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Vista aérea do jardim da mansão de Felipe. É noite. A câmera se aproxima de alguns casais que dançam abraçados. Entre eles, Helen e Léo. Eles estão de olhos fechados.

 

Música: Dashboard Confessional - Stolen  

 

CLÁUDIO: (em off) Já dizia o poeta... “É possível amar e não ser feliz. É possível ser feliz e não amar. Mas amar e simultaneamente ser feliz, isso seria um milagre”.

 

 

Rua da casa de Livia. Roger caminha pela calçada, com as mãos no bolso, olhando para baixo, pensativo. Ele para na frente da casa de Livia e olha para a porta. Após alguns segundos, a porta abre e Livia aparece, com os olhos vermelhos, abatida.

 

Cont. Dashboard Confessional - Stolen  

 

CLÁUDIO: (em off) Há momentos na vida que você se sente perdido. Quando cada movimento seu parece estar errado. Então, por um breve momento, você vê a luz.

 

Livia avista Roger e corre até ele. Eles se abraçam fortemente.

 

 

Parte externa da mansão de Felipe. Amanda sai pela porta e anda pelo jardim, nervosa.

 

Cont. Dashboard Confessional - Stolen  

 

CLÁUDIO: (em off) Nunca aja por impulso de uma raiva. Ela pode nos levar a fazer coisas que poderemos nos arrepender...

 

Um rapaz [Jesse Mccartney] a segura pelo braço. Amanda para.

 

RAPAZ: (preocupado) Você está bem?

 

AMANDA: (olhando-o profundamente) Me faz um favor?

 

RAPAZ: Qualquer coisa.

 

AMANDA: Me beija.

 

Ele sorri e a beija de forma bastante intensa. Amanda corresponde ao beijo com a mesma intensidade.

 

 

Frente do colégio Esplendor. Cláudio está no gramado olhando expressivamente para o portão.

 

Cont. Dashboard Confessional - Stolen  

 

CLÁUDIO: (em off) Nem sempre é bom dizer tudo aquilo que está no coração... Mas bom seria não ter no coração, aquilo que não se deve dizer.

 

 

Jardim da mansão de Felipe. Helen e Léo continuam abraçados. Após alguns segundos, Léo se afasta um pouco e a olha com ternura.

 

Cont. Dashboard Confessional - Stolen  

 

LÉO: Casa comigo?

 

HELEN: (surpresa) O quê?

 

A câmera se aproxima do rosto de Helen e depois no de Léo, apreensivo. A tela escurece.

 

 

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Centro da cidade. É noite. Helen e Leo passeiam por uma calçada. Helen está séria e olhando para a frente. Léo a olha algumas vezes.

 

Música: Iron & Wine and Calexico - He Lays In the Reins

 

LÉO: Eu conheci vários lugares. Mas tenho que lhe dizer, nada supera o ar daqui.

 

HELEN: O que faz aqui, Léo?

 

LÉO: O time entrou em um breve recesso e eu... 

 

HELEN: (interrompendo) Não, estou querendo dizer aqui, comigo.

 

LÉO: Vim te ver, Helen.

 

HELEN: Ah, veio me ver? Simples assim? Depois de quase seis meses e nem um telefonema ou um mísero e-mail pra saber como eu estava?

 

LÉO: Okay, não era bem essa a recepção que eu imaginava.

 

HELEN: E você esperava o quê? Que eu me atirasse em teus braços e dissesse o quanto senti sua falta?

 

LÉO: (sorrindo) Mais ou menos isso.

 

Helen revira os olhos e começa a andar apressadamente. Léo aperta o passo para acompanhá-la.

 

LÉO: Hei, estou brincando. É claro que eu não esperava algo tão caloroso, mas também não esperava por algo tão frio quanto agora.

 

HELEN: (parando e falando calmamente, sarcástica) Own, desculpa Léo pelo meu estado emocional. É que antes de você aparecer, eu tinha acabado de terminar com o meu namorado. Estou bastante abalada.

 

LÉO: Isso é sério?

 

HELEN: (voltando ao tom normal) Sim. E eu vou para casa, não me acompanhe e respeite meu luto.

 

Ela volta a apertar os passos. Léo fica parado, acompanhando-a com o olhar.

 

LÉO: Helen, qual é... Vamos conversar.

 

HELEN: (sem olhá-lo) Muita coisa mudou, Leonardo.

 

Léo continua parado, observando-a enquanto se distancia. A câmera muda para céu estrelado, que aos poucos começa a amanhecer.  Quando desce, temos a visão da fachada do colégio Esplendor.

 

 

Uma sala. Um homem [Chris Potter] está escrevendo em alguns papeis. Ouve-se alguém batendo na porta e ela abrindo. Paulo aparece.

 

PAULO: O senhor queria me ver, diretor Ronald?

 

RONALD: Sim, treinador... (apontando a cadeira) Sente-se, por favor.

 

Paulo fecha a porta e vai até uma cadeira, sentando-se de frente para a mesa do diretor.

 

RONALD: O responsável pelos garotos brigões estará logo aqui. Estou escrevendo um relatório e preciso saber exatamente o que aconteceu em quadra e no vestiário depois que o jogo foi encerrado. O menino que começou a briga agiu com mais agressão com o outro garoto, os companheiros ou até mesmo com você?

 

A câmera se aproxima do rosto de Paulo, que fica pensativo. Nesse instante, ouve-se a voz ecoada de Cláudio.

