Frente
da
casa de Adriana. É dia. O carro de Lucio está
estacionado perto do portão. Corta para dentro. Música: The Used - On My Own LUCIO:
Tem
certeza
que quer fazer isso? A
câmera se movimenta para o lado, mostrando Cláudio no
banco do passageiro. CLÁUDIO:
Tenho,
eu quero. LUCIO:
(sorrindo) Bom, então vamos lá... Lado
de
dentro da casa. Lucio abre a porta e entra juntamente com
Cláudio. Na sala, vemos Lucas sentando no chão, com
vários brinquedos espalhados, ao lado de uma senhora.
Cláudio ao ver a criança fica sem reação. A
câmera se aproxima lentamente em seu rosto. LUCIO:
Hei
amigão! LUCAS:
(feliz)
Pai! Ele
levanta
e corre até o pai, pulando em seu colo. Lucio o
pega e bagunça o seu cabelo.
Cláudio sorri. LUCIO:
Deixa
eu te apresentar esse rapagão aqui do meu lado... Ele se
chama
Cláudio e é o primeiro filho do papai. E seu
irmão. Lucas
olha
para Cláudio, mas nada diz. Cláudio novamente sorri. CLÁUDIO:
Hei,
companheiro... Tudo bem com você? Lucas
faz
que sim com a cabeça, bastante tímido. Cláudio
olha para Lucio, emocionado. CLÁUDIO:
Ele
é uma graça... (para Lucas) O que são aquelas
coisas espalhadas ali? LUCAS:
(timidamente) Você quer brincar de LEGO? CLÁUDIO:
Está falando sério? Eu adoro LEGO! LUCAS:
Sabe
fazer um castelo? CLÁUDIO:
Posso
tentar... Lucio
desce
Lucas. Cláudio e Lucas vão até o meio da
sala. A senhora que estava com o garotinho se aproxima de
Lucio. SENHORA:
Notícias da dona Adriana? LUCIO:
Infelizmente na mesma situação. SENHORA:
Diz que
estou torcendo e orando muito por ela. LUCIO:
Pode
deixar, dona Carmen, eu falo para ela. Ouça, eu vou precisar
que
a senhora fique mais alguns dias com ele. Tem algum
problema? CARMEN:
Problema nenhum, fico com a criança o tempo que precisar. LUCIO:
Obrigado, muito obrigado mesmo. Corta
para
o meio da sala. Cláudio amontoa um monte de peças
uma em cima da outra. Lucas olha com estranheza. LUCAS:
Isso
não parece um castelo... CLÁUDIO:
(coçando a cabeça) É, eu acho que não sou
tão bom em brincar com LEGO como pensei... LUCAS:
Quer
jogar videogame? CLÁUDIO:
Tem
futebol? LUCAS:
(sorrindo) Tem. CLÁUDIO:
(levantando) Nesse eu sou bom. Eles
levantam.
Lucas ameaça correr para outro cômodo da casa,
mas para e se vira para Lucio. LUCAS:
Quando
a mamãe volta pra casa? A
câmera se aproxima do de Lucio, fica sem saber o que
dizer. Close
em Cláudio, que o olha com pesar. Close no rosto de dona
Carmem
e por fim, no rosto de Lucas. A tela escurece.
Biblioteca
do
colégio Esplendor. Helen e Bruno estão em uma mesa,
estudando. Em cima da mesa há vários livros espalhados. HELEN:
Conseguiu entender agora? BRUNO:
Não... HELEN:
Bruno!
Presta atenção. BRUNO:
Não é questão de falta atenção...
É o ritmo daqui que perece muito mais rápido que a minha
antiga escola. Pra você ter uma ideia, tem coisa aqui que
talvez
eu aprenderia só no terceiro ano se ainda estudasse por
lá. HELEN:
(respirando fundo) Okay, vamos
com mais
calma então. Faz só cinco dias que começamos
mesmo, você vai pegar o jeito. BRUNO:
(desanimado) Ouça, se quiser desistir, eu vou entender. HELEN:
(entortando a boca) E você acha que eu sou de desistir assim,
facilmente? Nós vamos seguir com isso e prometo que o
próximo bimestre suas notas serão todas azuis. BRUNO:
(sorrindo) Eu acredito em você. HELEN:
Então começa a acreditar um pouco mais em você
também. Eles
sorriem
um para o outro e se voltam para o livro. Após alguns
segundos Bruno volta a olhá-la. BRUNO:
Obrigado por fazer isso... Você é incrível. HELEN:
Aham, vamos parar com esses
confetes porque eu
não aliviar pra você. Nós só vamos sair
daqui depois que acertar três equações. BRUNO:
Trouxe
travesseiro e colchonete? HELEN:
(rindo
levemente) Bobo... Para provar que gosta muito de sua tutora
aqui,
você vai resolver em menos de uma hora. Bruno
sobe
as sobrancelhas e respira fundo, depois se volta para o
livro.
Helen sorri e balança a cabeça. Quarto
de
um hospital. Adriana está deitada na cama, extremamente
pálida e cansada. A câmera se movimenta até a
porta, onde Lucio aparece, entrando. LUCIO:
Hei...
