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Tela preta. Som de uma multidão vibrando. Abre mostrando a frente do protão do ginásio, como se fosse o ponto de vista de um personagem. Conforme vai avançando, o som da multidão vai se tornando mais forte.

 

Música: Vertical Horizon - Everything You Want

 

Ele entra no local. A câmera mostra a torcida, em sua maioria trajada de vermelho, pulando e incentivando o time. Corta para os Gladiadores em quadra, com seu tradicional uniforme vermelho e branco. O adversário está de camisa cinza e shorts pretos.

 

Paulo está em pé, de braços cruzados perto do banco de reservas. Ele observa com bastante descontentamento a atuação do time.

 

Corta novamente para a torcida. Na parte de cima da arquibancada, sozinha e aparentando certo abatimento, vemos Priscila. Desce a imagem para a entrada do ginásio. Cláudio está parado, observando tudo, dando a entender que se tratava de seu ponto de vista no começo.

 

CLÁUDIO: (em off) Disse o sábio uma vez... Na vida, a gente faz escolhas e tenta ser feliz com elas. Porém, não me envergonho de corrigir meus erros e mudar de opinião...

 

Close rápido no rosto de Paulo e depois no de Cláudio.

 

CLÁUDIO: (em off) ... Porque não me envergonho de raciocinar e aprender.

 

Centro da quadra. Gustavo está com a bola. Ele tenta tocar para um de seus companheiros, mas o adversário intercepta. Close em Felipe que abre os braços para ele. Gustavo faz sinal de desculpas com a mão.

 

A imagem sobe e mostra o placar eletrônico que marca “Gladiadores 0 x 1 Visitantes. Fixa essa imagem por alguns segundos. O som da torcida começa a diminuir e ficar silencioso. O placar eletrônico se apaga. A câmera desce, mostrando apenas os Gladiadores e Paulo em quadra. Eles vestem roupas comuns, de treino. Paulo apita e faz sinal para que os jogadores se aproximem dele.

 

PAULO: Inacreditável! Esse é o time mais indisciplinado que eu já treinei. Nada que eu peço vocês conseguem fazer... (bufa) A situação é o seguinte... Nós temos duas opções para o jogo do próximo final de semana. Ou vencemos, ou vencemos. Não temos um mísero ponto na nossa chave e se não ganharmos essa partida, praticamente damos adeus ao campeonato. É isso que vocês querem?

 

Os jogadores balançam a cabeça, em sinal de não. Gustavo fala ao ouvido de Felipe.

 

GUSTAVO: Não foi ele que disse que seu time seria imbatível?

 

PAULO: Eu ouvi isso. E seria imbatível se eu não estivesse treinando cabeças de bagres.

 

FELIPE: Com todo respeito aos meus companheiros, nós estamos desfalcados, treinador. Perdemos dois jogadores importantes em uma única partida.

 

GUSTAVO: É verdade. E quem sabe se buscarmos um certo reforço, nossa chance de classificação não aumenta?

 

PAULO: Não.

 

FELIPE: Ele esteve conosco ano passado... Sabe jogar sob pressão.

 

PAULO: Eu vi mesmo que ele sabe jogar nessas circunstâncias quando atacou o primo dentro da quadra. E eu não o expulsei do time, ele saiu porque quis.

 

GUSTAVO: Então pronto, e só ele voltar atrás na decisão que tomou.

 

PAULO: Mas eu não vou voltar atrás na minha decisão de aceitar seu desligamento.

 

FELIPE: Nem se ele se desculpar?

 

PAULO: Não. E chega desse assunto. Se acham que não vão vencer o jogo, não apareçam.

 

GUSTAVO: Perder por W.O deve ser menos vergonhoso que tomar uma goleada histórica.

 

Paulo revira os olhos e balança negativamente a cabeça. Ele vai para o banco. Gustavo olha para Felipe que o encara com seriedade.

 

GUSTAVO: Qual é? Você não pode estar com raiva de mim ainda... Nós somos uma equipe. Temos que nos unir num momento como esse. Um por todos e todos por um.

 

Felipe balança negativamente a cabeça e começa a caminhar na direção do vestiário. Gustavo fica parado. Ele abre os braços, inconformado.

 

 

Sala de música. Helen está sentada em uma almofada, fazendo algumas anotações em seu fichário. Cláudio aparece e senta em uma almofada, ficando de frente para ela. Helen sorri ao vê-lo.

 

CLÁUDIO: Precisa de ajuda?

 

HELEN: Já estou quase terminando... (colocando o fichário no chão) Na verdade, já terminei por hoje. Preciso te contar uma coisa.

 

CLÁUDIO: Sou todo ouvidos.

 

HELEN: Eu liguei para a Marcia.

 

CLÁUDIO: Não brinca? Isso ótimo! E como foi?

 

HELEN: Foi bom, ficamos horas conversando... Apesar de ter sido por telefone, deu pra saber mais um pouco sobre ela.

 

CLÁUDIO: Isso é muito bom. Estou feliz por você. Sua avó disse alguma coisa?

 

HELEN: Ela ainda não sabe, mas tenho certeza que vai querer me matar quando vier a conta do telefone.

 

Eles riem. Nesse instante ouve-se o barulho de uma corneta vindo do lado de fora. Cláudio devagar desfaz o sorriso.

 

HELEN: A torcida já empolgada para o grande jogo.

 

CLÁUDIO: (desanimado) Verdade.

 

HELEN: Não vai fazer nada a respeito?

