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Vista aérea do Ginásio do colégio Esplendor. Vemos três rapazes em linha lateral. Paulo passeia por eles, olhando atentamente para o três. A câmera dá um zoom, mostrando se tratar de Roger, Gustavo e Bruno.

 

Música: LifehouseBlind

 

CLÁUDIO: (em off): Se derrotas acontecerem, que elas possam não nos abalar. Antes sejam encaradas como aprendizado na conquista de vitórias.

 

Paulo aponta para Bruno que respira aliviado e dá um passo à frente. Atrás podemos ver Cláudio e Felipe observando tudo, ansiosos. Corta para Gustavo e Roger que se olham. Paulo para na frente de ambos e fixa o olhar neles. A imagem congela e começa a transparecer.

 

 

Fachada da casa de Helen. É noite. Helen está parada na frente da porta, com as mãos no bolso, pensativa.

Cont. LifehouseBlind

 

CLÁUDIO: (em off)  Não pergunte a felicidade quem ela é, nem de onde veio... Apenas abra a porta para que entre...

 

Corta para a porta abrindo e Rosa aparecendo com uma expressão de felicidade na face.

 

CLÁUDIO: (em off) ... E fecha-a para que não fuja.

 

Fixa a imagem do rosto de Rosa por alguns segundos. A imagem congela e a tela lentamente começa a escurecer.

 

 

 

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Corredor do colégio Esplendor. Close em uma folha pregada num mural. A câmera se afasta mostrando Cláudio, Felipe e Bruno olhando para a mesma.

 

Música: Michelle Branch - All You Wanted

 

LEGENDA: Horas antes.

 

CLÁUDIO: O teste ano passado não foi só em abril?

 

FELIPE: Pelo visto o general não quer perder tempo. Ano passado também já tínhamos um time base e principalmente um treinador que já nos conhecia muito bem.  

 

CLÁUDIO: Grande Roma...

 

FELIPE: (sorrindo levemente) Grande Roma.

 

CLÁUDIO: (para Bruno) É sua chance...

 

BRUNO: Pois é, estive pensando, talvez seja melhor...

 

FELIPE: (interrompendo) Imagina só... Você será conhecido pelo estado todo por causa do time campeão. Nem televisão vai escapar...

 

BRUNO: (apreensivo) Esse é o meu medo.

 

CLÁUDIO: Hei, não preocupe, você nem nota depois essa visibilidade toda...

 

Cláudio e Felipe se olham, não resistem e começam a rir.

 

FELIPE: (rindo) Nota sim...

 

CLÁUDIO: (para Bruno) Mas você tira isso de letra...

 

Os três começam a caminhar. A câmera se movimenta para trás, mostrando Roger e Amanda caminhando devagar.

 

ROGER: E que tal hoje à noite?

 

AMANDA: Acho que não vai dar...

 

ROGER: (bufando) Certo.

 

AMANDA: Roger, eu também tenho outros afazeres.

 

ROGER: Okay... Amanhã então?

 

Amanda faz careta. Roger revira os olhos. Eles param perto do mural.

 

ROGER: É impressão minha, ou você anda me evitando?

 

AMANDA: Claro que não... Por que eu estaria te evitando?

 

ROGER: Sei lá, talvez pelo fato que desde que você voltou, não tivemos um momento a sós, como antes, sabe?

 

AMANDA: O tempo anda meio corrido pra mim lá em casa, você sabe.

 

ROGER: Sei, claro que sei. Seus pais te colocaram no posto número um agora e tudo está às mil maravilhas... Mas isso te impede de namorar?

 

Roger balança a cabeça e olha para cima. Amanda o olha com expressão de pena.

 

AMANDA: Olha só, depois de amanhã, tá? Prometo que faremos alguma coisa, só nós dois.

 

ROGER: Só nós dois? Sem a turma? Sem a Grace?

 

AMANDA: (sorrindo) Só nós dois.

 

O sinal toca. Amanda dá um selinho no namorado.

 

AMANDA: Eu preciso ir... Não fica zangadinho. No intervalo a gente se fala. Bye.

 

ROGER: (desanimado) Tchau.

 

Amanda sai. Roger permanece parado, desanimado. Ele olha na direção do mural e fica pensativo por alguns segundos. Aos poucos sua feição começa a mudar.

 

 

Casa de Helen. Rosa está no quarto, deitada na cama. Ela está pálida e abatida. A porta abre e vemos Marcia entrando, sorrindo.

 

MARCIA: Feliz aniversário!

 

ROSA: (com os olhos fechados) Como você conseguiu entrar?

 

MARCIA: Ué, a porta que vive aberta. 

 

ROSA: O que você quer aqui, sua peste?

 

MARCIA: Já disse quando entrei, sua velha rabugenta... Feliz aniversário!

 

ROSA: (abrindo os olhos) Você deve estar adorando essa situação, não é?

