Vista
panorâmica
da cidade enquanto amanhece. A transição
nos leva ao condomínio, onde a câmera serenamente percorre
as fachadas das casas até encontrar a moradia de Roger. Um
corte
nos conduz à cozinha. ARTHUR:
(sorrindo) Finalmente achei o ingrediente que faltava para
incrementar o molho. VERA:
(fazendo careta) É isso mesmo que você pretende servir aos
nossos convidados hoje à noite? ARTHUR:
(se aproximando) Isso e mais um pouc... (para de falar ao
olhar para a panela) Jesus! Não era para ter ficado dessa
cor... Você provou? VERA:
Ainda estou tentando me recuperar do gosto desse...
(tentando lembrar) Desse... Mas que diabos é isso mesmo? ARTHUR: Fonds Brun Lié Chef. VERA:
(tentando falar) Fonds Brão… ARTHUR:
Não... Com biquinho.. Fonds Brun... VERA:
(fazendo biquinho) Fonds Bron... Ah, seja o que for, ninguém
vai comer esse negócio verde escuro. A
câmera muda para um ângulo como se estivesse dentro da
panela. Vemos os rostos de Arthur e Vera de cima, olhando
para dentro. ARTHUR:
Estranho... Posso jurar que segui todas as instruções do
livro de receitas. VERA:
Por um minuto realmente acreditei que você conseguiu se
virar na cozinha enquanto estive fora. Ledo engano. ARTHUR:
Pois a senhora fique sabendo que eu me virei sim, muito
bem... E quem esteve comigo não reclamou nem um pouco. VERA:
(desconfiada) E posso saber quem esteve contigo, senhor? ARTHUR:
Ora, o Lucio, quem mais poderia? Vera
força
a vista, Arthur sorri. ARTHUR:
Se fosse há 1
ano, diria que isso é uma leve demonstração de ciúmes. Então
eu te provocaria ainda mais... E você me daria um tapa no
ombro, irritada. Eu te pegaria no colo e te levaria até o
sofá, claro, tomando o maior cuidado para não sermos
flagrados pelo Roger, devido às safadezas que faríamos em
seguida. Ele
sobe
e desce as sobrancelhas, sorrindo em tom malicioso. Vera
sorri, balança a cabeça negativamente e se vira para a
panela. VERA:
Só que não estamos no ano passado e eu assumo a cozinha
daqui pra frente. ARTHUR:
(desfazendo o sorriso) É... Não estamos no ano passado...
(desanimando) Naquela época você ainda me amava. VERA:
(se virando para ele) Arthur, não foi isso o que eu quis
dizer. ARTHUR:
Não, tudo bem... (virando-se para sair) Vou ligar para um
restaurante e fazer um pedido. Ele
sai.
Vera o acompanha com o olhar, expressando arrependimento.
Quarto
de
Helen. Numa vista aérea, vemos Cláudio e Helen deitados na
cama, se beijando com bastante fervor. Helen está por cima
dele, beijando sua boca e descendo para o seu pescoço.
Cláudio está de olhos fechados. Segundos depois ele abre
os olhos e olha na direção da porta. Helen percebe. ::.
“Above
The Wreckage” - Dishwalla HELEN:
(beijando-o) O que foi? CLÁUDIO:
Sua mãe... HELEN:
Está na floricultura... Não deve voltar tão cedo. Eles
se
beijam novamente, mas Cláudio para segundos depois. HELEN:
(incomodada) O que foi agora? CLÁUDIO:
Sua avó... Ela pode chegar a qualquer momento... Onde ela
está? HELEN:
Como é que eu vou saber? Ela
volta
a se inclinar e beijá-lo. Cláudio outra vez tenta se
esquivar. Helen levanta o rosto e olha sério para ele. HELEN:
Estou com mau hálito? CLÁUDIO:
(sorrindo) Claro que não... Adoro o gosto da sua boca. HELEN:
Então por que está me evitando agora? Aliás, não só agora,
mas você anda evitando bastante momentos como esse... Qual é
o problema? Cláudio
fica
pensativo. Helen faz sinal com o rosto, para que ele
responda. Ela sai de cima dele e senta na cama. Cláudio
faz o mesmo. CLÁUDIO:
Não é que eu não queira passar momentos assim com você,
claro que eu quero. O problema é que, eu prometi que iria
esperar quando você se sentisse preparada, mas não posso
negar que você tem sido uma verdadeira tentação nos últimos
dias... Então, eu preciso frear um pouco, para não acabar
avançando algum sinal. HELEN:
(sorrindo) Então me acha uma tentação? CLÁUDIO:
Mais do que imagina. HELEN:
E me acha sensual? CLÁUDIO:
Você é a garota mais sensual que eu conheço. Helen
sorri,
se aproxima de Cláudio e volta a beijá-lo por alguns
segundos. Depois, o olha com um sorriso. HELEN:
E por acaso você não acha que essa provocação toda da minha
parte seja por algum motivo? CLÁUDIO:
Que seria? HELEN:
Que eu já esteja preparada. Um
breve
silêncio toma conta dos dois. Segundos depois, Cláudio
começa a rir, descrente. CLÁUDIO:
(rindo) Tá. HELEN:
(séria) O quê? Não acredita em mim? CLÁUDIO:
(levantando) Eu vou beber um pouco de água. Ele
sai
do quarto. Helen levanta e começa a segui-lo. HELEN:
(nervosa) Cláudio! Volta aqui! Corta
para
a cozinha. Cláudio está olhando para a geladeira aberta.
Ele tira uma jarra com água. Quando fecha porta, vemos
Helen encostada na parede, de braços cruzados.
HELEN:
Talvez eu já esteja mesmo preparada. ROSA:
(em off) Preparada para quê? A
câmera se desloca mostrando Rosa na entrada da cozinha.
Cláudio e Helen se olham, tentando disfarçar o
constrangimento. HELEN:
(com nervosismo) Vestibular. ROSA:
(incrédula) Vestibular... Agora? CLÁUDIO:
A senhora sabe como sua neta é precoce. HELEN:
Quero ter apenas uma ideia do meu desempenho... Mas como
sempre o Cláudio pensa que eu não tenho coragem de
fazer. Ela
lança
um olhar sério para ele, que levanta o dedo. CLÁUDIO:
Esqueci que eu tenho algo para fazer... Te vejo à noite. Ele
se
aproxima e dá um selinho em Helen, que o abraça e fala ao
seu ouvido. HELEN:
(sussurrando) Covarde. CLÁUDIO:
(sussurrando) Olha quem fala... Vestibular? Eles
desfazem
o abraço. Helen força a vista para ele. Cláudio olha para
Rosa e acena. CLÁUDIO:
Até mais, dona Rosa. ROSA:
Vai com Deus, filho. Cláudio
sai.
Rosa encara Helen, que desvia o olhar. HELEN:
Está calor, não acha? ROSA:
Acho melhor você conversar com a sua mãe. HELEN:
Conversar com a minha mãe? Sobre o quê? Por quê? ROSA:
Sobre isso aí que você acha que já está preparada. HELEN:
Vovó... ROSA:
Meu amor, eu não nasci ontem. Vocês dois namoram há um bom
tempo e se gostam bastante... É normal que estejam subindo
pelas paredes. HELEN:
(sem graça) Eu não diria bem nesses termos. ROSA:
Eu não posso te impedir de fazer o que eu acho que é cedo
ainda. Mas se está realmente pensando em dar um passo tão
importante assim na sua relação, tenha absoluta certeza que
ele é o rapaz certo para você... Aquele que você ama e sabe
que é correspondida na mesma proporção... E que no dia
seguinte, esteja te amando ainda mais. HELEN:
Não se preocupe, vovó... Eu não vou tomar nenhuma decisão
baseada nos hormônios. Eu prometo não fazer nada que faça
com que eu me arrependa depois. Rosa
a
olha com desconfiança. Helen revira os olhos e bufa. HELEN:
Dá para esquecer, por favor, meu tempo de rebeldia? ROSA:
Difícil, uma vez que ainda tenho enxaquecas por causa
daquele tempo... Mas eu acredito em você. HELEN:
(sorrindo) Que bom... Mas preciso lhe dizer outra coisa...
Eu ainda pretendo te dar mais enxaquecas, porque você é
minha vovó querida que eu amo tanto, tanto, tanto, que
necessito chamar a sua atenção de vez em quando. Helen
abraça
Rosa, que sorri emocionada. ROSA:
Você sempre vai ter minha atenção... Eu só quero o melhor
para você. HELEN:
(sorrindo) Eu sei... E prometo que não vou fazer nada
precipitado, okay? Rosa
concorda
com a cabeça. Helen beija o rosto da avó e sai. Rosa a
acompanha com o olhar, sorrindo. A tela escurece.
