. Cláudio
apenas
olha para Roger, que revira os olhos. ROGER:
Tá, não tão bem. Roger
joga
uma bola de papel com força para a frente. A câmera
acompanha a trajetória da bola até bater na testa do
professor. ROGER:
Ops! CLÁUDIO:
(rindo)
Eu também adoro o primeiro dia de aula. Corta
para
o rosto do professor que olha com cara de poucos amigos. Outra
sala.
Helen está sentada na mesa ao fundo, com a cabeça
baixa, encostada nos braços. Na mesa da frente é
possível ver Bruno e na mesa ao lado dela, Gustavo. Gustavo
cutuca
Helen com o lápis. Helen resmunga. GUSTAVO:
Hei,
sua irresponsável... O colégio não é lugar
para dormir. HELEN:
(ainda
com a cabeça baixa) Me deixa! GUSTAVO:
(balançando a cabeça) Tá de ressaca né?
Falei pra não exagerar na birita. HELEN: Era pra você também estar. (levanta
a cabeça) Como pode não estar nem bocejando? GUSTAVO:
Jesus,
olha o seu estado... Que coisa lamentável! Close
no
rosto de Helen com aparência cansada e sonolenta. Ela
passa as
mãos no rosto. Bruno se vira e dá uma olhada, depois
volta para frente. Gustavo olha para ele. GUSTAVO:
Hei,
irmão... Bruno
o
olha. Gustavo abre os braços. GUSTAVO:
Perdeu
alguma coisa aqui? BRUNO:
Não, não perdi. E não sou seu irmão. GUSTAVO:
Tá a fim de se encrencar, novato? HELEN:
Para
com isso, Gustavo. Ele deve ter olhado porque é primo do
Cláudio. (olha para Bruno) Oi
Bruno. BRUNO:
Oi
Helen. Você devia escolher melhor com quem anda. Bruno
volta
a se virar para frente. Gustavo fica encarando-o. GUSTAVO:
Primo
do Cláudio... Aquele idiota que me empurrou na festa. Tá
aí mais um motivo para eu quebrar a cara dele. HELEN:
(sorrindo) Menos, tá? Todo mundo sabe que você só
late, mas não morde. Do contrário, teria revidado na
festa. GUSTAVO:
Hei, eu
estava tonto... Havia bebido demais. Só por isso não
revidei. HELEN:
(sarcástica) Ah claro, desculpa aí, fortão. GUSTAVO:
Preciso escolher melhor as minhas amizades. Gustavo
balança
negativamente a cabeça e começa a rabiscar
no caderno. Após alguns segundos ele olha novamente para
Bruno,
ficando pensativo. A tela escurece. Abre
mostrando
o refeitório do colégio numa visão
aérea. A câmera corta para Nicole sentada sozinha a uma
mesa. Gabriel aparece e senta-se de frente para ela,
entregando-lhe um
lanche e um refrigerante. Música: The Feeling - Never Be Lonely GABRIEL:
Demorei
porque a lanchonete estava lotada. NICOLE:
Hum... GABRIEL:
De nada...
E não adianta ficar emburrada. É aqui que nós
moramos agora, vai ter que aceitar isso. NICOLE:
Nunca vou
aceitar ter saído da cidade onde nasci e cresci, pra
ficar neste fim de mundo! Meu tempo aqui
é determinado. GABRIEL:
E o que
pretende fazer? Voltar e se virar sozinha? NICOLE:
Eu tenho
várias amigas. GABRIEL:
Das quais
nem te convidaram para ficar. E pior, nem se importaram de
você
ter ido embora. NICOLE:
E como
pode saber disso? Nem contato com as minhas amigas você
tinha. GABRIEL:
Então me responde quantas vezes seu celular tocou desde que
chegamos? Nicole
não
responde, parecendo ficar desconfortável. Gabriel
sobe as sobrancelhas e dá uma mordida em seu lanche. NICOLE:
Elas
estão ocupadas com o começo das aulas. GABRIEL:
Ouça, eu também não queria me mudar. Eu tinha uma
vida por lá... Amigos, namorada... Mas foi a escolha que a
nossa
família, nossos pais fizeram. Nicole
começa
a rir e balançar a cabeça. Gabriel a olha
com censura. GABRIEL:
Contei
alguma piada? NICOLE:
Primeiro,
minha mãe e seu pai. Não existe esse negócio de
nossos pais. Segundo, uma família não decide algo que
é benéfico apenas para uma pessoa. Nesse caso, o
irresponsável do seu pai. GABRIEL:
Você
sabe muito bem que ele teve fortes motivos para fazer o que
fez. NICOLE:
Sim,
claro... Culpa e medo por causa da burrada que cometeu. E
aqui estamos
nós, pagando por algo que não fizemos. Muito justo. GABRIEL:
Ele
não fez por medo, Nicole. Fez o que era melhor para a gente.
