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Quarto de Roger. A porta está fechada. Ouve-se duas batidas. Segundos depois a porta abre e Livia entra.

 

LIVIA: Roger?

 

ROGER: (em off, falando alto) No banho.

 

Ela sorri e se senta na cama. É possível ouvir o barulho do chuveiro. Livia começa a observar o quarto, notando várias roupas espalhadas pelo chão. Ela balança a cabeça, em reprovação. Levanta e começa a juntá-las.

 

LIVIA: Homens... (colocando as peças em cima da cama e falando alto) Você devia ser mais organizado, sabia?

 

ROGER: (em off, falando alto) E eu sou.

 

LIVIA: Estou vendo...

 

Ela dá uma olhada geral no quarto e fica atenta numa caixa de sapatos aberta, na mesa do computador. Ela vai até a caixa e olha o que tem dentro. Nesse instante sua expressão começa a mudar, dando lugar a um ar de seriedade.

 

Corta para Roger saindo do banheiro, enrolado em uma tolha branca, sorrindo.

 

ROGER: Demorei?

 

Ele olha ao redor e franze as sobrancelhas.

 

ROGER: Livia?

 

Ele vai até a porta e observa o corredor.

 

ROGER: Liv?

 

Ele volta para dentro do quarto e balança a cabeça, confuso. Em seguida vai até a cômoda e abre uma gaveta. Segundos depois olha para o lado e avista a caixa, mas ignora. De repente parece se lembrar de algo e novamente olha para a caixa, arregalando os olhos.

 

ROGER: Droga!

 

Ele sai apressadamente do quarto, ainda enrolado na toalha.

 

ROGER: (fora de cena) Livia!

 

A câmera permanece no quarto e se movimenta até a caixa, mostrando o que tem dentro. Nela vemos uma foto em destaque de Amanda e Roger abraçados, juntamente com vários bilhetes, cartas, outras fotos e alguns objetos. A tela escurece. 

 

 

 

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Vista aérea de um grande salão. O local está cheio e no palco há um telão no topo. Várias pessoas estão de frente para o palco, esperando por algo. Um homem aparece, segurando um microfone.

 

Música: Counting Crows - Hanginaround

 

HOMEM: Um minuto da atenção de vocês, por favor... Boa noite. Ano passado tivemos a honra de ter nosso colégio representado no estado inteiro com o título do campeonato estadual.... Infelizmente este ano alguns protagonistas daquele título marcante não estão mais conosco... Tivemos grandes perdas, uma em especial que será sentida eternamente em nossos corações... Mas como toda equipe, fora necessário que houvesse uma reformulação...

 

VOZ MASULINA: (gritando da multidão) Corta o papo furado!

 

A multidão começa a rir. O homem se movimenta, procurando a pessoa que gritou. Ele balança a cabeça e desiste.

 

HOMEM: Tudo bem, tudo bem, sem mais delongas... (estende a mão para o lado) Com vocês, nossos heróis e grandes favoritos ao bicampeonato... (falando alto) Os Gladiadores!

 

A multidão começa a gritar e aplaudir. Do palco vemos os jogadores entrando, todos de ternos e gravatas. Entre eles, Cláudio, Felipe, Bruno e Gustavo. Eles se posicionam lado a lado.

 

CLÁUDIO: Havia mesmo necessidade de estarmos vestidos que nem pinguins?

 

FELIPE: (sorrindo) Nunca fomos recepcionados dessa maneira. Aproveite a fama de celebridade local.

 

A câmera se movimenta para a multidão de frente para o palco. Fecha em duas pessoas em especial, Helen e Amanda.

 

AMANDA: Eles não estão lindos? Sempre gostei de homens de ternos, acho tão sexy.

 

HELEN: Ah, agora entendo porque só foi assumir o namoro com o Roger no baile do ano passado.

 

Amanda a olha e entorta a boca. Helen percebe a gafe e sorri amarelo.

 

HELEN: Foi mal. Muito cedo ainda para esse tipo de brincadeira.

 

AMANDA: Boba... (olha para a frente e sorri) Olha o Bruno que lindão que ele está de social.

 

HELEN: (sorrindo) É, está mesmo.

 

AMANDA: (olhando-a) Isso não faz de você algum tipo de Maria chuteira? Porque até agora só namorou atletas.

 

Helen a olha com indignação. Amanda ri e a abraça, beijando o rosto dela. Volta para o palco. O homem continua no centro com o microfone e os Gladiadores centímetros atrás.

 

HOMEM: Agora, aquele que veio para conduzir o time rumo ao título deste ano... (gritando) Treinador Paulo!

 

A multidão grita eufórica. Paulo aparece no palco, também vestindo terno e gravata. Ele sorri e acena para as pessoas. Os jogadores o aplaudem, inclusive Cláudio, mas com menos entusiasmo que os demais.

 

HOMEM: Treinador, gostaria de deixar alguma mensagem a essas pessoas?

 

Ele entrega o microfone para Paulo que apenas o olha. O homem insiste e Paulo pega o microfone. A multidão se cala para ouvi-lo.

 

PAULO: (após alguns segundos) Torçam por nós.