Vista
externa
do restaurante/bar da família da Nicole. É noite. A câmera
se aproxima da porta, cortando para dentro. O lugar está
um pouco movimentado. Gil está parado de frente para o
palco, apenas olhando-o. Nicole aparece e se posiciona ao
lado dele. ::.
“You'll
Ask For Me” - Tyler Hilton NICOLE:
Fico me perguntando o porquê de um palco, se nada acontece
nele. George
aparece
e também olha para o palco, ficando ao lado de Nicole. GEORGE:
Eu achei uma ótima ideia. NICOLE:
É óbvio que você acharia uma ótima ideia. Se ele
bombardeasse o bar, você aplaudiria. O que ele fez para
merecer tratamento Vip? GIL:
Competência? NICOLE:
Com licença? Esse lance do palco até agora foi um
fracasso... E põe a escolha do nome do bar como um também. GIL:
Hei, George... Já conferiu o caixa hoje? GEORGE:
(sorrindo) Ótima ideia. George
sai. Nicole olha para Gil, indignada. GIL:
Estou surpreso que esteja falando comigo, quando disse que
não faria mais, e quando eu é que não estou falando
com você. NICOLE:
Então por que está mexendo os lábios? Gil
balança
a cabeça, em sinal de reprovação. Depois, se movimenta
para sair, mas Nicole o impede parando na frente dele. NICOLE:
Eu não vou me desculpar, okay? Mesmo que você não tenha
mostrado o vídeo, o que está claro agora, não muda o fato de
não o ter excluído quando aceitei a sua chantagem. GIL:
Acontece que quem mais saiu machucada nessa história não fui
eu, nem a Nathalia, mas sim a Amanda, que não tem nada a ver
com isso. Esse erro foi seu. NICOLE:
Eu sei, e dessa parte eu me arrependo e devo desculpas a
ela. Na verdade eu estava com tanta raiva que o único que
pensei em prejudicar foi você. Mas eu estava errada. GIL:
Ótimo... Estamos bem então? NICOLE:
Diga-me você, que tem motivos para continuar me ignorando. GIL:
Não estou com raiva de você... Mais cedo ou mais tarde ela
acabaria descobrindo. Só que poderia ter sido com um pouco
mais de sutileza. NICOLE:
Pois é, o ser humano é um bicho complicado mesmo. GIL:
(sorrindo) Especialmente quando não tem controle emocional.
NICOLE:
(sorrindo) Olha quem fala, ouvi dizer que o ano passado você
nem pensava para abrir a boca. O que andou fazendo?
Meditando? GIL:
(sorrindo) Algo do tipo. Eles
continuam
sorrindo um para o outro, depois se dispersam. A câmera se
desloca para a entrada, onde vemos Cláudio e Helen
entrando. Cláudio está sério, enquanto Helen está
sorrindo. CLÁUDIO:
Ficar ouvindo sua avó me falando sobre responsabilidades,
preservativos e cegonha, não foi o começo de noite que eu
estava esperando. HELEN:
(sorrindo) Tadinha... Ela só não quer que a gente faça
alguma besteira. CLÁUDIO:
Não deixa de ser uma experiência que levarei anos para
esquecer. Eles
passam
pela câmera, que gira para um lugar mais afastado, onde há
uma mesa de bilhar. Felipe está jogando, sério. Priscila
aparece. PRISCILA:
Lindão, consegui uma mesa... Vamos? FELIPE:
Guarda pra gente, meu amor... Vou ficar jogando um pouco e
logo apareço por lá. Ele
esboça
um sorriso forçado, que é retribuído por Priscila. PRISCILA:
Tá bom então... Te vejo daqui a pouco. Felipe
concorda
com a cabeça, sem olhá-la. Priscila se mostra desanimada,
saindo em seguida. Casa
de
Roger. Arthur, Vera, Lucio e Silvia estão na sala,
sentados no sofá, bebendo vinho e conversando. Vera e
Arthur em um dos sofás, enquanto Silvia e Lucio estão em
outro. ARTHUR:
Diga-me, Lucio, como vão os negócios? LUCIO:
Muito bem... Os lucros aumentaram bastante, o que é curioso,
se pensar que é o ano que estou passando menos tempo na
empresa. VERA:
(curiosa) É mesmo? Por quê? Se cansou do mundo corporativo?
LUCIO:
Basicamente... Mas o principal fator é que eu prefiro estar
mais com a minha família. ARTHUR:
Isso é muito bom... Por isso eu sempre preferi trabalhar em
casa... Não há nada melhor do que passar mais tempo com a
família. VERA:
Na verdade, pesou o fato de você detestar usar terno e
querer trabalhar de bermuda e chinelo. ARTHUR:
E em segundo lugar a família. Lucio
e
Silvia riem. Vera olha cinicamente para Arthur, que sorri.
LUCIO:
Mas eu já deveria ter feito isso há muito tempo. Ele
e
Silvia se olha e se beijam com um selinho. ARTHUR:
(fazendo cara de bobo) Ownnn! VERA:
(estranhando) O que foi isso, Arthur? ARTHUR:
(rindo) Me lembrei agora de uma amiga da faculdade. Ela não
podia ver um algum casal demonstrando feição que logo
soltava um “Ownnn”. VERA:
E aposto que essa amiga é a sem vergonha da Miranda...
Acertei? ARTHUR:
(se esquivando e pegando a garrafa de vinho) Quer mais
vinho, Silvia? SILVIA:
(aproximando a taça e sorrindo) Por favor. VERA:
(para Arthur) Por que foi se lembrar agora da carinha que
ela fazia quando achava algo bonitinho? Saudades? ARTHUR:
Pra que sentir ciúmes de algo que já faz mais de 50
anos.
VERA:
Com licença, senhor, eu não tenho mais de 50
anos e não estou com ciúmes. Apenas tentando entender o
motivo de uma cena romântica te fazer lembrar de alguém que
tentava tirar você de mim o tempo todo? ARTHUR:
Meu amor, ela sempre tentou, mas nunca conseguiu. Você
sempre foi a número 1
do meu coração. VERA:
Não respondeu a minha pergunta. ARTHUR:
Veja bem... Enquanto
Arthur
fala, a voz dele é encoberta por uma música instrumental
alegre. Silvia e Lucio assistem aos dois discutindo e se
olham, rindo. Quarto
de
Roger. Close em alguns livros sendo colocados em cima de
uma mesinha. A câmera abre, mostrando Roger com cara de
desanimo. Em pé, ao lado da mesa, está Livia. ROGER:
(sarcástico) Só isso? LIVIA:
Tem mais, mas ficou um pouco pesado pra trazer agora. ROGER:
(respirando fundo) Que tal a gente parar por algumas horas,
namorar um pouco, ou quem sabe, jogar videogame com o Lucas?
Corta
para
Lucas sentado no chão, de frente para uma televisão. Ele
segura o controle, bastante concentrado no jogo. LIVIA:
(pensativa) É... Não... Sem trapaças. O quanto antes você
terminar isso, melhor. ROGER:
(bufando) Não aguento mais ter que fazer tanto trabalho... É
trabalho, trabalho, trabalho, trabalho. LIVIA:
Quem mandou ficar tanto tempo em coma? Se quiser passar de
ano, vai ter que pagar o preço. ROGER:
Tá bom, ô insensível... Mas estive pensando aqui com os
poucos neurônios que me restam, e sei lá, talvez seja melhor
fazer o segundo ano de novo... Pensa bem, eu perdi
praticamente o segundo semestre inteiro, e o primeiro, bom,
foi uma droga devido aos dramas da minha vida. LIVIA:
(sarcástica) Ownn, tadinho! Está preocupado com o
aprendizado e o tempo que passou longe da lousa? ROGER:
Exatamente. Prefiro aprender da forma clássica, com
professores e lousa. LIVIA:
(passando a mão no rosto dele) Você é fofo, sabia? Mas esses
dois neurônios que ainda restam na sua cabeça não vão
conseguir me enrolar. Você vai fazer esses trabalhos e vai
no curso de verão. ROGER:
O verão inteiro, você quer dizer né? Dois meses de férias
perdidas. LIVIA:
Melhor do que 1
ano inteiro perdido. ROGER:
Mas eu prefiro me concentrar na minha recuperação física
primeiro, como voltar a dar mais que dois passos, do que na
parte mental. LIVIA:
E prefere deixar de se formar junto com os seus amigos ano
que vem? ROGER:
O Felipe não se formou com os amigos e está bem. LIVIA:
Só que você não é o Felipe, e pelo amor de Deus, ele próprio
deveria se envergonhar disso. E além de deixar de ser
formar, não faríamos faculdade juntos, como havíamos
planejado. ROGER:
O que também não seria garantia de nada, porque você vai
entrar numa boa faculdade, eu nem sei se vou passar no
processo seletivo. E se você for ali, e eu acabar indo lá?
