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Frente da casa de Cláudio. É noite. A câmera se aproxima da janela do quarto, cortando para dentro. A imagem passeia pela mesinha do computador, a cômoda, e se desloca para a cama, onde vemos Cláudio sentado, vestindo uma camisa social branca. Ele está pensativo.

 

::. “I'll Be” - Edwin McCain

 

CLÁUDIO: (em off) Você já parou para pensar que em todo momento de nossas vidas estamos fazendo escolhas? Desde as coisas mais simples, até as que podem definir o nosso futuro.

 

A câmera continua frisando sua expressão pensativa.  

 

CLÁUDIO: (em off) A vida é tão cheia de escolhas, que podemos decidir reclamar dela, ou lutar para deixá-la menos dura.

 

Cláudio levanta e pega uma jaqueta que estava ao lado da cama, vestindo-a.

 

CLÁUDIO: (em off) No momento em que você se vê numa encruzilhada, é preciso fazer uma escolha importante... O problema é saber o que escolher. A lógica joga para um lado, mas e o coração?

 

Ele acena com a cabeça e respira fundo. Caminha até a porta e abre.

 

CLÁUDIO: (em off) É importante saber que a vida é o resultado de nossas escolhas.

 

Ele sai, fechando a porta. A câmera permanece no quarto por alguns segundos. A tela escurece.

 

 

 

 

 

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Ginásio do colégio Esplendor. Os rapazes estão em quadra. Paulo observa atentamente o treino do banco. Sua expressão é de contentamento.

 

::. “Memory” - Sugarcult

 

Cláudio está com a bola. Ele corre e chuta em gol. A câmera mostra a trajetória da bola entrando. Ele comemora. Os jogadores o cumprimentam. Paulo coloca o apito na boca e assopra, fazendo sinal para os jogadores se aproximem.

 

PAULO: Pensei que vocês iam voltar um pouco mais relaxados das férias, mas estou impressionado com o entrosamento e o desempenho nesses últimos treinos. E por isso até a segunda ordem, a formação continua a mesma.

 

CLÁUDIO: (surpreso) Isso quer dizer que eu estou no time titular?

 

PAULO: Sim, você está se destacando bem nos treinos, então não vejo motivos para não escalá-lo. Só não vá bater em alguém durante a partida.

 

CLÁUDIO: (sorrindo) Não vou, eu prometo.

 

GUSTAVO: (levantando a mão) Treinador?

 

PAULO: O que isso? Primário? Fala de uma vez, rapaz.

 

GUSTAVO: Já que estamos quase atingindo a perfeição, o senhor também poderia aliviar os treinos antes da aula, o que acha?

 

PAULO: (apita) Para o chuveiro, já!

 

GUSTAVO: (para Felipe) Não custava tentar.

 

Eles se deslocam para o vestiário. Cláudio se aproxima e fica ao lado de Gustavo.

 

CLÁUDIO: Treinar pela manhã é ótimo. Dá mais vigor para o restante do dia.

 

GUSTAVO: Cláudio, meu querido, não escutou que você voltou a ser titular? Não precisa mais puxar o saco do “profê”... Ele já está totalmente na sua.

 

Gustavo corre até o vestiário. Cláudio balança a cabeça, em reprovação. Felipe o acompanha. 

 

FELIPE: (sorrindo) Parece que nosso Gladiador está finalmente de volta então?

 

CLÁUDIO: (sorrindo) Havia me esquecido do quanto isso revigorante. 

 

FELIPE: É, mantenha esse foco que a gente volta a brigar pelo título... Agora deixa eu me apressar que fiquei de passar a matéria com a Priscila antes da aula.

 

CLÁUDIO: (sorrindo) E como é a Pri versão professora?

 

FELIPE: Pior que o nosso general. A baixinha não me deixa piscar.

 

Cláudio ri. Eles entram no vestiário. A cena muda para a frente do colégio, e segundos depois volta para o ginásio, indicando uma passagem de tempo.

 

 

Cláudio caminha pelo corredor do ginásio, com cabelo molhado e mochila nas costas. Na metade do caminho ele para e olha para a parte de cima da arquibancada.

 

CLÁUDIO: Estranhei você não ter me enchido a paciência durante três dias.

 

A câmera se desloca, mostrando Larissa sentada no banco.

 

LARISSA: Foi o combinado, não foi? Que eu te deixaria em paz?