 

Ele devolve o microfone para o homem. A multidão ri e aplaude. Paulo sorri também.

 

HOMEM: Sábias palavras. Agora com vocês, um dos jogadores...

 

Felipe se aproxima. O homem entrega o microfone a ele. Felipe pega o microfone a acena.

 

VOZ FEMININA: (gritando na multidão) Lindo!

 

A maioria ri, inclusive Felipe. A multidão feminina engrossa o canto da primeira. Após alguns segundos todos se calam.

 

FELIPE: Bom, os que acompanharam nossa trajetória no decorrer dos anos, sabem que nada foi por mérito próprio de algum jogador. Em quadra nós sempre tivemos o sexto homem, aquele que nos ensinou a não desistir, que nos motivava a fazer sempre o melhor... É nosso primeiro ano sem ele e não poderíamos começar o campeonato sem prestar uma homenagem ao maior dos Gladiadores...

 

Ele olha para trás e faz um sinal com a cabeça para um rapaz. Nesse instante, as luzes do local diminuem, e a câmera foca no telão. 

 

Música: The New Amsterdams - Hanging On For Hope

 

A imagem na tela mostra o rosto de Roma. Vários flashes dele em quadra, comemorando, sorrindo, nervoso, emocionado, e conversando com os jogadores. A imagem se aproxima do rosto de Cláudio, seus olhos se enchem de lágrimas. Corta para o rosto de Paulo, que olha atentamente ao filme.

A tela volta, ainda com diversas cenas de Roma, finalizando com seu rosto em câmera lenta. A tela escurece, e uma legenda branca aparece no meio com os dizeres... “O maior Gladiador”.

As luzes voltam a acender, e a multidão começa a aplaudir fortemente, enquanto alguns assoviavam. Permanece assim por alguns instantes. Close em Cláudio, que olha para Paulo, que também o encara. O homem toma a frente outra vez. 

 

HOMEM: Uma lenda, uma verdade lenda na cidade. Não apenas como treinador, mas como homem. E eu tive o privilégio de ter sido treinado por ele no colegial e essa foi uma das melhores fases da minha vida.

 

Ele sorri, emocionado. Após alguns segundos olha novamente para a multidão.

 

HOMEM: Bom, o time apresentado, homenagens feitas, não me resta mais nada a dizer, a não ser... (grita) Solta o som Dj!

 

A multidão começa a gritar e se dispersar pelo salão. Os jogadores saem do palco. Paulo se aproxima de Cláudio e Felipe.

 

Música: Until June - Sleepless

 

PAULO: Foi uma homenagem muito bonita ao antigo treinador de vocês, parabéns.

 

FELIPE: (sorrindo) Obrigado, treinador.

 

Paulo acena com a cabeça e sai. Cláudio e Felipe se olham.

 

FELIPE: Acha que ele alcança esse patamar um dia?

 

CLÁUDIO: Não tenho dúvidas... Que não.

 

FELIPE: (rindo) Jovem rancoroso.

 

 

Casa de Gabriel. Priscila está do lado de fora, parada de frente para a porta. Ela aperta a campainha. Segundos depois aperta outra vez, impaciente. A porta abre e Gabriel aparece enrolado em um cobertor, com a expressão completamente abatida.

.

Cont.Until June - Sleepless

 

PRISCILA: O que aconteceu com você?

 

GABRIEL: É só um vírus chamado gripe.

 

Ele abre a porta por completo. Priscila entra. Eles caminham até a sala.

 

PRISCILA: Seus pais, estão aonde?

 

GABRIEL: No restaurante... (espirra) Desculpa.

 

PRISCILA: E a maninha querida?

 

GABRIEL: Foi lá... (espirra) Na apresentação do time... (senta no sofá) Lamento ter que dizer isso, mas você terá que ir sozinha.

 

PRISCILA: Pois é... Mas acho que não vou sair e te deixar assim, dodói.

 

GABRIEL: Eu estou bem, já fui medicado... (faz que vai espirrar e para) Foi quase... (ri e espirra) Ou não.

 

PRISCILA: (sorrindo) Já me decidi, vou ficar aqui cuidando de você.

 

GABRIEL: Priscila, não tem necessidade disso. Eu vou ficar bem, pode ir na festa.

 

PRISCILA: Não estou pedindo sua permissão. Vou ficar e ponto final.

 

GABRIEL: Okay, mas por favor, nada me tratar como criança, nem fazer vozinha de bebê.

 

PRISCILA: (sorrindo) Certo, nada de bebê... (o levanta e começa a conduzi-lo para a escada) Agora vamos subir e descansar na caminha, que a mamãe vai fazer uma sopinha bem quentinha pra você.

 

GABRIEL: Priscila!

 

 

Frente da casa de Livia. Roger aperta a campainha de forma insistente. A porta abre e uma mulher [Jennifer Ehle] aparece.

 

ROGER: Oi dona Clarice... A Lívia está?

 

CLARICE: (estranhando) Pensei que ela estivesse com você... (desconfiada) Aconteceu alguma coisa?