 

CLÁUDIO: (em off) Um fracassado que foi limitado a treinar um time juvenil do interior, que vomita arrogância o tempo todo, dando ordens na gente como se estivéssemos num quartel... Fica falando em vitória, quando o maior dos perdedores está bem na nossa frente.

 

Paulo continua reflexivo. O diretor franze as sobrancelhas e chama sua atenção.

 

RONALD: Treinador?

 

PAULO: (voltando para si) Desculpa?

 

RONALD: Houve mais algum incidente do vestiário?

 

PAULO: (após alguns segundos) Não, não houve. Após o ocorrido foi possível acalmar os ânimos.

 

RONALD: Ótimo. Você sugere alguma pena mais severa ao garoto?

 

PAULO: Não. Ele não está mais no time. Acho que já é o suficiente.

 

RONALD: (sorrindo) Obrigado pela colaboração.

 

Corta para o lado de fora da sala. Cláudio e Lucio estão sentados em um banco, aguardando.

 

LUCIO: Sua mãe vai ter um ataque se você for expulso.

 

CLÁUDIO: (respirando fundo) Deus queira que isso não aconteça. Onde eu vou estudar?

 

LUCIO: Pensasse nisso antes de querer agir que nem durão.

 

A porta abre e Paulo sai. Ele e Cláudio se encaram brevemente. Paulo segue andando. O diretor aparece.

 

RONALD: Vocês podem entrar agora.

 

Lucio respira fundo. Ele toca a perna de Cláudio e ambos levantam, indo na direção da sala.

 

 

Corredor. Paulo caminha na direção da porta do refeitório. Isabel aparece e para na frente dele.

 

ISABEL: Por favor, me diga que você não regrediu no nosso tratamento e fez a caveira do pobre garoto para que ele fosse expulso? Já vou avisando que comprarei uma grande briga com a sua pessoa, farei cartazes e passeatas contra este ato abusivo.

 

PAULO: Ele não vai ser expulso. E nem sugeri que fosse. Mas se fosse, não seria nada injusto, tendo em vista o que ele fez e o que disse no vestiário depois. E também nós dois não estamos fazendo tratamento algum.

 

ISABEL: (curiosa) O que ele disse no vestiário?

 

PAULO: (sorrindo) Ah, claro que eu vou te contar.

 

ISABEL: Viu que estamos realmente progredindo? Se fosse mês passado, você me ignoraria ou apenas diria que ele não foi expulso. Hoje, além de dizer mais de duas frases, ainda quis me deixar curiosa.

 

PAULO: Tenha um bom dia, professora Isabel.

 

Paulo sai, passando pela porta do refeitório. Isabel olha na direção dele.

 

ISABEL: (falando alto) É só Isabel. (balança a cabeça e sorri) Ainda tenho muito trabalho a fazer.

 

 

Sala de aula. Helen está na última fileira, de cabeça baixa, rabiscando a folha do fichário. Gustavo, na mesa ao lado, cutuca-a. 

 

GUSTAVO: (falando baixo) Hei, está tudo bem com você?

 

HELEN: (sarcástica) Feliz da vida... (o olha) Vá em frente... Pergunta sobre o Bruno.

 

GUSTAVO: Ah, não preciso perguntar não. Já sei que ele engravidou uma menina e teve que voltar para o mato. Ainda bem que a menina era de lá, hein?

 

Ele ri. Helen o olha com seriedade. Gustavo para de rir.

 

GUSTAVO: Desculpa, muito cedo pra fazer esse tipo de brincadeira. Mas veja bem, ele não servia pra você... Ele era tão, tão... (procurando a palavra) Bruno. Você merece coisa melhor. Nós vamos encontrar alguém especial pra você.

 

HELEN: Eu não preciso sair procurando, não estou desesperada. Nem tive muito tempo para me apegar ao Bruno. Só que estou chateada por, mais uma vez, estar perto de alguém que não é sincero.

 

GUSTAVO: Isso é uma droga! Mas sabe como dizem, a chuva vem pela noite, o sol nasce pela manhã. Depois da tempestade, vem a bonança. Não cai uma folha no chão...

 

HELEN: (interrompendo) Chega Gustavo... Não vai acontecer nada de bom. E pra piorar ainda tive a visita inesperada do Léo ontem à noite.

 

GUSTAVO: (surpreso) O Léo? O astro? Bam bam bam e rei do pedaço? Você não devia estar comemorando ao invés de lamentando?

 

HELEN: Eu não sabia que você o idolatrava tanto assim... E não, não é uma coisa boa. Primeiro porque ele não fez questão de manter contato esse tempo todo que esteve fora. Segundo que, ele veio passear, mas deve ir embora ainda essa semana.

 

GUSTAVO: Essa última parte você supôs, certo? Vocês não conversaram ontem?

 

HELEN: É, eu estava meio estressada com o fim do meu namoro "the flash". E o sorriso de orelha a orelha dele esperando que eu caísse aos seus pés, me estressou mais ainda.

 

GUSTAVO: Bobinha, conversa com ele. Vai que o bicho ficou em coma todo esse tempo? Nunca se sabe.

 

HELEN: Se você quiser eu te apresento a ele. Assim pode “tietá-lo” à vontade.

 

GUSTAVO: Como ela é engraçadinha quando está nervosinha. Mas veja bem, se ele não se importasse com você, teria passado na cidade sem vê-la. Mas fez questão de bater na sua porta. Isso deve contar alguma coisa, não acha?