Não tinha como continuarmos naquele lugar, com cada ser
vivente
nos olhando com condenação. A culpa não foi dele
do garoto não ter parado quando foi advertido. NICOLE:
Besteira!
Se ele não teve culpa e não se sentiu culpado, não
pediria baixa da corporação e não nos reduziria a viver da
renda de um restaurante de beira de esquina, que ele abriu
neste fim de mundo! GABRIEL:
Por que
não entra na sua cabeça, que ele fez isso para nos
preservar? NICOLE:
Porque eu
não preciso que façam algo por mim. Mesmo depois do
ocorrido, minha vida continuava perfeita. GABRIEL:
Mesmo?
Porque eu acho que ela já estava uma bagunça muito antes
da tragédia com o meu pai. NICOLE:
E
não vou falar sobre isso com você. Nicole
levanta
e sai. Gabriel permanece sentado, apenas observando-a. Corta
para
a mesa onde Cláudio, Bruno, Roger e Felipe estão. Cont. The Feeling - Never Be Lonely FELIPE:
(olhando
para Bruno) Vai fazer o teste para a equipe? BRUNO:
Acho
que
vou sim. Pode ser importante para que eu me enturme mais por
aqui
também. FELIPE:
Bem
pensado, o último que tentou com esse intuito acabou
namorado da
rainha do pedaço. (olha para
Cláudio). CLÁUDIO:
(rindo) E
pé quente ainda, já que o time acabou sendo
campeão também. ROGER:
Por falar
em time... Já sabem que vai ser o novo treinador?
CLÁUDIO:
Vamos
conhecê-lo depois da aula. Amanda
e
outra garota [Chelsea
Staub]
aparecem.
AMANDA:
Eu
já vi. FELIPE:
(curioso)
E como ele é? AMANDA:
Forte,
musculoso... GAROTA:
Um gato! AMANDA:
Quase um
deus! GAROTA:
Algo meio
como a sétima maravilha do mundo. AMANDA:
(suspirando) Um verdadeiro... ROGER:
(cortando) Okay, já entendemos.
Pode
parar por aí, mocinha. Amanda
e
a garota riem. Roger balança a cabeça e olha para os
rapazes. ROGER: Toda estudante fantasia com algum
professor. CLÁUDIO:
Tem
certeza que vocês viram o novo técnico e não um
modelo? AMANDA:
Estamos
até pensando em formar um time feminino. GAROTA:
Se ele
aceitar ser o treinador, claro. ROGER:
Ô
cabeçuda, seu namorado está aqui, esqueceu? AMANDA:
(sorrindo)
Relaxa bebê... Como você mesmo disse, é só
fantasia. (beija o rosto dele)
Vou me sentar
com a Grace, quero saber mais sobre as férias dela. Depois a
gente se fala. Amanda
e
Grace saem conversando animadamente e rindo. ROGER:
(falando
alto e com firmeza) E está proibida de sonhar com o
professor! (olha para os rapazes)
Viram como deve tratar uma
mulher para ela não sair da linha? Os
rapazes
riem. A câmera abre, mostrando o ambiente quase por
completo por alguns segundos. Uma
sala
de escritório. Lucio está sentado à mesa,
escrevendo em algumas folhas e olhando para um notebook. O
telefone
começa a tocar. LUCIO:
(atendendo): Pronto... (pausa e entorta a boca) Pode passar.
