Vista
aérea
de um bosque. É noite e chove bastante. Corta para
uma garota correndo, mas que só podemos ver de costas.
Logo um
rapaz corre também e alcança a garota, agarrando-a. A
câmera muda para a frente dos dois, mostrando então se
tratar de Cláudio e Larissa. Música: Joan Osborne - One of Us LARISSA:
(feliz)
Você é rápdio mesmo. CLÁUDIO:
(sorrindo) Eu disse que não ia deixá-la escapar de mim
tão facilmente. Larissa
passa
a mão no rosto dele, fazendo carinho. Cláudio se
inclina e a beija com bastante paixão. Após alguns
segundos eles afastam seus lábios e se olham com bastante
ternura. CLÁUDIO:
Eu
sabia que aquele negócio de terminar era da boca pra fora. LARISSA:
É mesmo? E como tinha tanta certeza? CLÁUDIO:
Porque
nascemos um para o outro. Fomos predestinados a ficarmos
juntos. LARISSA: Não tem como não concordar,, tanto que bastou meia hora para eu
perceber que
estava cometendo o maior erro da minha vida. CLÁUDIO:
Não vamos mais falar sobre isso. O importante é que
continuamos juntos. E felizes. LARISSA:
Eu te
amo, Cláudio, do fundo do meu coração. CLÁUDIO:
(sorrindo) Eu te amo minha princesa... Do fundo do meu
coração também. Larissa
o
puxa e eles voltam a se beijar, dessa vez com mais
ardência.
Lentamente a câmera começa a se afastar, ao mesmo tempo em
que ouvimos o som de um despertador, que vai se tornando
mais forte na
medida em que a tela escurece. A
imagem abre e fecha, mostrando um despertador na
cabeceira. Corta para
Cláudio deitado na cama, ele abre bem os olhos rapidamente
e
paga o despertador. CLÁUDIO:
Não! Não! (começa a
bater com o aparelho na cabeceira, nervoso) Não! Não!
Não! Não! Ele
joga
o aparelho no chão, que para de tocar imediatamente. A
porta abre e Bruno entra, preocupado. BRUNO:
(preocupado) O que aconteceu? Você está bem? CLÁUDIO:
Se
estou bem? Não primo, eu não estou bem. Fui conseguir
pegar no sono lá pelas cinco da manhã e infelizmente
esqueci de desligar esse maldito despertador! BRUNO:
(olhando para o despertador) Bom, acho que agora ele não
liga
mais... Problema resolvido, pode voltar a dormir. CLÁUDIO:
Eu
não vou conseguir voltar a dormir, especialmente voltar para
o
mesmo sonho... BRUNO:
Por
favor, me diga que não estava sonhando com ela? Cláudio
acena
de leve com a cabeça. Bruno o olha de forma
solidária. Cláudio fica pensativo por alguns instantes e
olha para o celular na mesinha. CLÁUDIO:
(levantando) Eu vou ligar pra ela. Bruno
se
antecipa e pega o celular. Cláudio o olha com
repreensão. CLÁUDIO:
Que
diabos você está fazendo? BRUNO:
Eu
não vou deixar você fazer isso, primo. Vocês
recém terminaram e ela sequer deve ter parado ainda para
pensar
no que aconteceu. CLÁUDIO:
Ela
já deve estar arrependida... (estende a mão) Me dê
o celular. BRUNO:
Se
está arrependida, então por que não te ligou ainda? CLÁUDIO:
Porque
ela me conhece e deve estar com medo que eu a rejeite...
(faz sinal com
a mão estendida) Me dê... BRUNO:
(balançando negativamente a cabeça) Não... Vai
dormir, primo. Cláudio
avança
e tenta pegar o aparelho da mão de Bruno, que
recua, levantando o indicador. CLÁUDIO:
(sério) Me dê o celular... BRUNO:
Já disse que não. CLÁUDIO:
Bruno... Me dá logo a droga desse celular! (nervoso)
Agora! BRUNO:
(recuando ainda mais) Lamento primo, mas é para o seu bem. Cláudio
pula
em cima de Bruno. Eles caem e rolam no chão. O celular
começa a rodar, parando próximo da porta. Cláudio,
em cima do primo, avista o aparelho e tenta ir até ele.
Bruno
segura a perna dele. Cláudio começa a se arrastar
até que finalmente consegue pegar o celular. Ele comemora.
CLÁUDIO:
(comemorando) Quero ver quem vai me impedir agora! BRUNO:
(levantando) Está bem, vá em frente... Mas sabe o que vai
acontecer? Ela vai confirmar o término do namoro e dessa
vez,
vai doer ainda mais. CLÁUDIO:
(levantando) Tá, tá, ô especialista em
relacionamentos. Todo mundo ataca de psicólogo nessas horas.
Agora me deixa em paz que eu tenho uma ligação para
fazer. BRUNO:
Eu
torço muito, muito mesmo, para estar errado e que ela assim
que
atender, te peça perdão. Mas no mínimo você
vai acabar se humilhando. Não faça isso, cara. Bruno
balança
a cabeça e sai. Cláudio olha para o
celular, pensativo. Segundos depois coloca de volta na
mesinha. Ele
anda até a cama e senta, entristecido. A tela escurece.