 

CLÁUDIO: Eu saí do time por vontade própria.

 

HELEN: Mas no fundo você sente falta dessa agitação, não sente?

 

A câmera se aproxima do rosto de Cláudio, ele sorri de leve. O barulho da torcida volta a tomar conta da cena. Quando a câmera se afasta, vemos Cláudio no corredor do ginásio, na mesma posição do começo.

 

Close no placar que agora está marcando “Gladiadores 0x2 Visitantes”. A câmera desce rapidamente, mostrando Helen aparecendo e se posicionando ao lado de Cláudio.

 

HELEN: Demorei?

 

CLÁUDIO: Começou há pouco tempo.

 

HELEN: (olhando para o placar) E já está dois a zero?

 

Cláudio ergue as sobrancelhas com expressão de lamento. Ele e Helen começam a andar pelo corredor. Close no goleiro dos Gladiadores espalmando a bola para o tiro de canto. Paulo balança negativamente a cabeça. Ele olha para a torcida e avista Cláudio e Helen andando. Os olhares de Cláudio e Paulo se encontram e ambos se encaram por alguns segundos. Paulo volta a olhar para o jogo e Helen puxa Cláudio, para que ele comece a subir a arquibancada junto com ela.

 

A câmera muda para uma visão aérea do jogo. Fica essa imagem por alguns instantes.  Cortando para a  abertura em seguida. 

 

 

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Quarto de Gabriel. Close na cômoda aberta. A imagem abre, mostrando Gabriel pegando uma camisa e dobrando. Depois, vai até a cama e coloca a camisa dentro de uma mala que está aberta.

 

Música: Third Eye Blind - Deep Inside Of You

 

Após alguns segundos, ele caminha até a mesinha onde está o computador. Ele sorri e digita algo. Close na tela onde vemos a imagem de uma garota [Jamie Lynn Spears] na Webcam. Ele acena para ela, que retribui.  A tela é tomada por um clarão, que se desfaz dentro de uma rodoviária. Gabriel e a mesma garota estão próximos de um ônibus.

 

GABRIEL: (suspirando) Chegou minha hora...

 

GAROTA: (sentida) Eu queria muito, muito mesmo, que tivesse dado certo, Gabi.

 

GABRIEL: Eu também, Jessica. Mas espero que possamos ser amigos. Afinal, já estávamos nos tratando assim há alguns meses mesmo.

 

JESSICA: (sorrindo) Ai de você se afastar de mim. Eu não aceito ficar meses sem notícias suas.

 

GABRIEL: (sorrindo) Nem eu. (pegando uma mochila do chão) Bom, é melhor eu ir.

 

JESSICA: Ouça, você é uma raridade. O melhor namorado que alguém poderia ter. E o melhor amigo também... Ninguém me trataria com tanto respeito e me deixaria tão segura com um namoro à distância, como você. E obrigada por esses anos, eu sempre soube que você viria pessoalmente resolver, caso sentisse que o fim estaria próximo. Eu te amo, muito.

 

GABRIEL: (sorrindo) Confesso que ainda me surpreendo quando ouço uma garota linda como você, me dizendo tais coisas... (toca o rosto dela) Eu te amo muito, muito também.

 

Os olhos de Jessica se enchem de lágrimas. Gabriel se aproxima mais e ambos se abraçam fortemente. Segundos depois, eles se afastam, Gabriel sorri para ela uma última vez e se desloca até o ônibus. Jessica fica olhando-0, emocionada. A câmera se aproxima de seu rosto, até a tela ficar sem foco. Quando se afasta, vemos a imagem do monitor do computador sendo desligado. Gabriel continua olhando para a tela, sorrindo.

 

 

Ginásio do colégio Esplendor. Corta para alguns takes do jogo, parando em Gustavo correndo. Felipe se aproxima, correndo ao lado dele.

 

FELIPE: Tem como a princesinha jogar um pouco mais?

 

GUSTAVO: Estou dando o meu máximo, não tá vendo?

 

FELIPE: Então dê um pouco mais, se não quiser ir pro banco.

 

GUSTAVO: Claro, só me mostra quem vai me substituir? Porque olhando pro banco, não vejo muitas opções.

 

Gustavo continua correndo. Felipe para e olha para o banco. Vemos três rapazes sentados. Dois jogadores de linhas e um com vestes de goleiro. Felipe balança a cabeça negativamente e volta a correr.

 

 

Corredor do ginásio. Roger caminha olhando para a arquibancada, procurando por alguém. Ele passa por Cláudio e Helen que o abordam.

 

CLÁUDIO: Hei... Você está bem?

 

ROGER: Estou procurando uma pessoa...

 

HELEN: Já era para ela estar aqui.

 

Roger ergue as sobrancelhas, suspira e se junta aos dois. A câmera dá um close em seu rosto. Um flash toma conta da tela, cortando para o refeitório do colégio. É dia.

 

Música: Paramore - My Heart

 

Roger caminha procurando por alguém. Ele para em determinado ponto, observando algo. A câmera muda para a mesa onde ele e Livia costumavam ficar. A mesa está vazia. Close na expressão triste de Roger, depois abaixa a cabeça e se vira na direção da saída do refeitório.

 

Corredor. Vários alunos estão espalhados pelo local. Amanda está encostada na parede, conversando com algumas garotas. Roger se aproxima delas, feliz.

 

Cont. Paramore - My Heart

 

ROGER: (sorrindo) Hei, meninas.

 

AMANDA: (sorrindo) Oi Roger.