 

CLÁUDIO: Não achei que que fosse cumprir.

 

LARISSA: Sentiu minha falta?

 

CLÁUDIO: (sarcástico) Claro, no fundo da alma.

 

Ele volta a caminhar. Larissa levanta e vai atrás, apressadamente.

 

LARISSA: Na verdade eu estava morrendo de raiva de você.

 

CLÁUDIO: (parando) Raiva de mim? O que eu fiz?

 

LARISSA: (nervosa) Que diabos foi aquele beijo na fogueira? Você não presta, Cláudio.

 

CLÁUDIO: (rindo, incrédulo) Eu que não presto?

 

LARISSA: Está dizendo que eu não presto?

 

CLÁUDIO: Você não vai querer ouvir isso.

 

LARISSA: Que seja... Você estava comigo naquela noite. Foi cafajestagem ter beijado outra garota.

 

CLÁUDIO: E por acaso você esqueceu de um certo incidente no baile ano passado?

 

LARISSA: E daí? Já procurou saber o real significado da palavra “passado”? O importante é o que eu sou agora.

 

CLÁUDIO: Ah claro, agora você é uma boa samaritana que não convidou o Gustavo, para que ele convidasse a Helen, só para que ela nos visse juntos, né?

 

LARISSA: Isso é o de menos perto do que você fez.

 

CLÁUDIO: Jesus Cristo, eu que estou sendo julgado aqui?

 

LARISSA: A verdade é que eu cansei, Cláudio.

 

CLÁUDIO: Ótimo, bom pra mim, e bom pra você. Cada um segue com sua vida agora.

 

LARISSA: Não, você vai ter que tomar uma decisão. Ou eu ou a sonsa?

 

CLÁUDIO: Não tente me colocar contra a parede porque eu não...

 

HELEN: (aparecendo) Infelizmente ela tem razão.

 

Cláudio olha para Helen, surpreso. Larissa entorta a boca e cruza os braços.

 

LARISSA: (para Helen) Inventou de ouvir conversas agora?

 

HELEN: Eu estava vindo para cá justamente para conversar com o Cláudio antes da aula, até que ouvi você grunhindo e intimando-o a tomar uma decisão, o que é exatamente o que vim fazer.

 

CLÁUDIO: Espera aí, espera aí... Eu não posso tomar uma decisão agora.

 

Gustavo aparece atrás de Cláudio e olha para as meninas, franzindo as sobrancelhas em seguida.

 

GUSTAVO: O que está havendo aqui?

 

CLÁUDIO: (para Gustavo) Não é da sua conta.

 

LARISSA: Cláudio, você está agindo como um cachorro.

 

CLÁUDIO: (incrédulo) Eu estou agindo como cachorro?

 

GUSTAVO: Concordo plenamente com ela... Você não, Helen?

 

Helen faz sinal de sim com a cabeça. Cláudio olha para Helen, bobo.

 

CLÁUDIO: Você concorda?

 

HELEN: Bom, você está enrolando e parece que está gostando disso. Se não quisesse nenhuma das duas, já teria dito e não ficaria tão em cima do muro como está agora.

 

CLÁUDIO: (nervoso) Mas quantas vezes eu já disse para a Larissa cair fora?

 

LARISSA: Mas a falta de convicção nos faz acreditar que você me quer do mesmo jeito.

 

HELEN: Você precisa fazer uma escolha, Cláudio... E material você já tem depois daquele beijo de tirar o fôlego.

 

Ela olha para Larissa e sorri de forma provocante. Larissa balança a cabeça e revira os olhos.

 

LARISSA: Queridinha, se é material que ele precisa, comigo ele já teve muito mais que um beijo de tirar o fôlego... Não é mesmo Cláudio?

 

HELEN: (erguendo as sobrancelhas) É, no quesito atirada, devo confessar que você está em vantagem mesmo.

 

LARISSA: Não é ser atirada, é não ser atrasada.

 

CLÁUDIO: Okay, vamos parar vocês duas.

 

Felipe aparece atrás de Cláudio e Gustavo. Ele cutuca Gustavo com o ombro.

 

FELIPE: (curioso) O que está havendo aqui?

 

GUSTAVO: As garotas estão colocando o tratante contra a parede.

 

FELIPE: Já estava na hora.

 

Cláudio lança um olhar sério para eles, que permanecem com expressões atentas ao caso.