Estaríamos separados. LIVIA:
Então é isso que você quer? Tá bom, já que tanto faz,
foca-se aí no seu bem estar físico então, pois precisará de
muita perna para correr atrás de mim outra vez. Ela
se
desloca até Lucas e senta ao lado dele. Roger a acompanha
com o olhar. ROGER:
Livia. LIVIA:
Não falo com repetentes. ROGER:
Não seja infantil. LIVIA:
(leve riso) Infantil... A criança aqui no quarto é você.
(olha para Lucas) Posso jogar também? LUCAS:
(sorrindo) Pode... Eu nunca repeti e nunca tirei nota
vermelha. LIVIA:
(sorrindo) Além de lindo, é inteligente... Que pena que você
tem só 7
aninhos. Ela
lança
um olhar sínico para Roger, que retribui com cara de
deboche. Após alguns segundos, a tela escurece. Abre
mostrando
a sala de um apartamento totalmente bagunçada. Paulo
aparece do corredor segurando uma caixa. A câmera se
movimenta, mostrando Isabel poucos metros dali, vestindo
um macacão sujo de tinta e pintando a parede. Paulo senta
no sofá e coloca a caixa no chão. Ele observa o lugar
atentamente. ::.
“Empty
Apartment”
- Yellowcard PAULO:
Não sei onde estava com a cabeça quando deixei você me
convencer a fazer isso. ISABEL:
(pintando) Não reclama, “reclamão” ... Esse lugar estava
precisando de uma renovação. Chega daquele estilo Paulo,
sério, super darkness. PAULO:
Daqui a pouco você vai querer mexer no meu guarda-roupas
também. ISABEL:
(pensativa) Sabe que não é má ideia? PAULO:
Não complete o pensamento. ISABEL:
(sorrindo) Não vou... Gosto do seu estilo roupas. Preto fica
bem em você. Te deixa sexy. Paulo
sorri
e balança negativamente a cabeça. Depois, levanta e se
aproxima de Isabel, fazendo cara feia ao ver a parede. PAULO:
Não deveríamos estar jantando ou fazendo algum outro tipo de
programa? ISABEL:
Que programa? Por acaso estamos em alguma relação? PAULO:
Amizade também é um tipo de relação. ISABEL:
(sorrindo) Tão lindo ouvir um brutamontes que queria me ver
pelas costas, dizendo que somos amigos. PAULO:
(balançando a cabeça, em reprovação) Primeira e última vez.
Ele
sorri
e se vira. Isabel esboça uma expressão travessa e
movimenta o pincel para a frente, jogando tinta em Paulo,
que se vira imediatamente. PAULO:
Ficou maluca? ISABEL:
Não é você que vive dizendo que tenho um parafuso a menos? PAULO:
(após alguns segundos, se aproximando) Sabe, nunca ninguém
conseguiu me vencer no paintball ... O máximo que
conseguiram foi um tiro de raspão no braço. ISABEL:
(forçando a vista) Isso deveria significar? PAULO:
(sorrindo) Que eu sou muito bom em atacar tinta nas pessoas.
Ele
se
abaixa e pega uma lata de tinta. Isabel ri e corre. Paulo
vai atrás. O som aumenta, tomando conta da cena. Isabel
encosta-se na parede e faz sinal de piedade para ele.
Paulo balança negativamente e cabeça e rindo, joga tinta
nela. Isabel imediatamente se aproxima dele e o abraça,
sujando-o de tinta. Paulo tenta se soltar. Restaurante/Bar.
A
câmera passeia mostrando o local ainda mais movimentado
que antes e para em uma mesa onde Helen e Cláudio estão.
Cláudio está escrevendo algo em um papel. Helen, curiosa,
inclina a cabeça para ver, mas é impedida por Cláudio, que
afasta o papel. ::.
“4Ever”
-
The Veronicas HELEN:
Posso saber o que o senhor está escrevendo aí? CLÁUDIO:
Um pouco de privacidade seria pedir muito? HELEN:
Seria. Cláudio
entorta
a boca e empurra o papel. Close num desenho mal feito de
um homem e uma mulher, um coração torto com as iniciais “H
e C” dentro. Helen sorri, encantada. HELEN:
Que lindo, meu amor... Vou até mandar emoldurar.
CLÁUDIO:
Que sarcástica. Eu sei que está feio... O que importa é a
intenção, certo? HELEN:
Quem disse que estou sendo sarcástica? CLÁUDIO:
Quem disse que eu não te conheço? Eles
sorriem
um para o outro e aproximam seus lábios. Amanda aparece
acompanhada de Chris. AMANDA:
Oi gente! Eles
desistem
do beijo e se voltam para Amanda. Helen fica séria ao ver
Chris. HELEN:
O que ele está fazendo aqui? AMANDA:
(sarcástica) Oi Amanda, tudo bem? Que bom vê-la por aqui. CHRIS:
(sentando) E o prazer é meu. CLÁUDIO:
Vocês se conhecem? HELEN:
Lembra do idiota filho do professor Julio que eu te falei? CHRIS:
(para Cláudio) E você deve ser o herói? CLÁUDIO:
Herói? CHRIS:
Para aguentá-la e ainda namorá-la. Cláudio
segura
o riso. Helen o cutuca. Amanda puxa uma cadeira e senta. AMANDA:
Relaxem, crianças... (para Helen) Eu o trouxe aqui para
agradecer pelo que fez naquela noite. HELEN:
Agradecer pelo quê? Ele não fez mais do que a obrigação, uma
vez que havia te embebedado. CHRIS:
(para Helen) Você tem transtorno de bipolaridade? Pelo que
posso me recordar, houve um momento no hospital que você
mesma me agradeceu. HELEN:
Não, eu disse que foi legal da sua parte ter feito o seu
amigo nos levar de carro para o hospital, é diferente. CHRIS:
Mas havia me isentado da culpa... Por que está me culpando
agora? HELEN:
Eu disse que acreditava em você quando afirmou que não sabia
que ela estava drogada... É diferente também. CHRIS:
(para Cláudio) Posso te dar um abraço? AMANDA:
Gente, pelo amor de Deus, a única culpada de tudo aquilo
está na frente de vocês... Eu... E chega de brigas e
provocações, vocês são quase irmãos. CHRIS:
Isso só passando por cima do meu cadáver. HELEN:
Seria um prazer. Eles
forçam
a vista e se olham em tom de ameaça. A câmera gira,
parando no balcão, onde Gustavo está sentado numa cadeira
e Nicole do lado de dentro. NICOLE:
Se não vai pedir nada é bom dar espaço para quem realmente
vai consumir. GUSTAVO:
Até parece que é prioridade de alguém sentar aqui. As
pessoas querem dançar, jogar bilhar... Só os solitários
permanecem no balcão mais que dois minutos. NICOLE:
Solitários como você? GUSTAVO:
Você... Na verdade estou aqui para te fazer companhia. NICOLE:
Não estou solitária, não está vendo? GUSTAVO:
Você está agitada porque está trabalhando... Mas no fundo,
está solitária. NICOLE:
(balançando negativamente a cabeça) Dá licença, Gustavo. Ela
se
movimenta e entrega uma latinha para um rapaz. Gustavo
continua olhando-a. GUSTAVO:
Talvez mais tarde a gente faça uma duplinha no bilhar... O
que acha? NICOLE:
Não estou com tempo e nem com vontade de jogar com você. GUSTAVO:
Por isso eu disse mais tarde. NICOLE:
Então não estou com vontade e provavelmente vou continuar
sem. GUSTAVO:
Sabe, Nicole, vai chegar o dia em que eu não vou mais te dar
bola e você vai se arrepender amargamente do modo como me
trata. NICOLE:
Aguardando esse dia com ansiedade. Ela
sorri
e sai. A câmera se movimenta para o lado, mostrando
Larissa sentada duas cadeiras ao lado, sorrindo e bebendo
um refrigerante. LARISSA:
(sorrindo) Ouch! GUSTAVO:
(olhando-a) Quer dizer alguma coisa, diga, miss Bom Destino.