 

ROGER: (para Amanda) Tem um segundo?

 

Amanda acena com a cabeça e ambos se afastam alguns metros das garotas. Roger a olha por alguns segundos. Amanda franze a testa.

 

AMANDA: E então?

 

ROGER: Eu queria falar com você...

 

AMANDA: (rindo) Você está bem?

 

ROGER: (rindo) Desculpa, estou meio desligado... Eu me diverti bastante no parque. E estive pensando se você gostaria de sair um dia desses, fazer algum programa?

 

AMANDA: (sorrindo) Claro. É uma ótima ideia. A gente combina com a turma.

 

ROGER: Na verdade eu queria que...

 

Nesse instante o celular de Amanda toca. Ela olha no visor e atende.

 

AMANDA: Hei... (rindo) Claro que sim.

 

Roger revira os olhos, impaciente. Amanda abaixa o celular e olha para Roger.

 

AMANDA: Podemos conversar outra hora?

 

ROGER: (desanimado) Sem problemas, outra hora a gente se fala.

 

AMANDA: (sorrindo) Obrigada.

 

Ela volta a falar no celular e se vira, caminhando. Roger a observa se afastando. Cláudio aparece e fica ao lado dele, olhando para a frente.

 

CLÁUDIO: Estamos mesmo passando por um flashback?  

 

ROGER: Você sabe que eu adoro a Liv. Mas o que sinto pela Amanda é mais forte. Essa reaproximação só me fez perceber o quanto eu devia ter dado uma chance a nós. 

 

CLÁUDIO: Não seria esse o momento ideal pra você dar um tempo e pensar no que realmente quer? Vocês mal haviam terminado e você já estava engatando um namoro com a Livia. Agora recém terminou com a Livia e já pensa em voltar com a Amanda. Coloca a cabeça no lugar primeiro.

 

Roger fica pensativo. Cláudio também fica, sorrindo em seguida.

 

CLÁUDIO: Faz que nem eu... Espera ter certeza.

 

ROGER: E você tem?

 

CLÁUDIO: (sorrindo) Mais que tudo nessa vida.

 

Roger sorri e toca o ombro do amigo. O flash novamente toma conta da tela, voltando para o ginásio. Cláudio olha para Helen e sorri de forma admirada para ela. Helen o olha com timidez.

 

Cont. Paramore - My Heart

 

HELEN: (sorrindo) O que foi?

 

CLÁUDIO: (sorrindo) Nada não.

 

Helen continua sorrindo, depois balança a cabeça e volta a olhar para o jogo. Dentro de quadra vemos um jogador adversário que corre com a bola. Gustavo se aproxima e o empurra, fazendo-o cair. O árbitro apita falta. Outro rapaz do time adversário corre até Gustavo e o empurra.

 

GUSTAVO: (nervoso) Qual é o seu problema, babaca? Não quer contato, vá jogar frescobol.

 

O rapaz parte pra cima dele. Logo todos os jogadores se juntam, fazendo um bolo e se empurrando. O árbitro corre para separá-los. A câmera corta para Paulo que só observa. Ele fecha os olhos e abaixa a cabeça. A tela escurece segundos depois.

 

 

Quarto de Gabriel. Ele continua dobrando algumas roupas e colocando dentro da mala, em cima da cama.

 

Música: Matt White - Wasteland

 

GABRIEL: Você não precisa ficar aqui. Está tendo um jogo importante na cidade...

 

A imagem abre mostrando Nicole encostada na porta. Ela balança a cabeça e se aproxima.

 

NICOLE: E você acha que eu me importo com esse jogo? Na verdade, não consigo entender até hoje a fascinação dessa cidade com esse time.  

 

GABRIEL: (sorrindo) É um momento de diversão. (respira fundo) O que mais eu devo levar?

 

NICOLE: Não esquece a câmera.

 

GABRIEL: Bem lembrando...

 

Ele caminha até uma mesinha e pega uma câmera, voltando para a cama. Nicole o olha com uma expressão de tristeza.

 

NICOLE: Tem certeza mesmo que quer ir?

 

GABRIEL: É uma ótima oportunidade... Diria que quase única. Eu preciso ir.

 

Nicole torce a boca e sobe as sobrancelhas. Após alguns segundos, tela é invadida por um clarão, quando se desfaz, vemos Gabriel deitado na cama, olhando para cima. Nicole aparece na porta, que já está aberta.

 

Cont. Matt White - Wasteland

 

NICOLE: O jantar está pronto. E não reclama do que vai comer, porque foi o melhor que eu pude fazer.

 

GABRIEL: (sorrindo levemente) Tenho certeza que está comestível.

 

NICOLE: (percebendo sua feição) Você está bem?

 

GABRIEL: Eu preciso tomar uma grande decisão.

 

NICOLE: Quer conversar a respeito?

 

GABRIEL: Lembra quando chegamos aqui e estávamos entediados, brigas para todo o lado e não tínhamos muito o que fazer?

 

NICOLE: Metade disso ainda acontece.

 

GABRIEL: Pois bem, acabei me inscrevendo para um curso de intercâmbio de três meses no Canadá. E depois de quatro meses, eu nem esperava mais nada, até que me telefonaram hoje cedo.

 

NICOLE: Hei... Isso é bom, muito bom. Você vai, certo?

 

GABRIEL: Seria ótimo para um futuro currículo. Mas eu não sei...