 

MARCIA: Não, Rosa, não estou. Você pode ter todos os defeitos, pode me odiar com todas as forças possíveis, mas pelo menos eu, no fundo, no fundo, tenho certa simpatia por você. Afinal, ninguém poderia ter criado minha filha melhor do que você.

 

ROSA: É? E veja o resultado disso tudo.

 

MARCIA: Mas até a bomba explodir, você estava indo muito bem. Só podia ter maneirado um pouco na mentira.

 

Rosa abaixa o olhar tristemente. Marcia se solidariza e se aproxima da cama.

 

MARCIA: Mas, sei que fez aquilo pensando no melhor para ela.

 

ROSA: Eu nunca quis que ela se sentisse culpada pela morte dos pais. Tantas vezes eu falei que ela não havia provocado aquele acidente. Já que era para mentir mesmo, devia ter inventado algo melhor... Como você morrendo de overdose, por exemplo.

 

MARCIA: (sorrindo) O melhor mesmo seria você ter dito a verdade... Que eu não a quis. Assim apenas uma teria que correr atrás do perdão dela.

 

ROSA: Mas conhecendo a Helen como eu conheço, era certeza que ela daria um jeito de te procurar. Não queria que ela sentisse essa dor.

 

MARCIA: Bom, mas o estrago está feito. Resta a nós duas sermos firmes e fortes em busca do amor da menina. Entendeu? Firmes e fortes!

 

ROSA: Saia da minha casa...

 

MARCIA: Rosa, pelo jeito que as coisas estão andando, é capaz que você não dure até que a Helen esteja pronta para te perdoar. Você não come, não dorme direito, não tem tomado seus remédios com frequência... E como já está com uma idade bem avançada, tenho receio que em breve terei que encomendar o seu caixão. Triste, mas é o que vai acontecer se não se levantar.

 

ROSA: (entristecida) Todo ano a gente comemorava juntas os nossos aniversários, que são tão pertinho. Eu sempre fazia o bolo preferido dela (seus olhos se enchem de lágrimas).

 

MARCIA: Eu sei que está doendo... Mas você precisa ser forte. Não desista de viver. Minha esperança é muito menor que a sua, mesmo assim, estou tentando. Querendo ou não, sofrendo ou não, ela sabe que você é a verdadeira mãe dela. Logo ela volta pra casa.

 

ROSA: Marcia, quero que prometa-me uma coisa... Que não irá atrás dela nem pra fazer chantagem emocional devido ao meu estado, tudo bem?

 

MARCIA: Fica tranquila, eu não vou forçar a barra novamente. Agora, dá um jeito nesse rosto aí e vê se come alguma coisa. À noite eu volto.

 

ROSA: Volta pra que, criatura abusada?

 

MARCIA: É seu aniversário, sua coroca! Não vou deixar que passe sozinha. Tchau!

 

Marcia sai do quarto. Close no rosto de Rosa, ela sobe as sobrancelhas e volta a fechar os olhos.

 

 

Sala de aula do colégio Esplendor. O local está em silêncio. Ao fundo, Cláudio escreve em seu caderno, enquanto Roger, na carteira ao lado, olha para ele algumas vezes. Cláudio percebe.

 

CLÁUDIO: (falando baixo) Sua falta de concentração é preocupante. Não sei como conseguiu passar de ano, todos os anos.

 

ROGER: Desculpa...

 

CLÁUDIO: Vai, fala o que está te preocupando.

 

ROGER: Como está seu namoro com a Larissa?

 

CLÁUDIO: Vai bem... Por quê?

 

ROGER: Hum... Mas assim, não mudou nada, com a distância e toda a pressão?

 

CLÁUDIO: Eu acredito que as coisas continuam iguais. Até nos fortificamos mais.

 

Roger balança positivamente a cabeça e resmunga. Cláudio o olha com atenção.

 

CLÁUDIO: Mas por que se questiona sobre o meu namoro com a Larissa? Algum problema com a Amanda?

 

ROGER: Você notou algo diferente?

 

CLÁUDIO: Não, eu é que estou te perguntando. Está encanado com o que, afinal?

 

ROGER: Desde que ela voltou, a gente não tem ficado um bom tempo sozinhos... Estamos sempre acompanhados... Nós nem sequer fizemos, sabe... (sobe e desce as sobrancelhas).

 

CLÁUDIO: (rindo) Por favor, não diz que é por isso que você está com essa neura.

 

ROGER: Não, não é por causa da falta de sexo... Eu amo a Mandy, mesmo se ela pedir pra gente não fazer mais até o dia do casamento. O problema é que não conversamos mais. Eu nem sei como foi a viagem. 

 

CLÁUDIO: Questiona ela a respeito dessas coisas, o namoro não é pra isso mesmo? Mas deve ser algo passageiro, fica tranquilo que tudo volta ao normal.

 

ROGER: (desanimado) Espero... (se animando) Mas mudando de assunto, vou tentar uma vaga no time.

 

CLÁUDIO: (rindo) Está brincando?Certo.