LARISSA:
Nada não... Só estava aqui pensando em como alguém pode ser
tão bobo de uma pessoa. GUSTAVO:
Disse a garota que correu atrás do Cláudio até levar um fora
definitivo. LARISSA:
Que por fim eu soube aceitar e cair fora. Mas veja bem,
Cláudio e eu já namoramos, e antes de tudo, ele correu atrás
de mim. Diferente de você. GUSTAVO:
E por que diabos estamos tento essa conversa se nem somos
amigos? LARISSA:
Você tem razão, vou me calar. GUSTAVO:
Não, não... Não se cale... Se você estava com os ouvidos
atentos à minha conversa com a Nick e está sentada aí,
puxando conversa com o inimigo, com certeza faz parte da
turma dos carentes que citei... Quer conversar? LARISSA:
(sorrindo) Mas é claro... Ela
levanta
e Gustavo parece se animar. Larissa se aproxima e para
perto dele. LARISSA:
Que não. Ela
sai.
Gustavo olha para cima e balança negativamente a cabeça,
em reprovação. GUSTAVO:
Levar fora até de quem eu não gosto, não é legal, Deus...
Não, não é. Casa
de
Roger. Todos estão sentados à uma mesa grande na sala de
jantar. Eles estão sorridentes, com exceção de Livia que
lança alguns olhares sérios para Roger que está sentado de
frente para ela. Close no prato de Lucas vazio. Ele olha
para Silvia e sorri. LUCAS:
Mais. SILVIA:
O que você quer dessa vez? LUCAS:
Tudo. Todos
na
mesa riem. SILVIA:
(sorrindo) Não pensem mal de mim, porque eu alimento muito
bem essa criança em casa. VERA:
É raro ver uma criança se alimentar tão bem assim nessa
idade. Quando o Roger era pequeno era um sacrifício fazê-lo
comer qualquer coisa antes da sobremesa. LIVIA:
Ele tem o habito de ser teimoso mesmo, não é? ROGER:
(largo sorriso) Aqui não meu amor. SILVIA:
Mas está ótimo, Vera... Até eu vou repetir... Quem preparou
o cardápio? VERA:
Tivemos que encomendar algumas coisas de um restaurante
porque o senhor aqui (aponta para Arthur com a cabeça) ...
Tentou fazer uma gororoba que não deu certo. ARTHUR:
Por meros detalhes... Acho que estava ansioso por esse
jantar e acabei errando em alguns ingredientes. LUCIO:
Graças a Deus, temia que viria algo preparado por você. ARHTUR:
Por quê? Você não reclamou quando vinha almoçar ou jantar
aqui. LUCIO:
Meu amigo, você estava bastante vulnerável e chorava por
qualquer coisa... Era minha obrigação disfarçar o gosto ruim
daquilo que você preparava. ARTHUR:
Pois saiba que agora, na alegria ou na dor, quero sua
sinceridade na culinária sempre, doa a quem doer. Lucio
faz
sinal de positivo para ele e Vera coloca naturalmente a
mão em cima da mão de Arthur. VERA:
Sabe o que isso me fez lembrar? A primeira vez que você foi
jantar em casa para conhecer os meus pais. ARTHUR:
Nem me fale... Eu nunca tinha comigo tanto fígado acebolado
em minha vida. VERA:
(rindo) E você odiava. ARTHUR:
(sorrindo) Era um sacrifício que me propus a fazer para
conquistar os pais da mulher que eu queria passar o resto da
minha vida. Vera
sorri e beija o rosto dele com ainda mais naturalidade,
voltando a mexer no prato em seguida. Close em Silvia que
os observa e sorri. Vera olha para Livia e percebe a
expressão séria da garota. VERA:
Algum problema, querida? LIVIA:
Não sei... (para Roger) Algum problema, Roger? VERA:
(para Roger) Peça desculpas, garoto. ARTHUR:
Obedece a sua mãe. LIVIA:
(para Vera) Seria falta de educação se eu me retirasse da
mesa antes e subisse? VERA:
(sorrindo) Não, meu amor, você é de casa... Pode fazer o que
achar melhor. LIVIA:
(sorrindo e levantando) Obrigada. Livia
levanta e sai. Roger se movimenta para ir atrás, mas Vera
o interrompe. VERA:
Aonde você pensa que vai? Termina a sua comida porque é
falta de educação sair da mesa assim. ARTHUR:
É, obedece a sua mãe. ROGER:
(boquiaberto) O quê? Apartamento
de
Paulo. Paulo, ainda sujo de tinta, empurra o sofá para o
centro. Atrás dele, é possível ver a porta do banheiro se
abrindo e Isabel aparecendo, enrolada numa toalha e
enxugando os cabelos com uma das mãos. Ela está olhando
para baixo. ISABEL:
Meu cabelo ainda está cheio de tinta. PAULO:
(virando-se) Deveria ter pensando nisso antes de... Ele
para
de falar ao vê-la. A câmera se aproxima devagar de seu
rosto, que parece encantado. Corta para Isabel levantando
o olhar e olhando-o com estranheza. ::.
“Currents”
-
Dashboard Confessional ISABEL:
Por que parou de falar? PAULO:
(desviando o olhar) Nada... ISABEL:
(percebendo e sorrindo) Teve pensamentos impuros ao me ver
assim? PAULO:
(rindo de nervoso) O quê? Não. ISABEL:
(se aproximando, sensualmente) Não me deseja? Qualquer um no
seu lugar me agarraria aqui mesmo. PAULO:
(nervoso) Bom, você quer ser agarrada? ISABEL:
(sorrindo) Não... Não sou tão fácil assim... Mas se quiser
tentar me beijar, talvez eu não resista. Eles
estão
bem próximos um do outro, se olhando com profundidade.
Após alguns segundos, Paulo desvia o olhar. PAULO:
Não posso... Não me envolvo sério com alguém desde o
acidente. ISABEL:
Que você perdeu sua noiva? PAULO:
Meu irmão... Minha vida... Não é nada com você, eu juro. ISABEL:
Eu sei... Mas como pode alguém viver tanto na escuridão e
gostar disso? PAULO:
Eu não gosto... E já tentei de diversas maneiras superar
isso. ISABEL:
Mas já se passaram tantos anos, Paulo. Você precisa se
libertar desse sentimento de culpa. PAULO:
Não posso... Não consigo... Pra você ter uma ideia, não sou
capaz nem de visitar a minha cidade natal... E nem olhar
direito nos olhos dos meus pais. ISABEL:
Talvez seja isso que você precise para conseguir seguir em
frente... Visitar a sua cidade, seus pais... O cemitério
onde eles estão. PAULO:
(dando passos para trás) Não... Isso jamais. ISABEL:
Okay... (voltando a se aproximar) Me deixe pelo menos entrar
na sua vida. PAULO:
E não é o que já tem feito? ISABEL:
Eu quero mais... (toca o rosto dele) Não vou desistir de
você. Ela
sorri
de forma meiga e depois se afasta, indo na direção do
quarto. Paulo a acompanha com o olhar, ao mesmo tempo em
que se mostra pensativo. Após alguns segundos, a tela
escurece. Restaurante/Bar.
A
câmera acompanha Cláudio chegando no balcão. Ele olha para
a prateleira, pensativo. Depois, parece perceber algo e
olha para o lado. A câmera movimenta, mostrando Michael no
banco ao lado, comendo amendoim e sorrindo. ::. “Stay Away” - The Honorary Title MICHAEL: Olá, sobrinho. CLÁUDIO:
(sorrindo) O que está fazendo aqui? MICHAEL:
(aponta com a cabeça) Pay Per Viu e o melhor amendoim da
região... (oferece o frasco). CLÁUDIO:
Não, obrigado, estou bem. Ele
senta
e olha para a televisão. Close em jogo de futebol
passando. Após alguns segundos Michael o olha. MICHAEL:
Então... Você está bem? Não tivemos chance de conversar
depois do jogo... Como está lidando com a eliminação? CLÁUDIO:
Estou bem... Quer dizer, não é fácil perder, mas é o que
acontece às vezes. MICHAEL:
É verdade... Perder faz parte. Muitas glórias surgem depois
doloridas derrotas. CLÁUDIO:
(rindo) Você sabe que acabou de dizer um verdadeiro clichê,
certo? MICHAEL:
(rindo) Qual é, dá um desconto... Ainda estou aprendendo a
ser tio de adolescente. É um processo meio difícil... Veja
bem, agora mesmo estou pensando se devo dar uma de tio legal
e te comprar uma bebida alcóolica ou devo respeitar a sua
idade, e claro, o desejo da sua mãe. CLÁUDIO:
(sorrindo) Não se preocupe com isso, não estou bebendo.