 

NICOLE: Bom, se você estiver pensando em mim, eu prometo que me comportarei... (sorri). E se estiver pensando em uma certa baixinha, bom, ela vai sobreviver. Só não deixe de fazer algo que vai te dar um futuro, por causa de um romance que nem começou.

 

GABRIEL: (pensativo) Você tem toda razão. Afinal, são três meses só. Passa rápido e não vai mudar muita coisa. O máximo que vou perder no colégio é um bimestre. (levantando) Eu vou.

 

Ele sorri e toca o ombro da irmã, saindo em seguida. Nicole que estava sorrindo, desfaz lentamente o sorriso, ficando pensativa. O clarão toma conta da tela outra vez, voltando para Nicole encostada na porta enquanto observa Gabriel arrumando a bolsa. Ela parece triste.

 

 

Vestiário do ginásio. Os jogadores estão espalhados por toda a parte. Alguns em pé, outros sentados no banco, visivelmente desanimados. Corta para Gustavo sentado no banco.

 

GUSTAVO: Nós estamos péssimos... E não vejo perspectiva de melhora.

 

FELIPE: E preparem seus ouvidos...

 

A câmera se desloca para Paulo aparecendo. Ele olha para os rapazes, antes de tomar a palavra.

 

PAULO: Pela primeira vez em toda minha carreira de treinador, eu não sei o que fazer. Estou literalmente perdido.

 

Os jogadores se olham, visivelmente surpresos. Paulo encosta na parede.

 

PAULO: Eu não sou exímio em palavras motivadoras, e talvez seja aí que esteja falhando com vocês. Mas sei que um time precisa encontrar uma razão para vencer, uma motivação profunda que venha de dentro de cada um.

 

Ele desencosta da parede e começa a dar leves passos. A câmera passeia pelo rosto dos jogadores enquanto ele fala.

 

PAULO: Olhem para dentro de si mesmos... Mostrem que somos o time campeão do ano passado. Quem sabe vocês queiram vencer por essa torcida apaixonada nas arquibancadas, por esse povo fanático dessa cidade que confia em cada um de vocês. (breve silêncio) Talvez queiram vencer em honra ao Roma, nosso ex-treinador.

 

 A câmera dá um close no rosto de Felipe, que se mostra ainda mais surpreso. 

 

PAULO: Ele saberia exatamente o que dizer nesse momento... (baixa a cabeça) Eu não sei como, mas espero que encontrem a determinação para dar a volta por cima e virar esse jogo. Vocês são os Gladiadores, nunca entram em campo para perder. (olha para todos) E eu acredito em cada um de vocês.

 

Ele dá uma última olhada nosos rapazes e depois sai do vestiário. Gustavo levanta, confuso.

 

GUSTAVO: Alguém poderia me explicar o que acabou de acontecer aqui?

 

 

Arquibancada. Cláudio, Helen e Roger estão sentados no mesmo lugar. Este último, demonstra bastante impaciência.

 

HELEN: Você está bem, Roger?

 

ROGER: Eu estou bem, bem, muito, muito bem. Estou bem.

 

HELEN: (para Cláudio) Ele não está bem.

 

CLÁUDIO: Deve estar impaciente por causa da... Você sabe.

 

ROGER: Hei, eu estou aqui... E não é só por causa da Amanda. (suspira) Estou pensando na palhaçada que meu pai resolveu inventar.

 

CLÁUDIO: E o que foi agora?

 

Nesse instante a torcida começa a vibrar. A câmera gira rapidamente até a porta do vestiário, onde os jogadores estão saindo, sendo liderados por Felipe. Eles vão até Paulo no banco de reservas.

 

Música: Fall Out Boy - 7 Minutes In Heaven

 

FELIPE: Nós não vamos sair daqui sem virar aquele placar.

 

Paulo sorri para ele. Os titulares correm até o centro da quadra. Felipe e Gustavo se olham e acenam com a cabeça, determinados. O árbitro apita e o jogo se reinicia.

 

Gustavo toma a bola do adversário e toca para Felipe, que toca para um companheiro. Este, toca para outro companheiro, que toca para Felipe. Felipe dribla um rapaz e toca para Gustavo, que chuta para o gol. A bola bate na trave e sai. Gustavo coloca as mãos na cabeça. Felipe corre até ele e o cumprimenta. Do banco, Paulo esboça um sorriso de satisfação.

 

 

Cozinha da casa de Roger. O ambiente está escuro. Close num copo em cima da pia. Um líquido é derramado dentro. Uma mão o pega e a câmera acompanha sua trajetória até chegar na boca de Arthur, que bebe de uma vez. Depois abaixa e coloca mais, mostrando na outra mão uma garrafa de whisky. Ele caminha até a sala e fica parado no meio. A câmera se aproxima de seu rosto.

 

Um clarão toma conta da tela, desfazendo com Arthur no quarto, olhando para a janela. O tempo está claro. Ouve-se alguns passos no corredor. Ele se vira e vai até o local. A câmera mostra Roger indo na direção de seu quarto. Arthur o aborda.

 

ARTHUR: Filho...

 

Roger para e se vira, indo na direção do pai. Arthur acena com a cabeça para que ele entre no quarto. Corta para ambos já no ambiente.

 

ROGER: (preocupado) Algum problema com a minha mãe? (olhando ao redor) A propósito, onde ela está?

 

ARTHUR: (sentado na cama) Ali no quarto do Cayro, cuidando do seu irmão.

 

ROGER: (sem entender) Desculpa?

 

ARTHUR: Sua mãe precisa de ajuda, filho.