 

HELEN: (pensativa) Pode ser... Agora se me der licença, vou curtir um pouquinho aqui a minha fossa. Tudo bem pra você?

 

GUSTAVO: (sorrindo) Tudo bem. Mas não lamente muito porque o bobão não merece. Preciso cumprimentar o Cláudio pelo soco que deu nele, mesmo tendo estragado nossa estreia no campeonato.

 

HELEN: (lembrando) O Cláudio... Esqueci de falar com ele. Acha que ele foi expulso?

 

GUSTAVO: Vamos torcer para que não... Mas só porque você gosta dele. Por mim tanto faz.

 

HELEN: (incrédula) Sei...

 

Helen balança a cabeça e esboça um leve sorriso, depois volta a rabiscar a folha do fichário. Gustavo se inclina na mesa e fecha os olhos. 

 

 

Vista aérea do refeitório. O lugar está vazio. Após alguns segundos, o sinal toca e logo vários alunos começam a aparecer. A câmera gira até a porta, onde Cláudio, Roger e Livia aparecem entrando. Alguns alunos cochicham, olhando para Cláudio.

 

Música: The Veils - The Tide That Left and Never Came Back

 

ROGER: É meu amigo, você está na boca do povo.

 

CLÁUDIO: (suspirando) Durante toda a semana serei a atração deste lugar.

 

ROGER: Relaxa, logo todos esquecem que você foi o responsável pela derrota do time logo na estreia do campeonato.

 

CLÁUDIO: Hei, o time já estava perdendo de dois a zero quando eu entrei.

 

Eles param perto de uma mesa. Roger e Livia se sentam.

 

LIVIA: Senta com a gente, Cláudio?

 

CLÁUDIO: Preciso conversar com a Helen antes... Vocês que deveriam deixar de ser antissociais e sentarem conosco.

 

LIVIA: Ah claro, e tomarei um chá com a Amanda e pegarei algumas dicas sobre o Roger.

 

CLÁUDIO: (para Roger) Você a contaminou mesmo, huh?

 

ROGER: (sorrindo) Ela já era assim. Melhor versão de mim.

 

LIVIA: (para Roger) Nossa, que lindo e profundo isso!

 

ROGER: (sorrindo) Cada dia mais eu te conquisto, fala a verdade?

 

CLÁUDIO: (rindo) Okay, pombinhos. Mais tarde a gente se fala.

 

Cláudio sai. Livia e Roger dão um selinho carinhoso um no outro.

 

 

Mesa onde Helen está. Ela está sozinha, pensativa. Cláudio aparece e se senta de frente para ela.

 

Cont. The Veils - The Tide That Left and Never Came Back

 

CLÁUDIO: Hei... Eu queria ter te ligado ou passado na sua casa, mas fiquei proibido de interagir com o mundo depois que meus pais descobriram o que fiz.

 

HELEN: (sorrindo) Está tudo bem... E vendo que está aqui, fico muito feliz em saber que não foi expulso.

 

CLÁUDIO: (aliviado) Eu também. (receoso) Ouça, Helen... Se eu soubesse antes o que o Bruno havia feito, jamais teria deixado ele se aproximar de você.

 

HELEN: Eu sei... Sua reação no jogo mostrou muito bem que estava bastante perturbado com aquilo. E antes que se preocupe mais ainda, pode ficar tranquilo que eu não vou surtar por causa disso.

 

CLÁUDIO: (sorrindo e tocando a mão dela) Que bom. Mas a gente pode sair junto, se quiser.

 

Nesse instante Amanda aparece, visivelmente animada.

 

AMANDA: O Léo está na cidade?

 

HELEN: Como você sabe?

 

AMANDA: O Gustavo me contou que ele foi te procurar ontem à noite.

 

HELEN: Aquele boca aberta.

 

CLÁUDIO: O Léo está na cidade?

 

HELEN: (entortando a boca) Está...

 

AMANDA: (sentando) E você não deveria estar feliz e dando pulos de alegria por causa disso?

 

HELEN: E qual seria o sentido disso? Ele vai embora outra vez. 

 

AMANDA: (subindo as sobrancelhas) Aproveitar os pequenos momentos? Por que você não me ligou na hora? Pensei que tínhamos uma conexão.

 

HELEN: A verdade é que eu queria ficar sozinha. Muita coisa para processar numa noite só.

 

AMANDA: E por que não correu para me contar agora?

 

CLÁUDIO: Está carente, Amanda?

 

AMANDA: (pensativa) É, acho que estou. (olha para Cláudio) Esses homens da sua família, hein? Adoram fazer filhos por aí.

 

Cláudio faz careta para ela. Amanda sorri e mostra a língua.

 

AMANDA: (para Helen) Mas desembucha. Como foi o reencontro?

 

CLÁUDIO: É, ele justificou o porquê de não ter dado notícias esse tempo todo?

 

AMANDA: Cláudio, não desanima a menina. Céus, se vocês não fossem quase irmãos, diria que são perfeitos um para o outro.

 

Cláudio e Helen se olham, sem graça. Felipe e Priscila aparecem.

 

PRISCILA: É verdade que o Léo está na cidade?

 

Helen olha na direção da lanchonete, onde podemos ver Gustavo conversando com a balconista.

 

HELEN: Aposto que até ela deve estar sabendo.