ROGER: Não, estou falando sério. Ano passado antes de explodir o laboratório, eu não estava procurando algo para me destacar? Então, a oportunidade é agora.

 

CLÁUDIO: Mas você recentemente não agradeceu aos céus por não fazer parte de nenhuma atividade extracurricular?

 

ROGER: Sim, mas estamos falando de me tornar um Gladiador... Aí a coisa sobe de conceito.

 

CLÁUDIO: Isso é por causa da Amanda, não é? Ela não vai te deixar por...

 

ROGER: (interrompendo) Nem tudo se limita a esse mundo Mandy de ser, meu caro. Eu quero fazer algo por mim... É impressão minha, ou você é contra minha decisão?

 

CLÁUDIO: Não é isso... Mas você sabe que futebol nunca foi seu forte. Pra que se expor assim?

 

ROGER: Engraçado é que seu priminho recém chegou na cidade e já tem seu total apoio para entrar no time... Agora eu, que te apoiei desde o começo pra fazer o teste, recebo um balde de água fria... Legal, muito legal, legal, legal.

 

CLÁUDIO: Acontece que o Bruno gosta e sabe jogar...

 

ROGER: Quer saber, não fala mais nada.

 

CLÁUDIO: Roger...

 

PROFESSOR: Escutem aqui você dois aí do fundo... Se quiserem continuar fofocando, a porta da sala está aberta.

 

CLÁUDIO: Desculpa.

 

O professor vira para frente e começa a escrever na lousa. Cláudio olha para Roger, que mantém uma expressão emburrada, olhando para frente.

 

 

Cozinha da casa de Cláudio. Silvia está sentada à mesa, tomando café. Lucio entra apressadamente.

 

LUCIO: Estou muito atrasado! Por que não me acordou?

 

SILVIA: Fiquei com dó de te acordar... Você estava dormindo tão gostoso.

 

LUCIO: É mesmo, dona piedade? Acontece que eu tenho uma reunião importante com um fornecedor em (olha para o relógio)... Uma hora!

 

Lucio ajeita o paletó e se dirige até o outro cômodo. Silvia o acompanha.

 

SILVIA: Não vai tomar pelo menos um café para acordar?

 

LUCIO: Não vai dar tempo, tomo na empresa mesmo... (se aproxima e lhe dá um selinho) Talvez hoje eu não venha almoçar.

 

SILVIA: (sorrindo) Compreensível... Arrase na reunião.

 

LUCIO: (se movimentando) Eu te amo.

 

SILVIA: Amo você. 

 

Corta para a garagem. O portão começa a subir. Lucio está dentro do carro, com o celular no ouvido.

 

LUCIO: Sou eu... Vou chegar um pouco atrasado mas estarei no lugar combinado. (breve pausa) Até mais.

 

Ele desliga e expressa preocupação no rosto. A câmera muda para o lado de fora. O carro começa a sair. A câmera o acompanha por alguns metros.

 

 

Refeitório do colégio Esplendor. Gabriel e Nicole estão sozinho na mesa, ambos em silêncio. Gabriel come naturalmente um lanche, enquanto Nicole mantém uma expressão séria e observa os alunos. Após alguns segundos, Gabriel ri.

 

NICOLE: O quê?

 

GABRIEL: Estudamos juntos desde crianças e nunca ficamos tão próximos como estamos.

 

NICOLE: É passageiro... Logo você encontra sua turma de nerds e eu a minha.

 

GABRIEL: (sorrindo satisfatoriamente) Mas enquanto não acontece, sou sua única opção de interação.

 

NICOLE: Eu não te chamei para sentar-se comigo.

 

Ela mostra um envelope branco para Gabriel que espreme os olhos para ver.

 

GABRIEL: O que é isso?

 

NICOLE: (sorrindo) O que sobrou de minha mesada... Uma passagem sem data definida. Assim que eu chegar ao meu limite, o que está perto de acontecer, me mando de mala e cuia daqui.

 

GABRIEL: E o que te faz pensar que, sendo menor de idade, nossos pais, quer dizer, sua mãe, iria permitir que saísse de casa e fosse morar em outro lugar?

 

NICOLE: Eu sei ser escandalosa quando quero...

 

GABRIEL: E se eu contar antes?

 

NICOLE: Você ganha o meu total desprezo (sorri).

 

GABRIEL: Como se o que você já proporciona não fosse o bastante.

 

NICOLE: Me teste, eu consigo ser ainda mais venenosa.

 

GABRIEL: Tudo bem, seu segredo está seguro comigo.

 

Nicole sorri vitoriosa. Gabriel balança a cabeça em reprovação e volta a morder seu lanche.

 

 

Corta para a mesa onde Cláudio, Bruno, Roger e Felipe estão.

 

FELIPE: O time vai precisar de uma formação nova, mas andei dando uma olhada nas pesquisas, estão nos apontando novamente como favoritos ao título estadual.