Pausa
por
alguns segundos. LUCIO: Por que você continua me ligando? VOZ
FEMININA:
(em off)
Preciso muito falar com você. LUCIO:
Nós
não temos nada para conversar... Você é louca,
sabia? Não ouse me procurar outra vez. VOZ
FEMININA:
(em off)
Mas Lucio, eu... LUCIO:
(cortando)
Adeus! Ele
bate
forte o telefone no gancho. Passa a mão no rosto e
encosta-se na cadeira, respirando fundo. Colégio
Esplendor.
Cláudio caminha pelo corredor, indo em
direção a uma sala. Helen caminha na
direção oposta. Eles se encontram, ficando de frente um
para o outro. Música:
Better Than
Ezra - A Lifetime CLÁUDIO:
Hei... HELEN:
Oi... CLÁUDIO:
Como
você está? HELEN:
Bem e
você? CLÁUDIO:
Estou bem
também. Eles
se
encaram por alguns segundos, visivelmente desconfortáveis.
HELEN:
Eu preciso
ir. CLÁUDIO:
Talvez
possamos conversar mais tarde? HELEN:
Claro. Ela
abaixa
a cabeça e sai. Cláudio a acompanha com o olhar.
Felipe aparece e coloca a mão no ombro dele. FELIPE:
Crise no
paraíso? CLÁUDIO:
Sabe o que
é mais engraçado? Ela que deveria vir atrás de mim
depois do que aprontou na festa. FELIPE:
(suspirando) Mulheres, não importa qual, sempre complicadas.
O
sinal toca. Felipe se movimenta. FELIPE:
Deixa eu
ir. Nos vemos depois da aula para conhecer o galã. Cláudio
sorri.
Felipe sai. Corta para uma visão aérea.
Cláudio se movimenta e entra na sala. Ainda
ao
som da mesma música, corta para alguns pontos da cidade,
indicando uma certa passagem de tempo, parando na frente
do
colégio e transparecendo para dentro de uma sala de aula.
Uma
garota está em pé, de frente para todos. A professora a
observa atentamente. GAROTA:
Fomos
para a Califórnia e depois fizemos um cruzeiro explorando a
américa... Corta
para
o fundo. Helen joga um papel em Gustavo e depois faz sinal
com o
dedo na boca, como se fosse vomitar. Gustavo ri e faz
sinal com as duas
mãos no pescoço, como se fosse se enforcar. Helen ri. PROFESSORA:
(sorrindo) Muito bem, Madeleine. Suas férias foram realmente
fantásticas. A
garota sorri e volta para a mesa. A professora olha para a
turma. PROFESSORA:
Quem
quer ser o próximo? HELEN:
(em
off) Por favor, alguém me dá um tiro antes da
próxima pessoa começar a narrar suas férias? A
classe toda ri. A professora olha torto para Helen. PROFESSORA:
Como
parece tão interessada, Helen, por que não vem nos contar
um pouco sobre suas férias? HELEN: Estamos no primário, por acaso? Não, obrigada!
PROFESSORA:
Eu
não estou pedindo. GUSTAVO:
Professora, não acho que seja uma boa ideia... Que tal
chamar a
... PROFESSORA:
(interrompendo) Eu não falei com você, Gustavo. Gustavo
se
cala e olha para Helen, que olha seriamente para a
professora e
segundos depois levanta e caminha até a frente. HELEN:
Bom,
como a maioria aqui me conhece, eu sou pobre, bolsista e
órfã. Não tenho condições de
esquiar, fazer cruzeiros, sequer viajar para a cidade
vizinha. Mas uma
coisa posso garantir, a não ser que algum parente tenha
morrido
de forma trágica, ninguém aqui teve férias mais
emocionantes que as minhas. Close
no
rosto da professora e em seguida na sala por completo. HELEN:
Primeiro meu namorado foi embora para a Europa, depois
descobri que
minha mãe moribunda levantou da cova... Minha avó querida
que me criou, escondeu a verdade sem culpa... Meu melhor
amigo ficou
mais preocupado em fazer todos darem as mãos, do que ficar
completamente do meu lado. A
professora a olha com espanto. Helen dá alguns passos para
perto
dela e sorri. HELEN:
E o
melhor de tudo veio depois, quando todos pensaram que a
santa Helen
fosse lidar com os acontecimentos de forma madura, ela
simplesmente
pirou... Começou a andar com más companhias ... Ela
acena
para Gustavo que sorri e faz sinal para si. HELEN:
Tratar
mal o melhor amigo, não
querer
ouvir mais a voz daquela que a criou... Não querer saber
mais
nada sobre aquela que lhe deu a luz...