Vista
aérea
da praça da cidade. É dia. Várias
barracas estão espalhadas por toda parte, bandeiras
coloridas e
pessoas transitam pelo local. Corta para Cláudio e Bruno
que
estão caminhando devagar pela calçada. Cláudio
está de óculos de sol e segura um copo branco de
plástico na mão. Música:
Spoon - The Underdog BRUNO:
O que
tem de tão especial nesse suco pra gente ter esperado mais
de
vinte minutos por ele? CLÁUDIO:
(bebendo-o) O preço salgado, porque é pior do que desses
de saquinho... Mas de repente me pareceu uma boa ideia ficar
vinte
minutos em uma fila, só isso. BRUNO:
É, de certa forma é compreensível. CLÁUDIO:
Faria o
mesmo por uma bala. Helen
e
Amanda aparecem e ficam de frente para eles que param. AMANDA:
Olá meninos... BRUNO:
(sorrindo) Oi Amanda... (aumenta o sorriso) Oi Helen. Helen
retribui
o sorriso e olha para Cláudio que permanece em
silêncio, bebendo o suco. HELEN:
Tudo
bem, Cláudio? CLÁUDIO:
(sorrindo forçadamente) Bem, perfeitamente bem. AMANDA:
Fiquei
sabendo que você foi ontem na casa da Lari...
Como
ela está? CLÁUDIO:
Não poderia estar melhor. Amanda
e
Helen se olham, desconfiadas. Cláudio bebe o suco. Bruno
olha
para elas, sem graça. CLÁUDIO:
Foi
ótimo falar com vocês. Ele
sai.
Bruno olha para as meninas, novamente sorrindo amarelo. BRUNO:
Ele
está chateado porque teve que voltar mais cedo por causa do
castigo... Vejo vocês em breve. Tchau. Ele
sai
apressadamente. Amanda e Helen se olham outra vez. AMANDA:
Aconteceu alguma coisa grave com o casal.
HELEN:
Por que
acha isso? AMANDA:
Porque
o castigo deles acabou ontem. HELEN:
(erguendo as sobrancelhas) É verdade... O que será que
aconteceu? AMANDA:
Está curiosa ou preocupada com o ex
melhor amigo? HELEN:
É claro que eu me preocupo com ele, isso não mudou,
apesar do nosso afastamento. AMANDA:
(sorrindo) Que fofo... Agora podemos ir de uma vez? Não vejo
a
hora de saborear o cardápio da dona Rosa. HELEN:
(sorrindo) Ai que prejuízo você está me dando. AMANDA:
(sorrindo)
O
que eu posso fazer se aquelas mãos são perfeitas para
cozinhar? Amanda
engancha
no braço dela e as duas voltam a caminhar pela
calçada. A câmera muda novamente para uma visão
aérea da praça, mostrando o movimento por alguns
instantes. Casa
de
Cláudio. Silvia abre a porta e Lucio aparece do outro
lado. Cont.
Spoon - The Underdog SILVIA:
(respirando fundo) Lucio... LUCIO:
(sorrindo) Oi Silvia... Posso entrar? Silvia
faz
sinal com a cabeça para que ele entre. Lucio entra e
caminha
até a sala. Silvia o segue. SILVIA:
O que
está fazendo aqui? LUCIO:
Acho
que já te dei tempo suficiente para esfriar a cabeça e
pensar melhor. Está na hora de conversarmos a respeito. SILVIA:
Eu
disse da última vez e vou repetir, não. LUCIO:
Silvia,
eu não posso ser condenado agora, por algo que eu fiz no
passado. Nós mesmos combinamos quando reatamos que o que
ficou
pra trás, está lá atrás. SILVIA:
Acontece que um filho não estava em cogitação,
então... LUCIO:
Sim,
mas a criança existe e não há como voltar
atrás... Você precisa aceitar e me perdoar por isso. SILVIA:
Como ousa dizer que eu preciso fazer alguma? Em anos de um casamento
destruído eu nunca te trai, mesmo você merecendo cada vez
que se aventurava por aí. Você que se divertiu, você
que teve prazer, agora você que lide com todas as
consequências sozinho. Eu não quero saber disso.
Não vou ajudar a criar uma criança fruto de uma
traição, por mais que o coitadinho não tenha culpa
dos pais que tem. O
celular toca. Silvia atende e sorri. SILVIA:
(sorrindo) Hei... Só um minuto que já estou descendo...
(olha para Lucio e se desloca) Eu preciso ir. LUCIO:
Quem
era no telefone? SILVIA:
(indo
até a porta) Um amigo. LUCIO:
(seguindo-a) Um amigo? Que amigo? E aonde você vai? SILVIA:
(abrindo a porta e saindo) Não é da sua conta, Lucio...
Não te devo mais satisfações. LUCIO:
(parando do lado de fora) Nós ainda somos casados e você
me deve sim satisfações. SILVIA:
(trancando a porta) Não, não devo... Por anos você
fez um monte de besteiras sem me dar satisfação alguma.
Até a aparição desse filho o Cláudio soube
primeiro que eu. Estou cansada de viver à sua sombra. LUCIO:
O que
você está querendo dizer com isso? Vai começar a se
aventurar por aí agora? SILVIA:
(caminhando pelo jardim) Não seja ridículo, eu não
sou uma vagabunda... (sorri) Vou esperar até assinarmos os
papeis. LUCIO:
(seguindo-a) E se eu me recusar a assinar? SILVIA:
Nada
que
um bom advogado não dê um jeito... (parando e olhando-o)
Agora preste atenção, não quero saber de nenhuma
cena quando eu me encontrar com o meu amigo ali embaixo,
entendeu? LUCIO:
Eu
não prometo nada. SILVIA:
Então fique aqui e espera que eu saia. LUCIO:
(pensativo) Acho que não, quero conhecer esse seu amigo. Silvia
revira
os olhos e balança a cabeça, em
reprovação. Ela se desloca e volta a descer a rua. Lucio
a segue. LUCIO:
Você deve estar adorando isso tudo, não está? Casa
de
Helen. Amanda está na sala, sentada no sofá e com o
controle remoto na mão. Ela muda de canal insistentemente.
A
câmera passeia até a cozinha, onde Helen está em
pé, de frente para a mesa. Ela parte algum doce em uma
tigela.