Estou bem com refrigerante. Mas se valer de alguma coisa,
aceito essa do tio legal que esconde certas coisas do
sobrinho para os pais. MICHAEL:
(sorrindo) Vou anotar isso na mente. CLÁUDIO:
(após alguns segundos) Preciso voltar para a mesa... Mas
fique sabendo que é legal de ter por aqui... Digo, nas
nossas vidas. Meu pai está feliz. MICHAEL:
(sorrindo) Eu também estou. Cláudio
toca
o ombro do tio e sai. Michael volta a olhar para a
televisão e desfaz o sorriso e abre os braços. MICHAEL:
2x0?
Qual é? A
câmera dá um rápido giro, parando em Felipe e Gustavo
jogando bilhar. Gustavo dá uma tacada na bolinha,
jogando-a para fora da mesa. ::. “Stay Away” - The Honorary Title (cont.)
FELIPE:
(sorrindo) Está nervosinho porque levou outro fora da
Nicolete? GUSTAVO:
Já conseguiu algum teste ou ainda estão te crucificando pelo
pênalti mal batido num jogo decisivo? Felipe
para
de sorrir. Gustavo sorri. Dois homens [Marton
Csokas]
e [Warren Christie] se aproximam deles. FELIPE:
Tenta se concentrar nisso aqui. GUSTAVO:
Não é falta de concentração... Eu é que sou ruim mesmo...
Quer brincar apostando? FELIPE:
E qual seria a graça se não serei ameaçado? GUSTAVO:
Pelo menos você vai poder terminar a noite se sentindo
vitorioso. FELIPE:
(irônico) Obrigado. HOMEM
[Marton
Csokas]:
Querem fazer dupla? GUSTAVO:
Foi mal aí, tio, mas estamos prestes a fazer uma apostinha
legal aqui... Quem sabe na próxima? HOMEM
[Warren
Christie]:
Mas se o lance é com apostas, nós também gostamos de
apostar. Gustavo
fica
pensativo por alguns instantes. Os dois homens se olham e
sorriem. GUSTAVO:
Tá... Eu e meu amigo aqui contra vocês. Quem for perdendo
vai liberando o “dim dim”. FELIPE:
(falando baixo) Quer esvaziar a carteira? Eles vieram aqui
porque estavam te observando jogar. GUSTAVO:
(falando baixo) E você acha que eu não percebi? (dá dois
tapinhas no peito de Felipe) Fica bonzinho e entra no meu
jogo... (olha para os dos homens) Cinquentinha pra
esquentar? HOMEM:
Por mim, tudo bem... Sou Fred... Esse é meu amigo Carlos. GUSTAVO:
Henry... (aponta para Felipe) E esse é o meu amigo Pinto. FELIPE:
Pinto? GUSTAVO:
(para os rapazes) Ele não gosta desse sobrenome, mas sabe
como é, pega. FRED:
Sei... Vamos jogar? GUSTAVO:
(sorrindo) Que comecem as apostas. Corta
para
a mesa onde Helen e Chris estão, sozinhos. Ambos em silêncio. ::. “Stay Away” - The Honorary Title (cont.)
CHRIS:
Cadê o seu namorado? HELEN:
Já volta. CHRIS:
(após alguns segundos) A Amanda está demorando, não é mesmo?
HELEN:
Vai ver ela se cansou da sua presença e está escondida em
algum lugar esperando que se toque e vá embora. CHRIS:
(sorrindo) Você é hilária... Mas não se sinta presa aqui por
minha causa. HELEN:
Acredite, não estou... (pensativa e sorri provocativamente)
Sabe, vi seu pai hoje mais cedo, quando foi buscar a minha
mãe para jantar fora. E pelo jeito, a noite vai ser quente.
CHRIS:
Fogo de palha... Logo meu pai se desapega e volta a chorar
pelos cantos por causa da minha mãe. HELEN:
Se é fogo de palha, então por que se revolta tanto ao vê-lo
com outra? CHRIS:
Porque eu já passei por isso antes, Helen... É um loope sem
fim... Ele namora a coitada, se cansa da coitada, a coitada
sofre, ele volta a se lamentar pela minha mãe e eu fico no
meio disso tudo, por semanas, tentando fazer com que ele
volte a ficar bem... Cansa. HELEN:
Eu não acredito em você. CHRIS:
Acredite no que quiser, só estou sendo sincero. A última que
se envolveu com ele, ouvi dizer que entrou em depressão e
tentou cortar os pulsos. Não permita que aconteça o mesmo
com a sua querida mamãe. HELEN:
E continuo não acreditando... (tom ameaçador) Presta atenção
numa coisa, não sei a sua intenção com a Amanda, mas se a
fizer sofrer, eu vou te machucar. CHRIS:
(sorrindo) Nossa, senti um frio na espinha agora. Helen
revira
os olhos e levanta, saindo em seguida. Chris sorri,
vitorioso. A
câmera gira e para em Amanda se aproximando e apoiando-se
no balcão. ::. “Stay Away” - The Honorary Title (cont.)
AMANDA:
Duas cocas. Corta
para
Gil de costas e quando ele se vira, Amanda o encara com
seriedade. Gil fica sem reação. Amanda faz sinal com o
rosto para que ele se apresse. Gil se abaixa e coloca duas
latinhas em cima do balcão. Amanda pega as latinhas e sai.
GIL:
Amanda... Ela
o
ignora. Gil se apressa e sai do balcão. Ele a alcança e
segura o braço dela, que para e fica de costas para ele. GIL:
Podemos conversar? Amanda
coloca
as latinhas em cima de uma mesa, se vira e acerta um tapa
no rosto de Gil. Ele coloca a mão no lugar acertado. GIL:
Okay... Eu mereci essa. Agora podemos... Amanda
o
interrompe com outro tapa no rosto, dessa vez, na outra
face. Gil coloca a mão no lugar acertado e faz expressão
de dor. GIL:
Tá, eu mereci esse também. AMANDA:
Tem sorte de não ter sido um soco ou um chute naquele lugar.
GIL:
(após alguns segundos) Ouça... Eu sinto muito pelo o que
aconteceu e pela forma como você descobriu o lance com a sua
irmã... É uma das tantas coisas do meu passado que eu não me
orgulho... Mas por favor, não desconte na Nathalia? AMANDA:
Huh, então acha que é só dizer essas besteiras sobre o seu
passado que vai ficar tudo bem? Eu não estou furiosa por
você ter me traído, porque eu sabia que você não prestava e
pegava qualquer rabo de saia na esquina. Eu estou puta da
vida é pelo fado de que a única pessoa que deveria me
proteger de gente como você, simplesmente ajudou a me
apunhalar pelas costas. E isso não tem perdão. GIL:
A Nathalia está mal, Amanda... Ela queria ter te contado,
mas se não o fez, foi para te proteger. AMANDA:
(rindo de nervosismo) E deu muito certo.
GIL:
O fato é que nós podemos apagar o que aconteceu... Mas deve
haver uma maneira de você tentar colocar uma pedra em cima
disso tudo. AMANDA:
Tem sim... Segure na mão dela na ponte mais alta da cidade e
pulem juntos de lá. Ela
lança
um olhar sério para ele e sai. Gil fica parado por alguns
segundos. Depois, respira fundo, frustrado. Quarto
de
Roger. Vemos apenas o rosto de Livia. ::.
“If
I Am” - Nine Days LIVIA:
Como os garotos podem ser tão estúpidos na maioria das
vezes? (imitando Roger) Não quero estudar o verão todo...
Quero repetir de ano... Quanto mais besteiras eu faço, mais
eu consigo me superar... (bufa) Prometa-me que nunca será
assim? A
câmera se desloca, mostrando Lucas sentado ao lado dela e
segurando um copo de refrigerante. LUCAS:
Prometo que nunca vou ser bobão como o Roger... Vamos jogar
agora? LIVIA:
(sorrindo) Você é um amor de menino. Roger
aparece
no quarto. A câmera abre, mostrando Livia e Lucas sentados
no chão, de frente para a televisão. ROGER:
E eu também sou um amor? LUCAS:
Você é estúpido na maioria das vezes. ROGER:
(rindo) Obrigado, amigão... Eu escutei ela falando. Ele
faz
sinal com a cabeça para que Livia o siga. Livia levanta e
vai até ele, sentando na cama. ROGER:
Podemos acenar a bandeira branca? LIVIA:
Depende... Vai parar com essa ideia de querer repetir de
ano? ROGER:
Vou me esforçar para não repetir... (entorta a boca) Mesmo
que tenha que fazer o tal curso de verão. LIVIA:
Não se preocupe, eu vou estar com você o tempo todo...