 

PRISCILA: (sorrindo) Então é verdade!

 

FELIPE: (feliz) Demais! A turma se reunindo outra vez. Só está faltando o Gil e a Larissa. 

 

Todos vaiam. Felipe balança a cabeça, em reprovação.

 

FELIPE: Que isso, gente. Eles tinham problemas como qualquer um.

 

HELEN: Sinceramente, eu não vejo motivos para esse oba-oba de vocês.

 

PRISCILA: (confusa) O que está havendo?

 

AMANDA: (para Priscila) Ela está estressada porque o ex atual era um cachorro mentiroso e o ex antigo não dava notícias.

 

HELEN: Coloquem minha vida num blog, que tal?  

 

CLÁUDIO: (para Felipe) Posso falar com você um instante?

 

Felipe concorda com a cabeça. Ambos se afastam alguns metros dos demais.

 

CLÁUDIO: Eu queria me desculpar pelas coisas que falei sobre o time no vestiário. Eu estava de cabeça quente e não deveria ter descontado na equipe.

 

FELIPE: Fica tranquilo. Eu entendo a adrenalina que estava na hora, especialmente depois de ter descoberto o que o seu primo havia feito... Mas sobre sua saída do time, tem certeza que quer isso? Eu posso falar com o homem se quiser... 

 

CLÁUDIO: Não, não... Deixa como está. É melhor mesmo eu dar um tempo disso tudo. Já não estava me fazendo feliz, e se for pra continuar emburrado, é melhor não prosseguir para não atrapalhar no restante da temporada.

 

FELIPE: (lamentando) Que pena, você fará muita falta. Mas esfria bem a cabeça, quem sabe no segundo semestre as coisas mudem?

 

CLÁUDIO: (sorrindo) Vamos torcer para isso.

 

 

Mesa onde Roger e Lívia estão. Roger está com o rosto bem próximo ao dela, sorrindo e passando a mão em seu cabelo.

 

Cont. The Veils - The Tide That Left and Never Came Back

 

LIVIA: Você andou aprontando?

 

ROGER: (rindo) Por que está me perguntando isso?

 

LIVIA: Porque você anda me paparicando muito nos dois últimos dias.

 

ROGER: (sorrindo) Bobagem. Eu te paparico o tempo todo.

 

LIVIA: (desconfiada) Sabe de alguma coisa que eu não sei?

 

ROGER: Acha que eu sei de alguma coisa que você não sabe?

 

LIVIA: Não sei, me responda você.

 

ROGER: (pensativo) Que tal um cineminha hoje à noite?

 

LIVIA: Não posso, minha mãe quer ter uma conversa séria comigo... Acho que pode ter a ver com cegonha, de como nascem os bebês, sabe?

 

Roger sorri levemente. Livia franze as sobrancelhas.

 

LIVIA: (desconfiada) Por que você não riu ou fez piadas maliciosas sobre isso?

 

ROGER: (disfarçando) Nada não, é que eu queria mesmo sair contigo. Mas eu passo na sua casa mais tarde.

 

LIVIA: Não precisa se dar ao trabalho. Vai que a conversa demore longas e longas horas.

 

ROGER: Eu faço questão de aparecer. É só abrir a porta que eu vou estar lá, te esperando.

 

LIVIA: (erguendo as sobrancelhas) Então tá.

 

Roger beija carinhosamente o rosto dela e a abraça. Livia novamente expressa desconfiança.

 

 

Casa de Cláudio. Silvia está sentada no sofá, visivelmente apreensiva. A porta abre e imediatamente ela levanta. Corta para Lucio entrando e Silvia indo ao seu encontro.

 

SILVIA: (apreensiva) E então, como foi?

 

LUCIO: Ele não vai ser expulso.

 

SILVIA: (aliviada) Graças a Deus! Imagina perder a vaga do melhor colégio da cidade?

 

LUCIO: Concordo... Mas das punições ele não escapou.

 

SILVIA: Muito justo. E eu ainda estou pensando em um bom castigo aqui dentro.

 

LUCIO: O que você decidir, eu estarei de acordo.

 

SILVIA: (suspirando) Bom, passado a aflição, deixa-me me aprontar que está quase na hora de buscar o Lucas na escolinha.

 

LUCIO: (segurando na mão dela) Eu não tenho como agradecer por esse tempo que você tem dedicado ao Lucas.

 

SILVIA: (sorrindo) Não precisa. O menino é uma graça. Estou fazendo tudo isso porque eu quero e gosto de ficar com ele.

 

Lucio sorri, segura o rosto da esposa com as duas mãos e a beija carinhosamente nos lábios. Silvia sorri de volta e, segundos depois, ela se vira e caminha em direção à escada. A tela gradualmente escurece.

 

 

Abre com Amanda caminhando na avenida do centro. Ela fala ao celular.

 

VOZ MASCULINA: (celular) Clima agradável, achei o centro bonito.

 

AMANDA: É, é bonito sim.

 

VOZ MASCULINA: (celular) Nesse mapa online mostra vários pontos bacanas da cidade. Até o time de futsal tem destaque. Tudo muito interessante.

 

AMANDA: (sorrindo) Certo, David... Mas por que está olhando o mapa de Bom Destino? Pretende passear pra cá?

 

DAVID: (celular) Quem sabe? Mas voltando aqui para o mapa, especificamente o centro, gostei bastante de uma lanchonete. Parece ser o principal point da galera... Designer moderno, chamativo, uma garçonete linda de olhos azuis.