Simplesmente
deixou a bondade de lado e se entregou ao lado escuro da
força. (sorri) E isso, nossa, fez
com ela se sentisse
muito melhor do que era antes. PROFESSORA:
Okay, Helen, já é o bastante por
hoje. HELEN:
Por que
professora? Ainda tem as partes das bebidas, do sexo sem
compromisso e
sem proteção, das festas... O
sinal bate. A professora respira aliviada. Os alunos
levantam e
começam a sair. Corta para Helen no corredor. Gustavo se
apressa
até ela. GUSTAVO:
A parte
do sexo desprotegido era mentira, né? Por mais que eu
goste de uma
coisa errada, não seria legal te ver prenha ou com alguma DST. HELEN: Relaxa, bobinho, já falei pra você que sou virgem. É a
única coisa que ainda pretendo manter intacta. Viu a cara da
professora? GUSTAVO:
(rindo)
Tenho certeza que nunca mais ela chama alguém pra
contar sobre o período de
férias. Ginásio
do
Colégio. Cláudio, Felipe e alguns outros rapazes
estão em quadra, conversando. Alguns atrás chutam em gol.
Ouve-se um apito. Os rapazes imediatamente olham para
trás. Música:
Rock
'n' Roll Soldiers
-Funny Little
Feeling A
câmera muda para os pés de alguém com tênis e
meias até as canelas. Vai subindo, mostrando o short, a
camiseta
colada, o peitoral, até chegar em seu rosto. É um homem [Vin Diesel] com uma aparência
séria, cabeça raspada e ar de sargentão. Os
rapazes se aproximam. HOMEM:
Não vai ser um ano fácil... O caminho será
árduo, sofrido. Mas eu prometo-lhes que o resultado final,
será compensador. A
câmera passeia pelos rostos dos rapazes. Alguns se mostram
assustados. Volta para o rosto do treinador. HOMEM:
Meu nome é Paulo e serei o novo treinador de vocês...
Antes de tudo, quero lhes apresentar meu melhor amigo, o
apito. Toda
vez que eu colocar isso na boca e assoprar, quero atenção
total à minha pessoa. Uma palavra fora do contexto, o
cidadão
será obrigado a dar voltas na quadra, até eu achar que
deve parar. Entendidos? Os
rapazes
se olham, sussurram e depois balançam a cabeça,
concordando com o treinador. PAULO:
Não quero irresponsabilidades, badernas, falta de
atenção, desrespeito, ou qualquer coisa do tipo,
entendido? FELIPE:
Sim senhor... PAULO:
Disseram alguma coisa? Porque não escutei! RAPAZES:
Sim senhor! PAULO:
Não quero preguiça, medos, erros, brigas, individualismos
e infantilidades... Entendido? RAPAZES:
Sim senhor! PAULO:
Que aprendam e obedeçam ao apito! RAPAZES:
Sim senhor! PAULO:
Quero vocês agindo como homens e não como franguinhos...
Entendido? RAPAZES:
Sim senhor! PAULO:
Vocês são o quê? RAPAZES:
Gladiadores! PAULO:
Não entendi! RAPAZES:
(gritando) Gladiadores! PAULO:
Fracotes? RAPAZES:
(gritando ainda mais alto) Gladiadores! PAULO:
É esse espírito que eu quero daqui pra frente! (pausa)
Agora todo mundo paga cinquenta! GAROTO:
(confuso) Como é que é? FELIPE:
(para Cláudio) Vaquinha pra quê?