 

ROGER: (disfarçando) N-não, foi erro de comunicação então. Devo ter entendido errado. Agora tenho quase certeza que ela está na praça me esperando.

 

CLARICE: Posso ficar despreocupada então?

 

ROGER: Totalmente. Mas se por acaso a gente se desencontrar outra vez e ela aparecer por aqui, pede para ela me ligar, por favor?

 

CLARICE: (sorrindo) Pode deixar.

 

ROGER: (sorrindo) Obrigado sogrinha.

 

Ele beija o rosto dela e sai apressadamente. Clarice coloca a mão no rosto e balança negativamente a cabeça.

 

CLARICE: (sorrindo) Já começou a intimidade... Logo começa a abrir a geladeira e ninguém segura mais.

 

 

Salão de festas. Felipe está saindo de perto do palco. Nicole se aproxima dele.

 

Música: Hot Hot Heat - Middle of Nowhere

 

NICOLE: Linda a homenagem...

 

FELIPE: (mostrando-se feliz em vê-la) Obrigado. Que bom que você está aqui.

 

NICOLE: (sorrindo) Já que você não me convida para mais nada, eu preciso tomar alguma inciativa de vez em quando.

 

FELIPE: Desculpa, eu tenho tentado te dar um pouco de espaço... Estou abusando nisso?

 

NICOLE: É, um pouco... Pode diminuir esse espaço se quiser.

 

FELIPE: (sorrindo) Ótimo... Quer sentar para conversar?

 

NICOLE: Adoraria.

 

Eles se deslocam. A câmera gira até Bruno, Gustavo e Cláudio que caminham pelo salão.

 

BRUNO: (afrouxando a gravata) Chega desse negócio...

 

GUSTAVO: Não, ô bicho do mato, continua. Olha pra gente, nós somos celebridades hoje.

 

BRUNO: Eu não estou nem aí...

 

CLÁUDIO: Quero ver essa pompa toda quando o ginásio estiver lotado e o adversário querendo te fuzilar.

 

GUSTAVO: (dando os ombros) Ainda assim você estará no banco e eu jogando.

 

Eles se aproximam de Helen e Amanda que estão paradas perto de uma mesa de refrigerantes. Cláudio e Helen trocam olhares e sorrisos. Amanda sorri e assovia para eles.

 

HELEN: Ela tem tara por homens de terno.

 

GUSTAVO: É mesmo Amanda? Eu tenho uma coleção lá em casa, que me ver experimentando?

 

AMANDA: Preciso mesmo responder?

 

GUSTAVO: Isso já está ficando chato. Nem de terno você me dá uma chance. Quando eu me voltar para outra garota, não vai adiantar chorar.

 

AMANDA: Amor, eu não choraria por você nem no seu enterro.

 

GUSTAVO: Você é má... E eu amo isso.

 

Amanda balança a cabeça, incrédula. Bruno se posiciona ao lado de Helen.

 

BRUNO: Gostou?

 

HELEN: Você estava muito bonito lá em cima.

 

Cláudio, Amanda e Gustavo fazem sons de deboches, deixando Bruno e Helen sem graça.

 

BRUNO: Vamos lá fora um instante? Tem algo que eu quero te falar.

 

Helen concorda com a cabeça. Bruno pega na mão dela e eles saem. Cláudio os acompanha com o olhar. Gustavo olha para Amanda, sorrindo.

 

GUSTAVO: (subindo e descendo as sobrancelhas) Sobrou nós dois, huh?

 

AMANDA: (puxando Cláudio) Vamos dançar?

 

Eles saem rapidamente. Gustavo os acompanha com o olhar, abrindo os braços.

 

GUSTAVO: (falando alto) Isso mesmo sua ingrata, pisa em quem te dá valor! (falando ainda mais alto) Eu sou uma celebridade!

 

As pessoas em volta começam a olhá-lo. Gustavo sorri para elas.

 

GUSTAVO: Autógrafo?

 

A câmera gira até Cláudio e Amanda dançando do outro lado do salão. Cláudio se mexe um pouco travado e contido.

 

AMANDA: (rindo) Você vai ter que aprender a dançar algum dia.

 

CLÁUDIO: (sorrindo) Isso é uma grande evolução comparado ao ano passado. (parando) Vamos apenas conversar.

 

Amanda balança a cabeça, ainda rindo. Eles observam as pessoas.

 

AMANDA: E o clube dos corações solitários, quando será a próxima reunião?

 

CLÁUDIO: Eu não sei, mas creio que em breve perderemos um membro...

 

Ele aponta com a cabeça. A câmera se movimenta, mostrando Nicole e Felipe em uma mesa, conversando. Amanda ergue as sobrancelhas.

 

AMANDA: Precisamos recrutar mais gente então...

 

CLÁUDIO: (mexendo os ombros) Ou sair dele...

 

AMANDA: (olhando-o) Você acha que já está preparado para entrar em outro relacionamento? Mesmo com tudo que sentiu pela Larissa?

 

CLÁUDIO: Eu não sei. Mas não vou me permitir ficar com medo de entregar meu coração a outra pessoa, por conta do que aconteceu com ela. Ela não merece tamanha importância.  