 

ROGER: Eu sei... Eu vou ficar mais tempo com ela daqui pra frente, tentar conversar.

 

ARTHUR: Não... Ela precisa de outro tipo de ajuda.

 

ROGER: (após alguns segundos) Okay, vai direto ao assunto. De que tipo de ajuda ela precisa?

 

ARTHUR: Sua mãe sofreu um grande choque com a perda do seu irmão e isso a está deixando confusa, causando um certo distúrbio. (morde os lábios) Ela precisa ser tratada, filho.

 

ROGER: (rindo de nervoso) Qual é? Minha mãe não está louca.

 

ARTHUR: Não, claro que não. Mas ela precisa de um tratamento especial.

 

ROGER: Ótimo... Chame um médico, um psiquiatra, o que for.

 

ARTHUR: Eu conversei com alguns especialistas e todos concordam que uma simples consulta não vai surgir efeito.

 

ROGER: (nervoso) Pare...

 

ARTHUR: Ela não seria internada como mentalmente instável... Apenas receberia o tratamento necessário para que melhore.

 

ROGER: (ainda mais nervoso) Não! Você não vai internar minha mãe em um sanatório. Eu me tranco no quarto com ela, se for preciso... (se acalmando) Ouça, ela está abalada. Acabou de perder o filho. Como você esperava que ela reagisse?

 

ARTHUR: Mas ela não está apenas abalada. Vá lá no quarto agora e presencie ela ninando um travesseiro como se fosse uma criança. Ela enxerga uma criança ali. E se não for tratado, vai piorar. Se começarmos agora, em dois, três meses ela vai estar casa.

 

ROGER: (incomodado, lacrimejando) Não. Eu não vou consentir com uma crueldade dessas. Ela não merece, não depois de tudo que sofreu.

 

ARTHUR: É apenas para o bem dela.

 

ROGER: Dela ou seu? Porque o que está parecendo é que você mais uma vez não está sabendo agir sob pressão.

 

ARTHUR: (nervoso) Não fale como se soubesse o que estou sentindo! Se houvesse o que pudesse ser feito aqui dentro, eu faria, claro que eu faria.

 

ROGER: Fale o que quiser pra se convencer. Mas o que eu disse, não vou mudar. Na verdade vou mais além... (se aproxima) Se você ousar internar minha mãe, eu juro que nunca mais eu falo com você. Sequer vou olhar nos seus olhos outra vez. E estou dizendo isso com a maior convicção do mundo, do fundo do meu coração. Não queira pagar pra ver.

 

Ela lança um olhar ameaçador para o pai e sai do quarto. Arthur coloca as mãos na cabeça, fechando os olhos em seguida. O clarão toma conta da tela novamente, voltando para a sala escura. A câmera se movimenta até a escada, onde vemos Arthur subindo devagar, trazendo consigo a garrafa. A tela escurece.

 

 

Abre no ginásio. A torcida grita e empurra o time. Felipe dribla um jogador e chuta em gol. A câmera acompanha a trajetória da bola até passar pelo goleiro adversário e entrar no gol. Os jogadores comemoram, se abraçando.

 

Corta para Gustavo com a bola. Ele passa por um jogador e toca para um companheiro, que chuta em gol. A bola entra. Novamente os jogadores se abraçam.

 

A câmera sobe e dá um geral na torcida, dessa vez mais animada. Vai se aproximando, até chegar em Priscila que não demonstra o mesmo ânimo que os outros. Ela levanta e começa a descer a arquibancada. A cena logo muda para o lado de fora do ginásio. A câmera fica parada, enquanto vemos Priscila passando pelo portão, de braços cruzados. Ao passar na frente da câmera, uma transição de cena acontece, mudando o ambiente que é noite, para dia.

 

Refeitório do colégio. Priscila está sentada sozinha em uma das mesas. Gabriel se aproxima e senta de frente para ela.

 

Música: The Click Five - Say Goodnight

 

PRISCILA: Já estava na hora de você vir falar comigo... Como foi o passeio?

 

GABRIEL: Ótimo... Foi bom visitar minha antiga cidade sem a missão de resgatar a Nicole.

 

PRISICILA: E sua namorada?

 

GABRIEL: Na verdade, ex-namorada. Esse era o principal objetivo da viagem. Não poderia terminar com ela de outra forma.

 

PRISCILA: (surpresa) Então você está livre, leve e solto?

 

GABRIEL: (sorrindo) Podemos classificar assim.

 

Priscila sorri para ele. Gabriel a encara por alguns segundos.

 

PRISCILA: Sobre o que aconteceu na praia...

 

GABRIEL: Está tudo bem... Na verdade, você tinha total razão sobre não confundir as coisas entre a gente...

 

PRISCILA: Mas na verdade não era isso que eu queria dizer exatamente. Quer dizer, você tinha namorada. Eu fiquei com medo de sair perdendo no final de tudo.

 

GABRIEL: Onde você estava exatamente quando a confusão lá embaixo começou? O Gustavo teve que ir te buscar e demorou um bom tempo até você finalmente aparecer.

 

Priscila abaixa o olhar, sem saber o que dizer. Gabriel balança de leve a cabeça.

 

GABRIEL: E se for isso realmente? E se a gente combinasse mais como amigos?

 

PRISCILA: Nunca saberemos se continuarmos agindo apenas como amigos. Podemos tentar, Gabi.

 

GABRIEL: Ou podemos deixar o tempo responder.

 

PRISCILA: Por quê?