 

LARISSA: Então, eu ou a sem graça?

 

HELEN: É, eu ou a que te ignorou boa parte de sua vida e te trocou por outro?

 

LARISSA: (para Helen) Como você é baixa, como pode usar esse argumento como...

 

As duas começam a discutir. Priscila aparece e belisca o braço de Felipe.

 

PRISCILA: Está fugindo de mim?

 

FELIPE: (passando a mão onde foi beliscado) Você que demora séculos para se pentear.

 

PRISCILA: (olhando para todos) O que está havendo?

 

FELIPE: As duas estão colocando o tratante contra a parede.

 

CLÁUDIO: (para Felipe) Obrigado, amigo.

 

FELIPE: (rindo) É o que estão falando.

 

PRISCILA: (para Cláudio) Interessante... Mas pensa bem antes de tomar uma decisão. Dá última vez que você trocou alguém pela Larissa, a gente sabe no que deu.

 

LARISSA: (para Priscila) Não tenho culpa se eu estou num patamar bem acima das garotas daqui. 

 

PRISCILA: No entanto está correndo atrás de um cara como se fosse a única opção. Admita, Larissa, sua moral tá baixa.

 

LARISSA: Vou te mostrar que moral está baixa aqui.

 

PRISCILA: Buh, que medo.

 

CLÁUDIO: Meninas, parem, por favor.

 

GUSTAVO: Deixa, Cláudio... É divertido ver brigas de garotas.

 

FELIPE: (para Gustavo) Aproveita e entra no meio. Fiquei sabendo que você se revelou na sala outro dia.

 

GUSTAVO: Aquilo foi uma demonstração... Eu estava ensinando a Helen... Não foi, Helen?

 

Helen faz sinal de positivo com a cabeça. Felipe faz cara de desconfiado.

 

LARISSA: Hei, vamos voltar ao foco original, que tal?

 

PRISCILA: Isso, continuem a intimar o tratante.

 

Ela olha para Cláudio e sorri. Cláudio bufa.

 

HELEN: Estamos esperando...

 

CLÁUDIO: Gente, eu não posso fazer uma escolha assim.

 

LARISSA: Por que não? A não ser que você não queria nenhuma das duas mesmo, reforçando a tese de que...

 

CLÁUDIO: (interrompendo) Okay, okay... Chega de me chamarem de tratante. Me deem uma semana pelo menos.

 

LARISSA: De jeito nenhum, é agora ou nada.

 

HELEN: À noite.

 

LARISSA: (para Helen) Mas você é muito bobinha mesmo.

 

HELEN: Está com medo de que, ao pensar melhor, ele faça a escolha certa?

 

LARISSA: (para Cláudio) À noite.

 

CLÁUDIO: (após alguns segundos) Okay, à noite... Onde?

 

GUSTAVO: Vocês sabem que eu adoro me intrometer onde não sou chamado, e se me permitem uma sugestão, um evento do tipo requer algo à altura. Então que tal algo clássico, bonito e de gala?

 

LARISSA: Seja mais específico.

 

GUSTAVO: Marcamos dois encontros em dois restaurantes diferentes no mesmo horário. Cada uma vai para o seu lugar escolhido, e o príncipe vai ao encontro de sua amada. No final da noite, uma vai saborear a vitória, e a outra o gosto amargo do fracasso.

 

LARISSA: (refletindo) Interessante... Por mim tudo bem.

 

HELEN: Por mim também. Quanto mais rápido isso terminar, melhor.

 

LARISSA: Ótimo, mais tarde lhe entregamos os nomes dos restaurantes então... Foi um desprazer desfrutar desse tempo com vocês... (para Cláudio) Não você. Até mais queridos amigos.

 

Larissa sai. Gustavo encosta a mão no ombro de Cláudio.

 

GUSTAVO: Só pra constar, eu sou do time da Helen. Mas não quero que nossa amizade influencie sua decisão. Mas a Helen é a melhor.

 

Ele olha para Helen, pisca e sai. Priscila faz sinal de indicador para Felipe.

 

PRISCILA: E o senhor vem comigo agora.

 

FELIPE: (contrariado) O sinal já vai bater, Priscila.

 

PRISCILA: (puxando-o) Não quero ouvir choro...

 

Eles saem. Cláudio e Helen ficam se encarando por alguns instantes.