(pensativa) O que pensando bem agora, acho que estou meio
que te sufocando... (preocupada) Estou? ROGER:
(sorrindo) Não... Adoro passar o máximo de tempo possível
com você... E sei que só quer o meu bem. LIVIA:
É... O seu bem... E o meu também né, imagia passar
um ano fazendo faculdade em outra cidade esperando você se
formar?
ROGER:
(pegando na mão dela) Hei, mesmo se isso vier a acontecer,
da gente seguir caminhos diferentes na faculdade... Eu sei
que não haverá nenhuma barreira entre nós. LIVIA:
Como pode ter tanta certeza disso? ROGER:
Olha tudo o que nós já passamos, Liv... Não é a distância
que vai mudar o que nos espera lá na frente. LIVIA:
(sorrindo) E o que nos espera lá na frente? ROGER:
Uma casa cheia de minis Roger's e Livias, correndo por toda
a parte, com pais que se amam loucamente por mais de 200
anos. Livia
expressa
um sorriso meigo e emocionado. Roger a puxa, fazendo-a
sentar-se em seu colo. ROGER:
Estamos de bem? LIVIA:
(beijando os lábios dele) Estamos sim... Mas um ou dois
estará de bom tamanho. Não sei se vou aguentar um monte
de minis Roger's correndo pela casa. Roger
sorri e concorda com a cabeça. Após alguns segundos eles
começam a se beijar, mas logo são interrompidos pela voz
de Lucas. LUCAS:
(comemorando) Isso! Matei o Otto! ROGER:
(boquiaberto) Eu nunca matei o Otto. LIVIA:
Ele é um prodígio. Eles
riem
e voltam a se beijar. Depois, se olham com ternura. ROGER:
Eu te amo, minha nervosinha. LIVIA:
Eu também te amo, meu bobão. Novamente
eles
se beijam. A câmera começa se afastar, transparecendo a
imagem e dando lugar a Arthur e Lucio sentados no sofá da
sala, conversando. LUCIO:
Você e a Vera parecem que estão voltando a entrar em
sintonia. ARTHUR:
Agora a gente conversa bastante, brincamos um com outro de
vez em quando... Mas viver como marido e mulher, acho que
ainda vai demorar um pouco. LUCIO:
Mas vai na fé que o caminho é esse. Arthur
o
encara por alguns segundos. Depois, esboça um sorriso. ARHTUR:
Ainda não te agradeci o suficiente pelo que fez por mim
enquanto estive definhando... Sei o quanto fui chato e
chorão na época. LUCIO:
Você estava passando por uma fase turbulenta, era mais do
que normal que estivesse vulnerável. ARTHUR:
Eu sei... Mas são poucos que passariam horas ouvindo um
velho chorar, lamentar, comer da sua comida fingindo que
estava boa. Você é um grande amigo, Lucio. LUCIO:
Animado, chorão, ou qualquer outro espírito, você também é
um grande amigo, Arthur. ARTHUR:
(levantando uma taça) Um brinde à amizade verdadeira. LUCIO:
(levantando uma taça) E aos bons tempos que estão por vir. ARHTUR:
(sorrindo) E aos bons tempos que estão por vir. Close
nas
taças batendo. Quando se separam, a cena se transfere para
Vera e Silvia à mesa. Silvia prova um doce, saboreando-o
com os
olhos fechados, enquanto Vera aprecia uma xícara de
café. SILVIA:
(com os olhos fechados) Divino. VERA:
Não é? Tentei pedir a receita no restaurante, mas alegam que
é secreto. Tem cabimento? Risadas
dos rapazes ecoam ao fundo. Vera direciona um sorriso na
direção deles. SILVIA:
Fico feliz em ver a afinidade que Lucio e Arthur construíram
nos últimos meses. VERA:
(ainda observando os dois) Sem dúvida... (olha para Silvia)
Parecem amigos de longa data, como nossos filhos. SILVIA:
E quanto a você e o Arthur? Alguma novidade? VERA:
Acho que ainda preciso de um pouco mais de tempo. SILVIA:
Mais tempo para quê? Vera, repare na maneira como você tem
olhado para ele nos últimos dias... Como riram e brincaram
juntos hoje... E como segurou a mão dele, deu-lhe um beijo
no
rosto. Não lembra um pouco dos velhos tempos? VERA:
(hesitante) Eu não sei... SILVIA:
Não é necessário mais tempo. Corta
para
Lucio e Arthur envolvidos em uma conversa animada. A
câmera
recua, revelando Vera a poucos passos de distância,
observando
Arthur com um olhar intrigado. Após alguns momentos, a
tela
gradualmente escurece. Restaurante/bar.
Priscila
está num canto encostada na parede, visivelmente
desanimada. Gabriel se aproxima. ::.
“Everywhere
She Goes” - Across The Sky GABRIEL:
Posso te fazer companhia? PRISCILA:
(sorrindo) Oi Gabe... Por onde andava? GABRIEL:
Em casa... Estava assistindo um documentário interessante
sobre coisas sobrenaturais... PRISCILA:
Deixe-me adivinhar... Ficou com medo de ficar sozinho e
resolveu aparecer num lugar bastante movimentado? GABRIEL:
(sorrindo) Basicamente... E também estava na esperança de
vê-la por aqui. PRISCILA:
Bom, cá estou... Mas acho que eu não seria uma boa companhia
hoje. GABRIEL:
Por quê? (olha para os lados) Onde está o Felipe? PRISCILA:
Namorando a mesa de bilhar desde que chegamos. GABRIEL:
Se te incomoda eu posso mandar tirar a mesa do bar...
(sorri). PRISCILA:
Ele acharia outro jeito de me evitar. Gabriel
lança
um olhar solidário. Priscila abaixa a cabeça. GABRIEL:
Não fica assim... Depois que esse período chuvoso passar,
vocês ficarão bem de novo. PRISCILA:
(desconfiada) Está torcendo por isso ou dizendo só para me
agradar? GABRIEL:
O que eu quero é te ver feliz independente com quem seja...
E não se preocupe, eu sei que já perdi. PRISCILA:
(sorrindo) Obrigada, Gabe... Sei que não é fácil pra você
dizer essas coisas. E desde que nos encontramos no parque,
me fez lembrar como é bom ter a sua amizade. GABRIEL:
(sorrindo) Bons amigos então? PRISCILA:
(sorrindo) Bons amigos. Eles
apertam
as mãos, ainda se olhando com sorrisos. A câmera se afasta
e para na mesa de bilhar, onde Felipe observa os dois.
Gustavo chama a sua atenção. GUSTAVO:
Felipe? (levanta as mãos) Vai jogar ou não? Felipe
se
volta para a mesa, se inclina e dá uma tacanha da bolinha,
que entra direto na caçapa. Gustavo comemora. Fred e
Carlos se olham, sérios. Corta
para
Larissa encostada em uma pilastra. Ela está com o celular
nas mãos. Close na tela onde podemos ler mensagem “Cadê
vc? Vem me encontrar... Tô com saudades”.