 

AMANDA: (franzindo as sobrancelhas) E isso tudo aí você viu em um mapa online? Até os olhos da garçonete?

 

DAVID: O sanduíche natural é bom. Mas os que eu faço são melhores.

 

AMANDA: Como você sabe se nunca provou?

 

DAVID: Estou provando agora.

 

Amanda imediatamente para. A cena muda para a lanchonete. Amanda entra e olha para os lados, procurando alguém.

 

DAVID: (em off) Quer um pedaço?

 

Amanda se vira. A câmera se movimenta, mostrando David sentado em uma mesa no canto. Amanda sorri ao vê-lo.

 

AMANDA: (feliz) Eu não estou acreditando!

 

 

Grande jardim que fica no topo da cidade (jardim secreto de Helen). Helen está sentada no mirante, pensativa, olhando para a cidade. Atrás vemos Léo se aproximando e parando ao lado dela.

 

Música: Sheryl Crow - The First Cut Is The Deepest

 

LÉO: Se sua intenção era fugir de mim, esse não seria o lugar mais apropriado.

 

HELEN: (sem olhá-lo) Gosto de vir aqui para pensar. Não tem nada a ver com você.

 

Léo a olha por alguns segundos. Ele se aproxima mais e se senta ao lado dela.

 

LÉO: Havia me esquecido como é bonito olhar a cidade daqui.

 

HELEN: (olhando-o) Eu sei que fui eu que terminei nosso namoro e pedi para que você abraçasse seu sonho. Mas não esperava que sumisse do jeito que sumiu.

 

LÉO: (após alguns segundos) Eu quis te escrever, eu quis te ligar. Mas eu sabia que no momento eu que eu ouvisse sua voz, ou lesse qualquer coisa relacionado a sua vida, eu iria largar tudo e correr pra você. Eu não podia alimentar a saudades que sentia de nós dois... Isso ia doer ainda mais. 

 

HELEN: E o que mudou pra você estar aqui agora?

 

LÉO: (sorrindo) Eu não sou tão forte quanto imaginei. Eu precisava vê-la mais uma vez.

 

HELEN: (após alguns segundos) Deve ser mesmo, muito mais difícil sentir saudades em um lugar novo, diferente, sem seus amigos por perto. Eu pelo menos tinha isso aqui. (o olha) Apesar de tudo, eu te compreendo.

 

LÉO: (sorrindo) Que bom. Mas agora quero saber tudo sobre você. O que rolou nesses meses todos, esse seu namoro aí...

 

HELEN: Você tem certeza que quer saber sobre o meu namoro?

 

LÉO: (pensativo) Pensando bem, exclua essa parte. (sorrindo) Mas quero saber de todo o resto.

 

HELEN: (pensativa) Por onde eu posso começar? Bom, descobri que não sou mais órfã de mãe...

 

Enquanto ela fala, o som aumenta e encobre o que é dito. A câmera se afasta e sobe, mostrando os dois numa visão aérea por alguns segundos.

 

 

Um bosque. Amanda e David estão caminhando devagar, conversando.

 

Cont. Sheryl Crow - The First Cut Is The Deepest

 

AMANDA: Ainda não acredito que você esteja mesmo aqui. Especialmente depois de nossa última conversa.

 

DAVID: (sorrindo) Que você resolveu que dar um pé na bunda? Pois é, apesar de tudo, eu não considerei te perder com tanta facilidade.

 

AMANDA: Você sabe que eu precisava seguir em frente. E não tinha menor possibilidade da gente ficar junto.

 

DAVID: Isso porque eu estava lá e você aqui. Mas você sabe que eu trabalho por conta, posso estar em qualquer lugar. Então pensei, por que não? De repente a praia ficou vazia depois de sua rápida estadia.

 

AMANDA: Então você não está só a passeio, veio mesmo para ficar?

 

DAVID: (sorrindo) Mala e cuia. Isso se você não se opor, óbvio. (franze a testa) Você se opõe?

 

AMANDA: (pensativa) Não... Mas por enquanto seremos só amigos, tudo bem?

 

DAVID: (sorrindo) Bom, só pelo “por enquanto” eu já fico feliz e esperançoso. Eu sei que vai mudar de ideia logo.

 

AMANDA: Você não toma jeito, né surfista? Sempre se achando a onda mais alta do mar.

 

DAVID: (sorrindo) Adorei a analogia com o meu esporte favorito. E se eu me achasse mesmo, não teria vindo de tão longe atrás de você. Você que deve se achar.

 

AMANDA: Eu não me acho... (pensativa) É, eu me acho sim. Eu sou tudo isso mesmo e mais um pouco.

 

David começa a rir. Amanda sorri e balança a cabeça. Eles continuam caminhando.

 

 

Ginásio do colégio Esplendor. Cláudio está parado no meio da quadra, olhando para o gol. Uma bola está na sua frente. Após alguns segundos, ele avança e chuta a bola. A câmera mostra sua trajetória passando longe do gol. Cláudio balança a cabeça, desanimado.

 

LÉO: (em off) Quando eu disse para você aproveitar e se tornar o astro do time... (corta para seu rosto) Não era para incorporar o antigo eu.

 

Cláudio se vira para ele e sorri. Léo aparece entrando dentro da quadra. Cláudio vai até ele.