 

CLÁUDIO: (sem graça) Coisa de louco, tudo isso, huh?

 

HELEN: Quero que saiba não vou ficar com raiva, caso você escolha a Larissa. Nossa amizade pode continuar a mesma, sem ressentimentos.

 

Ela sorri para ele e depois sai. Cláudio permanece parado. Ele coça a cabeça e depois senta na arquibancada, respirando fundo em seguida. A tela escurece.

 

 

Sala de aula. O ambiente está escuro. Uma luz alternante causada por um projetor ilumina partes do local. A câmera passeia entre as mesas, até chegar no fundo da sala, onde Cláudio e Livia estão com as mesas juntas. Cláudio escreve algo no caderno. Livia olha para o que está escrito e bate duas vezes com o lápis em cima.

 

LIVIA: Eu voto nessa aqui.

 

Close no caderno onde podemos ver escrito “Helen x Larissa”. Cláudio olha para Livia e sorri.

 

CLÁUDIO: Você não acha estranho eu ter que escolher entre duas garotas? O que eu sou?

 

LIVIA: Não, eu acho que você já sabe quem quer. O mais difícil está sendo abrir mão de vez da outra parte.

 

CLÁUDIO: (balançando negativamente a cabeça) Estava quase tudo endireitando entre a Helen e eu, então a Larissa teve que voltar e bagunçar tudo outra vez. Por que pelo uma vez as coisas não podem ser simples?

 

LIVIA: (sorrindo) Se fosse simples não teria tanto sabor.

 

Cláudio sorri. Depois fica pensativo por alguns segundos e olha para Livia.

 

CLÁUDIO: Por que não tenho te visto no hospital por esses dias?

 

LIVIA: Estava na hora de dar um tempo.

 

CLÁUDIO: Por causa da Amanda? Por quê? Você está lá desde o começo. Vai desistir assim, fácil? 

 

LIVIA: Não é questão de desistir... Nós dois sabemos que ele a ama, e quando acordar, provavelmente é o primeiro rosto que vai querer ver. Não acho que tenho mais o que contribuir. Todos que ele ama estão lá com ele neste momento. Eu só estaria sobrando.

 

CLÁUDIO: Ele te ama, Livia. Ele te ama. E vai querer te ver quando acordar. Eu tenho certeza disso.

 

Livia expressa incerteza. Cláudio sorri e toca a mão dela, acariciando em seguida.

 

 

Outra sala. Paulo está sentado a uma mesa grande e oval. Ele está com uma xícara na mão e segura um jornal com a outra. Isabel aparece e franze as sobrancelhas ao vê-lo.

 

ISABEL: Professor, você acredita em sinais de fim dos tempos?

 

PAULO: (olhando para o jornal) Não.

 

ISABEL: (sentando) Eu acredito. Especialmente por te ver sentado na mesa dos professores, como um professor.

 

PAULO: (abaixando o jornal) Não era você que vivia dizendo para eu me socializar mais com outros colegas de trabalho?

 

ISABEL: (sorrindo) Como você me deixa feliz em saber que está seguindo meus conselhos. Quem te viu, quem te vê, Paulo. Só falta me chamar de Isabel apenas.

 

PAULO: Você não tem aula para dar, professora?

 

ISABEL: Só no segundo período... Responde-me uma coisa... Qual cor você prefere? Azul escuro, preto ou vermelho?

 

PAULO: Eu sei lá, preto, talvez.

 

ISABEL: Imaginei, combina bem com seu estilo sombrio.  

 

PAULO: (intrigado) Por que quis saber a minha cor preferida?

 

ISABEL: Oh, curioso, bom saber... É a cor do vestido que irei usar hoje no nosso jantar.

 

PAULO: (perplexo) Nosso jantar? Você está brincando?

 

ISABEL: Não, você me convidou, esqueceu?

 

PAULO: (pensativo) Eu não convidei... A menos que eu esteja com começo de sandice.

 

ISABEL: (respirando fundo) Oito, nove, qual horário?

 

PAULO: Zero?

 

ISABEL: Que restaurante abre à meia-noite? Eu sou uma moça de família, professor.

 

PAULO: Nós não vamos jantar, professora... A menos que seja algum evento escolar no qual eu estaria obrigado a estar presente.

 

ISABEL: Qual o problema em dois amigos saírem para jantar? Está com medo de confundir as coisas?