Rosa um pouco mais afastada coloca os pratinhos em cima da
mesa. HELEN:
Alguém ligou pra mim? ROSA:
Não, ninguém ligou não. HELEN:
Ontem
à noite, ninguém? ROSA:
(olhando-a) Você pediu espaço, ela só está
respeitando sua decisão. HELEN:
(sorrindo disfarçadamente) Quem disse que eu estou falando
nela?
Não podia ser sobre o Léo? ROSA:
Bom,
sendo assim o Léo também não ligou pra
você... Quer dizer, nunca ligou. HELEN:
Nem
estou pensando mais nele mesmo... ROSA:
E a
respeito de sua mãe, ela me liga quase todos os dias pra falar comigo e saber como você
está. HELEN:
(subindo as sobrancelhas) Hum, legal. Vocês são amigas
agora? ROSA:
Fomos
obrigadas a conviver um certo período juntas. Helen
sorri
e acena de leve com a cabeça, voltando a se concentrar no
doce. ROSA:
Mas
você tem o número dela, fique à vontade para
telefonar e convidá-la para vir aqui... Eu não irei me
opor. HELEN:
Obrigada, mas não estou pensando nisso. ROSA:
(sorrindo) Sua escolha. Corta
para
a sala. Amanda fala ao celular. Helen aparece com dois
pratos
pequenos. O doce ainda não é identificável. AMANDA:
(ao
celular) Okay, te espero em
casa
então... Até mais. (levanta)
Preciso ir. HELEN:
Por
quê? AMANDA:
Alguém está indo para a minha casa e preciso estar
lá para recebê-la... De noite você saberá de
tudo certinho, eu prometo. (olha
para o
prato) Isso é... HELEN:
(sorrindo) É... AMANDA:
(pegando o prato) Posso esperar alguns minutos... (fazendo
expressão de prazer) Hum, coisa divina! (falando
alto) Obrigada dona Rosa! ROSA:
(em
off) Disponha querida. AMANDA:
Então, eu venho te buscar ou nos encontramos na praça? (sorri de forma provocativa) Ou o
Bruno é
que vem te buscar? HELEN:
(fazendo careta) Eu não marquei nada com o Bruno, tá bom,
bobinha? Mas pode fazer bastante sala para essa sua visita
misteriosa
aí, a gente se encontra na praça mesmo. AMANDA:
(terminando o que tem no prato e entregando a Helen) Okay então... (a beija no rosto) A
gente
se vê. Amanda
se
vira e sai apressadamente. Helen ergue as sobrancelhas e
balança negativamente a cabeça. Depois sorri e senta-se
no sofá. Quarto
de
Cláudio. Ele está deitado na cama, abatido e
pensativo. Ouve-se duas batidas na porta. Cláudio olha na
direção da mesma e ignora. Novamente batem na porta. Ele
bufa e levanta, abrindo-a. Roger aparece do lado de fora,
com
expressão de pena. Ele se aproxima de Cláudio e lhe
dá um forte abraço solidário. CLÁUDIO:
(não correspondendo ao abraço) Para com isso, Roger! ROGER:
(se
afastando) É num momento de dor como esse que devemos nos
unir,
meu amigo! CLÁUDIO:
(bufando) Eu mato o Bruno, juro que eu mato. ROGER:
Quanto
a isso, como seu melhor amigo, eu deveria ser o primeiro a
saber que
seu namoro com a Larissa foi pelos ares. CLÁUDIO:
Não foi pelos ares e não há necessidade que isso
se espalhe, tudo bem? ROGER:
(fazendo expressão de pena) Você está em
negação, conheço bem esse estágio. CLÁUDIO:
(nervoso e virando-se para a cama) Não estou em
negação. Nós tivemos um desentendimento, ela quis
terminar, mas tenho certeza que está arrependida e vamos
voltar. ROGER:
Okay, não vou insistir no que
está
obvio... Mas pelo menos ela não te traiu, né? Cláudio
não
responde e olha na direção da janela. Roger
arregala os olhos. ROGER:
Traiu? CLÁUDIO:
Eu
não sei... Quero acreditar que não. ROGER:
Então existe um terceiro no meio? CLÁUDIO:
(nervoso) É, existe um idiota que gosta dela e talvez tenha
mexido com sua cabeça pelo fato dela estar carente... Mas
não é porque sua namorada colocou um chifre na sua
cabeça, que todos os relacionamentos terminam assim. ROGER:
(sorrindo) Quem diria que você é tão péssimo
na fossa quanto eu? CLÁUDIO:
(se
acalmando) Eu não estou na fossa. ROGER:
Tá bom, se você diz, eu acredito... (se senta ao lado
dele) O que você quer fazer? CLÁUDIO:
Ficar
sozinho seria uma opção? ROGER:
De
forma alguma... Te direi o que iremos fazer... Eu, tu e o
Brunão
vamos juntos na festa da cidade hoje à noite. CLÁUDIO:
É,
não,
não estou a fim de festividades hoje. ROGER:
Você tem duas escolhas, uma, sairá conosco para distrair a
mente ou a segunda, terá que aguentar minha péssima maneira
de tentar colocar alguém pra cima, com filmes como Titanic,
Diário de uma paixão, Um amor para recordar... Só
filmes alegres e nem um pouco românticos. CLÁUDIO:
(respirando fundo) Roger, eu estou bem, de verdade. ROGER:
(dando
os ombros) Você que sabe... Mas a noite será longa, muito
longa. CLÁUDIO:
(após alguns segundos) Okay,
você venceu. Eu vou nessa festividade só pra
me livrar dessa sessão torturante de
filmes, mas por poucas horas, entendeu? ROGER:
(sorrindo) De acordo... (levantando) Vou lá pra casa tomar
banho
e passo aqui mais tarde. CLÁUDIO:
(concordando com a cabeça) Eu vou pro banho também. Ele
levanta,
Roger vai até a porta. Antes de sair ele olha para o
amigo. ROGER:
Hei... Cláudio
o
olha. Roger acena com a cabeça. ROGER:
Você vai superar isso, cara... Sou prova viva que vai. Cláudio
sorri
de leve para ele. Roger sai. A câmera dá um close no
rosto de Cláudio que fica pensativo por alguns instantes.