 

CLÁUDIO: (sorrindo) Hei! Como você está?

 

Eles se cumprimentam com um toque de mão e um rápido abraço.

 

LÉO: (sorrindo) Não está surpreso em me ver?

 

CLÁUDIO: A cidade inteira já deve saber que você está aqui.

 

LÉO: É, as notícias correm. Igual a de um jogador que perdeu a cabeça no meio do jogo e ainda saiu do time... O que aconteceu com você?

 

CLÁUDIO: Eu não sei, esse ano minha cabeça anda cheia demais. Muita coisa acontecendo. Não consigo mais ver isso aqui com o mesmo entusiasmo de antes.

 

LÉO: É mais do que normal passar por uma má fase. Você supera isso. Conversa com o treinador e tenta resolver as coisas.

 

CLÁUDIO: Acho bem improvável. O cara é um verdadeiro carrasco. Ninguém gosta dele.

 

LÉO: Eu já ouvi fala dele... Paulo Salles, grande revelação de 85. Era para estar no hall da fama do futebol de quadra.

 

CLÁUDIO: (surpreso) Mesmo? O que aconteceu com ele que acabou virando treinador de um time escolar?

 

LÉO: (pensativo) Vem comigo.

 

Ele começa a andar. Cláudio o segue. A cena muda para a biblioteca do colégio. Cláudio e Léo estão sentados de frente para um computador.

 

LÉO: Sabe, existe uma grande diferença entre apenas jogar e amar o que faz. Você estuda a história, os mitos...

 

A câmera enquadra a tela do computador, mostrando a foto de uma capa de jornal, de um rapaz vibrando. Em cima há a seguinte manchete: “Jovem revelação traz o troféu para a cidade”. As imagens vão passando, mudando de página.

 

LÉO: Ele tinha um futuro muito promissor. Era meio eu, mas bem melhor... (sorri). Olha.

 

Nesse instante vemos a foto de um carro completamente destruído, sendo guinchado de um rio. Em cima vemos a seguinte manchete: “Acidente envolvendo jogador de futsal acaba em tragédia”.

 

LÉO: (lendo a matéria) Na madrugada do dia 5 de novembro de 1987, o atleta da seleção Paulo Salles, grande revelação e atração nos últimos anos, perdeu o controle do carro em que dirigia, chocando-se contra a ponte e caindo na represa. Quando o resgate chegou, conseguiram encontrar o atleta inconsciente, porém com vida, atirado alguns metros fora da água. Mesma sorte não teve seus dois acompanhantes que também estavam no veículo, sua noiva Bianca, de 20 anos, e seu irmão Renato, de 17 anos. Ambos morreram afogados.

 

A câmera frisa o rosto de Cláudio, que parece chocado.

 

LÉO: Pelo que conheço da história, ele ficou meses em coma e quando saiu, abandonou tudo, ficando anos no esquecimento.

 

CLÁUDIO: Deve ser por isso que ele seja tão amargurado. (abaixa o olhar) Sabe aquele sentimento que vem após saber que você fez um pré-julgamento errado de alguém?

 

LÉO: Você não podia saber, isso foi há muitos anos. Não deve ser fácil para ele se apegar a alguém. (olha para Cláudio) Eu sei que você está chateado, que sua cabeça está mais longe da quadra do que dentro... Mas quando tudo esfriar, tente dar uma chance a ele. Esses relacionamentos que começam com o pé esquerdo, tentem a acabar muito bem lá na frente, lembra?

 

Cláudio sorri para ele e concorda com a cabeça. Léo sorri também. Ele continua a falar, mas um som instrumental encobre o que ele diz. A câmera se afasta alguns centímetros, parando em determinado ponto. A tela escurece.

 

 

Vista aérea da mansão de Felipe. É noite. O local está cheio de jovens. Alguns bebem, outros apenas conversam, alguns em trajes de banhos, outros na piscina. Corta para Léo e Felipe que conversam sentados na mesa de bilhar.

 

Música: Barlow Girl - Superstar

 

FELIPE: (sorrindo) Gostando da recepção?

 

LÉO: (sorrindo) Claro, mas não precisava dar uma festa só por minhca causa. 

 

FELIPE: Que nada, você merece meu amigo! Sinto sua falta, de verdade. 

 

LÉO: Eu também sinto. Em nenhum outro lugar vou encontrar um conselheiro amoroso melhor do que você.

 

FELIPE: (rindo) Quem tá precisando de alguns conselhos dessa vez sou eu.

 

LÉO: Deixe-me tentar retribuir... O que aconteceu?

 

A câmera gira até Cláudio e Roger que conversam em determinado ponto do jardim. Helen se aproxima deles.

 

Cont. Barlow Girl - Superstar

 

HELEN: (sorrindo) Oi meninos.

 

ROGER: (feliz) Oi Helenzinha linda e maravilhosa!

 

CLÁUDIO: (sorrindo) Oi meu anjo, você está bem?

 

HELEN: (fazendo que sim com a cabeça) Quando tempo não presenciamos uma cena assim, apenas nós três, sozinhos?

 

ROGER: (pensativo) Sabe que eu nem me recordo da última vez? Será que estamos nos afastando aos poucos?

 

CLÁUDIO: Não, é impossível de acontecer. Nós três temos uma conexão inquebrável.

 

HELEN: Em todo caso, a gente precisa fazer mais disso... Ir ao shopping, cinema, boliche, derramar refrigerante nas pessoas.