 

CLÁUDIO: Fico me questionando se o Clayton finalmente se formou...

 

FELIPE: (rindo) Não sei, mas torço muito para que não. O doente saiu falando depois do jogo que só vencemos por causa do Léo. Que time dependia de um único jogador.

 

CLÁUDIO: O Léo ajudou bastante com o gol da classificação, mas quem nos motivou a melhorar foi o Roma.

 

FELIPE: Posso estar sendo equivocado, mas não consegui enxergar o Paulo como o Roma, por exemplo.

 

CLÁUDIO: O Roma tinha aquele jeito paizão, esquentado, mas era uma figura mística. O Paulo mais parece que quer formar um exército do que um time de futebol.

 

BRUNO: (sorrindo) Já estão querendo armar um motim contra o novo treinador?

 

FELIPE: Não... Vamos esperar até o primeiro treino.

 

Cláudio, Bruno e Felipe riem. Close no rosto de Roger que parece distante. Ele fixa o olhar em determinado ponto. A câmera se movimenta e mostra Amanda com um grupo de garotas.

 

 

Mesa onde Nicole e Gabriel estão. Gustavo aparece e senta-se ao lado de Nicole. Ela o olha com desprezo.

 

NICOLE: Perdeu alguma coisa por aqui?

 

GUSTAVO: Perdi a noção do tempo quando te vi.

 

NICOLE: (incrédula) Meu Pai do céu, isso funciona com alguém? 

 

GABRIEL: Amigo, não queremos parecer grossos, mas...

 

GUSTAVO: (interrompendo) Relaxa aí ferinha, sou do comitê de boas vindas do colégio. É meu dever apresentar nossas instalações aos novatos.

 

GABRIEL: (sorrindo) Ah sim, me desculpe então.

 

Nicole olha para Gabriel que franze a testa sem entender.

 

GUSTAVO: Permita-me começar mostrando as tribos... Ali... (aponta com o dedo) Fica a ala dos nerds, cdfs, aqueles que não largam os livros nem para comer.

 

Gabriel se vira e olha na direção de um grupo isolado, com vários livros em cima da mesa. Ela volta a olhar para frente e se depara com Gustavo sorrindo para ele.

 

GUSTAVO: (sorrindo) Exatamente, sua futura turma.

 

NICOLE: (para Gabriel) Eu disse...

 

Gabriel olha com censura para os dois.

 

GUSTAVO: Continuando... Ali... (aponta para a turma da Elite) Fica a turma mais nojenta, tanto do colégio, como da cidade. Eles se autodenominam a Elite. Bando de mauricinhos, patricinhas, que não têm nada na cabeça a não ser festejar, gastar, beijar...

 

NICOLE: (olhando para o grupo) Interessante...

 

GUSTAVO: Não, não é interessante. É uma aberração. Interessante é grupo que eu estou, dos descolados, que não está nem aí com nada... Do qual você... (olha aponta para Nicole) Vai fazer parte.

 

NICOLE: É... Não, não vou. Se eu for fazer parte de algum grupo, será o de maior destaque, não dos desesperados que fingem estar nem aí... Como você.

 

GUSTAVO: (sorrindo) Adoro a ousadia de certos novatos. Não estou desesperado, sou como sou, e adoro ser.

 

NICOLE: Duvido. No mínimo sente uma grande frustação por não ser notado por ninguém.

 

GUSTAVO: As pessoas me adoram...

 

NICOLE: E por que não está com elas agora? Admita, você sente inveja dessa tal Elite.

 

GUSTAVO: (incomodado) Eu não sinto inveja de nada. Pro seu governo, eu é que não quero fazer parte desse grupo e não o contrário.  

 

NICOLE: Não estou convencida...

 

GUSTAVO: Não preciso te convencer...

 

NICOLE: Então tá, prazer te conhecer.

 

Nicole desvia o olhar para o seu lanche e o morde de forma provocativa. Gustavo fecha a cara.

 

GUSTAVO: Okay, o que você quer?

 

NICOLE: Quero apostar que a novata aqui, consegue entrar ali muito antes que a sua pessoa.

 

GUSTAVO: Retifico que não quero entrar para esse grupo, mas aceito a aposta com uma condição.

 

NICOLE: E que condição?

 

GUSTAVO: Se eu consegui entrar antes de você, quero um beijo bem molhado e demorado (sorri). 

 

NICOLE: (fazendo careta) Credo! Mas eu aceito. Agora, caso eu acabe entrando primeiro, você vai desfilar por uma semana pelo colégio com uma camiseta escrita “Sou invejoso e amo a Elite”.

 

Gustavo desfaz o sorriso. Gabriel começa a rir.

 

NICOLE: (estendendo a mão) É pegar ou largar.

 

GUSTAVO: (sorrindo e apertando a mão dela) Nada de colocar batom muito forte na hora de saborear meus lábios sensíveis.

 

Ele pisca para ela e sai. Gabriel o acompanha com o olhar, depois encara Nicole.