A tela
escurece. Abre
mostrando
o centro da cidade numa vista aérea. É noite.
Há muitas pessoas no local, transitando entre as barracas
e pelo
palco que está montado na avenida. A câmera corta para
Felipe e Nicole que caminham de mãos dadas. Música: Hawk Nelson - Every Little Thing NICOLE:
Que
legal tudo isso, ainda não tinha visto a cidade tão
cheia. FELIPE:
Além da população local, pessoas de cidades
vizinhas também aparecem nessa época do ano. NICOLE:
Interessante, muito interessante. FELIPE:
Mas
sabe o que é mais interessante? Estar aqui com uma garota
linda
como você. Eles
param
e ficam de frente um para o outro. Felipe se inclina para
beijá-la, mas Nicole afasta um pouco o rosto. Felipe
revira os
olhos e bufa. FELIPE:
Até quando vai ficar com essa besteira de não querer
demonstrar afeto em público? NICOLE:
É meu jeito, Felipe... Não vou mudar porque você
acha ruim. FELIPE:
Tá, tá bom... Não toco mais no assunto. Ele
toma
a frente e começa a andar. Nicole vai atrás. NICOLE:
Vai
aonde? FELIPE:
Comprar
alguma
coisa para beber. NICOLAS:
Mas
as
barracas estão cheias... Vai demorar um século até
chegar na sua vez. FELIPE:
Graças a Deus. NICOLE: Felipe? A
câmera gira até Gustavo e Gabriel que caminham pela
avenida. GUSTAVO:
(animado) Olha quantas garotas, Gabe! Se você não se der
bem hoje, pode declarar-se banido da sociedade. GABRIEL:
Posso
saber por que encheu meu saco par vir com você? Nós nem
somos amigos. GUSTAVO:
Porque
menino com cabelo de anjo, sempre vejo você sozinho, sendo
ignorado pela mana, pelas pessoas do colégio... Esse tipo de
rejeição pode trazer trágicas consequências
no futuro. GABRIEL:
Ah
tá e de repente você resolveu agir como bom samaritano? E
eu não sou rejeitado. GUSTAVO:
Você é... Desde que chegou
aqui, quanto amigos já fez? Eles
param.
Gabriel não responde. Gustavo sorri. GABRIEL:
Talvez
eu não tenha feito amigos, mas isso não quer dizer que eu
queira me tornar seu amigo. GUSTAVO:
(colocando a mão no ombro de Gabriel e respirando fundo)
Acredite quando eu digo... Sou sua única esperança. Gabriel
revira
os olhos e volta a andar. Gustavo vai junto. Praça.
Cláudio,
Bruno e Roger estão parados no meio, observando
a multidão. ROGER:
Isso
é bem melhor do que ficar em casa deprimido, fala a verdade?
CLÁUDIO:
(sarcástico) Uhum, tá vendo
como eu tô me divertindo agora?
BRUNO:
Eu vou
procurar uma pessoa... (olha para Cláudio) Tudo bem pra
você? CLÁUDIO:
Vá em frente... A última coisa que eu preciso é
dois marmanjos como babás. BRUNO:
(sorrindo) Rude... (coloca a mão no ombro do primo e faz
cara de
pena) Força aí! CLÁUDIO:
Quer
sair logo daqui? Bruno
ri
e sai. Cláudio revira os olhos e olha para Roger. ROGER:
Relaxa,
meu amigo. Não será o último namoro que você
vai terminar. Cláudio
lança
um olhar furioso a ele. Roger levanta as mãos. ROGER:
Sem
mais gracinhas, prometo. CLÁUDIO:
Quem o
Bruno foi procurar? ROGER:
Provavelmente a Helen... Eu acho que ele está meio apaixonadinho
por ela. CLÁUDIO:
Huh, coitado. Não sabe a fria
que
irá se meter. ROGER:
Não fale assim, é a Helen, seu anjo, lembra? Ela
não está mais tão rebeldezinha
como antes. Está na hora de vocês voltarem a se entender.
Além do mais, ela seria de grande ajuda nesse momento. CLÁUDIO:
Roger,
você tem que me prometer que não vai procurá-la e
nem contar a ela o que aconteceu entre Larissa e eu...
Promete? ROGER:
Como
você quiser... CLÁUDIO:
(desconfiado) Eu preciso que você prometa... E me mostre as
mãos. ROGER:
(rindo)
Qual é, acha que eu cruzaria os dedos? CLÁUDIO:
(nervoso) Agora! ROGER:
Okay! Eu prometo... (mostra as
mãos) Viu?
Sem dedos cruzados. Cláudio
acena
com a cabeça, sorri de leve e começa a andar. Roger
vai logo atrás. Corta
para
um banco. Helen, Bruno e Priscila estão sentados,
conversando. Gustavo e Gabriel aparecem. Música:
Weezer – Perfect
Situation GUSTAVO:
(sorrindo) Olá pessoas lindas! (olha
para Bruno) Você não. HELEN:
(sorrindo) Oi Gu! GUSTAVO:
Adoro
esse seu jeito de se referir à minha pessoa... Priscila
olha
para Gabriel, que vira o rosto ao perceber. Ela franze a
testa,
incomodada. Gustavo a olha. GUSTAVO:
E
aí Pri, o que me diz? Eu
sozinho,
você também... (sobe e desce as sobrancelhas) Musiquinha
ambiente... Huh? PRISCILA:
(sorrindo sarcasticamente) Talvez... GUSTAVO:
(animado) Mesmo? (parando de
sorrir) Em meus
sonhos, certo? Vocês garotas de Bom Destino não sabem o
que estão perdendo. GABRIEL:
Bom,
vejo vocês por aí... Ele
sai.