 

ROGER: (rindo) Estou totalmente de apoio. (olha para a frente) Ih olha lá, a outra arrumou alguém para se ocupar?

 

A câmera mostra Amanda e David passando pelo portão. Volta para Helen, Roger e Cláudio que estão olhando para eles.

 

HELEN: Mais ou menos...

 

ROGER: Como assim, mais ou menos? (franzindo as sobrancelhas) Pelo tipo de roupa, não vai me dizer que aquele ali é o...

 

CLÁUDIO: Se for, não tem problema, certo? Você está com a Livia e gosta dela, só dela.

 

ROGER: Claro que não tem problema... (ri forçadamente) É obvio que não. Se ela quer se exibir com o surfista que foi pivô de nossa separação, problema é dela, só dela. Eu vou pegar uma bebida, vocês querem?

 

CLÁUDIO: Estou bem...

 

HELEN: Obrigada.

 

Roger sorri e sai. Cláudio e Helen se olham por alguns segundos. Cláudio sorri levemente. Helen percebe.

 

Música: The Veronicas - Heavily Broken

 

HELEN: Você está bem?

 

CLÁUDIO: Mais ou menos... Estou com certo peso na consciência por ter dito algumas coisas que não devia para alguém... Que não é o Bruno, que fique bem claro.

 

HELEN: Bom, para todos os erros, existe um pedido de desculpas.

 

CLÁUDIO: É um pouco complicado...

 

Helen sorri par ele. Cláudio também sorri. Ele a encara por alguns segundos.  

 

CLÁUDIO: Está feliz em vê-lo?

 

HELEN: De que adianta ficar feliz? Ele vai embora do mesmo jeito. Já estou ficando acostumada com esse negócio de despedidas.

 

CLÁUDIO: Não se conforme com tantas decepções, achando que vai ser sempre assim, okay? É frase pronta, mas o sol nunca se apaga. Mesmo à noite, ele continua brilhando. E se servir de alguma coisa, eu prometo pra você que nunca irei embora.

 

HELEN: (sorrindo admirada) Serve sim, muito mais do que você possa imaginar.

 

Eles sorriem um para o outro, admirados. Léo aparece.

 

LÉO: (para Cláudio) Posso roubá-la um pouquinho de você?

 

CLÁUDIO: (sorrindo) Contanto que a faça sorrir... (respirando fundo) Eu já vou indo para casa. Você vai estar na cidade ainda, não vai?

 

LÉO: Parto depois de amanhã.

 

CLÁUDIO: Certo, então a gente se vê amanhã.

 

Léo acena com a cabeça e depois eles se cumprimentam. Cláudio se aproxima de Helen e beija o rosto dela.

 

CLÁUDIO: Não se esqueça do que eu falei.

 

Helen concorda com a cabeça. Cláudio sai. Helen e Léo se encaram.

 

LÉO: Dança comigo?

 

HELEN: Agora?

 

LÉO: (sorrindo) Aqui e agora.

 

Ele se aproxima dela e a abraça. Eles começam a se mover em passos leves, com os olhos fechados.

 

 

Parte interna da casa. Roger está na cozinha, de frente para o freezer que está aberto. 

 

AMANDA: (em off) Se demorar mais eu espero.

 

ROGER: Então espera.

 

Corta para Amanda atrás dele. Ela bufa e o empurra com o corpo, se abaixando e pegando uma garrafinha de bebida. Roger começa a rir. Amanda o olha.

 

AMANDA: Posso saber o motivo da graça?

 

ROGER: Esse cara na cidade, bem aqui na festa, mesmo?

 

AMANDA: Está incomodado com a presença dele?

 

ROGER: Claro que não. Mas trazê-lo na intenção de me atingir é meio humilhante até mesmo para você.

 

AMANDA: Para o seu governo, ele veio até aqui por vontade própria. Eu não pedi para que viesse, mas deixou sua vida onde estava, justamente porque gosta de mim.

 

ROGER: (fazendo expressão de lamento) Coitado, mal sabe ele que na primeira carência sua, ele vai levar um belo de um chifre.

 

AMANDA: Ah, com os dotes que ele tem, acho muito difícil eu ficar carente.

 

Ela sorri para ele em tom provocativo. Roger fecha a cara. Amanda se vira e começa a andar.

 

ROGER: (murmurando) Vagabunda.

 

Amanda para, se vira, vai até ele e lhe dá um tapa na cara.

 

AMANDA: Nunca mais fale comigo, entendeu?

 

ROGER: (colocando a mão onde levou o tapa) Não sei se você percebeu, mas eu não falo contigo, é você que insiste em cruzar o meu caminho e abrir essa boca grande.

 

AMANDA: Pois então a partir de hoje eu ignorarei por completo a sua existência.

 

ROGER: Já estava na hora de fazer o que eu faço com relação a você.

 

Amanda fecha a cara e sai. Roger se vira para o freezer e dá um tapa na porta. 

 

 

Jardim. Helen e Léo continuam dançando, ainda abraçados. Após alguns instantes, Léo se afasta ligeiramente e a olha com profundidade. 

 

Música: Turn - Close Your Eyes

 

LÉO: Casa comigo? 

 

HELEN: (surpresa) O quê?

 

LÉO: Casa comigo, vamos embora juntos. Nós seremos muito felizes, eu prometo... (após alguns segundos) Eu sei que muita coisa mudou, mas o meu amor por você continua o mesmo.