 

PAULO: Nós não somos...

 

ISABEL: (interrompendo) Ah, ah, não complete a frase. Vai magoar o meu coração... (se ajeita na cadeira) Vou tentar falar sério aqui, professor. Você tem medo de se envolver, e eu vou te ajudar a superar esse trauma. 

 

PAULO: Eu não tenho medo de me envolver. Para de tentar me analisar. 

 

ISABEL: Então me diz qual foi seu último relacionamento duradouro nos últimos cinco anos?

 

Paulo abre a boca para falar, mas fica pensativo. Isabel sorri.

 

PAULO: Isso é ridículo... Não prova nada.

 

ISABEL: (empurrando uma folha para ele) Aí está o endereço do restaurante... Fica bem pertinho, na cidade vizinha, ninguém vai nos incomodar. Vou esperar até as 22:00, 23:00 no máximo.

 

PAULO: (pegando a folha) Você sabe que as chances de eu ir são bem pequenas, certo?

 

ISABEL: Estou ciente disso. Mas confiante no seu cavalheirismo.

 

Ela sorri para ele, levanta e sai. Paulo coloca a folha na frente do rosto e olha atentamente.. Depois abaixa e olha na direção da porta, balançando a cabeça em seguida.

 

 

Vista aérea do refeitório. O local está vazio. O sinal toca e logo vários jovens tomam o lugar. A câmera dá um giro rápido, parando na mesa em que Helen e Amanda estão.

 

::. “Just A Ride” - Jem

 

AMANDA: (rindo) Não acredito que resolveram colocar o Cláudio contra a parede. Como eu queria ter visto essa cena.

 

HELEN: Podia mesmo, já que ali parecia uma interversão. Todo mundo resolveu dar palpites.

 

Larissa aparece e senta ao lado de Helen.

 

LARISSA: Escolhe um desses restaurantes para que eu entregue os dois juntos ao Cláudio.

 

Ela coloca dois papeis em cima da mesa. Helen olha atentamente para ambos. Larissa olha para Amanda.

 

LARISSA: Oi Amanda, tudo bem com você?

 

AMANDA: Estarei melhor quando minha amiga aqui te vencer.

 

LARISSA: Sonhar é permitido.

 

HELEN: (tocando uma das folhas) Esse aqui.

 

LARISSA: (pegando as folhas) Ótimo... Boa sorte. E Amanda, eu te amo do mesmo jeito. 

 

Ela levanta e sai. Amanda a segue com o olhar e força a vista. Depois se volta para Helen.

 

AMANDA: Passo na sua casa antes pra te ajuda a se produzir.

 

HELEN: Tem necessidade? Não estou muito confiante que serei a escolhida.

 

AMANDA: De qualquer jeito você vai estar linda... Imagina se um príncipe solitário resolve te pagar um drink no restaurante?

 

Helen ri. O som aumenta e toma conta da cena. Amanda continua dialogando com Helen que ouve atentamente.

 

 

Biblioteca. Close em uma mesa redonda com vários livros e cadernos espalhados. A imagem abre, mostrando Felipe e Priscila sentados. Felipe debruça sobre a mesa.

 

::. “Just A Ride” - Jem (cont.)

 

FELIPE: (cansado, resmungando) Oh céus, estou faminto, Priscila.

 

PRISCILA: Eu não, estou de regime. Não que eu precise.

 

FELIPE: Mas eu não faço regimes e preciso muito de carboidrato agora.

 

PRISCILA: Vamos terminar isso aqui primeiro e depois você pega alguma coisa.

 

FELIPE: Acontece, querida professora, que o sinal bate em poucos minutos.

 

PRISCILA: É só pedir para dar uma saidinha da sala depois. 

 

FELIPE: (bufando) Okay, vamos à química. Química, maldita química, maldita tabela periódica. Você está me matando, sabia?

 

PRISCILA: Prefere que eu te mate tentando fazê-lo passar de ano, ou que se pai te mate por repetir outra vez?

 

FELIPE: Eu sou rico, vou comprar minha formatura.

 

PRISCILA: (rindo) Numa escola que coloca aluno pra fazer trabalho braçal como castigo, não importando sua classe social, espero que tenha sorte tentando subornar alguém.

 

FELIPE: (desanimado) Merda! Estou perdido.

 

PRISCILA: Não está... É só parar de ficar viajando um pouco. Concentra-se que vai dar tudo certo.