CLÁUDIO:
(levantando a mão) Treinador... Quando o senhor diz “paga
cinquenta”, quer dizer o que exatamente? PAULO:
Eu quis dizer flexões. Corta
para
os rapazes que se olham confusos e incrédulos. Close no
rosto de Paulo, que sorri. Frente
do
colégio. Helen e Gustavo saem pelo portão. HELEN:
Maldita professora! Chamar o conselho por causa do meu
depoimento? GUSTAVO:
Ainda bem que você disse que era mentira. Era capaz de
forçarem vocês três a fazer terapia em
família. HELEN:
Pelo menos ganhei minha primeira advertência (sorri e mostra
um
papel) Olha só? MARCIA:
(em off) Helen. Helen
olha
na calçada. Marcia se aproxima. MARCIA:
Filha, a gente precisa conversar. HELEN:
(séria) Não me chame assim. E a gente não tem nada
para conversar. MARCIA:
Por favor, dê-me uma chance de explicar todo o ocorrido. HELEN:
Se eu não quis escutar da primeira vez, não vou querer
fazer agora. Vá embora. MARCIA:
Estou desesperada... Sua avó está desesperada. HELEN:
(rindo de nervosismo) Ótimo, pois não desejo nada
além de sofrimento para vocês duas. (fechando
a cara) Eu te odeio! Helen
sai
apressadamente. Marcia morde os lábios e seus olhos se
enchem de lágrimas. Gustavo balança a cabeça e sai
apressadamente na direção em que Helen foi. Close em
Marcia ainda parada, com expressão de dor. Entrada
do
Ginásio. Cláudio e Felipe passam pela porta,
doloridos. CLÁUDIO:
(imitando Amanda) Ele é perfeito. FELIPE:
(imitando Grace) Um gato. CLÁUDIO:
(imitando Amanda) Semideus. FELIPE:
Ele é um completo idiota! CLÁUDIO:
Deveria estar treinado cadetes, não jogadores. FELIPE:
Baita tirano... (fazendo careta) Meus músculos estão
arrebentados. Amanda
e
Roger vêm ao encontro deles. AMANDA:
(animada) E então rapazes, como foi? Ele não é o
máximo? CLÁUDIO:
Ele é um carrasco, isso sim! AMANDA:
Que horror! Por que está dizendo isso? CLÁUDIO:
Bom, depois de cinquenta flexões... FELIPE:
Trinta voltas na quadra... CLÁUDIO:
Subir e descer a arquibancada vinte vezes... FELIPE:
E fazer trocentos abdominais...
Ele
não parece tão encantador como você afirmou. AMANDA:
(sorrindo) Ah, tá explicado! Ele colocou vocês para malhar
e por isso estão revoltados. Estavam esperando o quê? Que
voltariam de férias só chutando bola? ROGER:
Ainda bem que eu não faço nenhuma atividade
extracurricular. FELIPE:
É meu caro, torça para ele não ser o professor de
educação física também, do
contrário, você está ferrado! AMANDA:
Eu não vou me importar. ROGER:
(para
Amanda)
Fim da fantasia. Agora sabemos que ele não é nem
um pouco encantador. Foco em mim agora. Amanda
sorri
e o beija. Os quatro se deslocam, deixando a entrada do
ginásio. A tela escurece. Frente
da
casa de Cláudio. É noite. A imagem se aproxima,
transparecendo para dentro. Lucio está sentado no sofá,
assistindo televisão. Cláudio aparece e senta no
sofá ao lado. LUCIO:
Tudo bem, filho? CLÁUDIO:
(cansado) Ah-ham... LUCIO:
Só chegou em casa agora? CLÁUDIO:
Conhecemos o novo treinador e depois fomos para a
lanchonete. LUCIO:
(interessado) E como é novo treinador? CLÁUDIO:
Prefiro ainda não ter uma opinião concreta. LUCIO:
(rindo) Okay... E seu primo? CLÁUDIO:
Foi fazer um tour pela cidade com o Felipe. LUCIO:
Bom pra ele... Sua mãe e eu vamos sair para jantar... Vem
com a
gente? CLÁUDIO:
Claro, pode ser legal. Lucio
sorri
e volta a olhar para a televisão. O celular de
Cláudio toca. Ele atende. CLÁUDIO:
Oi... (levanta e espera alguns segundos) Se acalma, eu vou
procurá-la. (pausa) Okay,
ligo assim que tiver notícias. LUCIO:
(preocupado) O que aconteceu? CLÁUDIO:
A Marcia foi procurar a Helen e parece que as coisas saíram
do
controle. Eu preciso ir, vamos deixar o jantar para um outro
dia. (se
deslocando) LUCIO:
Quer que eu vá com você? Não precisa de uma carona? CLÁUDIO:
(já fora de cena) Não, não, pode deixar que eu