Todos os acompanham com o olhar, especialmente Priscila. GUSTAVO:
Tão antissocial... Chega de tentar fazer boas
ações. PRISCILA:
(levantando) Já volto. Ela
sai.
Gustavo olha para Helen e Bruno e esboça um sorriso
provocativo. Helen lança um olhar sério a ele. Gustavo
continua sorrindo. GUSTAVO:
Bom,
sobrei... Até mais Helen... (acena para Bruno) Chiclete. Ele
sai.
Bruno olha para Helen, indignado. Helen ri. BRUNO:
Ele
acabou de me chamar de chiclete? Me responde com
sinceridade... Eu
estou te incomodando? HELEN:
(sorrindo) Confie em mim, se você estivesse me incomodando,
nós não estaríamos aqui. BRUNO:
(sorrindo) Okay então... Mas me
cutuque se eu começar a lhe incomodar. HELEN:
Não vai... Estou gostando das histórias de sua cidade...
Conte-me mais. Bruno
sorri
outra vez e começa a falar, mas o som encobre o que ele
diz. Helen presta atenção, sorrindo de forma meiga. Corta
para
Gabriel caminhando pela avenida, com as mãos no bolso. A
câmera mostra ele de frente, onde atrás podemos ver
Priscila se aproximando. Cont.
Weezer – Perfect
Situation PRISCILA:
Será que você poderia parar um instante? Impossível
que não tenha percebido que estou te seguindo. GABRIEL:
(ainda
caminhando) Quando você quer chamar alguém, você
diz,"hei", ou "você", ou talvez pelo nome, Gabriel...
Essas coisas. PRISCILA:
(se
posicionando ao lado dele) Você é meio antipático
sabia? GABRIEL:
Eu sou
antipático? Falou a menina que arma pra cima de todo mundo.
PRISCILA:
Pela
milésima vez, eu não aprontei com você na festa...
Sua irmã já contou que eu a defendi na balada um dia
desses? GABRIEL:
Não, ela continua sem falar comigo... (franze as
sobrancelhas)
Por que a defendeu na balada? PRISCILA:
Porque
eu não sou esse monstro que você pinta que eu sou. GABRIEL:
Eu
não te acho um monstro... Talvez um pouco imatura. PRISCILA:
Nem
imatura... Eu sou madura, muito bem madura. GABRIEL:
(rindo)
Se é isso que prefere acreditar. PRISCILA:
(nervosa) Eu não sou imatura, Gabriel! Olha pra mim! Eles
param
e ficam de frente um para o outro. PRISCILA:
A
partir de hoje você vai andar comigo pra cima e pra
baixo, até tirar de vez toda essa
impressão errada que você tem da minha pessoa. GABRIEL:
Sabe
que você se preocupa demais com o que pensam de você? Olha
pra mim, eu não ligo para o que falam de mim. PRISCILA:
Bom,
ninguém fala de você porque você é quase
imperceptível. GABRIEL:
Mesmo
se falassem, eu não me importaria, porque sei o que sou. PRISCILA:
Ah
tá, se alguém te achasse a pior pessoa do mundo,
você não gostaria de provar a ela que está errada? GABRIEL:
Não, porque eu não dou motivo para me acharem a pior
pessoa do mundo. PRISCILA:
(entortando a boca) É, talvez eu dê de vez em quando
certos motivos... Alguns são propositais, outros não,
como na última vez que nos encontramos. Mas tem algo que eu
penso sobre você... GABRIEL:
Que
seria? PRISCILA:
Você se acha superior, é meio mala, metido, bobo. GABRIEL:
(rindo)
Sério que você pensa isso? Por quê? PRISCILA:
Porque
gosta de ficar isolado, me dá algumas cortadas que me fazem
pensar no quão desagradável deve ser viver contigo. GABRIEL:
Acho
que então eu deveria passar um tempo com você para tirar
essa má impressão toda, certo? PRISCILA:
(sorrindo) Exatamente! Viu, já começamos a nos
entender... (andando) Agora vem, vamos passear. Quero que me
conte como
era sua vida antes de pisar em Bom Destino. GABRIEL:
(acompanhando-a) Não era muito interessante não... PRISCILA:
Não importa, comece a falar... Gabriel
ri
e fala algumas coisas que não percebemos por causa do som
que
aumenta, encobrindo o que ele diz. A câmera muda para uma
visão aérea da avenida cheia. Após alguns segundos
a tela escurece. Abre
mostrando
várias pessoas de frente para o palco, vendo uma banda
tocar. A câmera se afasta, mostrando Cláudio e Roger mais
ao fundo, observando a banda. Música: Plain White T's - Take Me Away ROGER:
Melhorou? CLÁUDIO:
Acho
que não foi tão ruim ter vindo. ROGER:
(sorrindo) Eu disse que seria bom... Nada como uma boa
companhia,
pessoas legais para te colocar para cima, que te fazem rir,
se importam
com você... (fica pensativo) Que sabem usar as palavras
certas,
nos momentos certos. Pessoas que em pouquíssimo tempo,
conseguem
se tornar especiais... Ele
fica
bastante expressivo. Cláudio o olha, franzindo a testa. CLÁUDIO:
Você está bem? ROGER:
(ainda
pensativo) Eu acho que sim... Ele
sorri
e acena de leve com a cabeça. Depois olha para o lado e
arregala os olhos. ROGER:
Oh meu
Deus! CLÁUDIO:
O que
foi? Cláudio
olha
na mesma direção. A câmera se movimenta
mostrando Amanda e Larissa caminhando. Close em Cláudio
que
sorri. ROGER:
Isso
deve ser bom, certo? CLÁUDIO:
Eu disse que ela ia se arrepender... (cutuca o braço do amigo)
Vem,
vamos nos aproximar. ROGER:
Tem
certeza que é uma boa ideia? CLÁUDIO:
Pra que
mais ela iria vir um dia depois de nós terminarmos? Vamos
logo. Corta
para
as duas paradas. Larissa cruza os braços e se mostra um
pouco ansiosa. LARISSA:
Tem
certeza que ele está aqui? AMANDA:
Se eu
conheço bem o palhaço do meu ex,
é óbvio que ele arrastou o Cláudio até aqui
para se distrair. Cláudio
e
Roger aparecem, surpreendendo-as. Cláudio e Larissa trocam
olhares. CLÁUDIO:
Oi
Larissa... LARISSA:
Oi
Cláudio... (após alguns segundos) Podemos conversar? CLÁUDIO:
Claro,
vamos para um lugar mais calmo. Larissa
acena
com a cabeça a e sorri levemente. Eles saem, deixando
Roger e Amanda sozinhos. Eles se encaram. ROGER:
(falando rápido) Eu preciso ir. AMANDA:
(falando rápido) Eu também. Eles
se
dispersam, tomando lados opostos. Uma
barraca.