Como está se sentindo hoje? ADRIANA:
(cansada) Com uma sensação estranha, como se eu estivesse
para morrer (sorri). LUCIO: Mecanismo de defesa, entendi. ADRIANA:
Como
está o meu neném? LUCIO: Eu estou bem, mas meio grandinho pra ser chamado de "neném". ADRIANA: (rindo com dificuldade) Dói um pouco quando dou risada. LUCIO:
(sorrindo levemente) Desculpa... Ele
conheceu o irmão hoje. ADRIANA:
(sorrindo) E como foi? LUCIO:
Emocionante... Eles brincaram bastante. O Cláudio tem um
coração enorme. Tenho certeza que eles vão se dar
muito bem. ADRIANA:
Perfeito... Mais um para ajudá-lo a passar por isso. Pra
gente
ver que tudo um lado bom e ruim, não é mesmo? LUCIO:
(tocando a mão dela) Mas bem que o destino podia ter sido um
pouco mais generoso com a gente. ADRIANA:
(sorrindo) Lucio, quem tá morrendo sou eu, não reclama da
vida. Lucio
sorri
e balança a cabeça. Adriana passa a mão na
mão dele e fecha os olhos, cansada. Ginásio
do
colégio Esplendor. Cláudio, Bruno, Felipe e Gustavo
estão em quadra, treinando juntos com os demais jogadores
do
time. Da arquibancada podemos ver Helen, Amanda e Priscila
sentadas no
topo. Corta para elas. Música: Kelly Clarkson - Behind These Hazel Eyes PRISCILA:
Como
diz a tradição então, vermelho e branco? AMANDA:
Como
diz a tradição, se bem esse ano as coisas estão
tão diferentes que nem os Gladiadores parecem empolgar. PRISCILA:
Verdade, né? Ano passado ainda tínhamos o Léo, o Roma, os queridos
Lari e Gil. Pessoas que
conseguiam
despertar diversas emoções, sejam boas ou ruins. AMANDA:
Eu
não tenho saudades nenhuma do Gil. PRISCILA:
Eu
gostava do Gil, claro, quando ele não abria a boca.
As
meninas
riem. Priscila encara Helen por alguns segundos. PRISCILA:
Pelo
menos a Helen vai ter pra quem torcer. Ela
aponta
com a cabeça para dentro da quadra, mostrando Bruno com a
bola. Volta para Helen que balança a cabeça, em
negação. HELEN:
Não é nada disso que vocês estão pensando.
Somos apenas amigos. PRISCILA:
Todo
relacionamento começa assim... Olha a coincidência.
Você estava ajudando o Léo e se apaixonaram... Agora
está ajudando o Bruno e... HELEN:
(interrompendo) Você não disse que estava de saída? PRISCILA:
Disse e
estou... (levanta) Preciso me encontrar com o Gabi. HELEN:
Todo
relacionamento começa assim... PRISCILA:
Não é nada disso que você está pensando... HELEN:
(sorrindo) Então tá. Priscila
balança
a cabeça, em reprovação. Depois
começa a descer a arquibancada. Helen se volta para
Amanda. HELEN:
E
você... Está bem com tudo isso? AMANDA:
Grande
parte de mim o quer de volta e ainda
sofre em
vê-lo nos braços de outra garota... Grande parte de mim
está complemente arrependida do que fez... E grande, mas
grande
parte de mim quer esganá-lo. Mistura de sentimentos com a
chegada do campeonato. HELEN:
Eu te
entendo... Mas você vai superar isso. E quanto ao David? AMANDA:
Vou
deixá-lo no passado. Ele mora longe mesmo e não vale a
pena ficar pensando em alguém que não posso ver. (sorri)
E já que estamos falando do ano passado, faz um ano mais ou
menos que eu a Larissa tentamos expulsá-la da quadra. HELEN:
(sorrindo) Pois é, quem diria que hoje você não
viveria sem mim e se tornaria grande usuária do meu ombro? AMANDA:
Você também foi grande usuária do meu ombro...
(imitando Helen) Amanda, o Cláudio me odeia, não sou mais
o anjo dele... Helen
a
empurra com o ombro e ambas começam a rir. A câmera muda
para dentro da quadra. Paulo está em pé de frente para os
jogadores que estão sentados no banco, alguns no chão. PAULO:
Ainda
não é o ideal, ainda me incomodo com algumas posturas e
falta de atenção em quadra, mas para o primeiro jogo
acredito que poderemos fazer uma boa exibição e sair com
a vitória... O time que começará jogando é
o mesmo que vem treinando nas últimas semanas. Mas tentem se
entrosar um pouco mais. (apita)
Estão
dispensados. Os
jogadores
levantam e começam a se dispersar. Cláudio
caminha desanimado e passa por Paulo que o aborda. PAULO:
Surpreso? CLÁUDIO:
Surpreso estaria se eu estivesse relacionado entre os
titulares. PAULO:
Se
tivesse se esforçado mais... CLÁUDIO:
Acho
que não... Cláudio
continua
andando. Paulo continua encarando-o. PAULO:
Aconselho então procurar uma razão para continuar ou sair
do time. Não quero ninguém desmotivado aqui dentro. CLÁUDIO:
(parando e virando para ele) Essa pergunta você vai fazer para o
restante do time? Porque eu não ou o único desmotivado,
apenas o que tem coragem de demonstrar. (após
alguns segundos) Foi ótimo ter mais uma conversa animadora
com o
senhor, treinador. Cláudio
se
vira e volta a andar. A câmera se aproxima no rosto de
Paulo,
que parece refletir. Após alguns segundos, ele balança
negativamente a cabeça e sai. Arquibancada.