cuido disso... Casa
de
Roger. Arthur e Vera estão na sala, sentados no chão e
encostados no sofá. ARTHUR:
Que tal, Cleosvaldo? VERA:
Credo Arthur! Hércules é muito mais bonito! Arthur
começa
a rir. Vera o olha com censura. VERA:
Qual o problema? É nome de guerreiro. Roger
e
Amanda aparecem de mãos dadas. ROGER:
O que vocês estão aprontando? ARTHUR:
Estamos tentando escolher o nome do seu irmão. VERA:
Diz se Hércules não é um nome forte e bonito? ROGER:
(ao ouvido de Amanda) Ainda bem que eles ainda tinham um
pouco de
juízo quando escolheram meu nome. VERA:
Oi minha norinha, tudo bem? AMANDA:
(sorrindo) Tudo bem, dona Vera e senhor Arthur. E com os
senhores? ARTHUR:
(fazendo careta) Meu Deus do céu! Me senti um verdadeiro
ancião agora. VERA:
(sorrindo) Só Vera e Arthur basta, nada de senhor, senhora,
dona, seu... Você é da família. AMANDA:
(rindo) Tudo bem então, Vera e Arthur. VERA:
Bem melhor assim. Agora chegam mais vocês dois. Nos ajude a
escolher o nome da criança. Amanda
e
Roger se aproximam e sentam perto deles. VERA:
E o que vocês acham de Nabucodonosor?
Amanda,
Roger
e Arthur começam a rir. Vera balança a
cabeça, como se não tivesse entendido o motivo da
graça. Praça
do
centro da cidade. Cláudio caminha falando ao celular. CLÁUDIO:
Você tem certeza que ela não está na sua casa? (pausa)
Okay,
até mais, Felipe. Ele
desliga
o celular e para, ficando pensativo. Ouve-se algumas
risadas.
Cláudio franze a testa, como se reconhecesse o som. Ele
olha
para o lado. A câmera se movimenta mostrando Gustavo
conversando
com alguns rapazes perto do banco. Cláudio vai até eles. CLÁUDIO:
Gustavo... GUSTAVO:
(rindo e ficando sério ao vê-lo): Ora, ora, se não
é o banhista da cerveja. CLÁUDIO:
Vim saber da Helen... Onde ela está? Gustavo
começa
a mexer nos bolsos. CLÁUDIO:
O que está fazendo? GUSTAVO:
Tô procurando no meu bolso pra ver se ela está perdida aqui em
algum
lugar. Cláudio
se
aproxima e o segura pelo colarinho. CLÁUDIO:
Eu vou perguntar só mais uma vez! Onde está a Helen? GUSTAVO:
(tirando a mão dele e se afastando): Eu não sei! Passamos
a tarde juntos e depois ela foi embora. Disse que precisava
ficar
sozinha um pouco pra repor as
ideias. Cláudio
fica
pensativo e depois abre bem os olhos, como se lembrasse de
algo. GUSTAVO:
E não vai pensando que pode chegar assim, me intimando... CLÁUDIO:
(saindo) Já sei o lugar... Cláudio
corre,
ignorando Gustavo. Gustavo olha para os rapazes e sorri
sem
graça. GUSTAVO:
Sorte dele ter corrido. Só Deus sabe o que eu teria feito se
o
coitado tivesse ficado mais algum segundo. RAPAZ:
Ah claro, ele já estava se borrando de medo. Os
rapazes
riem. Gustavo lança um olhar sério para eles. Jardim
que
dá visão para toda a cidade. O local está
escuro. Cláudio aparece e caminha olhando para os lados. CLÁUDIO:
(procurando) Helen, você está aí? Ele
caminha
um pouco mais, depois para, fica pensativo, dá mais
alguns passos e puxa a alavanca. As luzes do lugar
acendem. A
câmera se movimenta, mostrando Helen sentada num banco,
encolhida. Cláudio a olha com pesar, segundos depois vai
até ela e senta ao seu lado. CLÁUDIO:
(olhando para frente) Sabe, esse lugar não é tão
secreto como o Léo havia dito. Roger e eu costumávamos
vir aqui quando crianças para brincar. É um ótimo
lugar para se colocar os pensamentos em dia, porém não
é muito aconselhável fazê-lo sozinho, durante a
noite. Pode ser bastante perigoso. Helen
continua
em silêncio, sem olhá-lo. CLÁUDIO:
Certa vez estávamos brincando e o gênio aqui resolveu
subir na árvore porque achou que podia voar. Não deu
outra, cara no chão... Helen
o
olha, prestando atenção. CLÁUDIO:
Tinha que ter visto a quantidade de sangue que escorria. O
Roger ao
invés de me ajudar, acabou desmaiando quando viu a cena.