 

AMANDA: (sorrindo) Perfeito. E espero conseguir seguir em frente também.

 

CLÁUDIO: E vai... E já que falamos nela, vocês têm tido contato?

 

AMANDA: Mandei alguns e-mails, tentei ligar algumas vezes, mas ela parece que está com a cabeça focada apenas naquele lugar. Parei então de correr atrás, já que ela também sabe onde me encontrar, e se não fez, é porque não quer.

 

CLÁUDIO: É uma pena que para viver em outro lugar, precisa ignorar a vida que teve aqui.

 

AMANDA: Você ainda pensa nela?

 

CLÁUDIO: Não com a mesma frequência de antes... E você?

 

AMANDA: Na Larissa? Nunca pensei nela dessa forma... (sorri).

 

CLÁUDIO: (sorrindo) Você sabe de quem estou falando.

 

AMANDA: Eu não sei, minha cabeça anda meio embaralhada demais. Mas vê-lo com outra me incomoda bastante.

 

CLÁUDIO: Você vai superar isso, a Livia é bem legal.

 

AMANDA: Aham, fiquei sabendo que o Victor possui ótimas qualidades também.

 

Eles se encaram por alguns segundos e depois começam a rir.

 

AMANDA: Agora chega de falar dos nossos ex... (puxando-0) Vem que eu vou te ensinar a se mexer um pouco melhor.

 

CLÁUDIO: (sendo puxado) Já não riu o suficiente?

 

 

Lado de fora do salão. Helen e Bruno caminham pelo estacionamento. Eles param e ficam de frente um para o outro.

 

Música: Lifehouse - Hanging By a Moment

 

BRUNO: Quer namorar comigo?

 

HELEN: (erguendo as sobrancelhas e rindo) Nossa!

 

BRUNO: (preocupado) Muito cedo né? Me desculpa, esquece o que eu disse.

 

HELEN: (sorrindo) Não, é que me surpreendeu você ter sido tão direto, já que demorou tanto para me beijar.

 

BRUNO: Helen, eu gosto de você desde quando cheguei na cidade e você não passava de uma rebelde com causa.

 

Helen ri outra vez. Depois eles se encaram por alguns segundos.

 

BRUNO: E quando te beijei pela primeira vez, pensei, nossa, eu não quero parar de fazer isso nunca mais.

 

Helen mexe a boca, pensativa e receosa. Bruno segura na mão dela.

 

BRUNO: Eu sei que você já teve bastante decepções, mas se me dar uma chance, eu prometo que farei de tudo para que se sinta bem na maior parte do tempo... (temeroso) O que me diz?

 

HELEN: (após alguns segundos) Okay, vamos tentar.

 

BRUNO: (animado) Mesmo? Você tem certeza?

 

HELEN: Quer que eu tire mais um tempo para pensar?

 

BRUNO: Não, não... Eu acredito em você. (sorrindo) Eu acredito em nós.

 

Ele aproxima seus lábios ao dela e começa a beijá-la de forma delicada. Segundos depois aumenta a intensidade e o som toma conta da cena. A câmera se afasta devagar, escurecendo a tela em seguida.

 

 

Quarto de Gabriel. Ele está sentado na cama, ainda enrolado no cobertor. Priscila está sentada ao lado dele, tentando fazê-lo tomar uma sopa. Gabriel fecha a boca e balança a cabeça, em sinal de negação.

 

PRISCILA: É para o seu bem...

 

GABRIEL: De jeito nenhum. Só o cheiro desse negócio me faz ter vontade de chamar o Raul.

 

PRISCILA: Não fale mal da sopa milagrosa da minha vovó. Reza a lenda que isso aqui levanta até defunto.

 

GABRIEL: Então passa lá no IML que está cheio de cadáveres precisando mais do que eu.

 

PRISCILA: (bufando) Gabriel, não seja infantil! Tome a sopa!

 

GABRIEL: (balançando negativamente a cabeça) Não.

 

Priscila tampa o nariz dele e rapidamente enfia uma colher dentro da boca dele. Gabriel faz cara de nojo, tentando resistir, mas desiste. Priscila sorri satisfeita.

 

PRISCILA: A sua sorte é que não está fervendo.

 

GABRIEL: (com os olhos vermelhos, lacrimejando) Não está? (engole a seco) Me passa o celular, preciso ligar para o 911.

 

Priscila ri forçadamente. Segundos depois, ela para de rir e coloca a mão na testa dele.

 

PRISCILA: Você está ardendo em febre...

 

GABRIEL: Certeza que foi essa sopa...

 

Priscila lança um olhar sério a ele, que sorri.

 

GABRIEL: (sorrindo) Que fará com que eu me sinta melhor.

 

PRISCILA: Essa frase não tem nem sentido... (levanta) Tem algum termômetro por aqui?

 

GABRIEL: No banheiro do corredor, embaixo da pia, tem uma caixinha de primeiros socorros... Já pensou em seguir carreira de enfermeira?

 

PRISCILA: E correr o risco de pegar pacientes iguais a você? (balançando negativamente a cabeça) Não obrigada.

 

Ela sai do quarto. Gabriel se enrola mais no cobertor.