 

NICOLE: Não vai me censurar?

 

GABRIEL: Não, pelo menos isso adia um pouco sua ideia maluca de fugir.

 

NICOLE: Só preciso de uma estratégia...

 

Ela olha na direção da Elite e espreme os olhos, sorrindo em seguida. A câmera se movimenta mostrando Felipe alguns metros à frente.

 

 

Biblioteca do colégio. Helen está sentada à mesa, reflexiva. Após alguns segundos, Gustavo aparece e senta-se na cadeira da frente.

 

Música: Remy Zero - Perfect Memory

 

GUSTAVO: Preciso entrar para a Elite.

 

HELEN: A Elite nem existe mais...

 

GUSTAVO: Ué, o colégio ainda continua divido entre os destacáveis e os não destacáveis...

 

HELEN: Por que quer fazer parte de algo que você adora falar mal?

 

GUSTAVO: Escuta algo engraçado... Fui dar boas-vindas a dois novos alunos e eles me receberam muito mal. A mocinha linda, mas petulante, me propôs um desafio, que você sabe, eu não sei recusar. O problema é que se eu perder, terei que andar por aí com uma camiseta dizendo que adoro a Elite.

 

HELEN: (sorrindo) Acho que vou torcer para que perca.

 

GUSTAVO: Não, não, como minha amiga mais próxima e que conhece a cova, você vai me ajudar a entrar nesse seleto grupo.  

 

HELEN: (pensativa) Namora um jogador. (sorri)

 

GUSTAVO: Como ela é cheia de deboches.

 

De repente ele para de se mover e fica pensativo. Helen entorta a boca.

 

HELEN: O que foi agora?

 

GUSTAVO: Você é um gênio, sabia?

 

HELEN: Vai dar em cima do Cláudio ou do Felipe? Tenta o goleiro, ninguém dá muita bola pra ele mesmo.

 

GUSTAVO: Não criança, vou fazer o teste o hoje.

 

HELEN: E você lá sabe jogar bola?

 

GUSTAVO: Há muitas coisas sobre minha pessoa que você ainda não sabe, minha linda.

 

HELEN: Por exemplo?

 

GUSTAVO: Eu sou bom em dar conselhos bons de verdade, não os de sempre. Quer tentar? Me conta o que está te deixando pra baixo hoje.

 

HELEN: Nada está me deixando pra baixo hoje.

 

GUSTAVO: (bate na mesa) Bullshit! Eu sei que há algo errado contigo, porque além de não sair da biblioteca, veio o caminho todo pra cá em silêncio... O que não foi de todo ruim, porque eu acordo mal humorado e sonolento. Já você parece uma tagarela pela manhã. 

 

HELEN: Não quero conversar sobre mim.

 

GUSTAVO: Ótimo, vendo então que eu só sirvo pra farrear... (fazendo beiço) Me responde uma coisa, veneno de rato mata sem dor?

 

HELEN: Está bem, ô drama queen. Hoje é aniversário da minha avó e nós sempre comemoramos juntas os nossos.

 

GUSTAVO: Semana que vem é o seu, certo?

 

HELEN: Yep!

 

GUSTAVO: E não pensa em dar pelo menos um parabéns à sua avó? Nem um bilhetinho?

 

HELEN: Uma pequena parte de mim quer fazer isso.

 

GUSTAVO: Então faça!

 

HELEN: Uma parte bem pequena de mim.

 

GUSTAVO: Helen, ela te criou a vida inteira. Tá, ela fez o que fez, mas ela te amou, te educou. Não sabemos o dia de amanhã... E se esse for o último aniversário da sua vozinha? Será que o remorso que sentirá não será maior do que a revolta que sente hoje? Pense nisso! 

 

Helen o olha com bastante surpresa. Gustavo revira os olhos.

 

GUSTAVO: Se contar para alguém esse meu lado bondoso, eu te mato!

 

HELEN: (rindo) Sim senhor.

 

Gustavo sorri, levanta e sai. Close no rosto de Helen, ela parece refletir.

 

 

Casa de Roger. Vera e Arthur estão no quarto, deitados na cama. Arthur segura um livro e alisa a barriga de Vera com a outra mão.

 

ARTHUR: (lendo) “... Enquanto o capitão Gancho estava ocupado, Peter voou até o rochedo, onde Raio de Sol estava quase sendo coberta pela maré. Só dava para ver a ponta da pena apontando para fora da água. Ele a pegou no colo e a levou para um lugar seguro...”

 

VERA: (com olhos fechados) Você vai me fazer dormir de novo.

 

ARTHUR: Shh, nosso pimpolho quer ouvir o resto do conto... Fez bem para o Roger quando estava na sua barriga, vai fazer bem para ele também.

 

VERA: Por isso a imaginação dele é grande e às vezes vive fora do radar.  

 

ARTHUR: (sorrindo) Essa parte ele herdou do pai.

 

Vera passa a mão nos cabelos de Arthur. Ela sobe até encostar em seu peito.