Felipe e alguns rapazes bebem e conversam animadamente.
Nicole
aparece, nervosa. Cont. Plain White T's - Take Me Away NICOLE:
Posso
falar com você? FELIPE:
O
que é? NICOLE:
A
sós, claro. Felipe
respira
fundo, olha para os rapazes e faz sinal para eles, se
afastando
com Nicole em seguida. NICOLE:
Vai
ficar a noite inteira bebendo com os amigos, fingindo que
sua namorada
não está aqui? FELIPE:
Minha
namorada está aqui? (olha para os
lados) Cadê? NICOLE:
Eu
não estou brincando. FELIPE:
Nem
eu... Então vamos falar bem sério agora. Estou cansado
dessa idiotice de você não poder ser tocada em
público... Eu quero abraçar minha namorada, beijar no
rosto dela, beijar na boca dela, sem me importar com quem
esteja em
volta. NICOLE:
E mais
uma vez eu vou ter que explicar que... FELIPE:
(interrompendo) Eu não tô nem
aí que é o seu jeito de ser. Se fosse desde quando nos
conhecemos, tudo bem, mas na fase da conquista só faltava
você pular em cima de mim e me agarrar na frente de todos.
Então vou te dizer o seguinte, ou deixa de lado essa
frescura
toda ou o namoro acaba aqui. NICOLE:
Está falando sério? Você quer terminar o namoro
porque eu não quero te beijar na frente de uma plateia? Que
coisa mais idiota, Felipe. FELIPE:
Ah, me
perdoa Nicole por ser um cara romântico e querer mostrar a
todos
o quanto eu gosto de você. NICOLE:
Isso
não tem nada a ver com romantismo... Você quer mesmo
é se exibir, isso sim. FELIPE:
Pense o
que achar que deve pensar... Eu não me importo mais. Não
sou eu mesmo que vai sair perdendo com o término do namoro
com
um jogador. NICOLE: Ainda acha que estou com você por interesse? FELIPE:
(dando
os ombros) Eu não disse nada... Mas se a carapuça servir. NICOLE:
(fechando a cara) Se é assim então, está decretado
o fim desse namoro! FELIPE:
(nervoso e falando alto) Ótimo! NICOLE:
(nervosa e falando alto) Ótimo! Ela
se
vira e sai, furiosa. Close no rosto de Felipe que a
observa saindo,
também furioso. Ele se vira e volta para a barraca. Corta
para
um lugar mais afastado. Cláudio e Larissa caminham devagar
e em silêncio. Eles param em determinado ponto, ficando de
frente
um para o outro. CLÁUDIO:
Então, o que queria conversar? LARISSA:
Como
você está? CLÁUDIO:
Levando... E você? LARISSA:
Péssima pelo jeito que terminei com você, por telefone...
Você é muito importante para mim, Cláudio, e merece
mais do que isso. Eu sinto muito. CLÁUDIO: (sério) Espera um instante... Então você não veio aqui porque está arrependida por ter terminado comigo, mas da forma que terminiou? (ri de nervoso) Inacreditável. LARISSA:
Eu
não queria que você ficasse com raiva de mim... Que
pensasse que eu voltei a ser a mesma do passado. CLÁUDIO:
E o que
você espera que eu pense? Eu estava lá, Larissa, a gente
podia ter sentado e conversado... Você podia ter me
explicado os
motivos que te levaram a não me querer mais na sua vida, mas
não, preferiu me deixar ir embora pra
fazer da pior maneira possível. LARISSA:
Eu sei, eu sei que foi cretino da minha parte. Mas quando você
apareceu, eu pensei que talvez, com sua presença, meus
sentimentos fossem mudar, que ainda houvesse uma chance para
nós... Mas só confirmou que nossa conexão havia se
perdido. Um
breve
silêncio toma conta. Cláudio se vira e passa as
mãos no cabelo. Depois se volta para ela. CLÁUDIO:
Vocês estão juntos? Larissa
não
consegue dizer, fazendo expressão de dor.