Helen
continua sentada no topo, mas dessa vez sozinha. Gustavo
aparece,
todo suado. Ele sorri para ela e abre os braços. GUSTAVO:
Um
abraço apertado e demorado? HELEN:
Depois
que você tomar um banho... GUSTAVO:
Amigos
verdadeiros são para todos os momentos... Seja limpo ou sujo
(sorri). HELEN:
(sorrindo) Não quando o sujo é apenas uma
opção porquinha de um dos lados. GUSTAVO:
(rindo) Okay, chatinha... Já
vou pro
chuveiro. Vai ao festival hoje à noite? HELEN:
Uhum e você? GUSTAVO:
Claro,
e eu perco alguma festa na cidade? Vai com o grude?
HELEN:
Coitado, Gustavo. Ele não é um carrapato. E se eu fosse
você, tomaria mais cuidado com essas indiretas. Lembra o que
aconteceu da última vez? GUSTAVO:
Se o
Cláudio e o Roger não tivessem nos separado, tenho
até dó de pensar o que teria sido do Bruno. HELEN:
(rindo)
Você é muito palhaço. Não perde a pose pra
nada. GUSTAVO:
(sorrindo) É meu Hakuna Matata... Mas sério, já rolou
alguma coisa entre vocês? HELEN:
Não, nem perto. GUSTAVO:
(revirando os olhos) Além de carrapato, é uma tartaruga. HELEN:
E o que
te faz pensar que eu estaria interessada? GUSTAVO:
Você já teria dado um jeito de mostrar, mesmo que
indiretamente que não estaria. HELEN:
(sorrindo) Que tal você ir tomar banho? Gustavo
se
inclina, beija o rosto dela e esfrega o nariz em sua
bochecha. Helen
solta um grito na hora. GUSTAVO:
Isso
foi por ter me negado um abraço... Ele
sai
correndo. Helen limpa o rosto, fazendo expressão de nojo.
Segundos depois ela sorri e a tela escurece. Casa
de
Cláudio. Silvia e Cláudio estão na sala,
sentados no sofá e de frente para a televisão.
Cláudio olha para a mãe algumas vezes. Silvia percebe e
se incomoda. SILVIA:
Se quer
me dizer ou pedir algo, faça de uma vez. CLÁUDIO:
Não, estou bem... Silvia
o
olha com desconfiança. Cláudio sorri rapidamente.
Silvia se foca na televisão. CLÁUDIO:
Okay, eu tenho algo para
contar... (respira
fundo) Eu conheci o Lucas hoje. SILVIA:
(focada
na tv) Interessante. CLÁUDIO:
Ele
é uma graça, mãe... SILVIA:
(ainda
foca na tv) Imagino que seja. Crianças geralmente são. CLÁUDIO:
Se
você o conhecesse... SILVIA:
Cláudio, não. CLÁUDIO:
Por que
não? O que o pai fez foi no passado. Você já o
tinha perdoado agora. SILVIA:
Uma
coisa é ele ter me traído. Outra totalmente diferente
é ter um filho com outra mulher. CLÁUDIO:
Eu sei,
eu sei... Não posso falar muita coisa, afinal tenho
dezesseis
anos ainda, muita coisa para viver e aprender. Mas como
filho, é
meu dever dizer que, por mais que eu o tivesse perdoado pela
ausência em minha vida, ainda faltava alguma coisa que
fizesse
com que eu o admirasse. E a forma com que ele tem cuidado e
dado
atenção ao menino, não querendo repetir os erros
do passado, o fez ganhar de vez o meu coração. Silvia
não
responde, levemente incomodada. Ela mantém firme o
olhar para a televisão. Cláudio toca a mão dela. CLÁUDIO:
A
Adriana está morrendo, mãe. O médico disse que ela
não vai sair viva do hospital. É triste, muito triste uma
criança crescer sem a figura da mãe. Ninguém
substitui esse calor materno que só vocês sabem dar. O Pai
te ama e não vai ficar com outra mulher. SILVIA:
(mordendo os lábios) Pare, por favor? Cláudio
acena
com a cabeça. Ele coloca um papel em cima da mesinha que
está na frente do sofá. CLÁUDIO:
Ele
disse que a Adriana quer te ver. Considere como um último
pedido
de alguém que não deve passar desta semana. Eu não
gostaria de viver com isso. Ele
levanta
e sai. A câmera se aproxima do rosto de Silvia. Ela olha
para o papel, pegando-o e fichando pensativa por alguns
instantes. Vista
aérea
de um grande campo aberto. É noite. Várias
pessoas estão sentadas em lençóis, com cestas e
guloseimas espalhadas por toda a parte. É possível ver um
grande telão onde a maioria das pessoas estão sentadas
próximas. A câmera se movimenta mostrando Priscila e
Gabriel caminhando. Ela está na frente e ele um pouco
atrás, segurando uma grande cesta com as duas mãos. Música:
Anna
Nalick - Breathe PRISCILA:
Vamos logo, Gabi, nesse ritmo não vamos achar um bom lugar
perto
da tela. GABRIEL:
(cansado) Não sei se você reparou, mas estou segurando uma
enorme cesta aqui... (olha para a cesta) O que você colocou
aqui?