Não é possível ver o nome do remetente. Larissa
fica pensativa por alguns instantes. Depois, sorri e se
desloca para a saída. Volta
para
a mesa de bilhar. Gustavo dá uma tacada, acertando duas
bolinhas em caçapas diferentes. Ele e Felipe batem as
mãos, comemorando. Vemos então, vários cortes rápidos de
bolinhas entrando, até sobrar apenas uma que devagar vai
rolando até cair dentro da caçapa. A imagem abre,
mostrando Gustavo com um sorriso vitorioso. Ele pega um
bolo de dinheiro que está em cima da mesa. GUSTAVO:
Bom, cavalheiros, acho que já houve humilhação bastante por
hoje... Quem sabe na próxima? FRED:
(nervoso) Vocês trapacearam, ô babaca. FELIPE:
Como assim? CARLOS:
Blefaram que não sabiam jogar e nos fizeram apostar ainda
mais. FELIPE:
(leve riso) E daí? Ninguém manda ser burro. FRED:
(incomodado) Como é que é? GUSTAVO:
Wow, wow, wow... Calminha aí. Quem começou querendo bancar
os malandros aqui foram vocês, que só vieram porque pensaram
que eu não jogava nada. FRED:
Não importa... Quero meu dinheiro de volta. GUSTAVO:
Aposta é aposta... Dadinho tá dado. Não vem que não tem. Fred
se
aproxima e segura Gustavo pelo colarinho. FRED:
Então quem sabe eu pegue à força? Rapidamente
Felipe
avança e empurra Fred, fazendo-o dar dois passos para
trás. FELIPE:
Dá o fora daqui! FRED:
(se aproximando) Ou vai fazer o que, moleque? FELIPE:
(sorrindo) Moleque? Corta
para
Cláudio e Helen sozinhos à mesa, se acariciando. Helen
olha para trás e segundos depois para Cláudio. HELEN:
Parece que seus amigos se meteram em encrenca. Cláudio
olha
para trás e segundos depois se volta para a frente,
bufando. HELEN:
(sorrindo) Vai lá, herói. Volta
para
Felipe e Fred frente a frente, se encarando. Gustavo tenta
apartar. GUSTAVO:
Hei, sem problemas... Podemos dividir o dinheiro. FRED:
Eu não quero metade, quero tudo. FELIPE:
(para Gustavo) Guarda isso aí... Nós ganhamos, nós vamos
ficar com tudo. Cláudio
aparece
e coloca as mãos em cima da mesa. CLÁUDIO:
O que está havendo aqui? GUSTAVO:
Graças a Deus você chegou... Esses palhaços aí quiseram
jogar apostando, perderam, e querem tudo para eles. Vai lá e
chama o resto da gangue. CLÁUDIO:
Que gangue? GUSTAVO:
A gangue ... (faz sinal com o rosto) Perigosa, que manda no
pedaço, no qual eu sou o líder e você o vice. CARLOS:
Fred, vamos... É melhor deixar pra lá. FELIPE:
Não existe gangue alguma. GUSTAVO:
Obrigado, Felipe... Por que não tentou acabar com o primeiro
disfarce? Assim nos pouparia deste momento. FRED:
Parece que blefe é forte por aqui, né, Pinto? GUSTAVO:
Escuta aqui ô Fred Krueger, não fala como se fosse inocente
aqui não... Todas as partes tentaram enganar a outra. FRED:
Ainda assim vou querer todo o dinheiro da aposta. FELIPE:
O único jeito de você ficar com o dinheiro, é eu enfiando
ele no seu rabo. Eu não preciso dessa mixaria, mas nenhum
idiota vai me fazer devolver o que eu ganhei por direito. CLÁUDIO:
Okay, okay... Se o problema está na tal trapaça, por que não
jogam de novo, dessa vez sem mentiras? FRED:
(incomodado) Dá licença? Quem é você? GUSTAVO:
O verdadeiro líder da gangue. CLÁUDIO:
(para Gustavo) Nós não somos uma gangue e eu não sou líder
de nada. GUSTAVO:
Quer parar com a falsa modéstia, líder? CARLOS:
Fred, isso já está indo longe demais... Vamos embora daqui.
FRED:
(para Carlos) Quer fechar a matraca e parar de ser medroso?
FELIPE:
Pelo menos ele tem consciência que está em desvantagem...
Quer resolver isso lá fora ou aqui mesmo? Nesse
instante,
Michael aparece, tentando apartar a briga. MICHAEL:
(sorrindo) Hei, caras... Não vamos brigar por pequenas
coisas... (coloca a mão no ombro de Fred) Por que você e seu
amigo não dão o fora daqui? FRED:
Tira a mão do meu ombro. MICHEAL:
Ouça, conheço o tipo de vocês, que vão de bar em bar,
tentando tirar dinheiro dos outros... Eu fui assim... Mas
qual é... Eles são meninos, não podem culpá-los por serem
espertos, huh? FRED:
Tira a mão do meu ombro. CLÁUDIO:
Michael... MICHAEL:
(virando-se para Cláudio) Está tudo sob controle, eu sei
resolver esse tipo coisa. Ele
pisca
para Cláudio e se vira novamente. Um soco desferido por
Fred o pega de surpresa, fazendo-o cair sobre a mesa, que
desequilibra
e tomba no chão com um estrondo. Felipe reage
instintivamente,
agarrando a camisa de Fred e respondendo com um soco
preciso em seu
rosto. O golpe desequilibra Fred, que se junta à mesa no
chão Gustavo
e
Carlos se olham. Gustavo levanta os punhos, Carlos entorta
a boca. CARLOS:
Abaixa o braço, garoto, eu nem queria estar mais aqui. George
e
Gil aparecem, tirando Felipe de cima de Fred. Cláudio vai
até Michael, que está caído e segurando um dos braços. CLÁUDIO:
Você está bem? MICHAEL:
(segurando o braço, expressando dor) Acho que caí de mau
jeito... Filho da mãe me pegou de surpresa. Corta
para
Felipe sendo solto por Gil. Ele se vira e se depara com
Priscila,
que balança a cabeça em desaprovação. A
câmera amplia o quadro, revelando o bar em sua totalidade,
com
várias pessoas reunidas em torno da cena tumultuada. Após
alguns instantes, a tela se obscurece. Abre
mostrando
a cidade numa vista aérea. A imagem transparece para Chris
e Amanda caminhando pela avenida do centro. ::.
“Ride”
-
Cary Brothers CHRIS:
(sorrindo) Seus amigos são bastante animados. AMANDA:
Espero que não se assuste, mas isso é rotina aqui na cidade.
A maioria das reuniões terminam em confusões. CHRIS:
É bom para que eu saia um pouco da minha própria rotina. Eles
param
num ponto de ônibus. AMANDA:
Então talvez possamos fazer isso de novo. CHRIS:
Mesmo sabendo que a sua amiga me odeia? AMANDA:
Ela não te odeia... Ela é incapaz de odiar alguém, mesmo
esse alguém merecendo... Com jeitinho ela é capaz de te
suportar. CHRIS:
É... E quem sabem ainda possamos ser amigos no futuro? AMANDA:
(sorrindo) Ou melhor... Irmãos! CHRIS:
(rindo) Isso foi uma péssima tentativa de fazer humor.
AMANDA:
(rindo) Desculpa... É que é um pouco difícil acreditar que
vocês se odeiam por causa do namoro de seus pais. CHRIS:
(sorrindo) Em que mundo você vive? Isso só não é mais
clássico que a madrasta má. Eles
riem
outra vez. Depois, Chris olha para a frente. CHRIS:
O ônibus está chegando... Como nos despedimos? AMANDA:
Um aperto de mão e um abraço? CHRIS:
Era exatamente o que eu tinha em mente. O
ônibus para. Eles se olham por alguns instantes, enquanto
outras pessoas entram no veículo. CHRIS:
Então... Até mais. AMANDA:
(sorrindo) Até. Eles
se
aproximam para se abraçar, mas Chris dá um selinho em
Amanda. CHRIS:
(se afastando para entrar no ônibus) Eu queria ter feito
isso desde aquela noite. AMANDA:
(erguendo as sobrancelhas) Um selinho? CHRIS:
(entrando
no
ônibus)
Pensado bem, era algo mais demorado... Eu te ligo.
A
porta do ônibus fecha e dá partida. Amanda acompanha-o com
o olhar e sorri. Depois, começa a caminhar pela calçada. Fachada
da
casa de Priscila. O carro de Felipe estaciona em frente.
Corta para dentro. ::.
“In
My
Arms” - Plumb FELIPE:
Então é isso. PRISCILA:
Precisamos conversar. FELIPE:
Agora não, baixinha. PRISCILA:
Quando então? Você não conversa mais comigo... Não tem mais
tempo para nós. FELIPE:
Você sabe que estou passando por um momento difícil. PRISCILA:
Eu entendo isso, mas você não precisa enfrentar tudo
sozinho. Eu quero estar aqui por você, mesmo que não saiba
exatamente o que fazer. FELIPE: Me desculpa, Priscila... Estou confuso, constantemente com raiva... E vários sentimentos misturados... Estou precisando passar um tempo comigo... (pausa, olha profundamente nos olhos dela) Só comigo.
PRISCILA:
Felipe, eu escolhi estar ao seu lado, nos bons e nos maus
momentos. Eu
não estou com você só pelos momentos
fáceis... Não termina o nosso namoro. FELIPE: Não é um término, é apenas tempo para que eu possa colocar as coisas em ordem na minha mente.