 

ARTHUR: Já parou para pensar que o nosso menino está crescendo, ficando independente...

 

VERA: Dirigindo por aí sem carteira...

 

ARTHUR: Pequeno detalhe que não vem ao caso agora...

 

VERA: Desculpa, continue...

 

ARTHUR: Ele está crescendo, ficando independente, logo vai para a faculdade. Esse pequeno milagre... (corta para mão dele na barriga dela) É um presente de Deus para que não fiquemos sozinhos.

 

VERA: Arthur, conforme o tempo passa, você fica mais meloso e emotivo, sabia disso? (sorri) Mesmo que o Roger esteja crescendo, vá para a faculdade, ele nos adora... Não vai querer ficar muito tempo sem nos ver.

 

ARTHUR: Eu sei, mas não será a mesma coisa... Por isso essa criança renova tudo.

 

VERA: (colocando a mão na barriga) Viu só que papai bobo você foi arrumar? É capaz de ser mais chorão que você.

 

ARTHUR: E viu só que mamãe estragadora de momentos fofos que você foi arrumar? Ainda bem que existe o papai chorão para dar um equilíbrio nas coisas. (sorri).

 

VERA: (fechado os olhos) Vai, continua lendo... Não vai querer deixar nosso Taciel curioso para saber o final.

 

ARTHUR: Vamos lá pequeno Uéfton, continuando... “ Você deve ter morrido de medo, disse Peter...”

 

A câmera começa a se afastar lentamente do cômodo, enquanto a voz de Arthur é abafada por um som instrumental. Após alguns segundos, a tela escurece.

 

 

Ginásio do Colégio Esplendor. Alguns rapazes estão dentro de quadra, treinando chutes a gol. Encostados na grade podemos ver Cláudio, Felipe e Bruno. Corta para eles.

 

Música: Goo Goo Dolls - Stay With You 

 

CLÁUDIO: (para Bruno) É só jogar metade do que joga em “SF”, que seu lugar estará garantido.

 

BRUNO: (ansioso) Estou meio com as pernas bambas... Você disse que o treinador é meio exigente.

 

FELIPE: Sossega, ele não é meio exigente, ele é muito exigente (sorri).

 

BRUNO: Ah, que maravilhosa... Estou muito melhor agora.

 

Corta para Roger correndo até eles. Ele está de shorts e camiseta regata. Felipe o olha com estranheza.

 

FELIPE: O que você está fazendo?

 

ROGER: Vou fazer o teste.  

 

FELIPE: (rindo) Desculpa, mas é difícil te imaginar como Gladiador. Você é mais do tipo pra torcer.

 

ROGER: Aham, vai rindo enquanto pode. Quero te ver de joelhos quando eu fizer o gol do título (sorri).

 

CLÁUDIO: Você tem certeza mesmo disso? A pressão é grande, você sabe...

 

ROGER: (nervoso) Olha a cara dele... (acena para Bruno) Por que vocês o encorajam e não podem fazer o mesmo por mim? Como sabem que ele aguenta a pressão se mal se adaptou à cidade?  (olha seriamente para Cláudio) Muito obrigado, melhor amigo... Jamais vou esquecer a força que está me dando.

 

Ele se vira e se desloca até os outros rapazes. Cláudio o olha, sentido.

 

CLÁUDIO: Roger, espera...

 

ROGER: (para os rapazes) Alguém pode me passar a bola?

 

Nesse instante ouve-se um apito ensurdecedor. Os jogadores colocam as mãos nos ouvidos e em seguida se prontificam em linha reta. A câmera se movimenta, mostrando Paulo caminhando até eles.

 

PAULO: (sorrindo) É bom saber que já respeitam o efeito apito... Sem mais rodeios, os novatos que querem uma vaga no time à minha direita, já!

 

Nove rapazes se posicionam à direita do treinador. Paulo abre a boca para falar, mas para ao ver Gustavo chegando correndo.

 

GUSTAVO: (se inclinado e tentando recuperar o fôlego) Desculpe e atraso...

 

PAULO: (se aproximando) Vou relevar, mas que fique bem claro... (voz grossa e pausada) Eu odeio atrasos.

 

GUSTAVO: (com os olhos arregalados) Okay.

 

Cláudio o olha e fecha a cara. Gustavo corresponde com um sorriso provocativo e um sinal de joia com o polegar.

 

PAULO: O teste é muito simples... Deem o melhor e o melhor entrará. Vocês jogarão contra os remanescentes do campeonato passado, revezando entre si. Ao final de uma partida inteira, bato o martelo. Entenderam?

 

Os rapazes concordam com a cabeça. Paulo leva o apito à boca e assopra.

 

Música: The Ataris - San Dimas High School Football Rules

 

PAULO: (batendo palmas) Então vamos começar!