A geladeira toda? PRISCILA:
Não tem graça cinema ao ar livre sem aperitivos,
não acha? GABRIEL:
Uhum, como se fôssemos comer
tudo isso. E olha quantos pipoqueiros e lanchonetes
montadas... PRISCILA:
Eu não vou ficar enfrentando uma enorme fila só por causa
de pipocas. (para e sorri) Ótimo.
Aqui está perfeito. GABRIEL:
(parando) Você não queria um lugar perto da tela? PRISCILA:
Isso foi antes de ver o formigueiro que está amontoado por
lá. A não ser que você queria carregar a cesta por
mais alguns metros. GABRIEL:
Não, não, não... Aqui está ótimo. (coloca
a cesta no chão e respira fundo)
Graças a Deus! E você, trate de comer tudo. Priscila
sorri.
A câmera gira, mostrando Vera, Arthur, Livia
e Roger caminhando entre as pessoas.
Arthur carrega duas cadeiras de montar, Roger também.
Lívia e Vera carregam as cestas. ARTHUR:
Esse negócio de festival de cinema ao ar livre é pura
jogada para reeleição. ROGER:
Pai, ele acabou de se eleger. ARTHUR:
Ouça a voz da experiência meu filho... Daqui a quatro anos
vamos ouvir sobre esse festival no palanque. Eles
param
em determinado lugar e começam a montar as cadeiras. VERA:
Isso ainda faz parte da comemoração do terceiro
centenário da cidade. Não viu a programação,
ceguinho? ARTHUR:
Só sei de uma coisa, você, mocinha, vai estar sob
supervisão e das grossas. Nada de abusar nas guloseimas. VERA:
Tá bom, carcereiro, já tinha ouvido da primeira vez. (para Livia)
Não se engane com palavras bonitinhas, o futuro é esse
aqui. LIVIA:
(rindo) Pode deixar... ARTHUR:
Não liga, Livia. Se o Roger for
metade do marido que eu sou, você vai ser a melhor esposa do
mundo... Isso se você não tiver o DNA da
ingratidão. Ele
olha
para Vera, que o olha com olhos pequenos. Livia
se inclina ao ouvido de Roger. LIVIA:
Seus pais são duas figurinhas. ROGER:
E você ainda não viu nada... Espera até o
neném nascer. LIVIA:
Não vejo a hora de segurar meu cunhadinho no colo. ROGER:
(sorrindo) Eu também não vejo a hora de meu
irmãozinho chegar. (pensativo) A
gente pode ir treinando... LIVIA:
(sorrindo) Não tão rápido, safadinho. Corta
para
Cláudio caminhando entre as pessoas. Alguém o chama
e ele olha na direção. Close em Helen fazendo sinal para
que ele se aproxime. Cláudio sorri e vai até ela,
sentando ao seu lado. Música:
Chris Heifner - Yesterday CLÁUDIO:
O que faz aqui sozinha? HELEN:
O Bruno foi enfrentar a fila de pipocas... CLÁUDIO:
Não trouxeram cesta? Helen
bate
na cesta atrás dela. Cláudio sorri. HELEN:
Mas eu amo aqueles queijinhos quadradinhos que só
encontramos em
pipocas de carrinhos. CLÁUDIO:
(sorrindo) Pobre Bruno. O que um cara apaixonado não faz? HELEN:
(sorrindo) É bom usar esse poder de vez em quando. Cláudio
sorri
novamente e olha para a frente. Helen o encara por alguns
segundos. HELEN:
Como você está? CLÁUDIO:
Estou bem... Conheci meu irmãozinho hoje. HELEN:
(interessada) É mesmo? Como ele é? CLÁUDIO:
(sorrindo) Uma graça, muito esperto. Me venceu no vídeo
game sem que eu o deixasse vencer. HELEN:
Parece mesmo um menino especial. Sua mãe já sabe que
você o conheceu? CLÁUDIO:
Sabe, mas parece que nem a inocência infantil e a morte
eminente
de uma pessoa, é capaz de
amolecê-la. Uma pena, queria muito que ele vivesse com a
gente. HELEN:
Uma hora ela muda de ideia. Seus pais já enfrentaram muitas
coisas. Eles se amam. Vão superar isso. CLÁUDIO:
(sorrindo) Espero que sim... (levanta) Agora vou dar uma
volta pra não ficar de vela
quando o Bruno
voltar. HELEN:
(balançando a cabeça, em reprovação)
Cláudio, não vai acontecer nada. CLÁUDIO:
Ele é um pouco lento, se você quiser mesmo, vai ter que
tomar a inciativa. HELEN:
(envergonhada) Vai dar seu passeio, vai. CLÁUDIO:
(sorrindo) Até mais. Cláudio
sai.