 

GABRIEL: (falando baixo) Risco seria dos pacientes.

 

PRISCILA: (fora de cena) Eu ouvi isso.

 

Gabriel ri e segundos depois se deita na cama.

 

 

Salão de festas. Roger caminha entre as pessoas, olhando para os lados, procurando alguém. Ele esbarra em Gustavo que estava dançando.

 

Música: Kristal Meyers - Live

 

GUSTAVO: Cuidado, plebeu! Essa roupa é fina.

 

ROGER: Por acaso você viu a Livia por aí?

 

GUSTAVO: Não, por quê? Vocês brigaram?

 

ROGER: Nos desencontramos.

 

GUSTAVO: O que aconteceu?

 

ROGER: Deixa de ser curioso... (se movimenta) Eu vou continuar procurando.

 

GUSTAVO: Okay, se eu a ver, digo que a está procurando.

 

ROGER: Não, não, não faça isso. Você tem o dom de piorar tudo quando abre a boca. Apenas não a perca de vista.

 

GUSTAVO: Então vocês brigaram mesmo?

 

Roger revira os olhos e sai. Gustavo balança negativamente a cabeça e volta a dançar.

 

GUSTAVO: Adolescentes...

 

Corta para uma das mesas. Paulo está sentado, observando o movimento do salão. Isabel se aproxima, puxa uma cadeira e se senta ao lado dele.

 

PAULO: Professora Isabel.

 

ISABEL: (sorrindo) Por favor, não estamos trabalhando. Me chame apenas de Isabel... Ou Isa se preferir. Na verdade nem no trabalho você deveria me tratar com tanta formalidade.

 

PAULO: Está bem, Isabel... O que achou da homenagem?

 

ISABEL: (enfatizando) Digno de Gladiadores!

 

PAULO: (rindo levemente) Certo.

 

ISABEL: (encarando-o) Você fica muito bem de terno.

 

PAULO: Obrigado.

 

ISABEL: E você também é de muito poucas palavras... Que tal retribuir o elogio?

 

PAULO: Não flerto com colegas de trabalho.

 

ISABEL: Não é flerte, eu nunca teria interesse em você... Você é muito... (pensativa) Você, sabe?

 

PAULO: (franzindo as sobrancelhas) O que isso quer dizer?

 

ISABEL: Deixa pra lá... (morde os lábios, pensativa) Se você morresse hoje, acha que receberia uma homenagem daquele tipo?

 

PAULO: (respirando fundo) E lá vamos nós... (olhando-a) Não, creio que soltariam até fogos.

 

ISABEL: E isso não te incomoda? Tipo, seus próprios jogadores não gostarem de você?

 

PAULO: Só me importo com que eles fazem dentro de quadra. Se não gostam de mim, paciência.

 

ISABEL: Mas você sabe que se eles gostassem de você, o desempenho seria ainda melhor, não acha?

 

PAULO: Eles gostavam muito do Roma e só foram ganhar o primeiro título o ano passado. Isso não quer dizer muita coisa.

 

ISABEL: Nada te comove? Nada mesmo?

 

PAULO: (sorrindo) Não, como dizem, eu tenho coração de pedra.

 

ISABEL: (sorrindo) E para sua sorte, eu tenho a mesma, ou mais teimosia que você. Não vou desistir até achar um jeito de fazer esse negócio aí dentro do seu peito, voltar a bater.

 

PAULO: Por que você não pode agir como uma pessoa normal e me deixar em paz?

 

ISABEL: (sorrindo) Por que você é assim, justamente porque te deixam em paz.

 

Ela dá dois tapinhas no braço dele, levanta e sai. Paulo balança a cabeça, incrédulo e esboça um leve riso.

 

 

Corta para Cláudio encostado em uma pilastra. Ele observa as pessoas que dançam abraçadas. Helen se aproxima dele.

 

Música: Jimmy Eat World - Hear You Me

 

HELEN: O que faz aí sozinho?

 

CLÁUDIO: (sorrindo) A Amanda estava aqui há pouco... E o Bruno?

 

HELEN: Foi ao banheiro... (olha para as pessoas e depois o olha) Você quer dançar? Não precisa se preocupar, porque a música é lenta.

 

CLÁUDIO: Estou é preocupado com os meus pés, pisando nos seus.

 

HELEN: (sorrindo) Eu prometo não deixar isso acontecer.

 

CLÁUDIO: (sorrindo) Sendo assim, será um prazer.

 

Ele estende a mão e a conduz para o salão. Cláudio segura em sua cintura, enquanto Helen o abraça. Eles fecham os olhos e começam a se movimentar em passos leves.

 

HELEN: Não é porque seu primo e eu estamos namorando, que deixaremos de ter nossos momentos juntos, ouviu?

 

CLÁUDIO: Então vocês estão mesmo namorando?

 

HELEN: É oficial desde alguns minutos atrás.

 

Cláudio acena de leve com a cabeça e sorri levemente, ficando expressivo. Helen o olha.

 

HELEN: Está feliz por mim, certo?

 

CLÁUDIO: Tudo que te fizer feliz, me deixará também.