Imagina, além de ter que me auto socorrer, ainda tive que
carregá-lo comigo até o hospital. Uma cena totalmente
trágica e cômica ao mesmo tempo. Helen
não
resiste e começa a rir. Cláudio a olha com
bastante ternura. Música:
Bon
Jovi – Misunderstood CLÁUDIO:
Bom saber que esse rosto lindo ainda pode sorrir de forma
sincera. (pausa) Ouça, não vim
aqui pra falar
sobre o que aconteceu agora a tarde. Que tal a gente se
descontrair,
falar de nós, coisas engraçadas, como fazíamos
antes? (sobe as sobrancelhas e
sorri). HELEN:
Qual assunto sugere? CLÁUDIO:
(pensativo) Já viu o novo treinador? HELEN:
Seria um homem forte, bonito... CLÁUDIO:
(interrompendo) Isso, isso... Encantador, charmoso, um
sonho, um
pão... Helen
ri
outra vez. Cláudio continua a falar, mas o som aumenta e
toma
conta da cena, encobrindo o que ele diz. CLÁUDIO:
(em
off): Dizia
o sábio em um de seus provérbios, “Doloroso amar e
a pessoa amada fazer parecer que não é amada. Machuca o
peito se dedicar a um carinho especial e não ser entendido...
Mas apesar de tudo, perfeito, quem o é? Ninguém precisa
sê-lo. Casa
de
Roger. Amanda, Arthur e Vera ainda estão sentados no
chão da sala. A música encobre o que eles dizem. Vera
fala algo que faz todos riem. A câmera passeia pelo rosto
feliz e
sorridente de cada um. Um
quarto
desconhecido. Marcia está olhando para um porta-retratos.
Ela chora copiosamente. Após alguns segundos, coloca a o
retrato
na cabeceira. A câmera dá um close, mostrando uma
criança recém nascida no berçário. Frisa
essa imagem por alguns segundos. Jardim
secreto.
Cláudio e Helen conversam animadamente, ainda sentados
no mesmo lugar. Cont.
Bon
Jovi – Misunderstood HELEN:
Subir e descer a arquibancada vinte vezes? (começa
a rir) Como eu queria ter visto essa cena. CLÁUDIO:
(rindo) Vai rindo, estou torcendo para que ele também seja o
professor de educação física. Eles
continuam
conversando, mas o som aumenta outra vez, encobrindo o que
eles dizem. A câmera começa a se afastar lentamente, se
deslocando para o ponto onde é possível ver a cidade numa
vista aérea. Foca a paisagem iluminada por alguns
segundos,
até que a tela escurece.
CRIADO
E ESCRITO POR: Thiago
Monteiro COLABORAÇÃO: Raquel
Rosa PARTICIPAÇÃO
ESPECIAL Heather
Tom
como Marcia Chelsea
Staub como Grace TRILHA
SONORA Hot Hot Heat -
Dirty Mouth The Veils - The Tide That Left And Never Came
Back The Feeling - Never Be Lonely Better Than Ezra - A Lifetime Rock 'n' Roll Soldiers -Funny Little
Feeling Bon Jovi – Misunderstood |