Cláudio balança a cabeça, inconformado. CLÁUDIO:
Não esperou nem vinte e quatro horas para se atirar nos
braços daquele Victor? Isso está rolando há
quanto tempo então? LARISSA:
Não... Eu não te traí, se é isso que esteja
passando pela sua cabeça. Nós nos tornamos amigos, nos
envolvemos sentimentalmente, mas sempre deixei bem claro que
tinha que
me acertar com você antes de fazer qualquer coisa. CLÁUDIO:
E isso
deveria me deixar melhor? Se o corpo não agia, a mente já
estava entregue há um bom tempo. Ao invés de ter ignorado
minhas ligações, deveria ter encerrado logo essa tortura. LARISSA:
(após alguns segundos) Por favor, não me odeie... Tudo
que passamos juntos, foi mais que especial. São
lembranças que guardarei com bastante carinho... CLÁUDIO:
(interrompendo, nervoso) Besteira! Não comece com aquele
papo
furado de querer ser minha amiga e esse monte de merda. Eu
não
quero e não vou ser seu amigo. Eu quero ser seu namorado, o
homem da sua vida, aquele que lutará pra
te fazer feliz... (morde os lábios) Aquele que seria capaz
de te
amar por toda uma vida... (se aproxima) Larissa, por
favor... LARISSA:
(interrompendo e se afastando, com os olhos lacrimejando)
Não,
Cláudio, não implore para que mude de ideia. Não
se humilhe por mim, você não merece isso. CLÁUDIO:
(após alguns segundos) Realmente, eu não mereço...
(abaixa e levanta o olhar) Então presta atenção no
que eu vou dizer... Vai chegar um momento em que tudo isso irá
passar, e eu, eu vou encontrar alguém que seja verdadeiramente
compatível comigo, alguém que me valorize e me ame da
forma como mereço. E quando isso acontecer, vou entregar meu
coração a essa pessoa e seguir em frente sem olhar para
trás... E se você veio aqui com a intenção
de que tudo fique bem entre a gente, a resposta é simples,
não, não vai ficar. Nesse
instante
as lágrimas começam a escorrer dos olhos de
Larissa. Cláudio se aproxima mais. CLÁUDIO:
Eu
não vou mais querer saber de você, sequer ouvir falar no
seu nome... Apague meu número de sua agenda, meu e-mail,
tudo
que possa interligar nós dois. E se um dia aparecer na
cidade,
não perca seu tempo pensando em me visitar, porque terei o
prazer de não te receber. Larissa
não
se segura e chora. Cláudio a encara com os olhos
vermelhos, ao mesmo tempo em que se segura para não
chorar. CLÁUDIO:
Você fez sua escolha, Larissa... E torço muito para que
não venha se arrepender futuramente, porque essa foi
última chance que eu te dei. Nesse
instante
Cláudio a encara por breves segundos. A
introdução da música começa a tocar. Música:
Oasis
- Don't Look Back In Anger CLÁUDIO:
É hora de finalmente começar a olhar pra frente. Ele
abaixa
a cabeça e passa por ela. Larissa levanta o olhar,
chorosa e se vira, acompanhando-o com dor, enquanto se
afasta. Ela se
encosta em uma árvore e chora ainda mais. Avenida.
Gabriel
e Priscila caminham devagar, conversando amistosamente. Cont.
Oasis
- Don't Look Back In Anger PRISCILA:
Até o momento, o que está achando da cidade, do
colégio? GABRIEL:
Bom,
tirando certas situações embaraçosas que me
meteram... (eles se olham e sorriem) Estou gostando daqui.
As pessoas
em sua maioria são simpáticas. PRISCILA:
(sorrindo) E claro que eu me
enquadro
nesse grupo simpático, certo? GABRIEL:
(rindo)
Totalmente... Você me encantou logo no primeiro soco no
nariz. Eles
riem
e caminham em silêncio por alguns segundos. PRISCILA:
Desculpa por te usar uma vez e fazer pensar que foi usado na
outra
vez... Você é uma boa pessoa, Gabriel. GABRIEL:
(sorrindo) Não sou mais antipático? PRISCILA:
Está perdendo um pouco disso... E sobre mim? GABRIEL:
O que
sobre você? PRISCILA:
Não tem nenhum elogio sincero a me fazer? GABRIEL:
Até poderia dizer que estou começando a tirar a má
impressão que você tanto deseja, mas isso iria implicar em
outra coisa... PRISCILA:
Que
seria? GABRIEL:
Nosso
combinado de não se falar mais depois disso. PRISCILA:
(sorrindo) Oh, entendo... Está com medo de gostar da minha
pessoa e sentir falta depois? GABRIEL:
(sorrindo) Estou mais preocupado é com você. Eles
se
encaram sorrindo. A câmera muda para um ângulo
aéreo onde podemos vê-los pelas costas. Praça.
Roger
está parado no meio da praça, olhando para os lados
e franzindo a vista, procurando algo. Ele sorri ao
encontrar. A imagem
se movimenta mostrando Livia
poucos metros
dali. Um rapaz se aproxima dela e começa a dizer algo que
a
anima. Ela faz que sim com a cabeça e rapaz sai. Close no
rosto
de Roger que parece não ter gostado do que viu. Ele vai
até ela. Corta para os dois. Cont.
Oasis
- Don't Look Back In Anger ROGER:
(sorrindo) Hei! LIVIA:
(sorrindo) Hei! Como você está? ROGER:
Bem,
muito bem... O que aquele cara queria com você? LIVIA:
Agora?