 

HELEN: Então por que essa carinha?

 

CLÁUDIO: (após alguns segundos) Não quero voltar àquele estágio de superproteção, mas você sabe o quanto é importante para mim. Não quero que se machuque outra vez.

 

HELEN: (sorrindo) Na verdade estou muito feliz que tenha voltado a ter esse tipo de preocupação comigo. Quanto a me machucar, é um risco que todos nós vamos correr ao abrirmos nossos corações. Mas já me consola saber que, caso algo dê errado, terei seu ombro pra chorar. 

 

CLÁUDIO: (sorrindo) Claro que sim, sempre terá. E o Bruno é uma ótima pessoa, vai te fazer feliz.

 

Helen sorri novamente para ele fecha olhos, encostando a cabeça no peito dele. Cláudio também fecha os olhos. A câmera começa a subir, mostrando a pista numa vista aérea por alguns instantes. A tela escurece.

 

 

Quarto de Gabriel. Priscila está deitada na cama ao lado de Gabriel que está com um termômetro na boca. Ela tira o termômetro da boca dele e olha atentamente.

 

PRISCILA: A febre está mais baixa.

 

GABRIEL: Acho que vou ter que dar o braço a torcer a respeito da sopa.

 

PRISCILA: (sorrindo) Eu disse, mas você preferiu duvidar.

 

GABRIEL: Pois então a partir de agora passarei a te dar todos os votos de confiança.

 

PRISCILA: Já estava na hora. E por ter ficado todo esse tempo assim, encostada em você e nesse quarto cheio de germes, se por ventura eu ficar gripada, você já está convocado a ficar cuidando de mim o tempo todo, até que eu melhore 100%.

 

GABRIEL: (sorrindo) Com toda certeza e com muito prazer, farei. (respira fundo) Bom, como eu já estou melhorando, se quiser aproveitar o final da festa, pode ir.

 

PRISCILA: Quando eu começar a bocejar de sono eu vou embora, para minha casa, dormir. Além do mais, não posso te deixar sozinho... E se caso você tiver uma recaída, passar mal, não aparecer ninguém para te socorrer e acabar morrendo agonizando? Não, jamais iria me perdoar.

 

GABRIEL: (rindo) Obrigado, de coração, por estar aqui.

 

PRISCILA: (sorrindo) Eu não estou brincando... Quer que eu te conte um caso que aconteceu numa cidade aqui pelas redondezas?

 

GABRIEL: Fábulas de cidades pequenas? Adoro!

 

PRISCILA: Não é uma lenda urbana... Vou te contar detalhadamente...

 

 

Frente da casa de Livia. Roger está sentado no degrau da varanda. Do fundo, vemos Livia aparecendo. Ao vê-lo, ela se vira e começa a andar pela calçada, apressadamente. Roger levanta rapidamente e corre até ela. 

 

ROGER: Liv, espera!

 

LIVIA: (andando) Eu não quero falar com você.

 

ROGER: Mas eu preciso me explicar...

 

Ele a alcança e a segura. Eles ficam de frente um para o outro.

 

ROGER: Seja lá o que realmente você viu no meu quarto, não é o que você está pensando.

 

LIVIA: Ah não? Então traduz pra mim o que significa aquela caixa aberta com várias fotos, cartas e objetos de sua ex-namorada?

 

ROGER: Nada! São apenas papeis, fotos... Um monte de coisas que estavam jogadas embaixo da minha cama e que não significam nada para mim.

 

LIVIA: Eu não me importo que guarde aquilo, até porque vocês tiveram uma história e nem sabemos se a nossa irá durar mais que um mês. Mas ficar olhando, relembrando o que viveram juntos, estando namorando outra pessoa, isso não... É demais até para mim.

 

ROGER: Você tem razão, completa razão. Mas você reparou na bagunça que estava no meu quarto, certo? Antes de você chegar eu meio que tentei dar uma organizada, mas não rolou. Quando olhei embaixo da cama, vi a caixa e abri no impulso, apenas para olhar. E foi o que fiz, olhei rapidamente, coloquei em cima da mesinha e fui fazer outra coisa. Mas minha real intenção era colocá-la no sótão. Eu ia fazer, o problema é que esqueci a bendita ali antes de entrar no banho.

 

LIVIA: (incrédula) Vai precisar arrumar uma desculpa bem melhor que essa.

 

Ela se vira e voltar a andar. Roger fica parado.

 

ROGER: Mas é verdade.

 

Livia não responde e continua andando. Roger fica sem ação, segundos depois olha na direção dela e grita.

 

ROGER: (gritando) Eu te amo!

 

Livia para imediatamente, arregalando os olhos. Roger sorri e corre até ela. Livia se vira para ele, receosa.

 

Música: Switchfoot - Learnig to Breathe

 

ROGER: Eu te amo.

 

LIVIA: Você não pode me dizer algo assim. Você não pode estar me amando, não tão rápido. (seus olhos se enchem de lágrimas) Não brinca com o meu coração desse jeito.