 

GABRIEL: Porque eu estou indo fazer um intercâmbio de três meses no exterior.

 

PRISCILA: (balançando negativamente a cabeça) Claro que você vai. O que seria uma boa notícia, sem uma ruim logo em seguida?

 

Ela entorta a boca e olha para o lado. Gabriel fica encarando-a sem saber o que dizer.

 

 

Ginásio. Close no placar eletrônico que marca Gladiadores 3x3 Visitantes. A câmera desce, mostrando Paulo se movimentando de um lado para o outro. Ele olha para o relógio e dá instruções ao time.

 

Corta para Cláudio, Helen e Roger na arquibancada, aflitos.

 

CLÁUDIO: Falta um minuto.

 

ROGER: Não vai dar tempo.

 

Volta para a quadra. Um jogador do time adversário cai e coloca as mãos no joelho. O árbitro apita, parando a partida. Paulo faz sinal para que seus jogadores se aproximem.

 

PAULO: Muito bom, vocês deram a volta por cima e igualaram um placar quase inigualável em meio tempo de jogo. Já provaram mais de uma vez que nada é impossível para vocês. Então eu só peço mais um... Apenas mais um milagre. E vamos sair daqui não só vivos no campeonato, como francos favoritos ao título.

 

Corta para Cláudio. Ele levanta e vai até a grade. Roger e Helen se olham, sem entender. Cláudio se aproxima de onde os jogadores estão reunidos com Paulo.

 

CLÁUDIO: Felipe... Felipe!

 

Paulo dispensa os jogadores. Felipe vai até Cláudio.

 

CLÁUDIO: Lembra daquela jogada pela direita que a gente treinava no último treino?

 

FELIPE: (pensativo) Lembro... Lembro sim.

 

CLÁUDIO: E lembra também que estávamos esperando o momento certo pra fazer? (abre os braços) Então?

 

FELIPE: Mas você esqueceu que nós treinamos essa jogada com o Bruno? Não tem como eu fazer sozinho.

 

CLÁUDIO: Não, mas o chato ali... (aponta para Gustavo com a cabeça) Consegue executar se você fizer a minha parte.

 

FELIPE: (pensativo) Será? Temos só 50 segundos. Se der errado eles pegam a bola e ficam de cara com o nosso goleiro.

 

CLÁUDIO: Se você não tentar e o jogo terminar empatado, acabou o sonho de ser campeão no seu último ano.

 

FELIPE: Você tem razão. Eu vou fazer.

 

Cláudio sorri e dá um tapa no braço dele. Felipe se vira e caminha na direção de seus companheiros. Paulo segura o braço dele.

 

PAULO: Faça essa jogada que ele disse.

 

Felipe o olha com surpresa. Paulo acena com a cabeça. Felipe esboça um leve sorriso e corre até seus companheiros. Paulo olha para trás, encontrando seu olhar com o de Cláudio. Corta para Felipe conversando com os jogadores.

 

GUSTAVO: (assustado) Eu? Ficou maluco? Eu não consegui nem processar o que você acabou de dizer.

 

FELIPE: (toca o ombro de Gustavo) Chegou a hora do menino se tornar homem. Você vai conseguir e vai sair daqui consagrado. (bate palmas) Vamos lá galera!

 

GUSTAVO: Dá tempo de passar o plano outra vez?

 

O jogo se reinicia. O jogador adversário toca a bola de lado para um companheiro. Um dos Gladiadores rouba a bola e toca rapidamente para Felipe, que sai correndo pela lateral direita. Um rapaz se aproxima e tenta interceptá-lo. Felipe finge que vai chutar, mas dá um corte, fazendo o rapaz passar com tudo para a frente e escorregar. Ele olha para outro rapaz e toca. O Gladiador abre as pernas, deixando a bola passar.

 

Em câmera lenta vemos a bola rolando até chegar nos pés de Gustavo. O som ambiente é abafado. Corta para um contador de tempo que marca “00:10”.

Rapidamente vemos closes dos rostos de Paulo, Felipe, Cláudio e por fim no de Gustavo com os olhos bem abertos. Ouve-se suas batidas do coração. Ele abaixa a cabeça e rola a bola, ainda em câmera lenta, chutando em seguida.

 

A imagem segue a trajetória da bola até o gol. O goleiro que estava indo para a direita, se estica, tentando mudar de direção e alcançar a bola. Ela vai se aproximando, bate na trave e entra.

 

Música: Longview - Further

 

O movimento da câmera volta ao normal. Corta para a torcida que pula e grita, comemorando. Felipe e seus companheiros correm até Gustavo, pulando em cima dele. Cláudio e Helen se abraçam na arquibancada. Depois eles abraçam Roger, que está sorrindo.

 

O juiz apita o fim de jogo e a torcida invade a quadra. Corta para Paulo sendo cumprimentado por um jogador. Cláudio se aproxima e fica de frente para ele. Segundos depois, ele sorri e estende a mão para o treinador.

 

CLÁUDIO: Parabéns.

 

PAULO: (apertando a mão de Cláudio, surpreso) Obrigado.

 

CLÁUDIO: Eu queria me desculpar pelo que disse no vestiário naquele jogo... Foi um ato sem pensar. Desculpe-me.

 

PAULO: (sorrindo) É um ato nobre... Mas não vai pensando que isso vai te trazer de volta ao time.

 

CLÁUDIO: (sorrindo) Não... Acho que isso não faz mais parte de mim. Gostei de ficar na torcida.