 

HELEN: (falando carinhosamente) Léo, eu ainda tenho dezesseis anos, nem terminei o colegial. Isso seria loucura de ambas as partes.

 

LÉO: (sentido) Então pede para eu ficar.

 

HELEN: (sorrindo) Você sabe que eu não posso fazer isso.

 

LÉO: (sorrindo após alguns segundos) Eu sei... E é por isso que você é tão especial.

 

Ele fecha os olhos e beija o rosto dela carinhosamente. Helen também fecha os olhos ao receber o beijo. Eles voltam a se abraçar e se movimentar levemente.

 

 

Amanda caminha pelo jardim, nervosa. David segura o braço dela, parando-a.

 

Cont. Turn - Close Your Eyes

 

DAVID (preocupado) Você está bem?

 

AMANDA: (olhando-o profundamente) Me faz um favor?

 

DAVID: Qualquer coisa.

 

AMANDA: Me beija.

 

David sorri e a beija de forma bastante intensa. Amanda corresponde ao beijo com a mesma intensidade. A câmera abre, mostrando a mansão numa visão aérea. Segundos depois mostra o céu estrelado e a imagem começa a transparecer, transitando de cena.

 

 

Roger caminha por uma calçada. Ele está com as mãos no bolso, pensativo. Ele para na frente da casa de Livia e olha na direção da porta. Após alguns segundos a porta abre e Livia aparece, com os olhos vermelhos, abatida. Ela avista Roger e corre até ele. Eles se abraçam fortemente.

 

Cont. Turn - Close Your Eyes

 

LIVIA: (chorando) Prometa que nunca vai me deixar... Que vai sempre estar perto de mim?

 

ROGER: (abraçando-a fortemente) Eu prometo, meu amor... (com pesar) Do fundo do meu coração.

 

A câmera começa lentamente a se afastar. Eles continuam abraçados fortemente. É possível ouvir o choro de Livia.  

 

 

Frente do colégio Esplendor. Cláudio está no gramado, olhando expressivamente para o portão.

 

Cont. Turn - Close Your Eyes

 

CLÁUDIO: (em off, voz ecoada) Um fracassado que foi limitado a treinar um time juvenil do interior, que vomita arrogância o tempo todo, dando ordens na gente como se estivéssemos num quartel... Fica falando em vitória, quando o maior dos perdedores está bem na nossa frente.

 

Cláudio abaixa a cabeça e a balança negativamente, expressando culpa. Após alguns segundos ele começa a caminhar. A câmera abre, mostrando a cena numa vista aérea por alguns segundos, e instantes depois, a tela escurece. 

 

 

Abre mostrando a vista panorâmica da cidade. O sol nasce e se põe duas vezes. A imagem transparece para a rodoviária. Helen e Léo estão próximos de um ônibus.

 

Música: The Fray - Look After You

 

LÉO: E lá vamos nós outra vez.

 

HELEN: Pois é, mas vamos tornar isso menos melancólico do que a última vez, okay? (sorri) Que tal um até breve, no lugar de adeus?

 

LÉO: (sorrindo) Você tem razão. E eu tenho certeza que nossos caminhos se cruzarão outra vez. E dessa vez, será em definitivo.

 

HELEN: (sorrindo) Então até breve?

 

LÉO: Até breve, menina mais linda que eu conheço.

 

Eles se abraçam carinhosa e demoradamente. Instante depois, Léo pega sua bolsa e coloca a mão no rosto de Helen, que sorri de forma meiga. Léo beija o rosto dela e em seguida se dirige até o ônibus, entregando a passagem ao motorista. Antes de entrar, ele olha para Helen outra vez e sorri. Ela acena com a mão, também sorrindo. Léo entra no ônibus. Close no rosto de Helen, seus olhos começam a lacrimejar.

 

CLÁUDIO: (em off) Dizia o poeta... “Despedidas não são apenas despedidas. Elas carregam saudade, medo e idas. Mas um dia você vai precisar se despedir de alguém que você ama... Ou até de você mesmo”.

 

A câmera abre, mostrando a rodoviária numa visão aérea. Sobe até mostrar os céus. Aos poucos começa a anoitecer. A imagem desce mostrando Cláudio parado de frente para a porta de casa de Helen. A porta abre e Helen aparece. Cláudio sorri para ela e abaixa o olhar. A câmera se movimenta, mostrando a mão dele levantando com um saquinho de pipocas. Close em muitos queijinhos quadradinhos. Helen abre um largo sorriso, emocionada ao ver. Ela escancara a porta para que ele entre. Cláudio novamente sorri e entra. Ao entrar, a porta fecha, e segundos depois, a tela escurece.

 

  

 

 

 

CRÉDITOS FINAIS

 

CRIADO E ESCRITO POR:

 

Thiago Monteiro

 

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

 

David Gallagher como Léo

Amy Yasbeck como Isabel

Chris Potter como Diretor Ronald

Jesse Mccartney como David

 

MÚSICA TEMA

 

Switchfoot - Meant To Live

 

TRILHA SONORA

 

Dashboard Confessional - Stolen

Iron & Wine and Calexico - He Lays In the Reins

The Veils - The Tide That Left and Never Came Back

Sheryl Crow - The First Cut Is The Deepest

Barlow Girl - Superstar

The Veronicas - Heavily Broken

Turn - Close Your Eyes

The Fray - Look After You

 

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