 

Felipe sorri com o canto da boca. Ele olha para ela com um tom admirado.

 

FELIPE: Falando sério, embora você seja má, obrigado por estar fazendo isso por mim.

 

PRISCILA: É, eu faço boas ações de vez em quando esperando uma vaguinha no céu.

 

Eles riem. Depois de alguns segundos Felipe bate com a caneta no papel.

 

FELIPE: Quer saber de uma coisa? Para te agradecer, quero te levar ao parque hoje, comer bastante cachorro quente e andar na montanha russa, o que acha?

 

PRISCILA: É melhor a gente andar primeiro na montanha russa e depois comer os cachorros quentes. O que não quer dizer que vou comer, porque estou de dieta.

 

FELIPE: Isso é um sim?

 

PRISCILA: Se você conseguir resolver esse exercício.

 

FELIPE: Mas eu não estou fazendo como um prêmio pra mim.

 

PRISCILA: Mas será um prêmio eu te deixar me levar para passear.

 

FELIPE: (rindo) Okay, me dá esse livro aqui.

 

Felipe começa a olhar atentamente para o livro, enquanto Priscila o encara por alguns segundos, sorrindo em seguida.

 

 

Corta para o céu. As nuvens começam a se mover e aos poucos vai escurecendo. A câmera desce, mostrando o residencial numa visão aérea. Transparece para dentro do quarto de Cláudio.

 

::. “Lay Me Down” - The Wreckers

 

Cláudio está em pé, abotoando uma camisa social branca. Frisa sua imagem por alguns instantes. A câmera desce mostrando um pedaço da parede. A imagem embaça um pouco, ocorrendo uma transição de cena e mudando o tom da cor da parede.

 

Ao som da mesma música, a câmera se movimenta, mostrando Helen de costas, de frente para o espelho. Corta para o seu rosto. Ela passa um leve brilho nos lábios. Pelo reflexo do espelho podemos ver Amanda. Ela olha para Helen com um sorriso no rosto.

 

Ao som da mesma música, a cena muda para a vista aérea de um prédio. A câmera desce mostrando a portaria. Uma porta abre e Larissa aparece saindo. Ela parece ansiosa. Acompanhamos seu caminhar por alguns segundos.

 

Ainda ao som da mesma música, a cena muda para a parte de trás de um televisor. A câmera passeia para o lado, onde vemos Paulo sentado no sofá. Ele segura o controle na mão e veste roupas confortáveis. Ele olha para o relógio e fica pensativo por alguns segundos. Depois ergue o controle e aperta o botão, mudando de canal e se ajeitando no sofá.

 

A tela escurece e abre rapidamente, mostrando Isabel sentada na mesa de um restaurante. Ela passa o dedo em um copo vazio, visivelmente ansiosa.

 

A tela escurece a abre rapidamente, mostrando Larissa chegando no restaurante. Ela fala com um atendente que a encaminha para uma mesa.

 

A tela escurece e abre rapidamente, mostrando Helen sentada à mesa. Um garçom se aproxima dela e eles dialogam algumas coisas que não podemos ouvir. Segundos depois ele sai. Helen respira fundo, nervosa. A tela escurece.

 

 

Abre com Cláudio sentado na cama, bastante pensativo. A câmera se aproxima de seu rosto e um flash toma conta da tela, mostrando vários flashbacks.

 

::. "Closer" - Travis

 

Cláudio e Helen estão na sala da casa dele, conversando enquanto Roger está dormindo no sofá. Eles se olham admiradamente.

 

Larissa e Cláudio estão no museu, se beijando. Depois na roda gigante, se beijando também.

 

Cláudio e Helen estão no hospital. Ela está segurando a mão dele, confortando-o. Depois os vemos dançando abraçados em um salão.

 

Larissa e Cláudio estão se beijando na copa da mansão da casa de Felipe. A câmera está girando sobre eles.

 

Cláudio e Helen estão se beijando no baile. Depois os vemos se beijando na fogueira.

 

 

Volta para Cláudio sentado na cama. Ele levanta e pega uma jaqueta que está ao lado da cama, vestindo-a. Ele acena com a cabeça e respira fundo, indo até a porta e saindo em seguida.

 

 

Parte interna da casa de Livia. Livia caminha até a porta e abre. Amanda aparece do lado de fora. Livia franze as sobrancelhas, surpresa.