Bruno aparece, trazendo consigo um saquinho de pipocas.
Ele senta
ao lado de Helen e entrega o saquinho a ela. BRUNO:
Espero que aproveite muito bem esses queijinhos
quadradinhos. Porque
foi quase um sacrifício consegui-los. HELEN:
(feliz) Você é um amor, Bruno. Ela
pega
um dos queijinhos e coloca na boca, fazendo uma expressão
de prazer ao mastigá-lo. Bruno sorri admirado. Helen o
olha e
oferece o saquinho. Bruno pega um dos queijinhos e coloca
na boca. Ele
começa a mastigá-lo e segundos depois faz sinal de
positivo com a cabeça. Helen sorri para ele. Quarto
do
hospital. Adriana continua deitada na cama, com a mesma
expressão pálida e de abatimento. Ela está olhando
para a televisão no alto. Após alguns segundos ela abaixa
o olhar e sorri levemente. ADRIANA:
Veio
conferir se a rival está mesmo nas últimas? A
câmera se movimenta, mostrando Silvia encostada na porta.
Ela se
desloca e se aproxima de Adriana. SILVIA:
Fiquei
sabendo que você queria me ver. ADRIANA:
(concordando levemente com a cabeça) Já reparou no meu
estado, certo? SILVIA:
Sinto
muito Adriana... Mesmo. ADRIANA:
(cansada) Silvia, eu juro que jamais teria procurado o Lucio
se
não fosse essa doença. SILVIA:
A
questão não é essa... ADRIANA:
Eu sei
que você está magoada e que um filho com outra mulher
é praticamente imperdoável. Mas quando o médico me
desenganou, me vi completamente desesperada por causa do
Lucas. O Lucio
foi minha única opção. SILVIA:
Mas eu
não a culpo por isso. Ele era casado, sabia o que estava
fazendo. ADRIANA:
(falando pausadamente) Acontece que se não fosse pelo amor
que
ele sente por você, jamais o Lucio teria se transformado
nesse
homem maravilhoso que ele é hoje. O pai incrível que ele
tem se mostrado ao Lucas... (após alguns segundos) Silvia,
você fez isso com ele, você transformou a vida dele...
Não o deixe se desviar desse caminho. Silvia
não
responde. Seus olhos se enchem de lágrimas. Os
lábios de Adriana começam a tremer, se segurando para
não chorar. Um som instrumental começa a tocar. ADRIANA:
Você não imagina a inveja que estou de você neste
momento. Você venceu a morte, recuperou sua família. Vai
poder ver seu filho crescer, se formar, casar... Segurar
seus netos no
colo... (chora) E eu não consigo nem me despedir do meu
filho. Silvia
segura
nas mãos dela, deixando as lágrimas escorrerem.
Adriana limpa os olhos com a outra mão, tentando se
recompor. ADRIANA:
Perdoa
o Lucio, Silvia. Por favor, não fecha a porta para a
felicidade.
Cada momento nosso deve ser aproveitado como se fosse o
último.
Não há espaço para dor e rancor. O tempo é
muito curto. SILVIA:
(com
bastante pesar) Eu prometo que irei pensar. Adriana
sorri
levemente, bastante cansada. Ela fecha os olhos. A câmera
se aproxima lentamente do rosto de Silvia que permanece
com os olhos
lacrimejantes. Campo
aberto.
Cláudio está sentado na grama, observando o
movimento. Felipe aparece e senta ao lado dele. Música:
Aly & AJ - No One FELIPE:
E
aí meu amigo. O que faz aqui solitário? CLÁUDIO:
A
maioria parece que está com par. É melhor não
ficar chupando o dedo. FELIPE:
É verdade, por isso farei o mesmo. Nada de ficar no meio de
casais. CLÁUDIO:
Mas e a
Nicole? Ela não quis vir? FELIPE:
Disse
que ia ficar em casa estudando, mas nem marcamos nada
também.
Estamos indo devagar. Cláudio
acena
com a cabeça e sorri, voltando a atenção
para a frente. FELIPE:
Ficou
chateado com a relação do time? CLÁUDIO:
É sonho de todo Gladiador ser titular. FELIPE:
Nem
todos. Você, por exemplo, parece que faz tempo que deixou de
ser
um... De sentir prazer com isso. CLÁUDIO:
(suspirando) É complicado. FELIPE:
Ano
passado você tinha um grande motivo para entrar para o time.