 

ROGER: (delicadamente) Eu não estou brincando. Acha mesmo que é difícil te amar? Se soubesse de fato as inúmeras qualidades que você possui, saberia que te amar é a coisa mais fácil do mundo. (segura nas mãos dela) Eu te amo, Livia Christina.

 

Livia não responde, deixando as lágrimas escorrem em seu rosto. Roger passa a mão no rosto dela, limpando-a.

 

ROGER: Quer que eu repita mais uma vez? Posso fazer a noite inteira se for necessário. Faço até que você acredite que seja verdade... Eu te amo, eu te amo, eu te amo, amo, amo, amo...

 

LIVIA: (interrompendo e sorrindo) Okay, eu acredito. (abaixa o olhar) Me perdoa por ser tão insegura assim.

 

ROGER: Você que deve me perdoar por te passar essa insegurança. (a abraça) Eu não estaria contigo pensando em outra, nunca.

 

LIVIA: Eu sei... (o olha) Eu te amo também.

 

Roger sorri para ela e aproxima seus lábios, beijando-os de forma apaixonada. Livia corresponde na mesma intensidade. A câmera vai se distanciando e parando em determinado ponto, ainda nos deixando com a visão deles se beijando por mais alguns instantes.

 

 

Quarto de Gabriel. Priscila e Gabriel continuam deitados na cama. Gabriel expressa um ar assustado, com os olhos bem abertos. Priscila balança lentamente a cabeça em sinal de positivo, ao mesmo tempo em que sorri de forma macabra.


PRISCILA: Continua duvidando?

 

GABRIEL: (assustado) Não, nem um pouco.

 

PRISCILA: Eu conheço mais... Quer ouvir?

 

GABRIEL: Pelo amor de Deus, Priscila... Muda de assunto.

 

PRISCILA: (rindo) Você é tão medroso.

 

GABRIEL: E você esperava o que, depois de ter me contado coisas tão grotescas e macabras que um ser humano fez a outro? O pior é pensar que aconteceu ali do lado.

 

PRISCILA: Ouvi dizer, mas nunca fui corajosa o suficiente para comprovar, que é possível ouvir os gemidos da vítima na estrada, no meio da madrugada.

 

Gabriel novamente arregala os olhos. Ouve-se um barulho vindo da janela. Priscila olha na direção do barulho e depois olha para Gabriel, assustada.

 

GABRIEL: Eu sempre tive convicção de que, se mexer com essas coisas, acaba por atraí-las.

 

PRISCILA: Não seja bobo, é só um barulho...

 

Novamente ouve-se o barulho na janela. Priscila arregala os olhos.

 

GABRIEL: Então vá lá olhar.

 

PRISCILA: O homem aqui não é você?

 

GABRIEL: Eu mal estou me aguentando em pé. Além do mais, você é a cética aqui. Eu acredito em fantasmas.

 

E mais uma vez se ouve o barulho vindo da janela. Priscila se encolhe na cama, abraçando Gabriel.

 

GABRIEL: Okay, vamos nós dois.

 

PRISCILA: É um ato de bastante cavalheirismo levar uma garota assustada ao encontro de um poltergeist. Mas tudo bem, vamos lá.

 

Eles levantam e devagar se dirigem até a janela. Gabriel leva a mão até o trinco. Priscila se esconde atrás dele. Ele abre a janela e grita. Priscila faz o mesmo. Gabriel começa a rir.

 

GABRIEL: (rindo) É só o galho da árvore.

 

PRISCILA: (dando um tapa no braço dele) E você sabia disso o tempo todo?

 

GABRIEL: E que graça teria uma história de terror, sem algo prarealmente assustar?

 

PRISCILA: (indignada) Você estava atuando o tempo todo?

 

GABRIEL: (sorrindo) Já posso até fazer teste para algum comercial, fala a verdade?

 

PRISCILA: Eu vou te dar uma lição.

 

GABRIEL: (recuando) Wow, wow, wow... O que pretende fazer?

 

Priscila levanta as mãos e mexe os dedos. Gabriel recua ainda mais.

 

GABRIEL: Não, não, não... Cosquinhas não. Estou doente, lembra? Meu corpo dói, meu corpo todo dói. 

 

PRISCILA: Tivesse pensado nisso antes de querer me enganar.

 

Ela avança até ele, enchendo-o de cócegas. Gabriel ri descontroladamente e cai na cama, puxand0-a. Priscila cai por cima dele, rindo também. Segundo depois, eles param e trocam olhares com seus rostos bem próximos.

 

PRISCILA: (ainda em cima dele) Sabe que é a segunda vez que eu tenho a impressão que você quer me beijar?

 

GABRIEL: Mesmo? Mas é você que está por cima.

 

PRISCILA: (sorrindo) Verdade... (sai de cima dele) Só que se eu quisesse, já teria feito. O que não seria certo, óbvio, porque somos irmãos.

 

GABRIEL: (sorrindo) Não, não seria certo.

 

Priscila deita na cama, repousando a cabeça no braço de Gabriel. Ele levanta uma das mãos, fazendo sinais com os dedos. Priscila sorri e segura a mão dele, tentando impedi-lo.