 

::. "Closer" - Travis (cont.)

 

LIVIA: (surpresa) O que está fazendo aqui?

 

AMANDA: Vim inverter o papel...

 

LIVIA: Inverter o papel?  

 

AMANDA: Você disse que ele precisa estar perto das pessoas que mais ama, pra quem sabe assim, possa voltar mais rápido... (mexe os ombros) Então, está faltando alguém por lá. 

 

LIVIA: Amanda, eu...

 

AMANDA: (interrompendo) Livia, eu não quero que você deixe a rotina que costumava fazer no hospital por minha causa. Você também faz parte das pessoas que ele ama, não pode se afastar agora... E ao invés de uma deixar de ir por causa da outra, por que não vamos juntas? Tenho certeza que isso fará muito melhor a ele do que apenas a minha presença.

 

Livia não responde, apenas ficando com uma expressão pensativa. Amanda insiste.

 

AMANDA: Independente do interesse amoroso que temos por ele, o mais lógico seria unirmos para o bem dele... O que me diz?

 

LIVIA: (após alguns segundos, sorrindo) Você tem razão... Desculpa por ter chamado de vagabunda naquele dia.

 

AMANDA: (sorrindo) Tudo bem, já me chamaram de coisa pior.

 

Elas riem. Amanda estende a mão.

 

AMANDA: Pelo Roger?

 

LIVIA: Pelo Roger.

 

Elas se cumprimentam e sorriem uma para a outra. A imagem começa a se afastar, ao mesmo tempo em que vai transparecendo e transitando de cena.

 

 

Restaurante em que Larissa está. Ela bate com os dedos na mesa, impaciente. Depois olha para a frente e seu semblante começa a mudar. A câmera se movimenta, mostrando Cláudio na recepção, olhando-a.

 

 

Restaurante em que Helen está. Na mesa há um copo com refrigerante pela metade. Helen olha para o relógio e suspira, desanimada. O garçom se aproxima da mesa.

 

GARÇOM: A senhorita gostaria de fazer o seu pedido agora?

 

HELEN: (abatida) Não, só veja a conta desse refrigerante, por favor.

 

O Garçom acena com a cabeça e sai. Os olhos de Helen começam a brilhar. A câmera se afasta um pouco, parando em determinado ponto. Após alguns segundos, a tela escurece.

 

 

Abre mostrando Cláudio caminhando até a mesa de Larissa. Ela o acompanha com o olhar, extremamente triste. Cláudio se aproxima e puxa a cadeira, sentando e ficando de frente para ela. Eles se encaram por alguns segundos antes de qualquer palavra.

 

CLÁUDIO: Larissa... Se você já sabia, por que insistiu tanto?

 

LARISSA: (triste) Eu tive que tentar... Só queria saber o porquê... É castigo? Você está querendo se vingar de mim depois te tudo que eu te fiz passar? Pode confessar.

 

CLÁUDIO: Não... Por mais absurdo que possa parecer, estou fazendo o que o meu coração está mandando.

 

LARISSA: (chorosa) Você não gosta mais de mim? Eu não posso acreditar.

 

CLÁUDIO: Na verdade eu já sabia o que eu queria há um bom tempo... O que eu não sabia, era como deixar você sair de vez da minha vida.

 

LARISSA: (após alguns segundos) Você a ama?

 

CLÁUDIO: (sorrindo) Amo... Talvez ainda não na mesma intensidade que um dia amei você... Mas sei que um dia ela será capaz de despertar esse mesmo sentimento em mim.

 

Larissa olha para cima, se segurando para não chorar. Cláudio levanta.

 

::. “In This Life” - Chantal Kreviazuk

 

CLÁUDIO: Agora, que nós possamos colocar de vez um ponto final em nossa história. É hora de seguir em frente, Larissa.    

 

Ele esboça um leve sorriso e sai. Larissa coloca a mão na boca e começa a chorar. A câmera se afasta, focando na imagem dela chorando por alguns instantes.  

 

 

Helen caminha pela calçada, de braços cruzados e visivelmente abatida. Ela vira a esquina e se aproxima de sua casa. Corta para Cláudio sentado no degrau da varanda. Ao vê-la, ele levanta imediatamente. Ao vê-lo, ela para.

 

::. “In This Life” - Chantal Kreviazuk (cont.)