E
este ano parece que está meio perdido... Mas vou te dizer
uma
coisa... Sem você, não teríamos conquistado o
título, então, nós precisamos do nosso Gladiador
de volta. CLÁUDIO:
(sorrindo) Eu prometo que vou fazer de tudo para recuperar
aquela sede
de antes, não se preocupa. FELIPE:
(sorrindo) Eu sei que vai. Lembre-se que você tinha um time
inteiro tentando te boicotar e se deu muito bem... O
desafeto com o
general é fichinha perto de tudo que enfrentou. CLÁUDIO:
(tocando o ombro de Felipe) Obrigado, meu amigo. Já pensou
em
fazer faculdade de psicologia? FELIPE:
(rindo)
Fica quieto. Cláudio
ri.
Amanda aparece, carregando uma cesta. AMANDA:
É aqui o clube dos corações partidos? CLÁUDIO:
(sorrindo) Basicamente... Quer se juntar a nós? FELIPE:
Vai
depender do que tem na cesta. AMANDA:
Muitos
doces e salgados. FELIPE:
(sorrindo e esfregando as mãos) Opa! Bem-vinda ao clube... Chega mais. Amanda
sorri
e se aproxima, sentando de frente para eles. O som toma
conta da
cena, enquanto vemos Felipe abrindo a cesta. Os três
começam a conversar, animadamente, mas o som encobre o que
eles
dizem. Instantes depois, a tela escurece.
Abre
mostrando
uma vista panorâmica do campo cheio. Um filme passa no
telão. Corta para Roger, Lívia, Arthur e Vera, sentados
em suas cadeiras e conversando de forma animada. A imagem
transparece
para Gabriel e Priscila que também conversam, sentados na
toalha. Após alguns segundos ele começa a fazer
cócegas nela, que ri e deita as costas no chão. Gabriel
continua fazendo cócegas nela até que para e seus olhares
se encontram de forma penetrante. Gabriel sai de cima
dela, levemente
incomodado. Priscila levanta e se senta. Música:
KT
Tunstall - Other
Side of
the World PRISCILA:
(preocupada) O que foi? GABRIEL:
(sem
graça) Nada não... Me deu câimbra. PRISCILA:
(sorrindo) Bem feito, mais uma sessão dessas cosquinhas eu
juro
que te mato. GABRIEL:
(sorrindo) Sem mais cócegas. PRISCILA:
(levantando) Eu já volto. GABRIEL:
Vai
aonde? PRISCILA:
(andando) Buscar sorvete pra gente. GABRIEL:
(falando alto) Chocolate pra mim! Gabriel
a
acompanha com o olhar. Gustavo aparece se senta ao lado
dele. GUSTAVO:
É impressão minha ou rolou um clima no ar? GABRIEL:
Estava
nos espionando? GUSTAVO:
Eu
estava passeando quando te vi em cima da baixinha. GABRIEL:
Estávamos apenas brincando. GUSTAVO:
Ela
está totalmente na sua, você sabe né? GABRIEL:
E
você não deve saber diferenciar uma boa amizade, de
interesse. GUSTAVO:
Claro
que eu sei. Minha amizade com a Helen, por exemplo, sem
nenhum
interesse, a não ser amizade. Eu nunca a encarei de forma
profunda como vocês dois fizeram agora. GABRIEL:
Besteira, pura besteira. E mesmo se tivesse rolando esse tal
clima
aí que você disse, eu não posso fazer isso. GUSTAVO:
(revirando os olhos) Ah claro, sua namorada imaginária. GABRIEL:
Ela
não é imaginária... Ela existe e estamos muito
bem, mesmo com toda a distância que nos separa. GUSTAVO:
Deixe-me adivinhar então... Essa sua namorada aí é
exatamente igual a você, acertei? GABRIEL:
Somos
parecidos em muitas coisas, e daí? GUSTAVO:
E
daí, meu caro Gabe, é que às vezes a gente precisa
de alguém completamente diferente de nós, que nos desafie
e nos tire do lugar comum. E é o que a pequenina faria, se
você não fosse tão politicamente correto...
(dá um tapinha o ombro de
Gabriel)
Pense nisso. Gustavo
levanta
e sai. Gabriel balança a cabeça, em
reprovação. Segundos depois ele abaixa o olhar e fica
pensativo. Hospital.
Silvia
está sentada no sofá da sala de
recepção. Lucio passa logo atrás, indo na
direção do corredor, mas antes para ao avistar Silvia. LUCIO:
(surpreso) Silvia? SILVIA:
(levantando) Oi Lucio... Antes de mais nada, eu vim em paz.
LUCIO:
Eu sei,
pedi ao Cláudio para te dar o recado. Só estou surpreso
que tenha vindo. SILVIA:
É, eu também estou. (se
aproxima) Eu conversei com ela. (após
alguns segundos) Lucio, o que você tem feito pela Adriana,
pelo
Lucas, mostra o grande homem que se tornou. E nesse sentido,
estou
muito orgulhosa de você. Parabéns. LUCIO:
Obrigado... (vai até o sofá e senta) Mas eu trocaria tudo
isso pela saúde dela. SILVIA:
(sentando ao lado dele) Fiquei deprimida ao vê-la naquele
estado.