Ele me chamou para conversar depois do show... Acredita
nisso? ROGER:
E o que
você respondeu? LIVIA:
(sorrindo) Que seria um prazer me encontrar com ele mais
tarde. ROGER:
Você sabe que a intenção dele não é
só conversar, certo? LIVIA:
(concordando com a cabeça) Uhum,
estou ciente disso. ROGER:
E mesmo
assim você vai? Por quê? LIVIA:
(erguendo
as
sobrancelhas) Porque eu sou adolescente e é isso que os
adolescentes fazem, ficam. ROGER:
Nem
todos... Você mesma disse que não sabia se divertir e que
se apegava fácil, lembra? LIVIA:
É, pois é... Estou querendo
mudar isso. Está na hora de me soltar um pouco mais. ROGER:
(pensativo) Aceitou ficar com ele só pra
me deixar com ciúmes? LIVIA:
Roger,
eu nem sabia que você estava assistindo a cena, tenha dó
né? ROGER:
(após alguns segundos) Eu veto. LIVIA:
Você veta o quê? ROGER:
Como
seu amigo, exerço meu direito e veto sua ficada com esse
mané aí. LIVIA:
E como
sua amiga e não sua propriedade, não aceito qualquer tipo
de veto e afirmo que vou beijar e muito a boca carnuda
daquele gato,
você querendo ou não. ROGER:
Então tá... Só que eu não vou sair do seu
lado até deixá-la na porta de sua casa. Então se
for mesmo beijar os lábios carnudos desse
cabra, vai me ter como vela o tempo todo. LIVIA:
Deixa
eu ver se entendi... Você não está preparado para
assumir algum tipo de relacionamento e eu sou obrigada ficar
presa a
você? ROGER:
(olhando na direção do palco e sorrindo) Linda
música, não acha? LIVIA:
Estou
falando sério, Roger. ROGER:
Eis
aqui o que está acontecendo... Não quero ficar longe de
você e não quero que seus lábios beijem os de mais
ninguém. Passei o dia inteiro sentindo sua falta e talvez
tenha
percebido que sim, estou totalmente envolvido na sua. A
câmera se aproxima do rosto de Livia
que sorri de forma emocionada. Close no rosto de Roger que
sorri
também. Corta
para
Helen e Bruno conversando sentados em um banco. Larissa
aparece.
Helen sorri ao vê-la. Música: Jet - Look What You've Done [tocando em
todas as cenas
até o final] LARISSA:
Oi
Helen... HELEN:
Oi
moça, quanto tempo? LARISSA:
Posso
falar com você um instante? HELEN:
(preocupada) Claro... BRUNO:
(levantando) Eu vou procurar meu primo... Bruno
sai.
Larissa vai até Helen e senta ao lado dela. LARISSA:
Já sabe o que aconteceu? HELEN:
Acho
que imagino... Sinto muito. Larissa
olha
para a frente por alguns instantes. LARISSA:
Houve
um tempo que eu comecei a odiar vir pra cá porque o meu
namorado
ao invés de ficar com quem ele tanto dizia amar, estava o
tempo
todo preocupado com outra pessoa... (a olha) Você... HELEN:
Por
favor, espero muito não ter sido o motivo de vocês dois... LARISSA:
(interrompendo-a) Não, não se preocupe com isso... A
verdade é que ele vai precisar muito de um amigo de verdade
agora, e chegou a hora de fazer sua parte. (após alguns
segundos) Cuide dele, okay?
Helen
movimenta
a cabeça, acenando de leve. Os olhos de Larissa se
enchem de lágrimas. A imagem se afasta transparecendo a
tela
para o palco. Close
em
uma banda tocando a mesma música. A câmera se movimenta
entre as pessoas até parar em Roger e Livia
que assistem ao show. Roger a olha, admirado. Segundos
depois ela o
olha também, com a mesma admiração. A imagem desce
lentamente até suas mãos, que seguram uma na outra. Um
lugar
não identificado. Gabriel e Priscila conversam sentados em
um pequeno muro. Eles gesticulam e riem. Foca essa cena
por alguns
instantes. Praça.
Larissa
caminha tristemente, de cabeça baixa. Ela para no meio
da praça, observando o movimento das pessoas. Amanda
aparece e
olha com pesar para a amiga. Segundos depois ela se
aproxima e as duas
se abraçam. Casa
de
Cláudio. Silvia está sentada no sofá,
assistindo televisão. Ouve-se alguns passos se
aproximando. Ela
olha para o lado. Cláudio está parado próximo ao
sofá, olhando para a frente e com as mãos no bolso. SILVIA:
Oi meu
amor.... Senta aqui. Cláudio
esboça
um leve sorriso e senta-se ao lado dela. Ele continua
olhando para a frente. SILVIA:
Está tudo bem? CLÁUDIO:
(se
segurando para não chorar) Uhum...
SILVIA:
(após alguns segundos) E ente você e a Larissa? CLÁUDIO:
(voz
embargada) A gente não está mais namorando. SILVIA:
(com
pesar) Sinto muito... Ele
apenas
acena de leve com a cabeça, ainda olhando para a frente.
Silvia continua encarando-o, mas sem saber o que dizer.
Cláudio
se vira para ela, com os olhos cheios de lágrimas e com os
lábios tremendo. Silvia imediatamente o abraça e sem mais
conseguir se segurar, Cláudio desaba a chorar. Close no
rosto de
Silvia, seus olhos também se enchem de lágrimas. A
câmera lentamente começa a se afastar, parando em
determinado ponto e mostrando os dois abraçados, com
Cláudio fazendo movimentos de choro, enquanto Silvia o
consola,
passando a mão em sua cabeça. A tela escurece. CRÉDITOS
FINAIS CRIADO
E
ESCRITO POR: Thiago
Monteiro PARTICIPAÇÃO
ESPECIAL Emma
Roberts
como Larissa
MÚSICA TEMA Switchfoot - Meant To Live TRILHA SONORA Joan
Osborne - One of Us Spoon
- The Underdog Hawk
Nelson - Every Little Thing Weezer
– Perfect Situation Plain
White T's - Take Me Away Oasis
- Don't Look Back In Anger Jet
- Look What You've Done |