 

Os rapazes se posicionam em quadra e logo várias cenas e cortes do teste são mostradas. Cenas como, Cláudio com a bola dando um drible no meio das pernas de um rapaz e tocando para Felipe, que dribla dois rapazes e chuta em gol. A bola entra. Ele corre até Cláudio e os dois se cumprimentam.

 

Roger está com a bola. Ele tenta passar por um rapaz, mas perde. Gustavo recupera, avança, dribla Felipe e fica de frente com o goleiro, chutando a bola para fora. Cláudio o olha e sorri de forma provocativa.

 

Cláudio está com a bola. Ele tenta fazer graça, passando por um rapaz e tentando girar o pé por cima da bola, mas acaba perdendo. Close no rosto de Paulo, que parece não gostar do que viu.

 

Roger está frente a frente com o goleiro, ele chuta no canto e esquerdo e faz o gol. Cláudio sorri e tenta cumprimentá-lo. Roger o ignora.

 

Gustavo com a bola tenta passar outra vez por Felipe, dando-lhe um drible desconcertante. Cláudio aparece e joga-lhe o corpo, derrubando-o. Gustavo levanta o braço.

 

GUSTAVO: Falta! Isso foi falta!

 

PAULO: Endurece mais esse corpo mole, rapaz!

 

Gustavo olha para Cláudio e fecha a cara. Cláudio sorri em tom provocativo. A câmera gira mostrando Bruno driblando todos que aparecem à sua frente, fazendo um gol no ângulo do goleiro. Close em Paulo que balança a cabeça positivamente.

 

Corta para Gustavo fazendo o gol. Roger fazendo o gol. Cláudio e Gustavo disputando a bola e Gustavo levando a melhor. Bruno chutando do meio da quadra e fazendo outro gol. Paulo faz sinal para que Cláudio se aproxime.

 

PAULO: Tá pensando que está num desfile? Jogue sem firulas.

 

CLÁUDIO: É só um treino...

 

PAULO: Eu não sei como era o treinamento com o seu antigo treinador, mas o comigo o buraco é bem mais embaixo. Então siga apenas o que eu digo e não retruque.

 

CLÁUDIO: (incomodado) Roma. 

 

PAULO: (fechando a cara) Como é que é?

CLÁUDIO: O nome dele era Roma, tenha mais respeito ao se referir a ele.

 

Paulo o encara por alguns segundos. Felipe, percebendo a tensão ente os dois, puxa Cláudio, levando-o para o outro lado da quadra.

 

FELIPE: (para Paulo) Não liga não treinador, ele está com a cabeça quente porque descobriu que é adotado. (para Cláudio) Ficou maluco?

 

CLÁUDIO: Você ouviu o que ele disse sobre o Roma?

 

FELIPE: Sim, e não disse nada demais. Segura a onda aí.

 

Cláudio respira fundo e se acalma. Paulo fica observando de forma extremamente séria. Após alguns segundos, a tela escurece.

 

 

Abre mostrando os candidatos em fila. Paulo passeia de um lado para o outro, olhando seriamente para todos. Cláudio, Felipe e outros dois rapazes estão perto da grade.

 

PAULO: Não sou palestrante, então vou direto ao ponto. Quem eu for apontando, dê um passo à frente.

 

Paulo aponta para um rapaz, que respira aliviado e avança um passo. Aponta para outro rapaz, que também respira aliviado e acompanha o outro. Aponta para mais, que repete o mesmo ato dos dois primeiros. Aponta para outro e para outro, que fazem a mesma coisa que os demais. Close nos cinco da frente, notoriamente felizes, enquanto os que estão atrás, se mostram desanimados.

 

PAULO: A turma da fila da frente, estão dispensados, obrigado.

 

Corta para Cláudio e Felipe que se entreolham, incrédulos. Os garotos da frente ficam sem reação. Paulo faz sinal com as mãos para eles saírem, que tristemente se deslocam, saindo da quadra. Paulo caminha passos leves até Roger, Bruno, Gustavo e mais dois garotos. Ele aponta para um dos rapazes, que dá um passo à frente, bastante receoso.

 

PAULO: Você está dentro, jovem.

 

O garoto esboça um largo sorriso. Paulo faz sinal com a cabeça para que ele saia da frente. O garoto vai até Cláudio e os outros. Paulo aponta para mais um, que feliz, corre na direção dos demais.

 

Close em Bruno, Gustavo e Roger que sobraram. Paulo caminha olhando atentamente para os três. Ele para e aponta Bruno que respira aliviado e dá um passo à frente. Bruno acena para Cláudio, que responde com um sorriso. Paulo fica parando de frente para Gustavo e Roger. Close na expressão apreensiva dos dois. Após alguns segundos, Paulo aponta para Gustavo, que não contém a euforia e comemora. Roger fecha os olhos, desapontado. Segundo depois se vira e começa a caminhar na direção do vestiário. Cláudio o olha com pesar e vai até o treinador.

 

CLÁUDIO: Treinador... O senhor não poderia abrir uma exceção? O que são cinco, para quatro?