 

Paulo acena com a cabeça. Cláudio sorri outra vez e sai. Paulo o encara com o olhar, pensativo. Depois sorri também.

 

Felipe vai até Cláudio e o abraça. Ele toca o peito do amigo com o dedo, dizendo algo, só que é encoberto pela música que toma conta da cena, mas dando para perceber que se tratava de um agradecimento. Gustavo aparece na frente de Cláudio, eles se encaram por alguns segundos, depois sorriem e se cumprimentam. Helen aparece logo atrás e Gustavo a abraça.

 

A cena muda para visão aérea da quadra. Fica essa imagem por alguns segundos. Depois a tela escurece.

 

 

Abre mostrando a rua da casa de Amanda. O carro de Roger está estacionado duas casas antes da dela. Corta para dentro do veículo.

 

Música: Travis - Turn

 

Roger olha para o lado e sorri. A câmera se movimenta devagar, mostrando uma caixa média, embrulhada, no banco do passageiro. Ele pega o celular e começa a discar. Ouve-se o barulho da porta abrindo. Roger rapidamente fecha o celular e pega o embrulho. Ele olha na direção da varanda de Amanda e sorri novamente.

 

A câmera muda, mostrando Amanda aparecendo na varanda. Ela fecha os olhos e sorri. Após alguns segundos, David também aparece. Eles ficam de frente para o outro, bem próximos. Eles se abraçam e começam a se beijar intensamente.

 

Um flash toma conta da tela. Vemos uma porta fechada. A porta abre e vemos David, que sorri. A câmera se movimenta, mostrando Amanda do lado de fora.

 

Cont. Travis - Turn

 

DAVID: (sorrindo) Eu disse que no final das contas, era comigo que você ia ficar.

 

AMANDA: (sorrindo) Parece que você estava mesmo certo em sua autoconfiança exagerada, surfista.  

 

Ela sorri e se aproxima, beijando-o apaixonadamente. David a abraça e a conduz para dentro. A porta fecha e a imagem se afasta, mostrando um pequeno hotel.

 

O flash toma conta da tela novamente, voltando para a frente da casa de Amanda, onde ela e David continuam se beijando. A câmera muda para Roger olhando para os dois, desanimado. Ele abaixa a cabeça e joga o presente no banco de trás.

 

 

Quarto de Gabriel. Ele fecha a bolsa e respira fundo em seguida. Atrás podemos ver Nicole encostada na porta.

 

Cont. Travis - Turn

 

NICOLE: Que horas você vai sair amanhã?

 

GABRIEL: Cinco horas já vou estar de pé. Mal vou dormir direito.

 

NICOLE: (desencostando da porta) Bom, eu não vou estar acordada para me despedir, então... Tchau.

 

GABRIEL: Tchau, Nick... E se comporte na minha ausência.

 

Ele sorri para ela. Nicole esboça um leve sorriso. Ela se vira para sair, mas fica parada, pensativa. Após alguns segundos, se vira novamente, olhando-o.

 

NICOLE: Desde que nossos pais se casaram, essa será a primeira vez que ficaremos tanto tempo separados.

 

GABRIEL: Verdade... Bom pra você que não vai me ter pegando no seu pé o tempo todo... (sorri).

 

NICOLE: (hesitante) Não vai ser bom não.

 

GABRIEL: Está falando sério? Por quê?

 

NICOLE: (dando os ombros) Porque você sempre me protegeu, mesmo eu não fazendo por merecer... Porque quando fugi, eu tinha certeza que você arrumaria um jeito de me buscar... Porque você sempre se doou por mim, sem querer nada em troca. E nunca mudou seu jeito, mesmo depois de tudo que eu fiz para te afastar.

 

GABRIEL: (rindo) Não me leve a mal não... Mas ainda preciso me acostumar com esse seu novo jeito carinhoso de me tratar. 

 

NICOLE: (triste) Acima de tudo, não vai ser bom, porque eu vou sentir muita falta do meu irmão.

 

GABRIEL: (incrédulo) O que você disse?

 

NICOLE: (com os olhos cheios de lágrimas) Você é meu irmão... Meu querido irmão.

 

Gabriel imediatamente se aproxima e ambos se abraçam fortemente, emocionados.

 

GABRIEL: (emocionado) Você sabe quanto tempo eu esperei para que você me chamasse assim?

 

NICOLE: (chorando) Eu sei... Me desculpa.

 

Eles se abraçam ainda mais forte. A câmera começa a se afastar devagar dos dois, ao mesmo tempo em que a imagem vai transparecendo e mudando de cena.

 

 

Sala da cada de Helen. Cláudio está sentado no sofá. Ao lado, Helen está sentada numa poltrona, concentrada na televisão. Após alguns segundos, Cláudio, impaciente, pega o controle e desliga o aparelho. Helen o olha sem entender.

 

Cont. Travis - Turn

 

HELEN: Eu estava gostando do filme...

 

CLÁUDIO: Eu alugo pra você outro dia... (se endireita no sofá) Agora, eu quero te pedir uma coisa.

 

HELEN: (curiosa) Okay.

 

CLÁUDIO: (demonstrando certo nervosismo) É um convite... (respira fundo) Há exatamente um ano, eu fiz uma escolha errada. Mas este ano eu quero reparar esse erro. Mas não porque me sinto em dívida com você. Mas porque sua presença se tornou ainda mais importante na minha vida.

 

Close no rosto de Helen, que franze as sobrancelhas, ainda mais curiosa. Cláudio morde os lábios e depois se aproxima mais dela, segurando em suas mãos.