 

 

Salão de festas. Felipe e Nicole continuam na mesma mesa. Eles observam os casais dançando abraçados e segundos depois ela o olha e estende a mão.

 

Música: Alanis Morissette - Head Over Feet

 

NICOLE: Me daria a honra?

 

FELIPE: (surpreso) Você tem certeza disso?

 

NICOLE: (sorrindo) Uhum, a menos que você tenha algum problema com demonstrações de afeto em público.

 

Felipe sorri e em seguida segura na mão dela. Ambos levantam e vão para o centro do salão, se abraçando e movendo-se no compasso da música. A câmera se movimenta, parando em Gustavo conversando com algumas garotas.

 

GUSTAVO: Esse tipo de tratamento é comum entre os jogadores, ainda mais depois do título. Mas, para os titulares, como eu, os privilégios são ainda maiores.

 

GAROTA: (interessada) Quais tipos de privilégios?

 

GUSTAVO: Ah você sabe, entradas Vips em casas de shows, cumprimento de artistas, mesas em restaurantes sem precisar de reservas... Vocês lembram do Léo? O cara aprendeu a jogar comigo, mas eu estava com um problema ano passado no tendão de Aquiles, que me impediu de integrar ao time.

 

Ele continua contando vantagem, mas o som aumenta encobrindo o que ele diz. As garotas ouvem-no com bastante atenção e interesse.

 

 

Casa de Livia. Ao som da mesma música, vemos Roger e Livia deitados em uma rede na varanda da casa dela. Ela está de olhos fechados, com a cabeça repousada no peito dele. Roger a olha com ternura e segundos depois, beija a cabeça dela. Ele sorri e fecha os olhos.

 

 

Casa de Gabriel. Ainda ao som da mesma música, vemos Gabriel sentado na cama, assistindo televisão. Ele olha para o lado e a câmera se movimenta junto, mostrando Priscila deitada encolhida, dormindo. Ele sorri e a cobre com o cobertor. Segundos depois se inclina e beija carinhosamente o rosto dela.

 

 

Rua do condomínio. Cláudio e Bruno sobem devagar a rua, conversando.

 

Cont. Alanis Morissette - Head Over Feet

 

BRUNO: Posso te fazer uma pergunta?

 

CLÁUDIO: Vá em frente...

 

BRUNO: Helen e eu, juntos, te incomoda em algum sentido?

 

CLÁUDIO: (sorrindo) Por que me incomodaria?

 

BRUNO: Eu não sei... É que vocês são tão grudados, pensei que de alguma forma nos ver juntos, pudesse lhe causar algum desconforto.

 

CLÁUDIO: Fica frio... Mas eu tenho um grande zelo por ela e você sabe muito bem o que ela passou. Então, trate de fazê-la feliz, ouviu?

 

BRUNO: (sorrindo) Eu vou, eu prometo.

 

Cláudio acena com a cabeça e toca o ombro do primo. A câmera muda para uma visão aérea do condomínio, enquanto os vemos subir a rua. A imagem sobe até o céu estrelado, e aos poucos, a noite vai dando lugar ao dia, e a música cessa lentamente. 

 

 

Quarto de Cláudio. Cláudio está sentado na cama, segurando a camisa do time e olhando para o seu nome e número gravados. Silvia aparece, entrando no quarto com a porta já aberta.

 

SILVIA: Bom dia meu amor.

 

CLÁUDIO: (sorrindo) Bom dia, mãe.

 

SILVIA: Podemos conversar?

 

CLÁUDIO: (concordando com a cabeça) Claro... Está tudo bem?

 

Silvia se aproxima e senta ao lado dele na cama. Cláudio franze as sobrancelhas, preocupado.

 

SILVIA: Filho, o Bruno já te contou o real motivo dele ter vindo morar com a gente?

 

CLÁUDIO: Já, já me contou sim.

 

SILVIA: E o que ele te disse?

 

CLÁUDIO: Mãe, é pessoal. É meio dolorido para ele. (preocupado) O que está havendo?

 

SILVIA: (após alguns segundos) Sua tia acabou de me ligar. Ela estava muito nervosa, nervosa mesmo... Seja lá o que ele tenha te contado, acredito que não tenha sido a história verdadeira. 

 

Cláudio franze novamente  as sobrancelhas, bastante atencioso.

 

SILVIA: Seu primo aprontou por lá, Cláudio... E foi sério.  

 

A câmera se aproxima do rosto de Cláudio, fechando em sua expressão de preocupação. A tela escurece.

 

 

 

 

 

 


 

CRÉDITOS FINAIS

 

CRIADO E ESCRITO POR:

 

Thiago Monteiro

 

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

 

Amy Yasbeck como Isabel

Jennifer Ehle como Clarice


MÚSICA TEMA

 

Switchfoot - Meant To Live

 

TRILHA SONORA

 

Counting Crows - Hanginaround

The New Amsterdams - Hanging On For Hope

Until June - Sleepless

Hot Hot Heat - Middle of Nowhere

Lifehouse - Hanging By a Moment

Kristal Meyers - Live

Jimmy Eat World - Hear You Me

Switchfoot - Learnig to Breathe

Alanis Morissette - Head Over Feet

 

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