 

PAULO: Se quiser ceder seu lugar a ele, pode ir lá informá-l0.

 

Paulo sai. Cláudio permanece no mesmo lugar, frustrado. Felipe se aproxima.

 

CLÁUDIO: Não é cedo pra dizer que eu odeio esse cara.

 

 

Vista aérea de Bom Destino. É noite. A câmera desce, mostrando Helen que está parada na fachada de sua casa, pensativa.

 

Música: Alanis Morissette - That I Would Be Good

 

Ela respira fundo e sobe alguns degraus, ficando de frente para a porta. Close em sua feição receosa.

 

 

Condomínio. Roger está sentado no balanço do playground, visivelmente abatido. Cláudio aparece, se aproximando devagar e ficando de frente para ele.

 

Cont. Alanis Morissette - That I Would Be Good

 

CLÁUDIO: Eu lhe devo desculpas.

 

ROGER: Deixa pra lá...

 

CLÁUDIO: Mas eu preciso. Eu fui um péssimo amigo hoje. Claro que deveria ter te apoiado, assim como fez comigo ano passado. Desculpa, irmão.

 

ROGER: Está desculpado. Mas nem é por isso que estou desse jeito.

 

CLÁUDIO: (sentando na balança ao lado) Quer conversar?

 

ROGER: Ela nem me ligou para saber como foi o teste... Pra saber como estou. Ela parece que não está nem aí.

 

CLÁUDIO: Quanto tempo está aqui?

 

ROGER: Uma, duas horas, não sei... Por quê?

 

CLÁUDIO: E está com o celular aí?

 

Roger o olha e ri levemente. Cláudio ri também.

 

CLÁUDIO: Vai que nesse meio termo ela esteja desesperada atrás de notícias suas?

 

ROGER: Está bem, conseguiu se redimir. Mesmo que seja um argumento pouco válido, já que ela podia ter vindo me procurar.

 

CLÁUDIO: Fica tranquilo, por mais que a química entre vocês seja alta demais, todo namoro passa por uma fase ruim. Vocês superam isso.

 

Roger mexe com a cabeça, concordando. Um breve silêncio toma conta.

 

ROGER: Acha que seremos sempre melhores amigos?

 

CLÁUDIO: Não consigo ver de outra forma.

 

ROGER: Lex e Clark eram melhores amigos antes de serem grandes inimigos.

 

CLÁUDIO: Lex e Clark, personagens de uma série de tv? Já te falei pra parar de assistir esse tipo de coisa, você se impressiona muito fácil. 

 

ROGER: Mas pensa comigo...

 

A voz de Roger é encoberta pela música que aumenta. A câmera começa a se afastar dos dois, mostrando o playground num ângulo aéreo por alguns segundos.

 

CLÁUDIO: (em off) Disse o sábio uma vez... “Existe uma grande felicidade em saber que está no lugar certo e na hora exata, e que de uma forma ou de outra, se é útil as pessoas que precisam de alguém. Esse é o segredo da amizade”.

 

Ao som da mesma música, a tela transparece para Helen ainda parada na porta de casa. Corta para dentro. Marcia coloca um pequeno bolo com velas acesas em cima da mesa. Rosa, sentada, esboça um leve sorriso e após alguns instantes, se inclina e assopra as velas.  Quando volta a encostar-se na cadeira, aparenta sentir algo e levanta imediatamente, saindo da cozinha. Corta para ela chegando até a porta e abrindo-a. Close em sua expressão de felicidade que aos poucos dá lugar ao desanimo. A câmera se movimenta, mostrando que não há ninguém do lado de fora. Rosa abaixa a cabeça e fecha a porta.

 

 

Ainda ao som da mesma música, vemos Helen caminhando por uma rua qualquer. Seus olhos lacrimejam.

 

 

Um banheiro. O som cessa, dando lugar ao barulho do chuveiro. A câmera se aproxima do box, onde é possível ver o corpo de uma mulher se ensaboando. A imagem transparece para dentro, mostrando a água caindo. Desce e vemos o rosto de Vera, que está com os olhos fechados e com aparência tranquila. Após alguns segundos, ela abre os olhos e esboça uma expressão de dor, inclinando-se para baixo. Instantes depois levanta uma das mãos e arregala os olhos de espanto. Close na mão ensanguentada. A câmera muda para o lado externo do box. O vapor toma conta da tela, encobrindo completamente a visão. Corta para os créditos finais.

 

 

 


 

CRÉDITOS FINAIS

 

CRIADO E ESCRITO POR:

 

Thiago Monteiro

 

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

 

Heather Tom como Marcia

 

MÚSICA TEMA

 

Switchfoot - Meant To Live

 

TRILHA SONORA

 

Lifehouse – Blind

Michelle Branch - All You Wanted

Remy Zero - Perfect Memory

Goo Dolls - Stay With You

The Ataris - San Dimas High School Football Rules

Alanis Morissette - That I Would Be Good

 

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