Eu sei muito bem como é a sensação do risco de
não poder ver o filho crescer. Um
breve
silêncio toma conta da cena. Lucio abaixa o olhar, depois
se volta para Silvia. LUCIO:
Depois
que tudo isso acabar, eu vou precisar de um tempo para
comprar ou
alugar um apartamento perto da empresa, para que eu o Lucas
moremos
juntos. Procurar um colégio em tempo integral até o fim
do meu expediente... Mas eu não gostaria de fazer isso,
deixando-o com uma babá, especialmente no momento difícil
que ele estará passando. SILVIA:
(concordando com a cabeça) Eu fico com ele... LUCIO:
Eu sei que esse foi o motivo do fim do nosso casamento, mas não
há pessoa neste mundo em quem eu confiaria mais para cuidar dele
do que você. Eu prometo que, no máximo em uma semana,
resolvo tudo. SILVIA:
Sem
problemas, leve o tempo que precisar. LUCIO:
(sorrindo) Obrigado, Silvia. No final das contas, o seu
coração é enorme também. E se eu me tornei
esse grande homem que você disse, é porque fui casado com
uma grande mulher. Silvia
sorri
para ele, emocionada. Eles se encaram por alguns segundos.
Campo
aberto.
Livia e Roger estão
caminhando pelo gramado, abraçados. Música: Goo Goo Dolls
- Iris LIVIA:
(fechando os olhos) É tão bom ficar assim,
abraçadinhos. ROGER:
Eu
ficaria a vida inteira desse jeito. Eles
param
e ficam de frente um para o outro. LIVIA:
Será que já estamos prontos para dizer aquelas três
palavrinhas? ROGER:
Você ainda guarda algum receio? LIVIA:
Com o
tempo vou me sentindo mais segura. ROGER:
Ótimo... (a abraça) Porque eu quero muito dizer aquelas
três palavrinhas várias e várias vezes pra
você. LIVIA:
Mas
não pode ser da boca pra fora. ROGER:
(sorrindo) Eu juro que não será. Livia
sorri de forma meiga. Roger aproxima seus lábios a beija
com
bastante ternura. A câmera se afasta, ao mesmo tempo em
que a
imagem transparece para Bruno e Helen que estão deitados
sobre o
lençol, olhando para as estrelas. Bruno está com as
mãos juntas, batendo os dedos de nervosismo. Helen
percebe. Cont. Goo Goo
Dolls - Iris HELEN:
Você está bem? BRUNO:
(se
inclinando sobre Helen) Helen, eu preciso muito fazer uma
coisa, porque
se eu não fizer hoje, talvez não tenha mais coragem. HELEN:
(sorrindo) Então faça, longe de mim ser um empecilho. Bruno
a
beija levemente nos lábios. Helen corresponde, segurando a
cabeça dele, fazendo com que o beijo se torne mais
intenso.
Após alguns segundos, eles se afastam e Helen respira
fundo. HELEN:
Nossa! BRUNO:
(preocupado) O que foi? HELEN:
É que só faltou fogos de artifícios e aquela
musiquinha de aleluia no fundo... (sorri) Pensei que nunca
fosse fazer. BRUNO:
(sem
graça) É que perto de garotas como você, eu fico
quase sem ação. Helen
sorri
e balança a cabeça. Bruno se inclina e eles voltam
a se beijar de forma intensa e demorada. A câmera muda
para um
ângulo aéreo do campo, ficando assim por alguns segundos.
Quarto
do
hospital. Lucio está sentado em uma poltrona ao lado da
cama
de Adriana. Ele assiste televisão. ADRIANA:
(extremamente cansada) Tenho uma coisa para lhe entregar...
Com
dificuldade,
ela abre uma gaveta ao lado da cama e pega um envelope de
carta. LUCIO:
O que
é isso? ADRIANA:
É uma carta que eu escrevi para o Lucas... Quando eu fechar
meus
olhos em definitivo, eu quero que você o leve para fora da
casa,
de noite, e leia essa carta para ele. LUCIO:
(pegando o envelope, triste) Pode deixar, eu farei. ADRIANA:
Ele vai
entender melhor mais para a frente, mas eu gostaria que
lesse do mesmo
jeito. Lucio
a
olha por alguns segundos, ele se segura para não chorar.
Adriana sorri levemente para ele. LUCIO:
Não se preocupe com isso. Agora você precisa descansar. Eu
vou para a casa, ficar um pouco com ele e volto amanhã bem
cedo, tá bom? (se
inclina e beija a testa dela) Até amanhã. ADRIANA:
(sorrindo) Até amanhã. Lucio
segura
na mão dela e segundos depois sai do quarto. A
câmera fecha na expressão abatida de Adriana. Ela fecha os
olhos e respira suavemente. A tela escurece. Abre
mostrando
o corredor do hospital. Pela claridade das janelas,
nota-se
que é de manhã. Lucio caminha na direção do
quarto de Adriana. Ele passa pela porta que já estava
aberta e
franze as sobrancelhas, confuso. Uma enfermeira passa pelo
corredor.