 

CLÁUDIO: Helen, você daria a honra de ir ao baile comigo?

 

O som aumenta e toma conta da cena. Helen fica sem reação. Cláudio sorri para ela. Após alguns segundos, Helen também sorri.

 

 

Frente da casa de Livia. A porta abre e Clarice aparece. A câmera se movimenta, mostrando Roger parado do lado de fora.

 

Cont. Travis - Turn

 

ROGER: Oi dona Clarice... A Livia está?

 

CLARICE: (com seriedade) Não, não está.

 

ROGER: Pode me dizer que horas ela vai chegar? Eu preciso...

 

CLARICE: (interrompendo) A Livia antecipou suas férias e foi passar um tempo na casa do pai.

 

ROGER: (desapontado) Ah... Okay. Poderia dizer a ela que eu passei aqui pelo menos?

 

CLARICE: Não... Você tem noção do mal que fez à minha filha? Do quanto ela sofreu a semana inteira, a ponto de sequer sair de casa? Eu sei que você passou por coisas muito ruins ultimamente, mas eu te peço, não inclua mais a Livia em seus problemas. Quando ela voltar, deixa-a em paz.

 

ROGER: (concordando com a cabeça, triste) Tá bom... Eu sinto muito por tudo.

 

Clarice respira fundo e fecha a porta em seguida. Roger permanece parado, continuando a expressar uma feição abatida. A câmera se afasta devagar e sobe, mostrando o céu estrelado. Quando desce, vemos a frente da casa de Roger.

 

 

Roger caminha pelo corredor da parte de cima, chamando por Vera.

 

ROGER: Mãe? ... Mãe?

 

Ele olha dentro do quarto que era de seu irmão e depois vai até o quarto dela. Corta para Arthur sentado na cama, cabisbaixo. Roger aparece.

 

ROGER: Onde ela está?

 

Arthur não responde e também não o encara. Roger, desconfiado, se aproxima e balança o pai.

 

ROGER: Pai, o que você fez?

 

Arthur levanta a cabeça, olhando para Roger. Seus olhos estão vermelhos, cheios de lágrimas. Roger, percebendo do que se trata, se afasta um pouco, atordoado.

 

Música: Oasis - Little By Little

[tocando até o final]

 

ROGER: Não... Por favor, me diga que você não fez o que estou pensando?

 

Close no rosto de Arthur. Um clarão invade a tela. Quando se desfaz, temos a imagem do carro na garagem. Dentro, Arthur segura o volante com as duas mãos. Ela chora copiosamente. A câmera se movimenta para o lado, mostrando Vera dormindo no banco do passageiro. O portão da garagem começa a subir e conforme vai subindo, o choro de Arthur vai se tornando mais intenso. Ele olha para a esposa.

 

ARTHUR: (chorando) Me perdoa meu amor... (chora ainda mais) Me perdoa.

 

A cena muda para o lado de fora. O carro começa a sair e se movimentar pela rua do condomínio. O clarão toma conta da dela outra vez, desfazendo dentro do quarto de Roger. Ele joga algumas roupas dentro de uma mochila, nervoso. Arthur entra desesperado.

 

ARTHUR: Por favor, filho. Tente entender...

 

Ele encosta a mão no braço de Roger, que puxa, furioso.

 

ROGER: Não encoste em mim!

 

Ele pega a mochila e sai do quarto. Arthur o segue. Corta para o lado de fora da casa. Roger caminha apressadamente pelo jardim. Arthur corre até ele e o segura pelo braço.

 

ARTHUR: Filho, espera!

 

Roger puxa o braço e empurra o pai, extremamente agressivo.

 

ROGER: (agressivo) Não me chame mais de filho!

 

ARTHUR: Isso vai curar sua mãe.

 

ROGER: Não! O que ia curar minha mãe seria o amor, o carinho, a dedicação que nós daríamos a ela.

 

ARTHUR: (com dor) Você não entende.

 

ROGER: (furioso) Quer saber? Talvez um dia eu entenda a droga dessa vida injusta. Talvez um dia eu volte a ser feliz. Talvez um dia eu perdoe Deus por ter permitido que uma coisa dessas acontecesse a ela... Mas nunca, nunca vou te perdoar pelo que fez. Você acabou com a vida da minha mãe. Você acabou com a nossa vida... E sua covardia, matou o meu irmão.

 

Os lábios de Arthur começam a tremer. Os olhos de Roger se enchem de lágrimas.

 

ROGER: A partir de hoje, você morreu pra mim.

 

Ele vai até seu carro estacionado em frente e entra, liga o veículo e sai, cantando pneus. Arthur fica paralisado, com os olhos vermelhos e lábios tremendo. A câmera sobe devagar, mostrando o condomínio numa visão aérea. Após alguns segundos, a tela escurece.

 

 

 

 

 

 

 

 

CRÉDITOS FINAIS:

 

CRIADO E ESCRITO POR:

 

Thiago Monteiro

 

PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS

 

Jamie Lynn Spears como Jessica

Jesse McCartney como David

Jennifer Ehle como Clarice

 

MÚSICA TEMA

 

Switchfoot - Meant To Live

 

TRILHA SONORA

 

Vertical Horizon - Everything You Want

Third Eye Blind - Deep Inside Of You

Paramore - My Heart

Matt White - Wasteland

Fall Out Boy - 7 Minutes In Heaven

The Click Five - Say Goodnight

Longview - Further

Travis - Turn

Oasis - Little By Little

 

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