PRISCILA:
(inconformada) É a mesma coisa. A gente sabe como vai
acabar.
FELIPE: Se não dermos um tempo agora, do jeito que estou, é capaz de eu ficar com sentimentos negativos até em relação a você.
PRISCILA:
(após alguns segundos, visivelmente sentida) Quer saber, faz
o que achar melhor então.
Os
olhos
de Priscila começam a se encher de lágrimas
enquanto ela sai do carro. Felipe a observa com pesar, sem
dizer mais
nada. A câmera acompanha Priscila caminhando pelo jardim
em
direção à casa, com expressão abatida.
Atrás, a imagem desfoca, mostrando Felipe acompanhando-a
com o
olhar.Após alguns segundos, ele dá partida no carro,
saindo. Varanda da casa de Helen. Cláudio e Helen estão perto da porta, se beijando com bastante intensidade. ::.
“In
My
Arms” - Plumb (cont.)
CLÁUDIO:
(beijando-a) Tenho que ir. HELEN:
(beijando-o) Por quê? É cedo ainda. CLÁUDIO:
(sorrindo) Cedo pra você que não vai ter que pegar o ônibus
para a casa. HELEN:
Nem deve ter mais ônibus mesmo... Fica aqui, depois você
pega um taxi... Vamos lá para dentro. CLÁUDIO:
Pra sua avó me dar mais lições de como nascem os bebês? Não,
obrigado. HELEN:
Ela está no bingo... Você sabe que ela madruga na igreja
quando joga. E minha mãe, bom, nem preciso dizer que não vai
dormir em casa. CLÁUDIO:
O que está tentando dizer, Helen? HELEN:
O que já havia deixado claro há alguns dias... Ela
coloca
a mão no rosto dele e o olha com profundidade. ::. “Let Me Take You There” - Plain White T's HELEN:
Estou preparada. A
câmera se aproxima lentamente do rosto de Cláudio. E após
alguns segundos, a imagem começa a transparecer. Vista
aérea
de um hotel de beira de estrada. A câmera desce, mostrando
o carro de Lucio no estacionamento. Corta para dentro,
onde podemos ver Lucio no volante e Michael no banco ao
lado, com o braço direito enfaixado. ::. “Let Me Take You There” - Plain White T's
(cont.) MICHAEL:
Obrigado por me trazer até aqui. LUCIO:
Que nada... Obrigado por defender os garotos no bar. MICHAEL:
É o mínimo que eu poderia ter feito, já que você me defendeu
tanto quando éramos jovens. LUCIO:
(sorrindo) É, a diferença é que eu conseguia te defender mesmo.
MICHAEL:
Hei... O cara me pegou desprevenido... Quando dei por mim já
estava no chão. Eles
riem
por alguns segundos. Michael coloca a mão no braço,
expressando dor. LUCIO:
Tem certeza que está bem? O convite para ficar em casa ainda
está de pé, especialmente agora. MICHAEL:
Não, eu vou ficar bem... Isso aqui não é nada... O médico
disse que em dois, três dias já não vou sentir mais dor.
Além do mais, eu sou canhoto, não preciso tanto assim deste
braço. LUCIO:
(sorrindo) Okay... Se cuida então. MICHAEL:
Você também. Ele
dá
um leve tapa no braço de Lucio e abre a porta, saindo do
veículo. Muda novamente para uma vista aérea, onde vemos o
carro de Lucio saindo e Michael caminhando até a porta de
seu quarto. Apartamento
de
Paulo. Isabel caminha até a porta, seguida por Paulo. Ele
abre, mas fica parada por alguns segundos. ::.
“Let
Me Take You There” - Plain White T's (cont.) ISABEL:
Gostei de ter passado o dia com você. PAULO:
Eu também... Mesmo você querendo desenhar flores na minha
parede. ISABEL:
(sorrindo) Vou continuar tentando. Ela
se
vira para sair. Paulo se movimenta para a frente. PAULO:
Só pra constar... Eu desejei você quando estava enrolada
naquela toalha. Apenas... Isabel
o
interrompe com um beijo, que começa tímido e vai
aumentando. Após alguns segundos, eles param de se beijar
e se olham. ISABEL:
Eu não vou desistir de você. Ela
passa
pela porta e sai. A câmera se aproxima do rosto de Paulo,
que sorri, feliz. Quarto
de
Roger. Livia está deitada na cama, dormindo. Roger se
aproxima e a olha com ternura. Ele sobe o cobertor e a
cobre, beijando o rosto dela em seguida. Depois, empurra
sua cadeira de rodas até a mesinha, onde há vários livros
em cima. Ele respira fundo, abre um dos livros e começa a
fazer algumas anotações. Quarto
de
Vera. Vera está sentada na cama, lendo um livro. Ouve-se
duas batidas na porta. A câmera se desloca, mostrando
Arthur encostado na porta. ::.
“Let
Me Take You There” - Plain White T's (cont.) ARTHUR:
Você precisa de alguma coisa? VERA:
(sorrindo) Não... Estou bem, obrigada. ARTHUR:
Foi uma noite divertida, não foi? VERA:
Foi... Bastante proveitosa. ARTHUR:
(após alguns segundos) Bom, vou deixar você terminar sua
leitura... Boa noite. VERA:
Boa noite, Arthur. Ele
se
vira para sair. Close no rosto de Vera, pensativa. VERA:
Arthur... Arthur
para
e se vira para ela outra vez. VERA:
Por que não dorme aqui esta noite? ARTHUR:
Você está falando sério? VERA:
(dando dois tapinhas na cama) Vem cá. Arthur
vai
até ela e senta ao seu lado. Eles se olham por alguns
instantes e depois, Vera o puxa pela camisa e beija os
lábios dele, se afastando em seguida. VERA:
Eu te amo, não deixei de te amar e nunca vou deixar... Eu só
precisava de um tempo, só um tempo. ARTHUR:
(emocionando) Sabe o quanto eu fiquei sonhando com esse dia?
Vera
levanta
e vai até a porta, fechando-a e virando a chave. Arthur
levanta e Vera se aproxima. VERA:
(sorrindo) Então vamos tirar esse atraso porque hoje eu
estou fervendo. ARTHUR:
(pegando-a no colo) É pra já, amor da minha vida. Ele
a
coloca na cama e deita por cima dela, beijando-a com
bastante paixão. A câmera sobe lentamente focando o teto
por alguns segundos. Quarto
de
Helen. Cláudio e Helen estão sentados na cama, se
beijando. Após alguns segundos, eles se olham, nervosos. ::.
“Let
Me Take You There” - Plain White T's (cont.) CLÁUDIO:
Você tem certeza? HELEN:
Você me ama? CLÁUDIO:
Muito mais do que possa imaginar. HELEN:
(sorrindo de forma meiga) Então eu tenho certeza. Eles
voltam
a se beijar. Após alguns segundos, Cláudio afasta os
lábios e Helen o olha, preocupada. HELEN:
O que foi? CLÁUDIO:
Não sei... É que eu imaginei para esse dia algo como, jantar
à luz de velas, uma perfeita trilha sonora... Pétalas de
rosas. HELEN:
(sorrindo) Eu não preciso de nada disso... O que eu preciso
é que amanhã você esteja me amando muito mais do que hoje. CLÁUDIO:
(passando a mão no rosto dela) Isso já acontece diariamente.
Helen
sorri
novamente e o beija. E câmera lenta, vemos seus lábios se
mexendo. Devagar, eles deitam na cama e a câmera começa a
subir, ao mesmo tempo em que a tela vai escurecendo até
começar a aparecer os créditos.
CREDITOS
FINAIS:
CRIADO
E
ESCRITO POR: Thiago
Monteiro
PARTICIPAÇÕES
ESPECIAIS Aaron
Eckhart
como George Devon Werkheiser como Chris Scott Foley como Michael Michael Strusievici como Lucas Warren
Christie
como Fred Marton
Csokas
como Carlos MÚSICA
TEMA “Meant To Live” - Switchfoot TRILHA SONORA “Above The Wreckage” - Dishwalla “You'll Ask for Me”
- Tyler Hilton “Empty Apartment”
- Yellowcard “4ever” - The
Veronicas “Currents” -
Dashboard Confessional “Stay Away” - The
Honorary Title “If I Am” - Nine
Days “Everywhere She
Goes” - Across The Sky “Ride” - Cary
Brothers “In My Arms” -
Plumb “Let Me Take You
There” - Plain White T's Copyright © 2008
|