Lucio vai até ela. LUCIO:
Com
licença... A paciente deste quarto, onde está? ENFERMEIRA:
Desculpe, o hospital já ia ligar para o senhor... Lamento
muito,
mas a senhora Adriana faleceu há poucos minutos. Lucio
fica
sem reação. Seus olhos ficam bem abertos. Devagar
ele encosta na parede. Música:
Coldplay - Fix
You LUCIO:
(sentido, quase sem reação) Morreu? ENFERMEIRA:
(com
pesar) Sinto muito... Ela
sai.
Close no rosto de Lucio. Seus olhos começam a se encher de
lágrimas, que escorrem em seguida. Ele coloca a mão no
rosto e começa a chorar. A câmera vai se afastando
lentamente, ao mesmo tempo em que a tela começa a
transparecer,
mostrando o céu ensolarado. Aos poucos vai anoitecendo e
as
estrelas e a lua aparecem. A câmera continua passeando
pelo
céu da cidade. Cont.
Coldplay - Fix
You ADRIANA:
(em
off) Oi meu lindinho, aqui é a mamãe.
Primeiro quero dizer que você é o maior presente que Deus
me deu. Que só de ter tido o privilégio de viver seis
anos ao seu lado, vendo você dando seus primeiros passos,
a
primeira palavra, me acordando de madrugada e se sentido
segundo nos
meus braços... Só isso já é motivo de sobra
para eu agradecer. A
mamãe vai ter que fazer uma viagem... Uma viagem muito,
mas
muito longa. E o papai vai ficar cuidando de você. Então
obedece a ele, sempre. Tudo que ele disser será como se eu
estivesse falando. Por que ele te ama do mesmo tamanho que
eu te amo. E
eu sei que ele vai ser um pai maravilhoso, presente em sua
vida. A
imagem desce, mostrando a casa de Adriana. Começa a se
aproximar
lentamente de Lucio e Lucas que estão do lado de fora, no
jardim. Lucio está agachado, enquanto Lucas está sentado
na perna dele. Em uma das mãos, Lucio segura o garoto e na
outra, segura a carta. LUCIO:
(lendo
a carta) Quando você ficar mais velho, entenderá melhor o
que aconteceu e espero que me perdoe por não ter conseguido
vencer a minha batalha, e não preceder de acordo com os meus
desejos. Mas é preciso entender que a nossa vontade é
controlada por um Ser superior e é Ele quem, na verdade,
permite
ou não que as coisas aconteçam. Mas está vendo as
estrelas no céu? Lucio
aponta
para as estrelas. Lucas olha na direção apontada.
Close no céu estrelado. A voz de Lucio dá lugar a voz de
Adriana. ADRIANA:
(em
off) Entre as inúmeras estrelas do céu, uma
delas terá um brilho maior e mais intenso que todas as
outras.
Mas esta luz, só por uma pessoa poderá ser vista. Por
você. Ela estará ali, à espera do seu olhar,
brilhando, especialmente para guiar o seu caminho...
Aquela estrela
é a mamãe, que te ama muito e que sempre vai estar com
você. Os
olhos
de Lucio estão cheios de lágrimas. Ele se segura
para não chorar. Lucas o olha e treme os lábios, chorando
em seguida. Lucio o abraça forte e chora também. A
câmera começa a se afastar e transparecer para a frente da
casa de Cláudio. É dia. Corta
para
a porta abrindo e Silvia aparecendo. Ela esboça um leve
sorriso. A imagem se movimenta, mostrando Lucio do lado de
fora. Silvia
abaixa o olhar e vemos Lucas de mãos dadas com o pai, um
pouco
assustado. Silvia se abaixa e segura na mão de Lucas, fazendo
carinho. Lucio entrega uma mochila a Silvia e se abaixa,
beijando
demoradamente o rosto da criança. Ele olha para Silvia e
esboça um leve sorriso. Lucio levanta e se vira para sair. Cont.
Coldplay - Fix
You CLÁUDIO:
(em
off) Dizia o sábio em um de seus
provérbios... “Pra que serve um momento, se não
souber aproveitar? Pra que serve um sentimento, se não
souber se
emocionar? Acima de tudo, pra que serve o amor, se não
souber
perdoar? ” Close
na
mão de Silvia que segura que segura a mão de Lucio. Ele
a olha com surpresa. Silvia fecha os olhos e sorri,
conduzindo-o para
dentro da casa. A câmera começa a subir, enquanto vemos os
três entrando e a porta fechando. A tela escurece segundos
depois. CRÉDITOS
FINAIS CRIADO
E
ESCRITO POR: Thiago
Monteiro PARTICIPAÇÃO
ESPECIAL Paula
Marshall
como Adriana Michael
Strusievici como Lucas
MÚSICA TEMA Switchfoot - Meant To Live TRILHA SONORA The Used - On My Own Kelly Clarkson - Behind These Hazel Eyes Anna Nalick -
Breathe Hef - Yesterday Aly & AJ - No One KT
Tunstall - Other
Side of
the World Goo Goo Dolls -
Iris Coldplay
- Fix You |