 

CLÁUDIO: Você está linda.

 

HELEN: O que está fazendo aqui, Cláudio? Eu sei que disse que nada mudaria entre a gente caso não fosse eu a escolhida, mas vir me encontar na noite em que tomou essa decisão, é um pouco cedo demais.

 

Cláudio sorri e desce os degraus, se aproximando um pouco dela.

 

CLÁUDIO: Eu não poderia pensar em um lugar melhor nesta noite para estar, do que aqui com você.

 

HELEN: Não estou entendo. Você não estava no restaurante.  

 

CLÁUDIO: A Larissa inverteu propositalmente os nomes dos restaurantes. No fundo ela sabia que eu escolheria você.

 

Helen não responde, ficando em choque. Cláudio se aproxima um pouco mais.

 

CLÁUDIO: É você, Helen... Você é a garota ideal para mim. É com você que eu escolhi dividir os meus sonhos, revelar meus maiores defeitos, sem ter medo... (se aproxima mais) E é com você que eu quero aprender todo dia o que é amar.

 

Os olhos de Helen se enchem de lágrimas e escorrem por seu rosto. Cláudio passa delicadamente a mão no rosto dela.

 

CLÁUDIO: E me desculpa se te fiz duvidar disso... Pelas coisas que disse no parque, pelo meu recente afastamento... Eu mantenho tudo o que disse no baile... Você, é a dona do meu coração.

 

Helen sorri emocionada. Eles se olham por alguns segundos.

 

CLÁUDIO: Não seria o momento de você dizer alguma coisa?

 

HELEN: As palavras sumiram... Não sei o que dizer.

 

CLÁUDIO: Então apenas diga sim.

 

HELEN: Sim?

 

CLÁUDIO: (sorrindo) Helen, quer namorar comigo?

 

HELEN: (rindo, emocionada) Sim!

 

Cláudio toca o rosto dela mais uma vez e aproxima seus lábios, beijando-os de forma carinhosa. Na medida em que se beijam, a intensidade vai aumentando. A câmera começa a e se afastar lentamente. A música que estava tocando começa a dar lugar a outra.

 

::. “Non Believer” - La Rocca

 

CLÁUDIO: (em off) Como havia dito... A maioria das coisas são resultados das escolhas que fazemos. Não se pode escolher algo sem abrir mão de outra. Também não se pode escolher algo sem estar certo que haverá uma série de consequências decorrente dessa escolha.

 

 

Uma rua. Larissa caminha devagar, bastante abatida e entristecida.

 

::. “Non Believer” - La Rocca (cont.)

 

CLÁUDIO: (em off) Sempre há tempo para novas escolhas... Mas não há como apagar marcas de uma escolha pouco sábia.

 

 

Casa de Livia. Amanda e Livia conversam amigavelmente sentadas num banco na varanda.

 

::. “Non Believer” - La Rocca (cont.)

 

CLÁUDIO: (em off) Fazer coisas que nos tragam boas ou ruins ações, também faz parte da opção da escolha.

 

 

Restaurante. Isabel levanta da mesa e começa a caminhar. Ela passa pela recepção e para. Close em Paulo se aproximando. Ele está de camisa social preta.

 

::. “Non Believer” - La Rocca (cont.)

 

CLÁUDIO: (em off) Escolha ser feliz, pois a estrada é longa e o tempo é curto.

 

Isabel sorri para ele, que retribui com um sorriso. Ela se aproxima e pega na mão dele, conduzindo-o para dentro.

 

 

Fachada da casa de Helen. Cláudio e Helen ainda estão abraçados, se beijando.

 

::. “Non Believer” - La Rocca (cont.)

 

CLÁUDIO: (em off) Mas lembrem-se, suas escolhas têm 50% de chances de darem certo e 50% de darem errado. Porém, o privilégio de fazê-la é somente sua.

 

 

 

 

 

 

 

 CREDITOS FINAIS:

 

CRIADO E ESCRITO POR:

 

Thiago Monteiro

 

MÚSICA TEMA

 

“Meant To Live” - Switchfoot

 

TRILHA SONORA

 

I'll Be” - Edwin McCain

Memory” - Sugarcult

Just A Ride” - Jem

Lay Me Down” - The Wreckers

Closer” - Travis

In This Life” - Chantal Kreviazuk

Non Believer” - La Rocca

 

Copyright © 2007

 

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